Você controla o seu dinheiro ou o seu dinheiro te controla? A resposta para essa pergunta é um bom termômetro para verificar como anda a sua organização financeira.
Quando falta planejamento, sobram dívidas, acúmulo de juros e inseguranças em relação ao futuro. Se você está nessa situação, temos certeza de que conhece bem os sentimentos.
A boa notícia é que, mesmo aos poucos, a situação é reversível. Não sabe por onde começar? Então, inicie com esse conteúdo que pode aprender hoje conosco:
- O que é organização financeira;
- Qual é a importância de se organizar financeiramente;
- Quais os pilares dessa organização;
- 5 dicas para se organizar na prática.
No fim, ainda te daremos uma excelente dica de onde você pode continuar a sua jornada de aprendizado para finalmente tomar as rédeas das suas finanças. Vamos lá?
O que é organização financeira?
A organização financeira se trata do controle contínuo das finanças. Para além de monitorar receitas e despesas, o hábito inclui ainda uma série de boas práticas em relação aos próprios recursos, como gastar dinheiro com inteligência, nutrir uma reserva de emergência e preservar o próprio patrimônio por meio de investimentos.
Dessa maneira, as dívidas não acumulam, os imprevistos não abalam as economias e fica mais fácil viabilizar grandes metas, como comprar um imóvel ou fazer uma viagem.
Qual a importância de se organizar financeiramente?
Essa organização é a base para se ter saúde financeira. Em termos mais simples, é o que te ajuda a desenvolver uma relação mais eficaz com as suas rendas mensais, bem como sentir tranquilidade e segurança em relação ao futuro. Ainda, evita que as dívidas saiam do controle e que o dinheiro controle a sua vida.
Quando falta planejamento, as chances de as suas finanças entrarem no efeito “bola de neve” são altas.
Imagine ganhar R$3000 e gastar R$3500. Neste exemplo, provavelmente todas as receitas mensais são destinadas ao pagamento de despesas — e há grandes chances de algumas atrasarem. Nesse cenário, o acréscimo de juros tornaria esses débitos ainda mais caros, aumentando o problema no mês seguinte.
Aqui, economizar dinheiro, investir ou simplesmente se permitir gastar por motivos de lazer estaria basicamente fora de cogitação. Se um imprevisto surgisse, pior: não haveriam sequer reservas para lidar com uma dificuldade pontual sem agravar ainda mais a situação.
O impacto dessa realidade não é somente financeiro, uma vez que também resulta em estresse e depressão, afetando a saúde física e mental.
Por outro lado, a organização financeira possibilita um cenário mais otimista. Com as dívidas sob controle e a capacidade de economizar quantias mensalmente (mesmo que sejam pequenas), o futuro passa a ser menos ameaçador e o lazer deixa de vir acompanhado de culpa.
Ainda, as metas se tornam mais viáveis — formar uma família, estudar, comprar uma casa ou quaisquer objetivos que sejam importantes para você.
Muito embora nós saibamos que, na prática, conquistar esse estado de tranquilidade não seja fácil, saiba que você já está dando o primeiro passo, aprendendo mais sobre o processo.
Por isso, para que comece a sua organização, aprenda agora quais os três pilares do planejamento, que podem se tornar as suas próximas grandes metas financeiras.
Como ter uma boa organização financeira?
A organização financeira é uma meta feita de hábitos. Por mais que as dicas para empreender essa jornada sejam inúmeras, há três pilares fundamentais para sustentar esse planejamento: controle de dívidas, construção de uma reserva de emergência e investimentos no mercado de capitais.
Resumidamente, esses três marcos servem respectivamente para:
- Fazer com que o seu dinheiro comece a sobrar;
- Garantir tranquilidade financeira mesmo em momentos de adversidade;
- Preservar o seu patrimônio e evitar que o dinheiro perca valor com o passar dos anos.
Para que compreenda melhor o que deve ser feito nessas etapas, nos aprofundamos nos detalhes de cada uma. Siga conosco!
1 – Controle as dívidas
Quando as dívidas acumulam, quitá-las gradualmente se torna uma missão mais difícil. Afinal, os atrasos geram juros aos valores inicialmente devidos e, conforme o tempo passa, será necessário cada vez mais dinheiro para reverter a situação.
Com pendências do tipo — especialmente em grandes quantidades — começar a economizar e construir uma reserva de emergência é quase impossível. Isto é, se todo o salário é destinado a honrar os seus compromissos financeiros, não há como fazer sobrar dinheiro no final do mês.
A estratégia para finalmente obter esse controle, é claro, depende das condições financeiras e dos ganhos de cada um. De maneira geral, as orientações mais eficazes são que você busque renegociar seus débitos da melhor maneira possível e que evite contrair novos. Não precisa ter pressa: mesmo que essa retomada das finanças demore, o mais importante nesse momento é que a sua disciplina seja contínua.
Dessa forma, você estará caminhando rumo ao conceito de “se pagar primeiro”. Em termos mais simples, a ideia é que, futuramente, consiga guardar dinheiro para o futuro no começo do mês — e não no fim, na expectativa de que sobre algo para ser economizado.
2 – Monte uma reserva de emergência
O segundo pilar da organização financeira de sucesso é a construção de uma reserva de emergência. Esse recurso serve para garantir que os imprevistos futuros não se tornem grandes ameaças às suas finanças.
Atenção: você não deve recorrer ao dinheiro separado com este fim em qualquer situação. Como o próprio nome indica, é uma quantia reservada unicamente para emergências.
Na dúvida, aqui temos alguns casos nos quais as suas economias precisam ser utilizadas:
- Despesas médicas inesperadas;
- Perda súbita de emprego ou redução significativa de renda;
- Reparos urgentes em casa;
- Consertos emergenciais de veículos (em caso de acidente, por exemplo);
- Viagens de emergência por motivos de saúde.
A título de informação, esses são alguns dos momentos nos quais retirar dinheiro da reserva de emergência deve estar fora de cogitação:
- Compras impulsivas;
- Aquisição de itens não essenciais;
- Viagens que não são urgentes, nem obrigatórias;
- Pagamento de dívidas não emergenciais, como gastos excessivos com cartão de crédito;
- Investimentos em oportunidades arriscadas e sem ganhos comprovados.
Quanto ao tamanho da reserva, não há uma regra específica. Em geral, recomendamos que os recursos sejam suficientes para garantir o seu padrão de vida por 6 meses caso você perca o emprego (para trabalhadores com carteira assinada), ou 1 ano (para trabalhadores autônomos).
Já em relação aos aportes mensais para tornar as suas economias mais substanciais, a orientação é que, no começo do mês, 20% dos seus ganhos sejam destinados a este fim.
No entanto, reforçamos: se as suas condições atuais não permitirem que a construção da reserva de emergência seja empreendida nessas configurações, tudo bem! Contanto que você tenha disciplina e constância, a quantia separada pode ser pequena inicialmente e aumentar conforme a sua organização financeira mostra resultados.
3 – Faça investimentos
Por fim, o ato de preservar e multiplicar o patrimônio. Ao investir, você não somente guarda dinheiro para o futuro, mas ainda assegura de que as reservas não vão perder valor futuramente e que a quantia vai aumentar gradualmente com o passar do tempo.
Isso é possível por meio do pagamento de juros (renda fixa) e da valorização de ativos (renda variável), a depender dos investimentos que escolher. Nós explicamos melhor:
- Renda fixa: o dinheiro aplicado nesses ativos é devolvido a você com acréscimo de juros e os ganhos são mais previsíveis. Títulos do Tesouro Direto e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) são exemplos comuns;
- Renda variável: os ganhos não podem ser previstos e vêm da valorização (ou não) dos ativos que você adquirir — é o caso das ações.
Idealmente, a formação de uma carteira de investimentos com a finalidade de multiplicar o seu patrimônio deve começar após a missão da reserva de emergência. Por outro lado, também é possível realizar aplicações justamente com o intuito de engordar as suas economias — neste caso, optar por ativos de renda fixa é o melhor caminho.
O mercado de capitais é vasto e, nele, encontrará uma gama ampla de oportunidades. Embora a estratégia exata a ser adotada dependa do seu perfil de investidor, cabe deixar um conselho desde já: diversifique o seu portfólio.
Dito de modo mais simples, não é seguro aportar todo o seu dinheiro em uma classe de ativo só. Afinal, se esta classe for afetada negativamente por alguma oscilação econômica, o seu prejuízo será grande. Contudo, ao distribuir seu patrimônio entre diferentes categorias, os riscos são mantidos sob controle e a rentabilidade obtida é mais equilibrada.
Como colocar a organização financeira em prática?
Por mais que a organização financeira pareça uma meta inatingível à primeira vista, essa conquista se torna muito mais fácil se você a dividir em passos menores. Alguns passos que podem ser colocados em prática desde já são:
- Defina os seus objetivos financeiros;
- Comece a registrar os seus gastos e receitas;
- Reveja os seus hábitos de consumo;
- Utilize aplicativos e plataformas de organização;
- Estude o mercado financeiro.
Entenda cada um:
1 – Defina os seus objetivos
Sem saber onde fica o destino final, não há como escolher o melhor caminho para chegar lá. Por mais abstrata que esta frase soe a princípio, ela é uma máxima a ser levada em consideração nas finanças. Afinal, economizar e otimizar o uso do dinheiro é mais fácil quando você sabe para qual razão o necessita.
Antes de nos aprofundarmos mais neste tópico, confira alguns objetivos comuns e que talvez façam sentido com a sua realidade:
- Adquirir um veículo ou imóvel;
- Construir sua reserva de emergência;
- Se aposentar com tranquilidade;
- Fazer uma viagem;
- Mobiliar a casa;
- Ter filhos;
- Financiar os estudos;
- Fazer uma mudança.
Naturalmente, cada uma dessas opções precisará de um prazo e uma quantia para ser viabilizada — e aqui começa a importância de enxergar os objetivos com clareza.
Sabendo quanto dinheiro é necessário para conquistar uma meta e quanto tempo a jornada vai demandar, é possível se organizar melhor quanto às economias que devem ser separadas mensalmente.
Além disso, conhecer os seus propósitos ainda serve como motivação. Com perspectivas otimistas no horizonte, o esforço feito ao longo dos meses tende a ser maior e contínuo.
2 – Registre seus gastos e receitas
Enquanto você sentir medo de encarar a sua realidade financeira em detalhes, jamais conseguirá controlá-la. A única forma de tomar as rédeas do seu dinheiro é sabendo exatamente quanto ganha e quanto gasta semanal ou mensalmente.
Dica: o registro de entradas e saídas é mais eficaz quando feito por meio de categorias. Ou seja, anote em um caderno ou planilha de onde vêm os seus rendimentos e quais são suas despesas fixas e pontuais.
Para te ajudar, listamos algumas das mais frequentes:
- Despesas fixas: aquelas que o valor não muda de mês para mês, como aluguel, mensalidades, serviços de streaming, seguros etc.;
- Despesas pontuais: aqui, os valores podem variar, como gastos com supermercado, higiene, lazer, contas de luz e eletricidade, entre outros.
Outra dica de organização é que separe os gastos entre essenciais e supérfluos. Consequentemente, você terá uma visão mais apurada sobre o seu próprio comportamento em relação ao dinheiro e conseguirá mais facilmente colocar em prática a próxima dica.
3 – Reveja os seus hábitos de consumo
Se a organização financeira é um hábito, isso significa que é fundamental analisar o seu comportamento para entender de que forma vem lidando com o dinheiro. Em geral, a impulsividade é a maior inimiga de quem deseja economizar.
Todos nós temos pontos fracos — um olhar mais atento com certeza revelará os seus. Entre as consequências dessa falta de controle, os gastos desnecessários certamente representam uma das maiores ameaças.
Precisa de uma luz para se autoconhecer? Veja alguns exemplos de hábitos que podem estar acabando com as suas finanças:
- Acumular assinaturas que não utiliza;
- Uso desnecessário de aplicativos de delivery e transporte;
- Não comparar preços antes de fazer uma compra;
- Depender do cartão de crédito com frequência;
- Não controlar pequenas despesas;
- Fazer aquisições por impulso, especialmente de itens que poderiam esperar;
- Não economizar para emergências;
- Não ter limite de gastos.
Se identificou com uma ou mais dessas situações? Obviamente, o processo de mudança não começa e termina do dia para a noite, as mudanças comportamentais vão acontecer gradualmente, conforme a sua realidade permitir.
Para fins de informação, em um cenário ideal, o seu comportamento com o dinheiro deve seguir uma regra de distribuição de recursos. Algumas possibilidades são:
- 50-30-20: 50% do salário para gastos fixos e essenciais, 30% para lazer e 20% para economias futuras;
- 60-10-10-20: 60% para gastos essenciais, 10% para objetivos de curto prazo, 10% para objetivos de longo prazo e 20% livres;
- 50-15-35: 50% para gastos fixos, 15% para prioridades financeiras (quitar dívidas, construir reserva de emergência etc.) e 35% para estilo de vida.
4 – Utilize a tecnologia para se organizar
Se valer de recursos visuais é uma excelente maneira de viabilizar a sua organização financeira. Inclusive, ferramentas do tipo facilitam a sua distribuição de receitas entre obrigações (despesas fixas e quitação de dívidas) e objetivos (economizar e ter mais dinheiro sobrando no fim do mês).
Nessa dica, recomendamos que você encontre aplicativos de planejamento intuitivos e completos, para que tenha sempre à mão uma planilha de controle de gastos e receitas.
No que diz respeito à tecnologia, cabe lembrar que muitos bancos e corretoras de valores oferecem aplicativos com funções de organização também. Assim, é possível administrar as suas finanças em um único lugar. Na dúvida, explore as funcionalidades do seu para descobrir o que se encaixa melhor na sua rotina.
5 – Estude o mercado financeiro
Por fim e não menos importante, desenvolva a consciência de que conhecimento é dinheiro. Mais do que se atentar ao que acontece nas suas finanças pessoais, entender a forma como a economia e o mercado se desenvolvem também serve para extrair o melhor do seu patrimônio.
Taxa de inflação, rentabilidade de ativos financeiros, crises: tudo isso afeta os seus rendimentos e gastos. Entendendo os mecanismos de cada um, você consegue tomar decisões mais acertadas: onde gastar, quando esperar para fazer uma compra e em qual ativo investir, por exemplo.
Inclusive, caso tope incluir a educação financeira na sua rotina, temos uma dica de por onde começar:
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