Antes de falarmos sobre melhores bancos para investir em CDBs, vamos dar um passo atrás: você sabe o que analisar em cada instituição, para descobrir com mais precisão se determinado investimento é promissor ou não?
Se “lucro” foi uma das suas respostas, saiba que você não está exatamente errado, mas definitivamente esse não é o único critério que precisa entrar na sua avaliação. A saúde financeira de um banco, afinal, é medida a partir de vários indicadores e em diferentes cenários econômicos.
Mas não se preocupe: esse artigo veio justamente para descomplicar esse processo para você e te ajudar a escolher os melhores CDBs para o seu portfólio. Siga na leitura para entender:
- O que é e como funciona o CDB?
- Qual é o melhor banco para investir no CDB em 2024?
- Como escolher o melhor banco para investir em CDB?
- Como escolher o melhor CDB para investir?
No final, ainda reservamos uma dica extra para que você siga aprendendo após terminar de entender como avaliar um CDB. Vamos lá?
O que é e como funciona o CDB?
Sigla para Certificado de Depósito Bancário, um CDB é um título de renda fixa emitido por um banco. Os investidores, por sua vez, recebem de volta o dinheiro aplicado com um acréscimo de juros, que varia de acordo com o formato de remuneração do CDB, o prazo e as taxas combinados no momento da aplicação.
Os CDBs estão disponíveis em três categorias de rendimento:
- Prefixada: o investimento rende a partir de uma taxa de juros fixa, por isso, é possível saber de antemão exatamente quanto será recebido de rendimento no futuro. No entanto, essa rentabilidade não acompanha a inflação;
- Pós-fixada: o rendimento segue o CDI como indicador econômico de referência. O lucro exato, portanto, é desconhecido, mas há a certeza de que o investimento vai ao menos se igualar à taxa básica de juros;
- Híbrida: mescla características prefixadas e pós-fixadas. Ou seja, uma parte do retorno segue uma taxa de juros fixa, enquanto a outra acompanha o IPCA. Dessa maneira, o investidor tem um rendimento real.
Uma vez que contam com um formato de remuneração mais previsível e estável, os CDBs são considerados aplicações bastante seguras, especialmente quando os títulos são emitidos por instituições bancárias sólidas. Além disso, estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Dessa forma, se um banco quebrar, por exemplo, e não ter condições de devolver os rendimentos ou os recursos aplicados pelos investidores, o FGC garante o reembolso de até R$250.000,00 por CPF e por instituição.
Importante: este reembolso não é automático, portanto, deve ser solicitado pelo investidor.
Qual é o melhor banco para investir no CDB em 2024?
Apontar quais os melhores bancos para investir em CDBs é uma tarefa complexa, já que muitas variáveis precisam ser consideradas nesse tipo de análise — especialmente aquelas que dizem respeito ao investidor, como perfil e objetivos financeiros. Via de regra, instituições sólidas e com bons ratings de crédito tendem a ser melhores opções de aplicação, especialmente no longo prazo.
Para que você tenha uma noção mais clara sobre o que analisar exatamente em uma instituição bancária emissora de CDB, trouxemos algumas informações levantadas pelos especialistas da Finclass sobre os bancos Daycoval, C6 e Paraná.
Banco Daycoval
O Daycoval foi fundado em 1968 — de lá pra cá, não é difícil supor que o banco já tenha passado por vários momentos de turbulência política e econômica, de naturezas distintas.
Em 2016, por exemplo, uma crise generalizada que causou a depreciação de ativos no mercado foi enfrentada. Em 2020, tivemos a fatídica pandemia de Covid-19. Com danos registrados não só no Brasil, mas no mundo todo, ainda assim o Daycoval apresentou um desempenho financeiro positivo, com um ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio) de 29,3% e um lucro líquido de R$1,211 bilhão.
Vale mencionar também o caso Americanas, que entrou em recuperação judicial em 2023, após descobrir uma fraude contábil de mais de R$20 bilhões — situação que impactou o Daycoval, gerando perdas financeiras.
No entanto, à época, o presidente Carlito Dayan explicou que os empréstimos relacionados à Americanas representavam menos de 4% do patrimônio do banco e que mais de 50% dessas perdas já haviam sido provisionadas em 2022. Apesar do impacto, o banco seguiu projetando resultados recordes e rentabilidade acima de 25%.
Nessa breve análise, ressaltamos a importância de, ao analisar um CDB, checar o histórico do banco emissor frente a diferentes cenários econômicos. O Daycoval, por exemplo, se mostrou capaz de contornar suavemente problemas de grande escala no país (e até no mundo), se tornando um emissor promissor de CDBs.
C6 Bank
O C6 Bank é um banco de varejo relativamente recente, criado em 2019 e que viu o seu valor de mercado rapidamente atingir a marca de R$11,3 bilhões (em 2020), após um aporte bilionário em uma rodada de investimentos. Até 2021, a instituição nem sequer dava lucro ainda, mas mesmo assim despontava como uma potencial alternativa para quem tivesse interesse em incluir CDBs no portfólio.
Aqui, entramos em um ponto muito importante ao avaliar um banco e, consequentemente, os CDBs emitidos: não necessariamente o lucro precisa ser o ponto mais importante a ser levado em consideração. Imagine só: até mesmo empresas gigantes registraram caixas negativos no começo de suas operações. Ou seja, a análise precisa se aprofundar em outros critérios e adentrar camadas mais complexas.
Nesse caso, alguns pontos relevantes são:
- Fluxo de caixa operacional: indica o quanto foi gerado de caixa unicamente a partir de resultados operacionais;
- Fluxo de caixa de investimentos: mostra quanto o caixa varia por conta de investimentos na empresa;
- Fluxo de caixa de financiamento: aponta o impacto de novos financiamentos frente ao caixa gerado no período.
Nos seus primeiros anos de operações, esses dados mostravam que, até então, o C6 Bank não era capaz de se sustentar sozinho. Ao mesmo tempo, era nítido que o banco estava captando a atenção (e os recursos) de muitos investidores e redirecionado fortemente esse dinheiro em marketing e tecnologia para conquistar mais clientes.
Prova disso é que, à época, o Índice de Basileia (IB) — que verifica a saúde financeira e o grau de risco assumido pelos investidores — era de três vezes mais que o mínimo imposto pelo Banco Central. Abaixo do mínimo, vale a informação, o investimento seria considerado arriscado demais. Em outras palavras, o IB do C6 Bank era ótimo mesmo no início de sua história, quando os números ainda não estavam tão positivos.
Simplificando e resumindo a análise, a projeção para os CDBs emitidos pelo banco logo após a sua criação era positiva. Para ilustrar um pouco da evolução de lá pra cá, em 2024, o C6 Bank registrou lucro de R$461 milhões no primeiro trimestre do ano.
Paraná Banco
Com a análise do Paraná Banco, temos a chance de olhar mais de perto para o valor dos relatórios fornecidos por agências de rating. Para você ter ideia, essa é uma instituição que recebeu boas avaliações mesmo em setembro de 2020 (concedidas pelo RiskBank), quando o impacto causado pela pandemia ainda assolava o país.
Além disso, temos as análises realizadas pela S&P Global e pela Fitch Ratings, que também indicaram cenários positivos — no entanto, sem considerar o resultado do banco no segundo trimestre de 2020.
De qualquer maneira, fato é que temos aqui um banco considerado muito seguro no que diz respeito aos investimentos. Em projeções a curto prazo, o Paraná Banco vem como uma excelente opção para aqueles que estão em busca de CDBs para o portfólio.
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Como escolher o melhor banco para investir em CDB?
Ao escolher um CDB para investir, é preciso analisar o banco emissor a partir desses critérios:
- Índices de capitalização;
- Rating de crédito;
- Histórico e reputação;
- Fiscalização e regulação.
Entenda melhor a seguir.
Índices de capitalização
Esse índice reflete a saúde financeira do banco e mostra, em resumo, o quanto ele está preparado para lidar com crises e imprevistos.
Bancos com altos índices de capitalização possuem uma reserva maior de capital próprio em relação aos seus ativos de risco, o que significa que eles conseguem absorver perdas com mais facilidade. Em caso de passar por uma dificuldade econômica, é mais provável que a instituição se mantenha estável — o que reduziria o risco de crédito assumido pelo investidor.
Rating de crédito
O rating de crédito é uma avaliação fornecida por agências que indicam a capacidade de um banco de honrar com suas dívidas e cumprir com suas obrigações financeiras — Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch são alguns exemplos.
Quando o rating de um banco for alto, significa que a chance de se envolver em um caso de inadimplência é menor, ou seja, representa um investimento mais seguro para o investidor.
Histórico e reputação
Se a trajetória do banco for consolidada e a sua reputação no mercado financeiro for positiva, o investidor tem nas mãos bons sinais de que a confiabilidade da instituição é alta e de que o risco de crédito é menor.
Anos de operações bem-sucedidas tendem a ser um indicativo de que o banco tem processos robustos de gestão e uma experiência maior na manutenção da própria saúde financeira. Consequentemente, seus CDBs terão um rating de crédito melhor.
Fiscalização e regulação
Antes de investir em um CDB, se certifique de que o banco emissor é registrado e regulado pelo Banco Central do Brasil.
Instituições que seguem as normas regulatórias demonstram seriedade e compromisso com a segurança dos investidores, já que estão sujeitos à fiscalização rigorosa. Na prática, isso garante que a instituição opera de acordo com as leis e práticas adequadas do sistema financeiro, resultando em mais proteção ao investidor.
Como escolher o melhor CDB para investir?
Como há vários CDBs disponíveis para investimento, a sua decisão precisa considerar esses critérios:
- Perfil de investidor;
- Prazo do investimento;
- Liquidez;
- Rating de crédito e instituição emissora;
- Rentabilidade.
Entenda o que avaliar em cada um deles.
Perfil de investidor
O perfil de investidor é uma ferramenta que serve para avaliar o seu grau de tolerância ao risco. Para descobrir o seu, são considerados aspectos como:
- Nível de conhecimento sobre o mercado financeiro;
- Experiência com investimentos;
- Condições financeiras atuais;
- Objetivos financeiros.
Dentre os resultados possíveis, temos:
- Conservador: prioriza segurança e preservação de capital. CDBs pós-fixados com garantia do FGC são ideais, devido à previsibilidade e baixo risco;
- Moderado: equilibra segurança e rentabilidade. Pode optar por CDBs híbridos, que combinam taxa fixa e inflação, para maior proteção contra a inflação;
- Arrojado: busca maior rentabilidade e assume mais riscos. CDBs prefixados de longo prazo podem compor uma pequena parte do portfólio, aproveitando taxas mais atrativas;
- Agressivo: é focado em alta rentabilidade, com tolerância a maiores riscos. Pode incluir CDBs prefixados com taxas elevadas e prazos longos, maximizando ganhos em cenários de queda de juros.
Para alinhar o investimento em um CDB com o seu perfil, é importante que você analise o risco de crédito do banco emissor e também a duração da aplicação.
Prazo do investimento
Existem CDBs com prazos variados disponíveis para investimento. Por isso, recomendamos que você tenha clareza sobre quais são os seus planos com essa aplicação, a fim de selecionar um vencimento que esteja em sintonia com as suas metas.
Ao fazer suas análises, não se esqueça de que alguns CDBs têm prazo de carência, ou seja, um período no qual não será possível fazer um resgate antecipado. Além disso, se o título tiver um prazo mais longo, você pode ter a sua rentabilidade prejudicada se fizer uma retirada antes do vencimento.
Liquidez
Aqui temos uma das grandes vantagens dos CDBs, já que eles estão disponíveis em graus variados de liquidez. Dessa forma, você tem a possibilidade de escolher a alternativa que mais se encaixa nos seus objetivos financeiros.
Quem busca investir para construir uma reserva de emergência, por exemplo, pode se beneficiar dos títulos com liquidez diária. Assim, há como resgatar o dinheiro com certa facilidade, a depender, é claro, de todas as demais condições do CDB em questão.
Rating de crédito e instituição emissora
Agências de rating são responsáveis por desenvolverem análises e relatórios sobre as informações comportamentais, cadastrais e econômico-financeiras de empresas. No caso dos CDBs, o foco é classificar o risco de crédito dos bancos emissores desses títulos, ou seja, a possibilidade de os investidores não receberem o dinheiro aportado de volta.
De maneira simplista, a lógica é que bancos mais sólidos e conhecidos representam aplicações mais seguras. Instituições pequenas e novas no mercado, por outro lado, implicam em maior risco de crédito.
De qualquer forma, o ideal é que, antes de tomar a sua decisão, se inteire do panorama da instituição, que não somente avalia a sua saúde financeira, como também estabelece algumas projeções para os próximos anos.
Rentabilidade
Comparados com a poupança e, às vezes, até mesmo com títulos públicos, a rentabilidade dos CDBs é bastante atrativa. Quando emitidos por bancos menores, as taxas de retorno oferecidas são mais altas, no entanto, o risco de crédito também é maior.
Lembre-se de que estes títulos são disponibilizados em três formatos de remuneração — prefixada, pós-fixada e híbrida. Na hora de aumentar a exposição do seu portfólio à renda fixa, vale estudar com cuidado as taxas oferecidas para até mesmo combinar diferentes taxas na carteira.
Topa continuar aprendendo sobre o assunto?
Muito embora os CDBs sejam investimentos de renda fixa, ou seja, considerados como seguros, ainda assim é importante que você saiba fazer análises embasadas e precisas na hora de escolher seus títulos — assim como aprendeu neste artigo.
Por isso, o que acha de dar uma olhada nas Finclasses Renda Fixa (com Marilia Fontes) e Economia Brasileira (com Pedro Malan)? Em ambas, não somente você vai entender como se comportam os ativos de determinada classe, mas também como o cenário econômico nacional pode impactar os seus investimentos. E mais: ao assinar a Finclass, você tem acesso a muitos outros conteúdos sobre o mercado financeiro, do básico ao avançado, que vão te transformar em um investidor inteligente e informado. Topa dar o play?