Professor do curso “Economia Brasileira: do Plano Real até hoje”, na plataforma da Finclass, Pedro Malan conta com mais de 60 anos de atuação no setor público e privado, tendo se destacado, sobretudo, por suas realizações como ministro da Fazenda e Presidente do Banco Central do Brasil.
Apesar de sua grande relevância para a história econômica do país, muitas pessoas — principalmente os mais jovens — podem ainda não saber detalhes de sua trajetória e o papel importante que teve para o Brasil.
Sabendo dessa possibilidade, escrevemos essa minibiografia para resolver esse problema. Agora, você já pode ter uma introdução sobre a vida e as realizações do economista e professor Pedro Malan. Vamos explicar detalhes da sua carreira, a sua importância para o país e o porquê de a Finclass dele ser imperdível!
Confira a seguir e saiba tudo sobre o seu professor!
Quem é Pedro Malan?
Pedro Malan, 80 anos, é professor e economista que exerceu importantes cargos na política econômica do Brasil.
Entre seus papéis mais notáveis, estão os cargos de negociador-chefe da dívida externa do Brasil (1991-1993), Presidente do Banco Central (1993-1994) e Ministro da Fazenda, durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Nesses cargos de renome, Pedro Malan participou de momentos cruciais para a política econômica do Brasil. Entre eles, é possível citar principalmente a atuação direta na criação e na implementação do Plano Real no país.
Biografia de Pedro Malan
Reconhecido como um dos mais influentes profissionais e pensadores de seu ramo, hoje é até difícil dissociar o nome de Pedro Malan da Economia. Por muito pouco, contudo, essa história poderia ter sido bem diferente. A princípio, essa área das ciências nem estava entre seus assuntos de interesse.
Nascido em 1943 na cidade de Petrópolis (RJ), Pedro Sampaio Malan terminou o ensino básico em sua cidade natal. Mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu seus ensinos científicos e iniciou a vida acadêmica.
Em 1961, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio). O curso escolhido? Engenharia Elétrica, graduação finalizada em 1965, aos 22 anos.
Apesar de se formar Engenheiro, sua participação ativa nos debates sobre o desenvolvimento econômico do Brasil, promovidos pelo Diretório Acadêmico durante os anos de graduação, fizeram seu interesse migrar, pouco a pouco, para a Economia.
Assim, após conquistar seu diploma, decidiu seguir sua nova paixão e mudar completamente de ares. Em 1966, participou do 18º Curso Intensivo em Problemas do Desenvolvimento Econômico, patrocinado pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), em Vitória, no Espírito Santo.
Dois anos depois, em 1968, se mudou para os Estados Unidos para cursar um doutorado em Economia. Em 1973, tornou-se doutor pela Universidade de Berkeley, na Califórnia.
Da década de 1970 em diante, suas credenciais o levaram a assumir diferentes cargos em universidades, instituições financeiras, empresas privadas e no setor público. Contudo, é a partir da redemocratização que suas atuações político-econômicas se estreitam, o levando aos holofotes.
Carreira de Pedro Malan
Caso fosse feito o exercício experimental de personificar a economia brasileira de modo a escrever sua biografia, não seria exagero dizer que o nome de Pedro Malan estaria grifado como um dos grandes personagens paralelos dessa história.
Professor, acadêmico, economista, escritor e engenheiro eletricista, Malan ganhou destaque por sua atuação como Ministro da Fazenda durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, e por presidir o Banco Central do Brasil (Bacen), no governo de Itamar Franco.
É amplamente reconhecido como um dos “pais do Plano Real”, além de ter sido responsável pela negociação que resultou na reestruturação da dívida externa brasileira no começo da década de 1990.
Embora sua carreira pública seja o que o tenha levado a ser considerado como um dos economistas mais respeitados do país, ao longo de mais de 60 anos de atuação no cenário econômico, Pedro Malan conta com um currículo bastante vasto, dentro e fora do Governo.
Resumo: 60 anos de Malan na economia
Anos 1966 – 1970
Após se formar Engenheiro Elétrico, Malan migrou para a Economia e dividiu seu tempo entre a pesquisa e a academia. Iniciou sua carreira como pesquisador, se tornou P.H.d. pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos e passou a trabalhar como docente. Entre suas principais experiências no período estão:
- Planejador e pesquisador no Epea, Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada (EPEA), do Ministério do Planejamento — o atual Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA);
- Ph.d. em Economia na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos;
- Fundador e Presidente do Instituto dos Economistas do Rio de Janeiro;
- Editor da Revista Brasileira de Economia;
- Professor universitário de Economia na PUC-RJ.
Anos 1980 – 1990
Nessa década, Pedro Malan acumulou experiências no exterior, atuando como professor universitário na Inglaterra e exercendo cargos diretivos em departamentos na Organização das Nações Unidas (ONU). Entre suas principais experiências no período estão:
- Responsável pelo Departamento de Economia Internacional e Assuntos Internacionais na ONU, em Nova Iorque;
- Professor visitante no Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge;
- Bolsista do King’s College, em Londres.
Anos 1990 – 2000
Sua ampla experiência internacional o qualificou a assumir importantes funções para o Governo. Embora já tivesse trabalhado como pesquisador para o Ministério do Planejamento, é a partir desse momento que sua trajetória no setor público começa a ser notada. As conquistas econômicas neste período o alçaram à posição de um dos economistas mais influentes do país até hoje. Entre suas principais experiências no período estão:
- Representante do Brasil na Diretoria Executiva do Banco Mundial, em Washington;
- Diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID);
- Negociador da dívida externa, no Governo de Itamar Franco;
- Presidente do Banco Central;
- Ministro da Fazenda, nos dois governos de FHC (1995 – 2002).
Anos 1990 – 2000
Com o fim do Governo FHC, passou a atuar no setor privado, sendo conselheiro de instituições financeiras e empresas de diferentes ramos. No campo da literatura, publicou “Uma certa ideia de Brasil: entre passado e futuro” e participou como organizador e coautor de “130 anos: em busca da República”. Entre suas principais experiências no período estão:
- Presidente do conselho de administração do Unibanco-Itaú;
- Escritor;
- Membro dos conselhos de administração de diferentes empresas, tais como: Ponto Frio, OGX Petróleo e Gás, Alcoa, Souza Cruz e Mills Engenharia, entre outros.
Atualmente, Pedro Malan é membro de conselhos de diferentes companhias no Brasil e no exterior, além de atuar como professor do Departamento de Economia da PUC-Rio (posição que ocupa desde a década de 1970). Aqui na Finclass, é o responsável pelo cursos “Economia Brasileira: do Plano Real até hoje”.
Contudo, antes de avançar, vale reforçar os momentos mais marcantes dessa longa trajetória dedicada à Economia. Seguem, em detalhes, as experiências que o tornaram em uma referência em sua área.
Professor de Economia
Os primeiros anos da carreira de Pedro Malan são, quase exclusivamente, dedicados à pesquisa e à academia. Após se tornar P.H.d. em Economia, passou a integrar o quadro de docentes da PUC-RJ (a mesma instituição pela qual se tornou graduando de Engenharia Elétrica, anos antes), sendo um dos criadores do programa de mestrado em Economia da universidade.
Na década de 1980, também teve a oportunidade de atuar com educação no exterior, ao assumir a função de professor visitante no Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Banco Mundial
Em 1986, é convidado pelo Governo para representar o Brasil como diretor-executivo junto ao Banco Mundial (BM), em Washington — vaga que ainda não havia sido exercida pelo país desde a origem da instituição.
Os quatros anos em que exerce a função são marcados por crises financeiras, lhe permitindo observar de perto a negociação da dívida externa do México, o que lhe daria estofo para, tempo depois, atuar como negociador da dívida brasileira.
Dois anos após sua primeira passagem pelo Banco Mundial, reassume a sua posição na instituição após ser eleito por oito países.
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Em 1991, ainda em Washington, é eleito pelo Governo brasileiro como diretor-executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Entre os dois anos em que se manteve no cargo, representou o Brasil em reuniões e encontros internacionais, incluindo o G24, na República Dominicana, Alemanha e Estados Unidos.
Nesse meio tempo, foi designado pelo ministro da Economia, Fazenda e Planejamento, Marcílio Marques Moreira, como negociador-chefe da dívida externa brasileira.
Banco Central
Após sete anos atuando como representante brasileiro no exterior, Pedro Malan retorna dos Estados Unidos, após aceitar o convite do então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, para assumir a presidência do Banco Central do Brasil (Bacen).
À frente do Bacen torna-se coordenador do grupo de economistas responsáveis pelo desenvolvimento do “Plano Real”, projeto de estabilização econômica que tinha por objetivo eliminar um processo inflacionário que havia levado a taxa de inflação anual a mais de 2.000%. Torna-se, desse modo, um dos “pais” da moeda utilizada no Brasil até os dias de hoje;
Além disso, Malan participou, em Washington, da negociação que resultou na redução e na reestruturação da dívida do Brasil com bancos internacionais.
Ministério da Fazenda
Impulsionado pelo sucesso do Plano Real e reconhecido como o ministro responsável por dar fim a uma sequência de 15 anos de inflação anual superior a 100%, Fernando Henrique Cardoso ganhou a corrida eleitoral de 1994, já no primeiro turno.
Ao montar a nova equipe econômica, como não poderia ser diferente, FHC convidou o então presidente do Banco Central e coordenador do Plano Real, Pedro Malan, para assumir o cargo de Ministro da Fazenda do seu Governo.
Mantido na posição durante os dois mandatos do tucano (de 1995 a 2002), a gestão de Malan frente a pasta ficou marcada pela defesa de bandeiras como: privatizações, menor interferência política na economia, redução da taxa de juros, e equilíbrio da balança comercial.
Livros de Pedro Malan
Não basta viver a história, faz-se necessário, também, contá-la. Com uma trajetória marcada pela pesquisa e pela docência, não é de se estranhar que Pedro Malan também tenha se preocupado em deixar seu legado na literatura.
Entre publicações científicas e artigos diversos, a carreira de Malan com as letras é mais conhecida pela publicação da obra “Uma certa ideia de Brasil: entre passado e futuro” e sua participação no livro “130 anos: em busca da República”.
Uma certa ideia de Brasil: Entre passado e futuro
Lançado em 2018, “Uma certa ideia de Brasil: entre passado e futuro” compila as colunas assinadas, mensalmente, por Pedro Malan entre 2003 e 2018 no jornal O Estado de São Paulo.
São, portanto, artigos que apresentam um recorte de 15 anos da realidade política e econômica do Brasil pela perspectiva do escritor, conforme os fatos foram ocorrendo.
A edição conta com orelha escrita por Fernando Henrique Cardoso e apresentação de Edmar Bacha, dois dos personagens que compartilham com Malan a autoria do Plano Real.
130 anos: Em busca da república
Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Sociais, “130 anos: em busca da República” se propõe a criar um mosaico capaz de compilar e conectar os fatos que moldaram a República Federativa do Brasil, desde a sua proclamação, em 1889, até o ano de publicação da obra, 2019.
Com organização de Pedro Malan, Edmar Bacha, José Murilo de Carvalho, Joaquim Falcão e Marcelo Trindade, o livro de pouco mais de 250 páginas apresenta a história dos 130 anos de república pela visão de 39 pensadores brasileiros — 12 economistas, 14 advogados e 12 historiadores e cientistas sociais.
Cada capítulo da obra apresenta uma década e é constituído por três artigos concisos sobre os pontos de vista econômico, jurídico e político.
Curiosidades sobre Pedro Malan
Nos livros ou na vida, é sabido que os grandes acontecimentos é que moldam a narrativa e servem como sinopse para a história. Contudo, são os detalhes que enriquecem e adornam a trajetória de qualquer personagem.
Assim, para você que gostou de conhecer um pouco mais sobre a vida Pedro Malan, seguem 10 curiosidades sobre ele e seus feitos que ficaram, inicialmente, fora deste texto e que, talvez, não sejam do seu conhecimento.
- Foi durante a gestão de Malan no Ministério da Fazenda que foi criado o conceito de tripé macroeconômico, metodologia que norteia ainda hoje as tomadas de decisão sobre a economia brasileira. Seus três componentes são: o câmbio flutuante, as metas fiscais e as metas de inflação;
- Embora trabalhe atualmente no setor privado, dado a sua importância histórica, Malan constantemente é convidado a opinar sobre a realidade política e econômica do Brasil. Em entrevista recente, compartilhou sua opinião sobre o que considera os dois maiores desafios nacionais a curto e longo prazo: o déficit das contas públicas e a educação;
- Pedro Malan aparece no documentário “O presidente Improvável” (2022), longa dirigido por Belisario Franca, que narra a trajetória de FHC desde seus anos de estudante até a atualidade. A história do ex-presidente é contada por meio de recortes de seus diálogos com diferentes personalidades. Além de Malan, aparecem conversas com personagens como: Gilberto Gil, Bill Clinton, Gilda Gouveia, José Gregori, Nelson Jobim, entre outros;
- O frango e o pão francês acabaram se tornando ícones representativos do poder de compra do real, quando do lançamento da nova moeda brasileira. Em 1994, com uma nota de R$1,00 dava para comprar 1kg de frango ou 10 pãezinhos;
- O controle da inflação promovido pelo Plano Real, somado ao aumento da exportação de produtos manufaturados chineses, e o controle de cotação do dólar pelo governo brasileiro, ocasionou um fato curioso: a criação e a rápida proliferação das lojas de R$1,99 em todo o território nacional;
- No momento de criação do Plano Real, o valor da moeda brasileira era exatamente igual ao do dólar. Em outubro de 1994, o câmbio do dólar chegou a R$0,82, um recorde nunca mais alcançado;
- No total, 88 ministros passaram pelos governos de FHC. Pedro Malan, foi um dos únicos três — junto a Francisco Wellfort (Cultura) e Paulo Renato Souza (Educação) — que se mantiveram no cargo durante todo o mandato do presidente;
- Pedro Malan é o segundo ministro da história do Brasil a se manter mais tempo à frente da pasta da Fazenda. Só fica atrás de Artur de Souza Costa, quem ocupou a posição por 11 anos durante o governo de Getúlio Vargas;
- Durante os sete anos que Malan trabalhou representando o Brasil no exterior, oito ministros da Fazenda acabaram passando e caindo do cargo. Ao assumir a função em 1994, o economista se manteve em frente à pasta por mais tempo que seus oito antecessores juntos;
- Pedro Malan é creditado como o autor da frase “No Brasil, até o passado é incerto”, citação antológica, comumente repetida por cientistas políticos, historiadores, economistas e políticos.
Pedro Malan e Finclass – Plataforma de Educação Financeira
Ex-presidente do Bacen, do BID e do Banco Mundial, e ex-ministro da Fazenda. Negociador-chefe da dívida externa brasileira na década de 1990, coordenador do Plano Real, e um dos economistas responsáveis pelo fim da hiperinflação brasileira.
Não haveria ninguém melhor para explicar as transformações econômicas do Brasil nas últimas décadas, do que quem assistiu de perto e fez parte, enquanto protagonista, dessa história.
Em “Economia Brasileira: do Plano Real até hoje“, curso exclusivo da Finclass, Pedro Malan fala das experiências pessoais que marcaram sua vida pública frente a importantes órgãos econômicos, além de apresentar, em primeira pessoa, os bastidores políticos dos grandes fatos que moldaram a realidade econômica do país.
Certamente, a essa altura não faz falta sublinhar ainda mais a razão pela qual Pedro Malan é considerado um dos economistas mais influentes do Brasil. Fica, então, o convite para que você acompanhe o curso exclusivo ministrado por ele na Finclass.
Aprender com quem viveu e fez a história é uma oportunidade que não deve ser ignorada. Esperamos que essa seja apenas uma das inspirações para o seu próprio sucesso!