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Como investir em renda fixa com menos de R$1000?

Muitas pessoas acreditam que, para ter uma carteira de investimentos eficiente, é necessário investir grandes somas. No entanto, com menos de R$1000, é possível montar uma carteira de renda fixa diversificada, líquida e eficiente

Neste artigo, vamos mostrar passo a passo como montar sua carteira de renda fixa de forma prática, garantindo a segurança do seu investimento e a liquidez necessária para atender às suas necessidades.

O que é liquidez e por que ela é importante?

Liquidez é a capacidade de converter um ativo em dinheiro rapidamente, sem perder valor. Muitos produtos de renda fixa, como CDBs, LCIs e debêntures exigem que você mantenha o investimento até o vencimento ou sofra uma penalidade caso precise sacar o dinheiro antecipadamente. 

Para evitar essa falta de liquidez e manter flexibilidade, uma ótima alternativa é investir em ETFs de renda fixa. Com os ETFs, você obtém uma maneira mais prática de lidar com seus investimentos e garantir que tenha acesso ao seu dinheiro sempre que precisar.

Além disso, a liquidez é importante porque oferece segurança financeira. Em situações de emergência, ter investimentos líquidos permite que você resgate seus recursos sem perder valor. Por isso, a escolha dos ETFs de renda fixa pode ser uma excelente opção para garantir essa flexibilidade, especialmente se você está começando a investir e deseja evitar riscos desnecessários.

Por que investir em ETFs de renda fixa?

Os ETFs (Exchange-Traded Funds) de renda fixa são uma excelente alternativa para quem deseja montar uma carteira com segurança, praticidade e bons rendimentos. Eles combinam três grandes vantagens: liquidez, baixa tributação e simplicidade.

Entenda:

Liquidez

Você pode vender suas cotas a qualquer momento, sem penalidades. Essa característica é fundamental para garantir que você tenha acesso ao dinheiro investido quando precisar, sem complicações.

Baixa tributação

A alíquota de Imposto de Renda (IR) é de apenas 15% sobre o lucro, independentemente do prazo do investimento. Isso significa que, além de ter flexibilidade, você paga menos impostos em comparação a outros tipos de investimentos.

Simplicidade

Com um ETF, você investe de maneira passiva, sem precisar gerenciar diretamente a compra de títulos ou reinvestimentos. Os ETFs facilitam a vida do investidor porque replicam índices, eliminando a necessidade de acompanhamento diário e decisões frequentes sobre quais títulos comprar ou vender.

Além dessas vantagens, os ETFs são negociados em bolsa, o que os torna acessíveis e relativamente simples para pequenos investidores. Isso é especialmente interessante para quem está começando e quer aprender mais sobre investimentos de forma gradual, sem a complexidade de gerenciar uma carteira cheia de diferentes ativos.

É possível montar uma carteira de renda fixa com pouco dinheiro?

Com menos de R$1000, você pode montar uma carteira de renda fixa diversificada, eficiente e com alta liquidez utilizando ETFs e outros ativos que oferecem proteção contra a inflação, rendimento previsível e exposição ao mercado internacional. Além disso, os ETFs proporcionam um custo de manutenção baixo e são extremamente acessíveis para quem está começando.

Esta é uma ótima maneira de garantir retornos sólidos em momentos de incerteza, sem abrir mão de ter seu dinheiro disponível quando precisar. Com a diversificação entre títulos de curto e longo prazo, pré e pós-fixados, além da exposição internacional, você cria uma estratégia robusta e versátil, mesmo com um valor inicial baixo.

Lembre-se de que a chave para o sucesso nos investimentos é a consistência. Mesmo começando com pouco, manter os aportes regulares e revisar sua carteira periodicamente são passos fundamentais para construir um patrimônio sólido ao longo do tempo.

Importante:**Nota**: eSempre revise sua carteira periodicamente e ajuste as alocações conforme suas metas de investimento mudarem. Este é um passo crucial para manter o alinhamento da sua estratégia com seus objetivos financeiros e maximizar os resultados a longo prazo.

Passo a passo de como montar uma carteira de renda fixa com menos de R$1000

Montar uma carteira de renda fixa eficiente exige considerar o perfil de risco e a diversificação. Por isso, o passo a passo para essa tarefa é o seguinte:

  1. Buscar por títulos públicos indexados à inflação;
  2. Encontrar títulos públicos de longo prazo;
  3. Investir em títulos prefixados;
  4. Investir em títulos pós-fixados. 

A seguir, explicamos cada item desse passo a passo de como alocar menos de R$1000 em diferentes ETFs de renda fixa para construir uma carteira segura e diversificada.

1 – Exposição a títulos públicos indexados à inflação (IMAB-5)

A primeira parte da sua carteira será focada em títulos públicos indexados ao IPCA (inflação), com vencimento em até cinco anos. 

Isso garante uma proteção contra a inflação em prazos mais curtos, ajudando a preservar o poder de compra do seu dinheiro. Essa exposição também diminui o risco de perder valor frente ao aumento do custo de vida, o que é especialmente relevante em um cenário econômico instável.

  • ETF: IMAB-5 (B5P211);
  • Composição: este ETF replica o índice IMAB-5, que é composto por títulos públicos atrelados ao IPCA;
  • Taxa de Administração: apenas 0,20% ao ano;
  • Alocação na carteira: 30%;
  • Valor da cota: aproximadamente R$88.

Com uma alocação de 30%, você assegura uma boa parcela do seu capital investido em um ativo que protege contra a inflação, mantendo o poder de compra e reduzindo a incerteza em relação ao futuro.

2 – Exposição a títulos públicos de longo prazo (IMAB-5+ Mais)

Para diversificar ainda mais a exposição a títulos públicos, é importante incluir um ETF que abrange papéis com vencimento superior a cinco anos. Esses papéis tendem a ter maior volatilidade, mas oferecem potenciais maiores retornos no longo prazo. 

A volatilidade de longo prazo pode trabalhar a seu favor, aumentando o retorno esperado e contribuindo para um crescimento mais expressivo do patrimônio.

  • ETFs: IMAB-5+ do Itaú (IB5M11) ou do Bradesco (B5MB11);
  • Composição: títulos públicos indexados ao IPCA com prazos superiores a cinco anos;
  • Taxa de administração: entre 0,20% e 0,25% ao ano;
  • Alocação na carteira: 25%;
  • Valor da cota: em torno de R$120.

A exposição a títulos de longo prazo também pode ser vantajosa em períodos de queda da taxa de juros, pois os preços desses títulos tendem a subir, aumentando assim o valor do ETF. Portanto, essa estratégia não só amplia a diversificação da sua carteira, mas também potencializa o rendimento em ciclos econômicos favoráveis.

3 – Exposição a títulos prefixados (IRF-M)

Para garantir previsibilidade e estabilidade na sua carteira, o próximo passo é adicionar títulos prefixados

Esses títulos garantem uma taxa de retorno fixa, o que significa que, independentemente das mudanças nas taxas de juros ou da inflação, você sabe exatamente quanto receberá no final do prazo. Isso proporciona mais segurança e controle sobre seus ganhos.

  • ETF: IRFM-11;
  • Composição: títulos públicos prefixados de diversos prazos;
  • Taxa de Administração: 0,20% ao ano;
  • Alocação na carteira: 30%;
  • Valor da cota: aproximadamente R$110.

A previsibilidade oferecida por títulos prefixados é especialmente importante para quem deseja garantir um fluxo de caixa estável, sem depender das flutuações do mercado. Com 30% da carteira alocados em títulos prefixados, você se protege contra a volatilidade e aumenta a segurança dos seus rendimentos.

4 – Exposição a títulos pós-fixados (Tesouro Selic ou Fundo DI)

Embora não exista um ETF que atenda perfeitamente essa categoria no Brasil, você pode completar sua carteira com um ativo pós-fixado, como o Tesouro Selic ou um fundo DI de taxa zero. 

Esses ativos são ideais para momentos de alta na taxa Selic e têm liquidez diária, o que significa que você pode resgatar seu investimento sem complicações e sem perdas.

  • Opções: Tesouro Selic ou fundo DI de taxa zero;
  • Alocação na carteira: 15%.

A exposição a títulos pós-fixados garante uma parte do seu capital sempre disponível, enquanto segue as flutuações da taxa de juros. Em tempos de alta dos juros, essa categoria tende a trazer retornos mais interessantes, além de manter um nível de liquidez essencial para emergências financeiras.

Como investir em renda fixa no exterior?

Caso você queira diversificar internacionalmente, uma boa opção é alocar 5% da sua carteira em títulos de renda fixa dos EUA, que atualmente oferecem bons retornos. Essa diversificação reduz o risco país e permite que você tenha acesso a uma economia mais estável e uma moeda mais forte. 

Investir em títulos de renda fixa no exterior também pode proteger sua carteira contra flutuações econômicas locais.

  • ETF: USDB11;
  • Composição: diversificação em títulos públicos e corporativos de alta qualidade nos EUA;
  • Valor da cota: cerca de R$90.

Além de aumentar a diversificação, essa exposição internacional pode servir como uma proteção contra a desvalorização cambial, especialmente em um país como o Brasil, onde as variações cambiais podem ser bastante expressivas. 

A alocação de 5% também permite que você tenha uma exposição controlada, sem aumentar o risco geral da carteira.

Quanto você precisa para montar uma carteira de renda fixa?

Dependendo de suas escolhas, você pode montar essa carteira com R$500 a R$960, mantendo todos os seus investimentos líquidos e com excelente diversificação. Veja os detalhes:

  • Sem exposição internacional: de R$456 a R$960;
  • Com exposição internacional: aproximadamente R$800.

Montar uma carteira de renda fixa diversificada com menos de R$1000 é possível porque os ETFs permitem investir pequenas quantias e ainda assim obter uma boa exposição a diferentes tipos de títulos. 

Isso é ideal para pequenos investidores que desejam dar seus primeiros passos com segurança e potencial de crescimento.

Vantagens de investir em renda fixa com menos de R$1000

Montar uma carteira de renda fixa com menos de R$1000 oferece diversas vantagens, especialmente para investidores iniciantes que desejam segurança e simplicidade. Diversificação acessível, liquidez, custo baixo e exposição internacional são algumas delas.

Entenda cada uma a seguir.

Diversificação acessível

Mesmo com pouco capital, é possível diversificar o risco, investindo em diferentes tipos de títulos, como títulos prefixados, pós-fixados, indexados à inflação e internacionais.

Liquidez

Você pode resgatar seu investimento com facilidade, garantindo que o dinheiro estará disponível em caso de necessidade. Isso é fundamental para qualquer investidor que preze pela segurança e deseja ter uma reserva acessível para emergências.

Custo baixo

Os ETFs possuem baixas taxas de administração em comparação a fundos de investimento tradicionais. Isso significa mais dinheiro rendendo e menos gastos com taxas, aumentando o retorno líquido no longo prazo.

Simplicidade na gestão

Com ETFs, você não precisa se preocupar em gerenciar títulos individuais, o que torna o processo de investimento muito mais prático. A gestão passiva dos ETFs também ajuda a reduzir a carga de trabalho necessária para acompanhar o mercado, deixando o investidor mais tranquilo.

Exposição internacional

Com uma pequena parte da sua carteira alocada em títulos de renda fixa dos EUA, você garante diversificação geográfica e reduz o impacto das variações econômicas locais, além de potencializar os ganhos em caso de apreciação do dólar.

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Acredite: é possível montar uma boa carteira de renda fixa com pouco dinheiro. Mesmo a passos mais comedidos, o importante é que você inicie logo a sua jornada de investimentos para, aos poucos, aumentar os seus aportes e otimizar o seu patrimônio.

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Guilherme Cadonhotto
Guilherme Cadonhotto
Além de Estrategista da Finclass, Guilherme Cadonhotto é reconhecido como um grande especialista em Renda Fixa. Bacharel em Economia pela FGV e pela Nova School of Business and Economics e mestrando em Economia e Finanças pelo IDP. Tem experiência na gestão de fundos de investimento de Renda Fixa, Crédito Privado e Multimercado, hoje ele ensina seus alunos e seguidores como conseguir, investindo em renda fixa, rendimentos tão grandes (ou até maiores) que os das ações.
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