Investir em ações da melhor maneira envolve a escolha de algumas das diversas estratégias vencedoras que foram desenvolvidas ao longo da história.
Entre elas está a análise técnica, que tem como princípio a avaliação do comportamento das ações por meio de gráficos.
Você sabe, porém, quais são eles?
Neste artigo vamos explicar com mais detalhes sobre os diferentes gráficos de ações, destacando os 3 principais, como eles funcionam e como fazer a sua análise dos ativos a partir deles.
Siga com a gente e confira!
O que é análise técnica de ações?
Antes de mais nada, temos que iniciar o artigo explicando a estratégia por trás do uso do gráfico de ações.
A análise técnica de ações consiste no estudo dos preços das ações ao longo do tempo.
Explicando de forma mais detalhada, os analistas especialistas neste tipo de técnica buscam olhar o comportamento da cotação das ações de acordo com determinados períodos.
Dessa forma, eles conseguem identificar certos padrões de comportamento que os ajudam a chegar à conclusão se é o momento de comprar determinada ação ou se o correto é vendê-la.
O objetivo é usar essas projeções históricas para decifrar os momentos em que as pessoas estiveram mais otimistas ou pessimistas em relação a determinado papel. A partir disso, podem observar o comportamento desses ativos nos períodos avaliados e projetar possíveis quedas ou altas.
Essas projeções, obviamente, não são feitas apenas com base em suposições. Existem diversas técnicas para ajudar a chegar à determinada conclusão.
Entre essas técnicas, está a de análise de gráficos de ações, que ajudam a fornecer informações para esses analistas.
Para que serve a análise técnica?
De forma bastante sucinta, o objetivo dessa técnica é identificar padrões de comportamento que ajudam o investidor a conseguir vender a ação na alta e comprar na baixa.
Já se formos mais específicos nos termos técnicos, essa estratégia é possibilitada após o investidor identificar uma tendência no comportamento de determinado ativo.
Ao identificá-la, o investidor deve operar a favor dela. Em contrapartida, a partir do momento em que são verificados sinais de reversão dessa tendência, o ideal é sair dessa operação imediatamente.
Quem faz análise técnica de ações?
Geralmente, o uso da análise técnica para a escolha de ações para investir é feito por investidores de curto prazo, como os traders.
Essa estratégia costuma ter mais eficiência principalmente para quem faz os processos de day trade e swing trade.
Caso você ainda não saiba, day trade é uma operação de compra e venda de ações realizada dentro de um mesmo dia. Já o swing trade é semelhante, só que o movimento é feito em um período um pouco maior, dentro de algumas semanas.
Se engana, porém, quem acredita que a análise técnica serve apenas para operações de curto prazo.
Apesar de priorizarem a análise fundamentalista — que consiste em fazer um estudo geral sobre a empresa, os seus resultados e projeções para o futuro — alguns investidores de longo prazo também usam a análise técnica para complementar as suas teses de investimento.
Quais os principais gráficos de ações?
Existem três principais gráficos usados para a análise de ações. Confira sobre cada um deles com mais detalhes a seguir.
Gráfico de ações de linhas
O gráfico de ações no modelo de linhas é um dos mais simples, mas ainda assim um dos mais presentes no mercado financeiro. Ele é usado não só na análise técnica, mas também para compor análises fundamentalistas e outros tipos de estudos de agentes do setor.
Um gráfico de linhas costuma mostrar, na maioria das vezes, os valores de fechamento de determinada cotação em relação ao dia. Isso, no entanto, está longe de ser uma regra e vai variar do tipo de dado que o investidor quer buscar.
O gráfico de ações de linhas, por exemplo, pode ser usado para medir semanas, meses, anos, horários ou períodos de tempo que o investidor desejar.
Ao mesmo tempo, ele também pode variar quanto ao momento da cotação, mostrando valores de abertura, fechamento, maiores altas e maiores baixas.
Portanto, é um gráfico bastante versátil. A sua principal virtude está na simplicidade para se mostrar os dados, consistindo em uma maneira fácil, rápida e prática de se olhar o comportamento dos preços das ações.
Gráfico de ações de barras
Já o gráfico de ações de barras é uma variação do de linhas. A diferença é que ele costuma ter preenchidas as partes verticais da linha. Dessa forma, é possível não só ver a variação ao longo dos dias, mas também informações de abertura, fechamento e maiores altas e mínimas do dia.
No gráfico abaixo, vemos um modelo de barras. A linha grande na vertical representa a maior alta e maior baixa da ação em determinado período. Geralmente, representa essa variação em um mesmo pregão.
Já os pequenos riscos na horizontal mostram o patamar de fechamento e abertura desse ativo.
No caso abaixo, os dias de subida das ações estão representados pela cor verde e os de queda pela cor vermelha. O traço que indica a abertura é o que está à esquerda da linha vertical. Já o que indica o fechamento está à direita dessa mesma linha.
Observamos também, na parte baixa do gráfico, a variação do volume de ações negociadas naquele determinado período. Dessa forma, acaba complementando a informação.
Analisar o volume de ações negociadas é um ponto importante na análise técnica de ações, já que a quantidade de negociação é um fator de influência nas projeções dos analistas e impacta na determinação dos preços de tendência.
Gráfico candlestick
Esse é talvez o modelo mais completo para os analistas de gráficos de ações. Isso porque o candlestick te dá muitas informações: valor de abertura, fechamento, máxima e mínima.
Além disso, essa informação é muito mais visual, já que cada uma dessas informações possui cores e formatos diferentes.
Dessa forma, é possível fazer análises de padrões para chegar a conclusões mais precisas sobre o comportamento dos preços.
As barras do gráfico possuem um formato semelhante a uma vela.
É inclusive daí que vem o nome, já que a palavra “candlestick”, em inglês, pode ser traduzida para algo como candelabro ou castiçal, que são objetos usados para segurar velas.
Nos candlesticks dos gráficos existem duas partes principais.
A primeira delas é o corpo, que é a parte mais grossa do candle. Ele é usado para mostrar o valor de abertura e fechamento da ação, com a parte de baixo mostrando o valor menor e a de cima o maior.
Além disso, o corpo também mostra se essa ação caiu ou subiu naquele dia. Se o ativo encerrou o pregão em alta, o corpo do candle apresentará cor branca, verde ou azul. Já se houve uma baixa, a cor de preenchimento será preta ou vermelha.
Já a parte mais fina do candle é o que conhecemos como fio. Ela mostra a oscilação mínima e máxima da ação naquele dia. Ou seja, o menor valor que ela teve dentro daquele mesmo pregão e também o maior valor.
Portanto, é uma excelente forma para acompanhar não só se a ação tem se valorizado e desvalorizado, mas também qual é a volatilidade dela dentro do pregão.
Como fazer análise de gráficos de ações
Agora que você já sabe os principais tipos de gráficos, vamos te ensinar mais detalhes sobre os conceitos mais usuais para analisá-los. Confira a seguir.
Suporte e resistência
Esse é um dos conceitos base para fazer uma análise técnica.
A boa notícia é que eles são bem simples de entender.
Falamos que o preço de uma ação chegou no suporte quando ele atingiu um patamar em que a tendência é que ele pare de cair.
Dessa forma, esse é geralmente um bom momento para realizar a compra do ativo, já que ele deve começar a subir.
Já quando falamos que o preço do ativo chegou à resistência é justamente o oposto. Ele atingiu o máximo que se esperava e a tendência é que comece a cair.
Portanto, a indicação gráfica é para que você realize a venda do ativo.
Engolfo de alta
Já o termo engolfo de alta consiste em um dos padrões de mudança de tendência.
Nesse caso, trata-se de uma tendência altista, ou seja, o engolfo de alta ocorre no momento em que a ação sinaliza a reversão de um movimento de baixa para um de alta.
No gráfico de ações, ele é observado na seguinte situação: o primeiro candle destacado tem um tamanho menor e apresentou uma baixa, sendo preenchido com a cor branca ou vermelha. Já o candle do dia seguinte apresentou uma alta e tem um tamanho muito maior, “engolindo” o anterior.
Para ficar mais fácil de entender, vamos representar a explicação com a imagem abaixo:
Em inglês, o termo é chamado de “Bullish engulfing”. A origem é justamente do termo “bull”, que é o momento em que os mercados estão em alta.
A palavra bull em inglês significa touro. O animal é usado para representar um momento de alta do mercado, pois ele ataca de baixo para cima, levantando o seu oponente no ar.
Engolfo de baixa
Já o termo engolfo de baixa é justamente o oposto do de alta.
Trata-se de um momento em que a ação tem uma tendência baixista.
É representado de forma oposta ao engolfo de alta, ou seja, o candle que possui um tamanho maior e que aparece no dia seguinte agora é o de queda na cotação, representado pela cor vermelha (ou branca, dependendo do gráfico).
Em inglês, o termo é chamado de “Bearish engulfing”. A origem vem do termo “bear”, em inglês, que indica o momento em que os mercados estão em baixa.
O termo é usado, pois a palavra “bear” em inglês significa urso. Esses animais costumam atacar de cima para baixo, empurrando os seus oponentes para o chão, assim como acontece quando os mercados caem repentinamente.
Martelo
O martelo é representado por um candle que possui uma longa sombra para baixo. Esse fio possui um tamanho mais de duas vezes maior do que o corpo do candle.
Portanto, representa um ativo que oscilou bastante para baixo durante o dia.
O nome é usado porque o candle fica com um formato parecido com um martelo, formando um longo fio e um corpo mais curto.
Estrela cadente
Já a estrela cadente é como se fosse um martelo, só que de forma invertida.
Portanto, é um ativo que possui um longo fio para cima e um corpo um pouco menor.
Na prática, trata-se de um ativo que oscilou bastante para cima durante o pregão especificado.
Média móvel
A média móvel é um termo com origem na estatística e consiste no ato de tirar uma média dos preços dos ativos em determinado período de tempo.
Você deve ter ouvido bastante esse termo média móvel durante a pandemia. Ele foi usado com frequência para ter uma melhor noção da evolução do número de casos de covid-19.
Na análise técnica, o raciocínio é parecido. Por exemplo: se você optar por tirar a média móvel de dois dias, esse cálculo será formado pelos preços médios de determinada ação nos dois dias anteriores.
Na prática, no gráfico candlestick, essa média aparece no formato de linha, evoluindo junto com a cotação da ação.
As estratégias com esse dado são inúmeras, mas o racional por trás dela é que, segundo os analistas, dificilmente o preço dos ativos se distancia absurdamente da média móvel.
Portanto, quando isso acontece, a tendência é que ele volte a retornar para ela.
Existem dois tipos de médias móveis: aritmética e exponencial. A grande diferença é que nas exponenciais é atribuído um peso maior aos preços recentes.
Bandas de Bollinger
Esse é um indicador estatístico que age em complemento com a média móvel.
Ele tem como objetivo coletar informações sobre a volatilidade dos papéis.
Para isso, calcula-se os desvios-padrão da distribuição normal dos preços. A partir disso, é possível saber o quanto a cotação do ativo pode ficar acima ou abaixo da média móvel.
Na prática, são traçadas uma linha superior e uma inferior no gráfico candlestick, ou seja, as bandas. Essas, acompanham uma linha central.
O objetivo final é dar indicações aos investidores. Quando o candle encosta na linha superior do gráfico, a tendência é que o ativo caia. Já quando ele chega à linha inferior, a tendência é que ele suba.
Índice de força relativa
Esse indicador funciona como um tipo de “medidor” da aceleração do movimento dos preços de determinado ativo.
A partir disso, é possível identificar se o papel está com tendência de queda ou de subida.
Para medi-lo, os analistas utilizam uma escala de variação que vai de 0 a 100. Quando está acima de 70, é considerado que o papel está em posição de sobrecompra, ou seja, tende a cair para voltar a um padrão ideal de negociação.
Já quando ele está abaixo de 30 está em uma posição de sobrevenda, ou seja, a ação tende a subir.
Fibonacci
O método de Fibonacci é um conceito mais complexo, mas muito utilizado na análise técnica.
Caberia um artigo inteiro apenas para explicá-lo.
No entanto, para explicarmos de forma resumida, esse método é baseado em um conceito elaborado pelo matemático Leonardo Fibonacci, no longínquo século XVIII.
O objetivo do uso na análise técnica é proporcionar ao investidor a possibilidade de identificar zonas de alerta.
Com isso, o investidor trader pode identificar possíveis reversões, suportes ou resistências em determinado ativo.
Em momentos de alta ou queda muito brusca, naturalmente o mercado faz correções nos ativos. O método de Fibonacci ajuda a identificar qual vai ser a intensidade desse determinado ajuste.
Esse método, porém, deve ser usado apenas para observação de oportunidades e utilização com outros indicadores. Portanto, usá-lo de forma isolada e exclusiva pode ser um problema e levar a análises equivocadas.
Como identificar se as ações vão subir ou descer?
Agora que você sabe quais as principais estratégias, como então usá-las para identificar se as ações vão subir ou cair?
Para fazer essa análise, você deve fazer o cruzamento de algumas ferramentas, que acabam se complementando para uma avaliação completa. Confira abaixo alguns dos principais conceitos.
Identificar topos e fundos
Saber identificar os topos e fundos é fundamental para o sucesso em uma estratégia de análise gráfica.
Como você já deve saber, o topo, de acordo com a análise técnica, é quando as ações chegam à sua cotação máxima e têm tendência de baixa. Já o fundo é quando chega à mínima e tende a subir.
Geralmente, o mercado sabe identificar esses pontos, pois é nesses momentos que se estabelece uma resistência (dificuldade de o preço subir) ou um suporte (improbabilidade de queda).
É de extrema importância que você, investidor, saiba olhar o gráfico de ações para identificar esse movimento com antecipação.
Afinal, quando algum desses padrões acontece, a tendência é que haja a formação imediata de um novo comportamento, já que o preço será afetado pela grande demanda dos investidores.
Esse, no entanto, é o primeiro passo de uma análise.
Traçar linhas de tendência
A segunda etapa para a análise é traçar uma linha de tendência.
Para realizar essa tarefa, você deve traçar a linha com a reta tocando os topos ou fundos do gráfico escolhido, seja o de linhas, barras ou candlestick.
Se tocará o topo ou o fundo, vai depender do movimento das ações no quadrante selecionado.
O último passo é verificar a sua inclinação. Dessa forma, você poderá observar o movimento atual que ele está.
Os analistas afirmam que é necessário no mínimo dois movimentos de altas e baixas para traçar uma linha de tendência, mas alguns mais conservadores preferem começar a partir de três.
Utilizar uma média móvel
A última tarefa é utilizar uma média móvel, conforme citamos acima.
Essa técnica é importante para ter uma maior precisão sobre os movimentos da ação.
Essa média móvel estará próxima da linha de tendência.
Conforme falamos mais acima, a estratégia para utilizar a média móvel é saber identificar o momento em que os ativos se descolam dela.
Afinal, a tendência é que o preço sempre siga a média móvel. Se em determinado momento ele se descolar, é sinal de que a ação está subprecificada ou sobre precificada.
Existem, porém, diferentes tipos de média móvel. Portanto, é importante se aprofundar em cada uma delas para utilizar em uma estratégia de análise gráfica.
Onde acompanhar gráfico de ações
Atualmente, é possível encontrar diversos sites e plataformas que disponibilizam gráficos de ações.
Até mesmo na plataforma de algumas corretoras é possível encontrar materiais completos para realizar a sua análise.
Portanto, faça uma avaliação aprofundada e escolha a ferramenta que mais se adequa às suas necessidades.
Conclusão
Pronto! Agora você sabe quais são os diferentes tipos de gráficos de ações, as suas características e como usá-los para fazer análises.
Esse artigo, porém, é apenas uma breve introdução ao tema.
Caso deseje realmente se aprofundar, te convidamos a conhecer a aula especial que temos sobre o assunto na Finclass.
Na aula de Análise Técnica, convidamos Alexander Elder, um investidor russo que é conhecido como um dos traders mais influentes do mundo.
Confira já e aprenda a ser um trader mais consistente!