Investir em empresas que pagam dividendos pode ser uma excelente forma de garantir uma renda passiva estável no longo prazo.
Neste artigo, vamos explorar se faz sentido investir em empresas pagadoras de dividendos em 2025, entender como o investimento em dividendos se comporta ao longo dos anos e, finalmente, compartilhar um passo a passo de como montar uma carteira de dividendos que traga mais segurança financeira e geração de riqueza.
Vamos também abordar estratégias adicionais e erros comuns que os investidores cometem ao construir suas carteiras de dividendos. Fique até o final e descubra como tornar a sua jornada de investidor mais consistente e rentável!
Por que investir em empresas pagadoras de dividendos?
Você já se perguntou se faz sentido investir em empresas pagadoras de dividendos? A resposta curta é: sim, faz muito sentido. Mas por que isso é uma boa ideia? Vamos olhar para alguns pontos importantes que tornam esse tipo de investimento atrativo.
Um dos melhores indicadores para entender o desempenho de empresas pagadoras de dividendos é o Índice de Dividendos (IDIV). Este índice acompanha as principais empresas que distribuem dividendos no Brasil.
Essas empresas geralmente possuem uma estabilidade financeira considerável e uma boa gestão de lucros, o que permite não apenas a valorização de suas ações ao longo do tempo, mas também uma remuneração regular aos seus acionistas por meio dos dividendos. Empresas como Gerdau, Cemig, Petrobras, Vale, entre outras, fazem parte desse índice e têm sido, historicamente, boas pagadoras de dividendos.
Além disso, investir em empresas que pagam dividendos regularmente é uma excelente estratégia para quem busca segurança financeira e fluxo de caixa previsível. Empresas que têm uma política de dividendos estável costumam ser aquelas que já possuem um negócio maduro, com geração de caixa consistente, o que proporciona maior confiança para os investidores.
Esse tipo de empresa não depende apenas de crescimento agressivo, mas sim de resultados constantes, o que cria uma base sólida para os investidores que preferem um perfil mais conservador.
Qual é o impacto dos dividendos no longo prazo?
Investir em empresas pagadoras de dividendos não se resume apenas ao recebimento periódico desses valores, mas também ao poder dos juros compostos quando esses dividendos são reinvestidos.
Imagine que você tenha investido R$100 em Gerdau há 15 anos. Se olharmos apenas para a valorização da cota da ação, o valor de R$100 teria se desvalorizado para R$90. Parece péssimo, certo? Mas ao considerar os dividendos pagos e reinvestidos durante o período, esses mesmos R$100 teriam se transformado em R$190, uma valorização significativa.
O poder dos dividendos fica ainda mais evidente quando comparamos com outros benchmarks, como a Selic, que rendeu 350% no mesmo período. Muitas das empresas pagadoras de dividendos superaram o desempenho do Ibovespa nos últimos 15 anos, mostrando que, ao reinvestir os dividendos, é possível bater tanto a renda fixa quanto o principal índice de ações do Brasil.
Além disso, os dividendos funcionam como um amortecedor em tempos de crise. Quando o mercado está em queda, o fluxo constante de dividendos ajuda a manter o rendimento do portfólio e oferece a possibilidade de comprar mais ações a preços mais baixos, utilizando os próprios dividendos recebidos. Isso faz com que o investidor consiga aproveitar oportunidades de mercado, melhorando o retorno da carteira no longo prazo.
Esse efeito é similar a uma bola de neve: no início, parece que o valor investido cresce lentamente, mas com o passar do tempo e o reinvestimento contínuo dos dividendos, o crescimento acelera de maneira exponencial.
É isso que vemos em grandes investidores, como Warren Buffett, cujo patrimônio se multiplicou exponencialmente depois dos 60 anos de idade, justamente por causa do efeito acumulativo dos juros compostos.
Um exemplo prático é olhar para a trajetória de empresas como Itaú e Vale, que não apenas distribuíram dividendos consistentes, mas também permitiram que seus acionistas reinvestissem esses dividendos em novas ações, aproveitando as valorizações ao longo dos anos. Esse reinvestimento possibilita um ciclo virtuoso de crescimento, onde o investidor não apenas recebe renda, mas também expande o valor de sua carteira de maneira contínua.
Como montar uma carteira de dividendos em 3 passos
Agora que você entendeu por que vale a pena investir em empresas pagadoras de dividendos, vamos aos três passos práticos para montar a sua própria carteira de dividendos. Olha só:
- Escolha empresas com lucro líquido recorrente;
- Verifique o payout e o preço do lucro;
- Analise a dívida líquida sobre o EBITDA.
Além disso, vamos explorar algumas estratégias adicionais que ajudarão você a construir uma carteira que atenda aos seus objetivos financeiros de longo prazo.
1 – Escolha empresas com lucro líquido recorrente
O primeiro passo é escolher empresas que tenham lucro líquido recorrente. Isso significa selecionar companhias que, ano após ano, conseguem manter ou aumentar seus lucros, independentemente das oscilações do mercado.
Alguns setores que têm um bom histórico de lucros recorrentes incluem bancos, saneamento, energia e telecomunicações. Empresas como Itaú, Banco do Brasil, Sabesp e Vivo são exemplos de companhias que possuem um histórico sólido e previsível de lucros.
Uma empresa que apresenta lucro recorrente geralmente conta com um modelo de negócios resiliente, que é capaz de enfrentar crises e manter a geração de caixa. Isso é indispensável para garantir que a empresa consiga pagar dividendos mesmo em períodos de incerteza econômica.
O setor bancário, por exemplo, é conhecido por sua estabilidade, enquanto o setor de energia é essencial e apresenta receitas previsíveis, independentemente da situação econômica do país. Ao escolher empresas com lucro líquido recorrente, você garante uma base sólida para sua carteira de dividendos.
2. Verifique o payout e o preço do lucro
O payout é a porcentagem do lucro que a empresa distribui como dividendos. Um payout abaixo de 100% é um sinal saudável, pois indica que a empresa está distribuindo dividendos sem comprometer seu crescimento. Empresas que têm um payout acima de 100%, por outro lado, podem estar correndo riscos financeiros, pois estão distribuindo mais do que geram em lucro — o que não é sustentável a longo prazo.
O payout saudável mostra que a empresa também está investindo parte dos seus lucros em novos projetos, aquisição de ativos ou expansão de operações, o que contribui para o crescimento contínuo da companhia. Dessa forma, o investidor não apenas recebe dividendos, mas também se beneficia da valorização das ações ao longo do tempo, tornando o investimento mais lucrativo.
Outro fator importante é analisar o lucro sobre preço. Isso ajuda a determinar se a ação está sendo negociada a um preço justo em relação ao retorno esperado. Empresas como Banco do Brasil e Taesa, por exemplo, oferecem uma boa relação entre o lucro e o preço da ação, garantindo uma rentabilidade interessante para o investidor.
O preço sobre lucro (P/L) também é um indicador fundamental para avaliar se as ações estão caras ou baratas em relação aos lucros gerados, permitindo ao investidor fazer melhores escolhas na hora de comprar ou vender ativos.
3. Analise a dívida líquida sobre o EBITDA
A dívida líquida sobre o EBITDA é uma métrica que mostra a capacidade da empresa de honrar suas dívidas com base nos lucros operacionais. Idealmente, esse indicador deve ser inferior a três, pois isso demonstra que a empresa tem um endividamento controlado e consegue gerar lucro suficiente para pagar suas obrigações financeiras sem colocar em risco sua operação.
Empresas do setor de energia, como a Taesa, têm uma dívida controlada e, por isso, são opções seguras para quem busca dividendos consistentes.
Empresas que possuem um baixo nível de endividamento têm maior flexibilidade financeira para lidar com momentos de crise, o que proporciona mais segurança para o investidor que busca renda passiva estável. Além disso, um endividamento saudável serve para que a empresa tenha acesso a linhas de crédito para financiar novas operações e projetos de expansão, o que pode impactar positivamente os dividendos pagos aos acionistas no futuro.
Estratégias adicionais para maximizar o retorno da carteira de dividendos
Além dos três passos principais para montar sua carteira de dividendos, existem algumas estratégias adicionais que podem ajudar a maximizar o retorno da sua carteira e reduzir riscos:
- Diversificação setorial;
- Reinvestimento automático dos dividendos;
- monitoramento regular.
Entenda melhor a seguir!
Diversificação setorial
Diversifique sua carteira investindo em empresas de diferentes setores. Isso ajuda a reduzir o impacto de eventuais crises setoriais. Por exemplo, se o setor de energia enfrentar dificuldades, sua exposição ao setor bancário ou de telecomunicações pode compensar as perdas.
Reinvestimento automático dos dividendos
Se possível, opte por reinvestir automaticamente os dividendos recebidos. Muitas corretoras oferecem essa funcionalidade, assim, o valor recebido é utilizado para comprar mais ações da mesma empresa — o que aumenta a quantidade de ativos e potencializa o efeito dos juros compostos.
Monitoramento regular
Embora investir em empresas pagadoras de dividendos seja uma estratégia de longo prazo, é importante acompanhar periodicamente o desempenho dessas empresas e as condições do mercado. Isso ajuda a te dar clareza sobre se elas continuam alinhadas aos seus objetivos e mantendo sua capacidade de gerar dividendos consistentes.
Avaliação de crescimento vs. dividendos
Empresas que pagam dividendos consistentemente nem sempre são aquelas que apresentam o maior crescimento.
Não se esqueça: em alguns casos, pode ser vantajoso equilibrar empresas pagadoras de dividendos com aquelas que têm alto potencial de crescimento, pois isso pode oferecer um retorno equilibrado entre valorização do capital e geração de renda.
Plantar, colher e replantar: assim nascem os melhores dividendos
Investir em empresas pagadoras de dividendos exige paciência e disciplina. É como plantar uma árvore: você precisa cultivar, colher os frutos e, acima de tudo, replantar para garantir uma colheita ainda maior no futuro.
Reinvestir os dividendos recebidos é essencial para maximizar o crescimento do seu patrimônio e conquistar uma renda passiva estável ao longo dos anos. Essa é uma estratégia que requer visão de longo prazo e comprometimento contínuo.
Além disso, uma forma interessante de montar sua carteira de dividendos é combinar ações e Fundos Imobiliários, diversificando ainda mais sua fonte de renda passiva. Fundos imobiliários, por exemplo, têm características semelhantes às ações pagadoras de dividendos, mas também trazem a vantagem de oferecer rendimentos mensais, que podem proporcionar maior previsibilidade no fluxo de caixa do investidor.Na dúvida, fica a recomendação de assinar a Finclass! Por lá, você encontra mais de 70 conteúdos didáticos como esse, uma comunidade vibrante de investidores e até mesmo o acesso às carteiras recomendadas pelos nossos especialistas. Nos vemos por lá?
Quer continuar aprendendo como montar uma carteira de dividendos? Dá uma olhada no vídeo que preparamos sobre o assunto: