Dentro da renda fixa, há um formato de remuneração que traz uma camada extra de previsibilidade: os títulos prefixados.
Por um lado, temos investidores iniciantes que sentem mais segurança dando os primeiros passos adquirindo títulos dos quais é possível saber o retorno exato desde o início. De outro, há quem leve os prefixados para o portfólio em momentos de baixa nas taxas de juros, como uma forma de obter um rendimento mais elevado dentro das possibilidades dessa classe.
Já ouviu falar sobre essa categoria de título, mas ainda não a conhece muito bem? Saiba que o termo será visto não somente no popular Tesouro Direto, mas em outras aplicações também, como CDBs e debêntures.
Na dúvida, siga na leitura para entender tudo o que precisa sobre o assunto. Dá uma olhada nas principais perguntas que vamos responder por aqui:
- O que é título prefixado?
- Quais as diferenças entre um título pós-fixado, prefixado e híbrido?
- Quais são os principais investimentos prefixados?
- Quanto rendem os títulos prefixados?
- Qual a liquidez dos títulos prefixados?
- Quais as vantagens dos títulos prefixados?
- Como investir em títulos prefixados?
No final, ainda reservamos uma dica de plataforma financeira onde você pode encontrar mais materiais sobre renda fixa e aprender a tomar as melhores decisões de investimento. Vamos lá?
O que é título prefixado?
Um título prefixado é um tipo de investimento em que você já sabe, desde o início, quanto vai receber no vencimento. Isso acontece porque a taxa de juros é definida no momento da aplicação — 12% ao ano, por exemplo — e não muda até o final do prazo, mesmo que o mercado passe por oscilações.
Em termos mais diretos, investindo em prefixados você sabe exatamente quanto seu dinheiro vai render, o que torna essa aplicação bastante previsível e segura, principalmente para aqueles que planejam um objetivo com data certa, como uma viagem ou a compra de um bem.
Em geral, esse tipo de título é indicado quando os juros estão altos e há expectativa de queda no futuro, pois você garante uma boa taxa enquanto o mercado muda. Por outro lado, se os juros subirem depois que você comprou o título, você pode perder oportunidades de rentabilidade maiores — especialmente se precisar resgatar o investimento antes do vencimento.
Por isso, os prefixados tendem a funcionar melhor para quem pode deixar o dinheiro investido até o fim do prazo.
Quais as diferenças entre um título pós-fixado, prefixado e híbrido?
A diferença entre títulos pós-fixados, prefixados e híbridos está na forma como a rentabilidade é definida: os prefixados têm taxa fixa conhecida desde o início, os pós-fixados acompanham um indicador (como o CDI ou a Selic), e os híbridos combinam uma parte fixa com uma parte variável, geralmente atrelada à inflação.
Para entender de uma vez por todas as diferenças, dá uma olhada no resumo da dinâmica de cada um:
Títulos prefixados
São previsíveis, afinal, oferecem uma taxa de retorno definida no momento da aplicação. São ideais para quem deseja saber exatamente quanto vai receber no vencimento e acredita que os juros vão cair no futuro.
No entanto, se forem resgatados antes do prazo, podem apresentar perdas, caso o mercado esteja desfavorável.
Títulos pós-fixados
Os títulos pós-fixados têm a rentabilidade atrelada a um indicador econômico, como o CDI.
Na prática, isso significa que você só vai saber o rendimento exato no final, mas ainda assim a aplicação é previsível, já que o rendimento tende a acompanhar o cenário de juros. Já que acompanham essas movimentações, esses ativos costumam ser bastante válidos em tempos de juros em alta.
Títulos híbridos
Os títulos híbridos são aqueles que unem características dos prefixados e dos pós-fixados. Então, eles oferecem uma taxa fixa mais uma variação da inflação (geralmente o IPCA).
Dessa maneira, garantem um ganho real, ou seja, acima da inflação — o que protege o poder de compra do seu dinheiro ao longo do tempo e é tido como uma boa escolha para o investidor que tem objetivos de longo prazo.
Quais são os principais investimentos prefixados?
Tesouro Direto, debêntures e CDBs são alguns dos investimentos mais populares a oferecerem versões de títulos prefixados. Como o grau de risco de cada um é diferente, bem como a dinâmica geral das aplicações, é importante que você as entenda antes de decidir onde investir.
Abaixo, explicamos em detalhes como esses títulos funcionam.
Tesouro Direto
Os títulos do Tesouro Direto são emitidos pelo Governo Federal, por isso, são considerados como algumas das aplicações mais seguras do mercado. Aplicando em um deles, é como se você estivesse “emprestando” dinheiro ao governo, que vai utilizar esses recursos para financiar setores econômicos como saúde e educação.
O prazo de vencimento varia (e muda anualmente). Em 2025, você encontra alternativas com prazos em 2028, 2032 e 2035. O mesmo vale para as taxas, que variam conforme o título escolhido.
Debêntures prefixadas
As debêntures são títulos emitidos por empresas, que podem ter capital aberto ou fechado. Aqui, os recursos captados a partir de investidores são utilizados para quitar as dívidas dessas companhias ou financiar projetos específicos.
Em relação às taxas anuais, essas variam de acordo com as debêntures. Os prazos também podem diferir, embora esses títulos sejam especificamente caracterizados por serem de médio ou longo prazo — algo importante de se ter em mente na hora de investir.
Embora sejam de renda fixa, apresentam um grau maior de risco em comparação com outras alternativas da classe. Como são emitidas por uma empresa privada, esse nível de risco muda de acordo com a companhia. Por isso, antes de investir, o ideal é que você cheque a solidez e o histórico da empresa em questão.
Dica: agências de rating podem te ajudar na missão, já que sua função é analisar emissoras de títulos para apontar se um investimento é seguro ou não. Na dúvida, se o seu perfil for mais conservador, prefira títulos prefixados mais simples e seguros.
CDBs prefixados
CDBs são títulos emitidos por bancos, que se valem dos recursos captados para financiar suas operações. O funcionamento aqui é bem parecido com o do Tesouro Direto, no entanto, CDBs são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mecanismo que reembolsa os investidores em caso de perdas de até R$250 mil (por instituição e por CPF).
Quanto aos prazos, estes variam de 30 dias a vários anos — fica a seu critério escolher o que fizer mais sentido dentro da sua estratégia.
Como esses títulos têm origem em instituições bancárias, o grau de risco muda de um para o outro. Mesmo com a proteção do FGC, é recomendado que você avalie bem o banco antes de aplicar — algo que pode ser feito com a ajuda de agências de rating.
Quanto rendem os títulos prefixados?
Os títulos prefixados rendem conforme a taxa de juros acordada no momento da aplicação, por isso, o valor exato varia. Como essa taxa é fixa, você já sabe exatamente quanto receberá no vencimento, mesmo que os juros no mercado variem.
Por exemplo, se você investisse R$1 mil em um título prefixado com rendimento de 14% ao ano e mantivesse o dinheiro aplicado por 12 meses, teria aproximadamente R$1.140 no vencimento. Importante: esse valor considera apenas os juros brutos, sem descontar impostos.
Vamos agora a outra simulação de rendimento, dessa vez do Tesouro Prefixado. Aqui, vamos considerar uma aplicação de R$1 mil durante 36 meses (3 anos), com aportes mensais de R$500,00 e uma taxa de juros fixa de 13% ao ano.
Nessas condições, os resultados seriam:
Fonte: Finclass
Assim, após o desconto da alíquota correspondente do Imposto de Renda e da taxa de custódia da B3, o total a ser recebido seria R$22.352,62.
Qual a liquidez dos títulos prefixados?
Títulos prefixados só pagam os juros no resgate, que pode ser no vencimento. Caso seu título ofereça juros semestrais também, então o pagamento será feito a cada seis meses. Se você decidir resgatar o seu dinheiro antes disso, pode ter ganhos ou perdas, já que o valor de mercado do título pode variar ao longo do tempo.
Além disso, a liquidez depende do tipo de investimento prefixado. O Tesouro Prefixado, por exemplo, tem liquidez diária — ou seja, você pode vender o título de volta ao Tesouro Nacional a qualquer momento em dias úteis. Já as debêntures prefixadas costumam ter prazos mais longos e liquidez mais restrita, então são mais difíceis de vender antes do vencimento.
O mesmo vale para CDBs prefixados, que também variam: alguns têm liquidez diária, enquanto outros exigem que você mantenha o investimento por um prazo mínimo. Por isso, o ideal é que você verifique as condições de cada título antes de aplicar.
Quais as vantagens dos títulos prefixados?
Previsibilidade de rendimento e possibilidade de ganhos maiores dentro da renda fixa, a depender do cenário econômico, são as duas principais vantagens dos títulos prefixados.
Veja o que essas vantagens significam na prática:
- Previsibilidade de rendimento: como a taxa de juros é definida no momento da aplicação, você já sabe exatamente quanto irá receber no vencimento — o que é ótimo para quem tem um objetivo com data marcada;
- Possibilidade de ganhos maiores: se você contratou um prefixado com taxa alta e os juros do mercado caem depois, seu investimento continua rendendo mais do que as novas opções disponíveis.
E tem mais: em momentos de estabilidade econômica e controle da inflação, os prefixados podem entregar bons retornos sem a necessidade de acompanhar índices variáveis.
Quando um prefixado vale a pena?
Em geral, um título prefixado vale a pena principalmente quando você acredita que as taxas juros vão cair no futuro. Afinal, garantindo hoje uma taxa fixa alta, você basicamente trava um bom rendimento por todo o prazo, mesmo que as novas aplicações passem a render menos com o tempo.
Esses títulos também valem a pena quando você tem um objetivo com data definida e quer saber exatamente quanto vai receber no vencimento, sem surpresas. Mas atenção: é importante segurar o título até o final do prazo, porque o valor pode oscilar se você vender antes — e isso pode resultar em perda, caso o venda em um momento desfavorável.
Por fim, e não menos importante, prefixados tendem a valer muito a pena para quem está investindo pela primeira vez e busca por uma aplicação segura e fácil de entender. Como a taxa de juros permanece a mesma até o vencimento, independentemente das oscilações do mercado, os prefixados acabam sendo uma boa porta de entrada para quem está com receio de dar os primeiros passos, mas deseja ganhar confiança e experiência.
Qual é o melhor título do Tesouro: IPCA ou prefixado?
A escolha vai depender de qual é o seu objetivo financeiro e do cenário econômico. Se você quer proteger seu poder de compra contra a inflação, especialmente a longo prazo, o Tesouro IPCA é mais indicado. Já se você acredita que a taxa de juros atual está alta e vai cair no futuro, o Tesouro Prefixado pode apresentar uma rentabilidade mais atrativa dentro da renda fixa.
Na dúvida, lembre-se: o Tesouro IPCA paga uma taxa fixa + a variação da inflação (IPCA), o que garante um ganho real ao investidor. Por isso, costuma ser ideal para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, porque preserva o valor do dinheiro no tempo.
O Prefixado, por outro lado, tem rentabilidade fixa e previsível. Se a taxa contratada estiver acima da expectativa futura da inflação, seu retorno pode ser vantajoso. Já se as projeções apontarem para uma alta nas taxas de juros, você possivelmente teria um ganho abaixo da inflação.
Como investir em títulos prefixados?
Investir em títulos prefixados é fácil, basta seguir este passo a passo:
- Abra conta em um banco ou corretora que ofereça esses títulos (ou diretamente na plataforma do Tesouro Direto, no caso dos títulos públicos);
- Transfira saldo para a conta recém-aberta, via transferência ou PIX;
- Explore os prefixados disponíveis, afinal, eles podem ter diferentes prazos, taxas de juros e emissores;
- Informe o valor que deseja aportar. Aqui, o valor mínimo varia de um título para outro, mas não se preocupe — há opções para todos os bolsos;
- Emita a ordem de compra e acompanhe sua aplicação.
Importante: se você estiver investindo em um título prefixado sem a intenção de resgatar o dinheiro antes do vencimento, não necessariamente precisa conferir o tempo todo como a aplicação está performando. Afinal, a taxa de juros se manterá intacta e, no fim do prazo, vai receber aquilo que foi prometido inicialmente.
Nem só de títulos prefixados vive a renda fixa
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