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Rendimento da LCI: como funciona e quanto rende?

Ficou sabendo das novidades? O período de carência das LCIs aumentou! Por isso, vale aquele cuidado extra na hora de escolher qual Letra adicionar no seu portfólio.

Se não sabe por onde começar a analisar esse título, recomendamos que comece por aqui, nesta leitura: dessa vez, vamos te explicar em detalhes como funciona o rendimento da LCI.

Interessado? Siga conosco para aprender:

  • O que é LCI?
  • Como funciona o rendimento da LCI?
  • Qual é o rendimento da LCI hoje?
  • O que impacta nos rendimentos da LCI?
  • 3 cuidados na hora de investir em LCI;
  • Como investir em LCI?
  • Qual é a relação entre LCI e LCA?

Ao fim, ainda reservamos uma dica extra sobre onde continuar explorando as vantagens da renda fixa!

O que é LCI?

LCI é a sigla para Letra de Crédito Imobiliário, um título de renda fixa que é emitido por bancos e instituições financeiras. Trata-se, então, de um investimento no qual os recursos captados pelo banco emissor são direcionados para financiar o mercado imobiliário, como seu nome indica.

Em troca, o investidor recebe de volta o seu patrimônio acrescido de uma taxa de juros. Aqui, o formato de remuneração pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido. E mais: as LCIs são isentas de Imposto de Renda.

Como funciona o rendimento da LCI?

O rendimento de uma LCI depende de qual é o seu formato de remuneração (prefixada, pós-fixada ou híbrida) e do tempo de investimento.

LCI prefixada

A remuneração é calculada a partir de uma taxa de juros fixa, determinada antes da compra. Assim, o investidor sabe de antemão qual vai ser o lucro obtido na data de vencimento do título.

LCI pós-fixada

O retorno das LCIs pós-fixadas só é conhecido no momento do resgate ou ao fim do prazo de vencimento. Isso porque, aqui, a rentabilidade é corrigida a partir de um indicador econômico — geralmente o CDI. Este, inclusive, geralmente se encontra bastante próximo da Taxa Selic.

LCI híbrida

A rentabilidade nas LCIs híbridas funciona da seguinte maneira: uma parte é fixa, combinada no momento da aplicação, e a outra segue um indexador — normalmente o IPCA. Esse formato é vantajoso para as estratégias que buscam proteger o patrimônio contra a perda de valor causada pela inflação.

O que mudou com as novas regras?

O Conselho Monetário Nacional fez novas mudanças em Agosto de 2024 para tornar o mercado de LCIs e LCAs mais seguro. Segundo o CMN, é esperada uma melhora no volume de estoque das LCI, que de fato vinham apresentando uma estagnação no volume de estoque presente no mercado desde a implementação da nova regra – feita em Fevereiro de 2024, enquanto a LCA vinha apresentando crescimento, ainda que em menor ritmo frente ao histórico. Além disso, não é mais permitido emitir LCIs e LCAs com prazos muito curtos — uma determinação que veio para incentivar investimentos de longo prazo e ajudar os bancos a gerenciar melhor seus compromissos financeiros.

No que diz respeito ao prazo mínimo de vencimento das LCIs, temos os seguintes:

  • Vencimento de 36 meses para as LCIs que passam por atualizações mensais a partir de índices de preços;
  • Vencimento de 9 meses no restante dos casos.

Foram excluídas, portanto, as emissões que tinham 90 dias como prazo mínimo.

Desde que as novas regras do Conselho Monetário Nacional começaram a valer, segundo a XP, o volume de LCIs no mercado diminuiu. Em janeiro de 2024, o estoque era de R$373,05 bilhões, mas caiu para R$362,48 bilhões em abril de 2024. Isso interrompeu o crescimento que vinha ocorrendo e praticamente anulou o aumento registrado em janeiro.

Qual é o rendimento da LCI hoje?

LCIs têm rendimentos variados, já que o retorno a ser obtido pelo investidor vai depender do formato de remuneração do título, do tamanho da aplicação e do prazo de vencimento

Com as novas regras do CMN e a redução da oferta de LCIs no mercado, a rentabilidade também foi impactada. Produtos que pagavam 100% do CDI em janeiro de 2024, por exemplo, passaram a pagar cerca de 93% do CDI em março. No entanto, ainda é possível encontrar LCIs que oferecem rendimentos competitivos, como 90% do CDI ou mais — dependendo do banco e do perfil do investidor.

Quanto rende 100 mil em LCI?

Para responder a essa pergunta, vamos fazer uma simulação? Já sabemos que o rendimento da LCI varia de acordo com as condições do título e que ainda possui a isenção do Imposto de Renda (IR), por isso faremos uma comparação entre um investimento em LCI e um CDB, ambos pós-fixados.

Considerando uma aplicação de R$100.000,00 em outubro de 2024, com prazo de vencimento de 365 dias, a LCI possui uma taxa de rentabilidade de 90% do CDI, enquanto o CDB possui uma taxa de 100,75% do CDI. Logo de cara você pode pensar que o CDB trará mais retorno, mas vamos ver a imagem a seguir: 

Como podemos ver, nem sempre a maior taxa de rendimento é a melhor alternativa, por isso a importância de fazer uma análise mais aprofundada. Principalmente quando falamos de rentabilidade líquida. 

Hoje existem muitas calculadoras online que fazem esse tipo de comparativo, e o cálculo é muito simples. Deixaremos um exemplo com um passo a passo a seguir.

Para saber qual rende mais, é preciso calcular quanto seria a rentabilidade líquida do CDB, considerando o prazo. Suponha um CDB de uma instituição que renda 100% do CDI – que atualmente está em 11,00% ao ano. Um investimento de R$5.000,00 por 1 ano renderia:

Resultado líquido = valor principal x taxa de rentabilidade bruta – alíquota de imposto de renda

Passo 1: cálculo do imposto

Imposto = 5.000 x 0,11 [taxa de rentabilidade bruta] x 0,20 [alíquota do imposto, de 20% para o prazo de 1 ano]
Imposto = R$110,00

Passo 2: cálculo do resultado líquido

Resultado líquido = valor principal x taxa de rentabilidade bruta – valor do imposto
Resultado líquido = 5.000 x 0,11 – 110,00
Resultado líquido = 550,00 – 110,00
Resultado líquido = R$440,00

Passo 3: cálculo do saldo final

Saldo final = valor principal + resultado líquido
Saldo final = 5.000 + 440,00
Saldo final = R$5.440,00

Já uma LCA ou LCI de R$5.000,00 que renda 100% do CDI, após 1 ano, renderia 11,00% ao ano ou 0,87% ao mês. O resultado depois de um ano seria de:

Resultado líquido = valor principal x taxa de rentabilidade

Resultado líquido = 5.000 x 0,11 = 550,00

Valor total = valor principal + valor de rendimento

Valor total = 5.000 + 550,00

Valor total = R$5.550,00

Importante: não se esqueça de que temos aqui apenas um exemplo de projeção de rendimento. O CDI — indexador utilizado nesse exemplo — é divulgado mensalmente, para que assim possa refletir com precisão as movimentações do mercado e as taxas de juros que estão sendo praticadas pelos bancos. 

O que impacta nos rendimentos da LCI?

Prazo de investimento, indexador e condições econômicas são os três critérios que impactam os rendimentos de uma LCI e que devem ser observados pelo investidor antes de realizar uma aplicação.

Siga conosco para entender melhor cada um deles.

Prazo de investimento

Para começar, LCIs contam com um prazo de carência. Com as novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN), o período agora é de 9 meses — antes disso, não é possível fazer um resgate antecipado.

Depois disso, os prazos variam: algumas Letras oferecem liquidez diária, enquanto outras só autorizam o resgate no vencimento do papel. 

Aqui, os investidores que decidirem fazer um saque antes do vencimento podem vender seus títulos no mercado secundário — ambiente no qual investidores negociam entre si. No entanto, é preciso estar atento a estes dois fatores:

  1. Nem todas as LCIs têm grande volume de negociação. Por isso, pode ser que você encontre dificuldades para encontrar um interessado no título, isso pode significar que o título possui baixa liquidez no mercado;
  2. Títulos negociados no mercado secundário têm seu preço alterado pela marcação a mercado. Ou seja, como o valor é definido de acordo com a demanda de outros investidores, você pode acabar vendendo sua LCI por um preço maior (ágio) ou menor (deságio) do que aquele pago inicialmente.

Indexador

O retorno de uma LCI varia conforme o tipo de indexador escolhido: prefixado, pós-fixado (CDI) ou híbrido (IPCA). No caso das LCIs pós-fixadas, a rentabilidade está ligada ao CDI, uma taxa que acompanha as oscilações da economia. Ou seja, quanto maior o CDI ao longo do tempo, maior será o rendimento. 

Já nas LCIs híbridas, o retorno é dividido entre uma taxa fixa e o IPCA, o que oferece uma proteção contra a inflação e proporciona ganhos reais ao investidor.

Condições econômicas

O cenário econômico geral, como inflação, taxa de juros e a política monetária adotada pelo Banco Central, tem um impacto direto nos rendimentos das LCIs. 

Em um ambiente de juros altos, as LCIs atreladas ao CDI costumam render mais. Já em um cenário de inflação elevada, as LCIs híbridas atreladas ao IPCA podem ser mais vantajosas, pois garantem uma proteção contra a perda do poder de compra. 

Por isso, ao escolher uma LCI, é importante estar atento às condições econômicas e considerar a relação entre os diferentes indexadores e o cenário atual.

Mas é claro que também é importante considerar os prazos de vencimento desses títulos, para que o seu patrimônio não fique “travado” e sem liquidez quando você precisar.

3 cuidados na hora de investir em LCI

Antes de aportar seu dinheiro em uma LCI, é importante que você avalie o risco de crédito da emissora do título, considere o risco de mercado e preste atenção no prazo do investimento.

1 – Avalie o risco de crédito da emissora da LCI

Antes de investir, verifique a saúde financeira do banco ou instituição que está emitindo a LCI. Bancos maiores geralmente oferecem mais segurança, enquanto que os menores podem ter rentabilidades mais atrativas. De qualquer forma, lembre-se de que as LCIs são protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$250 mil por CPF e instituição.

2 – Considere o risco de mercado

Mudanças na taxa de juros e na inflação podem afetar o rendimento de uma LCI, a depender de qual seja o seu formato de remuneração. 

Além disso, caso você precise fazer um resgate antes do investimento, saiba que o valor da venda no mercado secundário pode variar, e você corre o risco de perder parte do lucro esperado. Por isso, avalie se está disposto a manter o investimento até o final do prazo.

3 – Atenção ao prazo do investimento

Com as alterações do CMN, as LCIs agora têm um período mínimo de carência de 9 meses — nesse tempo, não é possível resgatar o seu dinheiro. Depois que o período acabar, alguns títulos oferecem liquidez diária, enquanto outros só permitem o resgate no vencimento. Por isso, quando for selecionar ativos para o seu portfólio, tenha clareza sobre os seus objetivos financeiros, para que suas escolhas estejam alinhadas a eles.

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Como investir em LCI?

Para investir em LCIs, basta seguir esse passo a passo:

  1. Abra conta em um banco ou corretora;
  2. Analise as LCIs disponíveis;
  3. Efetue a compra e acompanhe o desempenho.

Entenda a seguir o que fazer em cada passo.

1 – Abra conta em um banco ou corretora

É possível adquirir uma LCI abrindo conta em uma corretora, ou em um banco que emite esse título. Aqui, a diferença entre um e outro está na gama de ativos oferecidos: em uma corretora, você não vai encontrar apenas LCIs, mas outros produtos também. Além disso, em um banco serão oferecidas apenas as Letras emitidas por essa instituição específica.

2 – Analise as LCIs disponíveis

Quando chegar o momento de analisar suas possibilidades, lembre-se de avaliar esses atributos:

  • Prazo de carência;
  • Rentabilidade e formato de remuneração;
  • Solidez do emissor;
  • Aplicação mínima. 

O aporte mínimo, inclusive, vai depender de onde você está fazendo a aplicação. Em algumas plataformas, o valor é bem acessível — na casa dos R$50, enquanto em outras a quantia ultrapassa os R$1000. 

Lembre-se, ainda, do teto de garantia do FGC, que é de R$250 mil por CPF e por instituição.

3 – Efetue a compra e acompanhe o desempenho

Por fim, basta informar quanto você deseja aplicar na LCI e finalizar a aquisição do título. 

Daqui pra frente, basta que acompanhe o desempenho da Letra. Porém, atenção: não se esqueça que, agora, as LCIs têm um prazo de carência de 9 meses. Depois disso, o resgate é possível, mas ainda assim vale manter em mente quais são as condições do título que você adquiriu, bem como as oscilações da marcação a mercado. 

Lembre-se também de que LCIs são títulos de renda fixa. Ou seja, ao final do prazo combinado, você vai receber o seu retorno assim como foi especificado no momento do aporte. 

Qual é a relação entre LCI e LCA?

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos emitidos por bancos para financiar setores específicos da economia. A LCI está relacionada ao setor imobiliário, enquanto a LCA é voltada ao agronegócio.

A principal semelhança é que, tanto a LCI quanto a LCA, são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas. Além disso, ambas têm garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), o que oferece segurança ao investidor. 

Importante: não há isenção de Imposto de Renda para Pessoas Jurídicas (PJ). Nesse caso, a alíquota aplicada segue a tabela regressiva dos demais títulos de renda fixa. Observe:

Tempo de permanência da aplicaçãoAlíquota total do Imposto de Renda 
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Mais de 720 dias15%

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Além das LCIs, a renda fixa ainda conta com muitas opções de títulos: Tesouro Direto, CDBs, LCAs e mais. Para além de aumentar a exposição da sua carteira a uma classe conhecida por ser mais estável e segura, uma boa estratégia em renda fixa pode te trazer bons retornos — e, para chegar lá, nada melhor do que aprender com quem entende do assunto, concorda?

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Guilherme Cadonhotto
Guilherme Cadonhotto
Além de Estrategista da Finclass, Guilherme Cadonhotto é reconhecido como um grande especialista em Renda Fixa. Bacharel em Economia pela FGV e pela Nova School of Business and Economics e mestrando em Economia e Finanças pelo IDP. Tem experiência na gestão de fundos de investimento de Renda Fixa, Crédito Privado e Multimercado, hoje ele ensina seus alunos e seguidores como conseguir, investindo em renda fixa, rendimentos tão grandes (ou até maiores) que os das ações.
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