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Como investir em empresas de games na bolsa de valores?

Ansioso pelo lançamento do GTA VI? Não sai para uma viagem sem levar o seu Nintendo Switch na mala? Calma, você está sim no blog da Finclass e o nosso propósito ainda é te ajudar a se tornar um investidor inteligente — é por isso que escrevemos esse artigo, aliás: já imaginou aumentar os seus rendimentos com a indústria de games?

Antes de dar o play nessa ideia, saiba que esse tipo de aplicação é de renda variável e que o mercado é conhecido por apresentar oscilações bastante significativas. Se você acompanhou a decepção coletiva que foi o lançamento do Cyberpunk 2077, deve saber muito bem do que estamos falando.

Achou esse tipo de investimento interessante? Então, continue na leitura deste que é o artigo mais completo sobre o assunto para aprender:

  • Por que investir em games;
  • Se o investimento vale a pena em 2024;
  • Como investir estando no Brasil;
  • 10 empresas da indústria de games para aplicar seu dinheiro;
  •  Investimento em eSports;
  • Vantagens desse tipo de aplicação;
  • Casos emblemáticos de fracasso a serem considerados.

Fique com a gente até o fim: antes de ir embora, te daremos uma dica excelente sobre como fazer os melhores investimentos no exterior, mesmo sem sair do país.

Bora?

Por que investir em games?

Se o seu primeiro impulso é fazer um investimento neste setor pela nostalgia ou pela afeição a um hobby que você segue cultivando, a boa notícia é que há várias outras razões pelas quais investir em games pode ser uma boa ideia. Veja algumas:

  • Setor altamente lucrativo;
  • Mercado em ascensão;
  • Diversificação do portfólio;
  • Empresas estabelecidas na bolsa;
  • Exposição a mercados internacionais.

Abaixo, entramos nos detalhes de cada uma delas para ajudar você na missão de analisar melhor essa possibilidade. 

Setor altamente lucrativo

Relegada a um segundo plano por investidores acostumados a setores econômicos mais convencionais, os números apresentados pela indústria de games são a prova de que diversão e negócios podem andar de mãos dadas. Segundo levantamento da Newzoo, empresa de análise de dados especializada em videogames e eSports, esse mercado movimentou US$183,9 bilhões em 2023. 

Para colocar em perspectiva, esse valor corresponde a praticamente três vezes toda a receita da indústria da música e do cinema somadas, fazendo dos games o maior setor de entretenimento, com grande folga.

Além do volume financeiro, também chama a atenção o número de jogadores ao redor do mundo: cerca de 3.31 bilhões, o que representa mais de 41% da população mundial. Desse total, 43% (1.43 bilhão) gastou algum valor com esse tipo de entretenimento.

Ainda segundo a mesma pesquisa, o mercado brasileiro conta com 101 milhões de jogadores, sendo responsável pela movimentação de US$2,7 bilhões (cerca de R$13.5 bilhões) desse montante. São números que posicionam o país em 5º no ranking mundial de maior número de “players” e em 10º em movimentações financeiras.

Mercado em ascensão

Se os números acima foram suficientes para lhe surpreender, saiba que o auge do mercado de games ainda não foi alcançado. Ao menos é isso que apontam uma série de pesquisas globais e anuais sobre o assunto.

Segundo as projeções da já apresentada Newzoo, a expectativa é de que o setor siga crescendo em uma média de 4,3% ao ano. É esperado que os jogos virtuais sejam capazes de gerar uma receita anual de US$207 bilhões em 2026.

À medida que os jogos estão cada vez mais presentes na cultura mainstream, o número de jogadores também deve crescer, chegando a casa dos 3,67 bilhões.

Essa pesquisa, contudo, é até bastante comedida quando comparada a outras projeções do mercado. Dados do “Global Telecom and Entertainment & Media Outlook”, relatório desenvolvido pela PwC, uma das quatro maiores empresas de consultoria do mundo, por exemplo, preveem que os games podem movimentar US$312 bilhões globalmente em 2027. 

Por mais que previsões sejam sempre arriscadas, existem diferentes fatores que colaboram para essas teses. Primeiramente, o próprio histórico do setor é um forte indício de seu potencial. Afinal, em um espaço de 10 anos, as receitas globais geradas por esse mercado saltaram mais de 160%

Fora isso, seu desenvolvimento constante observado, por exemplo, no lançamento de jogos mobile antes exclusivos para computadores e consoles, o lançamento de novas plataformas de streaming de games e as ferramentas de VR (Realidade Virtual), também são uma amostra da forma como esse setor tem expandido seu universo.

Diversificação do portfólio

O investimento no mercado de games também oferece boas oportunidades para diversificar o portfólio. Afinal, estamos falando de um segmento que não se restringe a uma só geografia ou segmento.

Trata-se de um mercado com expansão global, com gigantes internacionais e startups alocadas em diferentes continentes e o principal: é uma área inventiva, que demonstra grande potencial de reinvenção e desenvolvimento constante de novos mecanismos de geração de receita. 

Esse mercado vai muito além dos consoles como Nintendo, PlayStation ou Xbox, abrangendo plataformas de streamings, mobiles, campeonatos de eSport, casas de aposta, softwares (como os VR) e até mesmo criptomoedas. Isso apenas para citar alguns exemplos.

Empresas estabelecidas em bolsa

Apesar de ser relativamente recente, muitas marcas por trás da indústria de games são gigantes estabelecidas nas principais bolsas de valores do mundo.

É válido destacar que esse mercado engloba muito mais do que desenvolvedoras famosas de jogos e consoles, como a Electronic Arts, Nintendo, Sony e Microsoft (atualmente a empresa mais valiosa do planeta). Muitas empresas de tecnologia e mesmo de outros segmentos também investem em produtos ligados a esse mercado

Alguns bons exemplos disso são a Amazon, dona da Twitch.tv, a plataforma de streaming de jogos mais popular do mundo, e a Nvidia, uma referência no desenvolvimento de placas de vídeo.

Uma prova evidente da força desse mercado está na composição do principal indicador de mercado do mundo: o S&P 500

No Top 10 dessa carteira, formada pelas 500 companhias mais valiosas dos EUA, aparecem 6 empresas que, de alguma forma, estão conectadas à indústria de jogos: as já citadas Microsoft, Amazon e Nvidia, além da Apple, Alphabet (Google) e Meta (Facebook). Esse número ainda poderia ser expandido para 7, se considerarmos que as tecnologias desenvolvidas pela Broadcom também são utilizadas na infraestrutura de jogos.

Exposição a mercados internacionais

Investir em games também é uma boa maneira de se expor a diferentes mercados internacionais, blindando seu patrimônio dos riscos e instabilidade associados à economia brasileira. 

Historicamente, os Estados Unidos e o Japão se consolidaram como os principais pólos da indústria de videogames, sobretudo, pela força de marcas como Microsoft (Xbox), Nvidia, EA Games, Sony (PlayStation) e Nintendo

Contudo, a indústria de jogos não está confinada a algumas regiões. A criação de novos estúdios de desenvolvimento de jogos eletrônicos ao redor do globo tem ampliado a diversidade e as oportunidades de investimento no setor.

Exemplos de países já consolidados nesse mercado incluem o Reino Unido, país com maior número de empresas dedicadas ao setor, e a China que, em 2021, representou sozinha 54,6% de todas as exportações mundiais de jogos eletrônicos.

Importante citar ainda que expor sua carteira a ativos negociados em moedas mais consolidadas também é uma boa maneira de reduzir os impactos da inflação, uma vez que o real, a longo prazo, tende a perder seu poder de compra mais rapidamente do que o dólar ou o euro, por exemplo.

Ainda vale a pena investir em games em 2024?

Na contramão de grande parte do mercado, o setor de games, que já vinha em tendência de alta, se viu impulsionado durante o período mais duro da pandemia de Covid-19. 

No Brasil, por exemplo, um estudo realizado pela Visa mostrou um crescimento de 140% de compras feitas em consoles e plataformas de games, em 2020. A explicação é bastante óbvia: na época, os jogos eletrônicos despontaram como uma alternativa de entretenimento frente às limitações impostas pelas medidas de isolamento social.

Com o fim das restrições, contudo, não demorou para que surgissem sinais de revés, levando o setor de videogames a um momento de instabilidade. De acordo com análise divulgada pela Konvoy, gestora de fundos de tecnologia dos EUA, o dinheiro de fundos privados destinado ao setor recuou de US$14 bilhões para US$2 bilhões entre 2021 e 2022.

Essa instabilidade também é refletida no “PC & Console Game Report 2023”, relatório publicado pela Newzoo, que apesar de revelar uma pequena recuperação do mercado de games —  cerca de 3,01% —, é enfática ao afirmar que os patamares pré-pandemia só devem ser alcançados novamente em 2026. 

De acordo com o estudo, esses dados são resultado, em parte, de uma onda de demissões massivas promovidas nas principais empresas do mercado nos últimos anos, em contraponto ao lançamento de diversos jogos de sucessos aguardados por muito tempo pela comunidade.

Se focarmos estritamente no desempenho das principais companhias do setor, é possível ter uma ideia mais clara da forma imprevisível com que esse mercado tem se comportado no último ano. 

Na tabela abaixo, demonstramos a performance de algumas da marcas mais conhecidas:

EmpresaTickerAções 01/2023Ações 12/2023*Desempenho em 2023Ações 05/2023Ações 05/2024*Desempenho últimos 12 meses
Bandai NamcoNCBDFUS$20,49US$19,35-5.56%US$24,50US$19,02-22.39%
Electronic ArtsEAUS$122,80US$137,6712.12%US$126,80US$128,851.62%
KonamiKNAMFUS$44,30US$50,8414.77%US$54,88US$61,7712.56%
MicrosoftMSFTUS$239,58US$370,6254.72%US$332,89US$429,0428.92%
NetEaseNTESUS$76,45US$102,9134.62%US$89,51US$98,9010.50%
NintendoNTDOYUS$10,50US$12,0714.95%US$10,68US$13,4425.84%
NvidiaNVDAUS$143,15US$466,27225.67%US$389,46US$953,36144.78%
SonySONYUS$77,15US$92,7620.23%US$95,98US$82,00-14.56%
TencentTCEHYUS$44,58US$39,72-10.89%US$43,51US$49,1813.05%
UbisoftUBSFYUS$5,67US$5,18-8.64%US$5,36US$4,63-13.63%

                                *Considerado 01/12/2023 a 29/12/2023; e 20/05/2023 a 22/05/2024 (Fonte: Yahoo Finances)

Com a amostra acima já é possível ter uma ideia mais clara da volatilidade e imprevisibilidade desse mercado. As empresas que mais cresceram nos último ano foram a Microsoft, a Nvidia e a Tencent, todas companhias que além dos jogos também tem exposição a outros tipos de receita. A exceção é a Nintendo.

No outro lado, as empresas que mais caíram ou que ainda estão abaixo de como fecharam o ano são essencialmente desenvolvedoras de games, como a Bandai Namco e a Ubisoft, e a NetEase. Exceções a essa lógica são a Sony e a Konami

Isso posto, é possível observar, quando considerado os extremos, uma maior segurança e estabilidade em companhias com menor exposição direta aos games

Trata-se de um setor competitivo, onde o desempenho das empresas mais ligadas ao setor depende essencialmente do sucesso no desenvolvimento de novos jogos, consoles ou softwares, o que nem sempre acontece. Os exemplos de fracassos, nesse sentido, são abundantes. 

Apenas para ilustrar os riscos desse mercado, valem citar alguns dos casos mais conhecidos:

E.T. o Extraterrestre (Atari 2600)

Talvez o caso mais emblemático de fracasso na indústria dos games,  “E.T, o Extraterrestre” ficou conhecido pelo pouco honroso título de “o pior jogo da história”. Lançado às pressas em dezembro de 1982, com a intenção de capitalizar em cima do furor ainda recente blockbuster de Steven Spielberg, o jogo acabou não tendo a recepção esperada.

No total, dos 4 milhões de cartuchos produzidos antecipadamente, apenas 1,5 milhões foram vendidos. O golpe foi fatal. A Atari, que já havia gasto US$25 milhões para adquirir os direitos de adaptação, acabou indo à falência poucos meses depois, após reportar um prejuízo total de mais de US$500 milhões. 

As 2,5 milhões de cópias restantes foram simbolicamente enterradas em uma grande cova no deserto no Novo México.

Nintendo Wii U

Outro caso famoso é o do extinto Nintendo Wii U. Lançado em novembro de 2012, o videogame da gigante japonesa foi um retumbante fiasco, vendendo apenas 13,56 milhões de unidades em todo o mundo. Um número quase 90% menor que o antecessor Wii, que vendeu 101 milhões de cópias. 

Nos dois dias que sucederam o lançamento, as ações da Nintendo despencaram em mais de 10%, levando a empresa aos patamares de 2006. O resultado foi uma combinação de vários fatores, incluindo a falta de apoio de desenvolvedoras de jogos, a concorrência pesada dos exitosos PlayStation 4 e Xbox One, e principalmente um conceito confuso. 

Esse, contudo, não foi o único fracasso na história da companhia. Famosa por apostar na criatividade e na inovação, a Nintendo lançou em 1995, o que seria o primeiro videogame de realidade virtual da história: o Virtual Boy. O problema é que o conceito estava tão à frente de seu tempo, que a tecnologia empregada não foi capaz de acompanhá-lo.

Uma verdadeira engenhoca, o Virtual Boy não era nem um pouco prático de utilizar. Boa parte dos consumidores, inclusive, relatou ter dores de cabeça, enjoos e até vômito ao jogar. Como resultado, o videogame foi retirado de circulação um ano após a sua criação e com tão somente 770 mil cópias vendidas.

Cyberpunk 2077 (CD Projekt RED S.A.)

Um caso ainda mais fresco dos riscos desse mercado é o Cyberpunk 2077, desenvolvido pela empresa polonesa CD Projekt RED, famosa pela exitosa saga “The Witcher. Com uma grande estratégia de marketing, o jogo anunciado ainda em 2012 divulgou suas primeiras imagens em 2013 e, em 2018, confirmou sua estreia com a participação de Keanu Reeves como um dos personagens. 

Anunciado para abril de 2020, o jogo foi postergado uma, duas, três vezes, até ser lançado, sob pressão, em dezembro do mesmo ano. Se por um lado a publicidade e o burburinho em torno fizeram efeito, por outro, os receios em torno da sequência de adiamentos se comprovaram fundamentos.

O jogo havia saído repleto de falhas técnicas e gráficas, gerando uma enxurrada de críticas. Foram tantos erros que a CD Projekt RED se viu forçada a retirar o jogo da PlayStation Store

Por mais que a desenvolvedora tenha recuperado todo o investimento feito com a realização e comercialização do game somente com as pré-vendas, a empresa tomou uma decisão inesperada e inédita na indústria: ofereceu a devolução de todo o dinheiro aos jogadores, sem sequer exigir o retorno do produto.

O fracasso também repercutiu nas ações da companhia que caíram de um patamar recorde de US$446,00 em agosto de 2020 para US$84,12 dois anos depois. No total, estima-se que o Cyberpunk 2077 tenha gerado uma absurda perda de capital de US$1 bilhão para a desenvolvedora.

No que tange ao mercado financeiro, a história do fracasso do Cyberpunk 2077 ganhou outros desdobramentos, aumentando sua fama (ou má fama). Um exemplo, é o Willyrex, um famoso influencer de games, que após ter acesso antecipado a uma cópia do jogo, resolveu se valer de seu privilégio para tentar obter rendimentos rápidos.

 Encantado pela qualidade do jogo e acreditando em seu potencial, investiu US$100 mil em ações da CD Projekt. Uma vez lançado, só restou ao youtuber lamentar seu equívoco. Em questão de um mês, suas ações adquiridas por US$120,00 derreteram para US$65,00.

É possível dizer que, apesar de apresentar um histórico de crescimento notável e movimentar somas bilionárias, o mercado de games é sensível e altamente imprevisível. As múltiplas histórias de fracassos da indústria de jogos eletrônicos são apenas um lembrete de que esse não é um mercado para todo tipo de investidores. 

O que saber antes de investir em games

Após apresentar os principais motivos para investir na indústria de games e fazer um breve tour pela situação atual do mercado, já é possível ter uma ideia mais clara do tamanho e potencial desse setor, não é mesmo?

Antes, contudo, de dar o start em suas aplicações, que tal dar uma olhada em algumas dicas essenciais para quem ainda é novo neste jogo? Gostou da ideia?

Então, segue abaixo tudo o que você precisa saber antes de investir em games:

Conhecer as opções do mercado

Sabe quando algo é tão grande que é preciso se afastar para poder ver o todo? Assim é o setor de jogos eletrônicos. Muito além de “marcas” que já fazem parte da cultura pop como “PlayStation”, estão centenas de milhares de empresas, desde pequenas startups  até as chamadas blue chips, trabalhando constantemente para ganhar espaço nesta indústria.

O mercado de games é um verdadeiro universo em constante expansão, capaz de gerar novos negócios e fontes de receitas em diferentes níveis de sua cadeia. Assim, antes de investir em grandes players, é preciso, ao menos, conhecer os principais segmentos da indústria. São eles:

Softwares

Os softwares são o coração da indústria: os jogos. Esse setor engloba desde desenvolvedoras, produtoras até as distribuidoras de games. Aqui estão nomes como a Tencent, responsável pelo League of Legends (LOL), EA Games, criadora do FIFA e do The Sims, Take-Two, empresa por trás do Grand Theft Auto (GTA) e Red Dead Redemption, entre tantas outras. 

Embora os grandes estúdios dominem o mercado e os holofotes, esse setor é muito maior do que se pode imaginar. Somente no Brasil, de acordo com um relatório apresentado pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais Eletrônicos (Abragames), existem 1.042 estúdios de desenvolvimento de games ativos. Nos Estados Unidos, a principal economia do mundo, esse número ultrapassa 2.800.

Hardwares

  Incluem os consoles, ou seja os videogames, e todos os demais dispositivos eletrônicos relacionados. 

Aqui estão as três maiores referências do mercado de videogames: Microsoft, empresa-mãe do Xbox, a Nintendo, conhecida por sua série de consoles homônimos, e a Sony, conglomerado por trás do popular PlayStation.

Importante considerar que apesar dos consoles serem, possivelmente, o símbolo da indústria de games, o mercado não se resume a esses aparelhos. Inclusive, os celulares já são, há algum tempo, o tipo de dispositivo mais utilizado para jogos em todo o mundo. 

À frente desse mercado está, obviamente, a Apple, que tem facilitado o acesso de jogos de alta qualidade, antes exclusivos de videogames, por meio de smartphones, no caso, o iPhone

Aqui vale ainda citar outras gigantes como a Meta (antigo Facebook), detentora do Oculus VR, e a Nvidia, maior empresa de placas de vídeo dos EUA.

Plataformas de streaming

Movidas por influenciadores digitais e pela popularização dos campeonatos de jogos online (eSports), as plataformas de streaming dedicadas à transmissão de partidas em tempo real já se tornaram uma verdadeira febre.

A plataforma mais conhecida nesse sentido é a Twitch.tv, que pertence à gigante do varejo, Amazon. De olho no interesse crescente dos espectadores, muitas gigantes da tecnologia também já trabalham para promover seus próprios serviços de streaming, como  Meta (Facebook Gaming), Apple (Apple Arcade), Youtube (YouTube Gaming) e tantas outras.

Como investir no exterior

Sony, Nintendo, Xbox, Meta, Apple, Eletronic Arts, Konami. O leitor mais atento com certeza já percebeu que as grandes empresas do mercado de games são estrangeiras. 

Logo, não tem jeito: quem quer investir em games precisa estar pronto para investir no exterior e encarar os riscos adicionais de se expor internacionalmente. Mais que isso, precisa saber como acessar as bolsas norte-americanas, onde são negociadas as ações da maioria dessas companhias.

Aqui, vale o básico: por mais que você goste desse setor, lembre que esse não é investimento indicado para iniciantes. Para investir em empresas internacionais, é imprescindível já ter experiência com Renda Variável no mercado doméstico.

É preciso ir com calma. De fase em fase.

Spoiler: ao final deste artigo, reservamos algumas dicas especiais para quem quer aprender como investir no exterior.

Como selecionar e analisar empresas

Como já citamos, o mercado de games é bastante amplo e diverso. Isso é tanto uma vantagem, já que aumenta o leque de opções e oportunidades, quanto um problema, ao passo que faz com que tomar uma escolha seja mais difícil. Afinal, como se decidir entre tantas ofertas?

Na verdade, não há uma resposta fácil para isso. A indústria do videogame é muito competitiva e inventiva, com empresas com ciclos próprios de alta e baixa. Os erros e acertos de empresas como a Nintendo e a CD Projekt RED são provas suficientes disso. 

Via de regra, as flutuações dessas empresas na bolsa de valores vêm acompanhadas do anúncio de novas plataformas ou jogos. Por isso, um dos principais pontos a analisar é justamente quais os projetos em andamentos e qual o burburinho em torno deles. Apesar disso, é preciso ter cautela e lembrar que muitas vezes as expectativas ficam aquém das expectativas.

Por ser uma indústria com grandes custos, também é importante observar os movimentos de aquisição e fusão, que são muito comuns nesse meio. 

A aquisição recente da desenvolvedora Activision Blizzard pela Microsoft balançou o mercado. Não só resultou em alta nas ações da empresa fundada por Bill Gates, como também impactou negativamente a concorrência. O melhor exemplo disso foi a queda das ações da Sony, criadora do PlayStation, concorrente direta do XBox.

Por ser um mercado completamente imprevisível, o mais indicado para quem ainda não está familiarizado com a indústria game é começar investindo em empresas que possuam outras fontes de renda além dos jogos eletrônicos, ou que possuam exposição menos direta ao setor. Esse é o caso, por exemplo, de companhias como: a própria Microsoft, Meta, Apple, Nvidia, Amazon, e outras gigantes globais.

Como investir em games estando no Brasil?

Se é verdade que as grandes marcas da indústria de games estão concentradas em países como Estados Unidos, Japão e China, isso não significa que você precise morar no exterior ou abrir conta em corretoras estrangeiras para acessar esse mercado.

Hoje, existem diferentes formas de investir nos gigantes do setor de jogos eletrônicos diretamente da bolsa brasileira, a B3, e em reais. Não sabe como?

Não se preocupe, abaixo apresentamos três maneiras de fazer isso:

Investindo em games com BDRs

Sigla para Brazilian Depositary Receipts, os BDRs funcionam como certificados representativos de títulos negociados em bolsas de valores no estrangeiro. São a forma mais fácil de acessar empresas específicas de fora do país, sem a necessidade de abrir conta no exterior. 

BDRs não são ações propriamente ditas, mas recibos lastreados em ações que são mantidas sob custódia por uma instituição financeira do mesmo país onde esses papéis são originalmente listados.

No mercado doméstico, é possível ter acesso a BDRs a um grande número de famosas companhias de games, como:

EmpresaTicker / BDRDesempenho do BDR (maio 2023 – maio 2024)
Apple AAPL34+13,22%
Electronic ArtsEAIN34+9,77%
IntelITLC34+8,68%
MicrosoftMSFT34+42,12%
Meta M1TA34+41,72%
NvidiaNVDC34+258,66%
NetEase NETE34+17,89%
Roblox R2BL34-3,59%
SonySNEC34-50,86%
Take-Two T1TW34+15,95%
Unity Software U2ST34-27,57%

O desempenho desses ativos acompanha as flutuações das ações nas bolsas de valores de origem. Compartem, portanto, dos riscos associados às empresas emissoras, além do risco cambial, que pode tanto multiplicar os  retornos quanto reduzi-los.

Além disso, como você bem deve ter notado, algumas das empresas mais famosas do ramo como Nintendo, Capcom, Tencent e Ubisoft, ainda não contam com BDRs disponíveis na B3. Mas não se preocupe, existem outras formas de acessar indiretamente essas companhias, como os ETFs. Falaremos desse tipo de investimento na sequência:

Investimento em games com ETFs

Os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos passivos desenvolvidos para espelhar o desempenho de um indicador de mercado determinado. 

Esses produtos permitem que o investidor tenha acesso a todo um cesto de ativos com uma só aplicação, o que, além de mais prático, também teoricamente é menos arriscado do que se expor a ações de empresas específicas.

 Em suma, o investidor se expõe ao rendimento médio do setor, e não da performance de uma ou outra companhia em particular.

Na B3, existem dois ETFs que seguem índices compostos por empresas da indústria de games. São eles:

Trend eSports

Com gestão da XP, o Trend eSports é um fundo temático que replica o Global X Video Games & Esports ETF (HERO). Essa carteira teórica é referenciada no indicador Solactive Video Games & Esports Index, formado por ações de mais de 40 grandes desenvolvedoras e distribuidoras de jogos eletrônicos e companhias com ligação ao eSports, incluindo empresas como Capcom, CD Project RED, Electronic Arts, Konami, NetEase, Nintendo, Take-Two e Ubisoft.

Os dados técnicos do ETF são os seguintes:

  • ETF Replicado: ETF HERO;
  • Aplicação mínima: R$100,00;
  • Taxa de Administração: 0,50%;
  • Rentabilidade em 12 meses: 8,81%.

Investo ETF Global Video Gaming & eSport FDI (JOGO11)

O JOGO11, com gestão da BTG Pactual, é outro fundo temático a replicar um ETF composto por ações do mercado do setor de games de eSports. 

Nesse caso, o ETF acompanhado é o ESPO (VanEck Video Gaming e E-sports Index), que segue o MVIS Global Video Gaming & eSports (Net TR) Index, composto por 29 empresas globais da indústria de games, incluindo marcas como as asiáticas Tencent, NetEase, Nintendo, Bandai Namco; e as norte-americanas Take-Two e Electronic Arts.

Abaixo os dados técnicos do ETF:

  • ETF Replicado: ETF ESPO;
  • Aplicação mínima: R$200,00;
  • Taxa de Administração: 0,30%;
  • Rentabilidade em 12 meses: 28,60%.

Além das opções acima, também existem Exchange Traded Funds que não seguem especificamente um indicador de mercado de games, mas que incluem empresas importantes dessa indústria em sua composição. 

Um exemplo disso é o USTK11, da gestora Investo, que espelha o ETF VGT (Vanguard Information Technology), formado por 350 empresas norte-americanas de tecnologia. Entre elas, estão nomes já citados mais de uma vez neste artigo como: Microsoft, Nvidia, Google, Apple, Intel, entre outras. 

Fundos assim podem ser uma forma interessante para investir em alguns dos grandes nomes da indústria dos games, sem necessariamente se expor diretamente a esse setor, que é considerado bastante volátil.

Fundos de investimentos do mercado de games

Por fim, outra maneira prática para investir no mercado de games é por meio dos Fundos de Investimento (FIs). Semelhante aos Exchange Traded Funds, esses investimentos também possibilitam o aporte em uma cesta de ações, com uma só aplicação. 

Diferente dos ETFs, contudo, os FIs não espelham um indicador de mercado e os seguem passivamente. A administração desses fundos, pelo contrário, é feita de acordo com as estratégias de um gestor, que atua ativamente na composição e balanceamento da carteira — sempre respeitando as políticas internas do próprio fundo.

Em suma, os FIs dão ao gestor maior liberdade de escolha, ao passo que os retornos são diretamente impactados por suas decisões. Como o trabalho da gestão é maior, esses fundos também tendem a ter taxas administrativas mais altas em comparação aos Exchange Traded Funds, o que pode reduzir os retornos.

De olho no avanço do mercado de jogos eletrônicos, durante a pandemia, algumas gestoras brasileiras lançaram opções de Fundos de Investimento com esse tema ou indiretamente atrelados a ele.

Um exemplo conhecido bem conhecido é o Tech Select, que possui uma carteira composta por diferentes segmentos dentro do setor de tecnologia, incluindo empresas de software, biotech, cybersecurity, AI e com uma fatia maior de Big Techs.

Bastante amplo, esse FII incorporou o antigo fundo Tech Games, diminuindo a exposição da carteira ao setor de jogos eletrônicos, mas mantendo ações das gigantes do ramo como: Google, Microsoft, Apple, Meta e Nintendo. Abaixo as principais características deste fundo:

  • Aplicação mínima: R$1.000,00;
  • Risco: alto;
  • Taxa de administração: 0,90 %;
  • Retorno acumulado (12 meses): 34,20%.

Investimento direto nas bolsas estrangeiras

Dado que as grandes blue chips do setor de games são estrangeiras, é de se deduzir que acessar as bolsas internacionais diretamente expande as opções e oportunidades de investimento no setor. 

Assim, para quem deseja investir em ações ainda não acessíveis na B3, existe sempre a possibilidade de abrir uma conta em uma corretora internacional.Esse processo, porém, tende a ser mais burocrático. 

Corretoras internacionais costumam ser mais exigentes quanto à apresentação de documentos e outras comprovações. Além disso, é recomendado que o investidor que abra uma conta internacional esteja ciente das regulamentações e questões fiscais do país em questão, além de considerar os custos adicionais, como taxas de corretagem e custos de remessas ao exterior.

10 empresas do setor de games para investir

Apesar de estar passando por um breve momento de instabilidade e reorganização após o período de pandemia, a indústria de games continua sendo muito promissora. Com a inventividade como principal característica, esse mercado está sempre a um passo de um novo horizonte, prestes a decolar.

Com a expansão dos serviços de streaming, a evolução das tecnologias de realidade virtual, o avanço dos jogos para mobile, o lançamento de jogos aguardados e, claro, novas gerações de videogames, ninguém pode prever até onde e a que velocidade esse mercado pode crescer.

Como investidor, é preciso estar atento para não deixar nenhuma oportunidade passar. Por isso, separamos 10 entre os maiores nomes dessa indústria para que você os mantenha em seu radar:

1- Microsoft (MSFT)

A Microsoft compõe, junto com a Sony e a Nintendo, a trindade das grandes companhias do mercado de games. São, não por acaso, as marcas por trás das três famílias de videogame mais conhecidas: Xbox, PlayStation e Nintendo, respectivamente.

Além de estar em sua quarta geração de console e do sucesso do Xbox Game Pass, que já conta com mais de 25 milhões de assinaturas, a empresa por trás do Xbox ganhou novo impulso com a compra da Activision Blizzard, desenvolvedora de franquias como Call of Duty, Warcraft e Overwatch. Anos antes, a companhia já havia incorporado a Mojang, criadora do sucesso Minecraft.

Tirando os pés dos limites da indústria de jogos eletrônicos, não faz mal lembrar que a Microsoft conta com diferentes fontes de receita, incluindo o sistema operacional Microsoft Windows, o conjunto de aplicações Microsoft 365 (antigo Microsoft Office), além de estar investindo pesado na OpenAI. Avaliada em US$3,17 trilhões é a simplesmente a empresa mais valiosa do mundo.

2- Sony (SONY)

Parte da trindade das três grandes empresas de games, a japonesa Sony carrega o título de criadora do console mais vendido da história: o PlayStation 2, com mais de 155,1 milhões de aparelhos comercializados. Somada a toda a família PlayStation, esse número rompe a barreira dos 600 milhões.

Entre 2021 e 2022, a empresa adquiriu cinco estúdios de videogame, incluindo a Bungie, desenvolvedora com participação em jogos como Halo, Destiny e Assassin’s Creed. Com a aquisição dessas franquias, existe a especulação de que a Sony Productions, ramo cinematográfico da companhia, possa estar pensando em adaptações dessas histórias para outros formatos.

Embora a maior fonte de receita do conglomerado Sony venha dos jogos eletrônicos, a empresa também conta com outros produtos, incluindo a citada produtora de filmes, além de eletrônicos como câmeras, televisores, smartphones, entre outros.

3- Nintendo (NTDOY)

Fechando a trindade das gigantes dos games, a também japonesa Nintendo é responsável pelo desenvolvimento de nada menos do que 5 dos consoles entre os 10 mais vendidos da história. É a companhia com maior número de aparelhos vendidos em todos os tempos: mais de 788 milhões.

Além dos hardwares, a empresa também é famosa por suas franquias de jogos, sendo uma das desenvolvedoras mais queridas do mundo. Entre seus sucessos estão desde clássicos como a saga Donkey Kong, Super Mario Bros e Zelda, até sucessos mais recentes como o Animal Crossing: New Horizons, jogo que deve se tornar, muito em breve, no maior sucesso de vendas do Nintendo Switch.

Falando nisso, o Switch, último console lançado pela empresa, já vendeu mais de 141 milhões de cópias, estando cada vez mais próximo de ultrapassar o recorde do PlayStation 2.

 Importante citar que o mercado acompanha atento as notícias sobre o lançamento do novo console da Nintendo, previsto para ser lançado no primeiro trimestre de 2025, sete anos após seu antecessor Nintendo Switch. Esse é, inclusive, um dos principais fatores apontados pela Newzoo para um novo impulsionamento de toda a indústria.

4- Tencent (TCEHY)

Apesar de menos conhecida que as três gigantes anteriores, a chinesa Tecent carrega o título de empresa de jogos com maior bilheteria do mundo, o que faz com seja considerada, por muitos, como a maior companhia essencialmente de games do mundo. Seu valor de mercado é estimado em US$555 bilhões (aproximadamente R$3 trilhões). 

Diferentemente das marcas mais conhecidas, a Tencent investe essencialmente no desenvolvimento de jogos compatíveis com celular. Seu sucesso vem tanto do aquecimento do mercado de games chinês, o país com a maior receita da indústria de games no mundo, quanto do foco nos smartphones, que já superaram os consoles e o PC em receita.

Alguns dos maiores sucessos da companhia incluem: Clash of Clans, Clash Royale, Fortnite (o jogo mais vendido em 2023 em todas as plataformas, incluindo PC, Nintendo, Xbox e PlayStation) e o famoso League of Legends (LoL).

5- Nvidia 

Por mais que sua marca não tenha a mesma visibilidade de nomes como Apple, Sony ou Nintendo, a Nvidia é a empresa mais comentada do momento no mercado norte-americano. Já há, inclusive, quem acredite que tenha potencial para se tornar a maior do mundo, ultrapassando a Microsoft e a Apple

Isso não é nenhum exagero. Com um crescimento de 290% em 2023, a empresa apresentou a maior alta de todo o indicador S&P 500, alçando-a para o TOP 3 do ranking das companhias mais valiosas dos EUA. 

 Como uma locomotiva sem freios, sua guinada em direção ao topo segue a todo o vapor. Em março se tornou a 3ª maior empresa de todo o mundo. Em 5 meses, já acumula um crescimento de 111%, mais de 4 vezes o resultado apresentado pela Microsoft no mesmo período. Seu market cap é de US$2,55 trilhões.

Criada em 1993, a Nvidia é conhecida no mercado de games por seu pioneirismo no desenvolvimento de GPU (unidade de processamento gráfico), tecnologia que abriu caminho para o desenvolvimento de gráficos realistas em jogos de computador.

Embora siga sendo referência em placas de vídeo para jogos eletrônicos, a fatia da empresa exposta ao setor de games foi diminuindo proporcionalmente, conforme a empresa foi abrindo seu leque de produtos. Seu impressionante impulso nos últimos dois anos vem, principalmente, do desenvolvimento de chips de inteligência artificial. 

6- Apple

Segunda empresa mais valiosa do mundo, a Apple dispensa apresentações. É a companhia por trás de dispositivos icônicos como o iPhone, iPad, Mac e Apple Watch. O que pouca gente sabe, contudo, é que a empresa da maçã também tem seus dedos no mercado de games. 

Com grande presença no segmento de games para mobile, estima-se que a empresa gera mais de US$3 bilhões em receitas em média por ano só com jogos eletrônicos. Esse valor deve ser impulsionado, uma vez que a empresa está, mais do que nunca, levando esse mercado a sério.

Além da continuidade da plataforma de streaming Apple Arcade, o novo modelo de iPhone Pro 15 tem gerado furor por sua capacidade de rodar jogos AAA, incluindo grandes sucessos como Resident Evil 4 remake, Resident Evil Village, e Assassin’s Creed Mirage, entre outros.

7- Meta

Conhecida principalmente por ser a empresa-mãe das redes sociais Facebook, WhatsApp e Instagram, a Meta é outra gigante da tecnologia com ligação com o universo gamer.

A empresa de Mark Zuckerberg está, desde 2014, por trás do Oculus VR. Com as expectativas de uma adoção mais ampla dos dispositivos de realidade aumentada (AR), a Meta tem tudo para ganhar maior espaço no setor de jogos eletrônicos. 

8- NetEase

A exemplo de sua conterrânea Tencent, a chinesa NetEase é outra empresa que tem crescido exponencialmente ao apostar em jogos online e para mobile. Responsável por títulos como Marvel Super War, Dead by Daylight e Knives Out, a empresa está no top 5 das maiores companhias do setor de videogames. 

Para ter ideia, embora muito mais recente, a empresa chinesa tem um market cap ligeiramente superior ao da icônica Nintendo. (US$63 bilhões contra US$61 bilhões).

9- Electronic Arts (EA)

Possivelmente a desenvolvedora de jogos eletrônicos mais renomada do mundo, a californiana Electronic Arts se popularizou inicialmente por seu empenho na produção de simuladores de esportes. É a marca por trás de sucessos do segmento como FIFA, NHL, NBA Live e UFC.

Se isso não fosse o suficiente, a EA não se limita aos jogos de esportes. Também é a desenvolvedora responsável por sucessos de vendas como as séries Battlefield, Dragon Age, Need for Speed, Medal of Honor e The Sims.

10- Take-two Interactive (TTWO)

Para fechar a lista, a Take-two Interactive, com sede em Nova Iorque, é outra desenvolvedora e distribuidora de jogos eletrônicos que se fez famosa pela criação de alguns dos jogos mais queridos da indústria.

Entre seus games estão nomes icônicos como BioShock, e as séries Red Dead Redemption e Grand Theft Auto (GTA). O GTA V, seu jogo de maior sucesso, já vendeu mais de 200 milhões de cópias.

Enquanto todos esperam ansiosamente pelo lançamento de GTA VI, previsto para 2025, a empresa também tem aberto caminho no mercado mobile. Em 2022, o estúdio adquiriu, por US$12,7 bilhões, a Zynga, criadora de jogos como FarmVille e Words with Friends, no que é até o momento a segunda maior aquisição da indústria dos games.

Investimento em eSports

Não há como terminar um artigo sobre o mercado de games sem mencionar, mesmo que brevemente, o fenômeno dos eSports, uma das tendências mais atuais e com maior engajamento de público dentro dessa indústria.

Não sabe do que estamos falando? Não tem problema. Abaixo, introduziremos o tema, destacando por que os investidores interessados na indústria de jogos devem prestar atenção ao desenvolvimento desse segmento.

O que são eSports?

O eSports , ou “esportes eletrônicos”, é um termo abrangente utilizado para descrever qualquer tipo de competição profissional ou semiprofissional de games, seja de equipe ou de jogadores individuais, em formatos de torneio ou liga.

Embora possa soar estranho ou novidade para o público mais tradicional, essas competições funcionam a exemplo de qualquer outro campeonato esportivo, como as Olimpíadas, Copa do Mundo, NBA, e assim por diante. São competições muito bem organizadas, com patrocinadores de peso, prêmios milionários e o principal: um público vasto e em crescimento. 

Para ter uma ideia mais clara do tamanho desse mercado, estima-se que  mais de 574 milhões de pessoas assistiram alguma competição de eSport em 2023. Quer mais alguns números? A final da Mundial de League of Legends de 2017 alcançou 75 milhões de espectadores, mais que a final do NBA no mesmo ano. 

O sucesso LoL é ainda detentor de outro impressionante recorde. A transmissão da final de 2023, chegou a ter um pico de 6,4 milhões de espectadores simultâneos, o que a converteu na maior audiência de um torneio de esporte eletrônico da história. Já a marca de torneio com maior prêmio da história pertence ao Dota 2 de 2019, que pagou mais de R$180 milhões à equipe vencedora.

Quais são as principais modalidades de eSports?

Assim como as Olimpíadas, os eSports também abrangem diferentes modalidades de jogos. Entre as mais populares, é possível citar:

  • Estratégia em tempo real: são jogos onde os competidores controlam recursos, unidades e territórios em tempo real para batalhar contra os exércitos oponentes. O exemplo mais famoso dessa categoria é o Starcraft;
  • FPS (First-person shooter): são os jogos de tiro em primeira pessoa. O principal expoente da categoria é o Counter-Strike, Overwatch e Call of Duty;
  • MOBA (multiplayer online battle arena): consiste em confrontos entre duas equipes que tem por objetivo destruir a base rival. Os jogos mais conhecidos dessa categoria são o League of Legends, Dota e Fortnite;
  • Simulação de esportes: são competições que simulam “esportes reais”. Alguns dos principais campeonatos incluem o FIFA, NBA e o NHL.

Quanto dinheiro o mercado de eSports movimenta?

Estima-se que as receitas globais geradas por eventos de eSports ultrapassaram a casa de US$1,4 bilhão, de acordo com o Statista, famoso portal alemão de estáticas de mercado. Esse montante é proveniente de diferentes fontes, incluindo: patrocínios, direitos de mídia, merchandising e streaming.

Considerado o crescimento constante do interesse por essa classe de competição, é esperado que esse valor chegue até US$1,87 bilhão já em 2025 e que rompa US$4,7 bilhões em 2030.

Quais são as opções de investimento em eSports?

A exemplo da própria indústria de games, da qual é parte integrante, os eSports também têm se demonstrado um organismo vivo capaz de se recriar, reinventando, a cada pouco, novos desdobramentos e fontes de renda.

As formas de investir em eSports são, consequentemente, múltiplas, incluindo:

empresas de desenvolvimento de software e fabricantes de hardware, produtoras de eventos, plataformas de apostas, plataformas de streaming, startups, NFTs, gamecoins, e assim por diante. 

É, como você pode ter notado, um universo ainda em desenvolvimento e que, ao que parece, não tem limites para expansão.

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TedDuarte
TedDuarte
Economista formado e conteudista da Finclass.
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