Você tem objetivos financeiros de longo prazo? Temos certeza que sim — afinal, quem não pensa em se aposentar com tranquilidade? Ou adquirir um imóvel próprio?
Nesses casos, a previdência privada entra em cena como uma alternativa bem promissora, já que tem prazos de vencimento para daqui muitos anos, benefícios tributários, sucessão patrimonial facilitada e a possibilidade de você escolher um plano que esteja alinhado às suas metas e perfil de risco.
Na dúvida sobre se esse investimento vale a pena? Em 2024, mais de 11 milhões têm a previdência privada no portfólio — um aumento de 2,9% em relação a 2023 e que mostra como essa aplicação tem ganhado espaço no mercado.
Topa saber mais? Siga conosco para aprender:
- O que é previdência privada;
- Como funciona a previdência privada;
- Quais são as taxas da previdência privada;
- Previdência privada vale a pena.
No final, ainda deixamos uma recomendação sobre onde você pode continuar se tornando um investidor mais inteligente!
O que é previdência privada?
A previdência privada é um investimento de longo prazo, normalmente tida como um complemento à aposentadoria do Governo. No entanto, não serve só para este fim: por ter vencimentos distantes, pode ser conveniente em qualquer estratégia financeira que considere horizontes temporais mais longos, com foco na proteção e no aumento patrimonial.
Inclusive, cabe o lembrete de que embora muitas pessoas optem pela previdência com a meta de juntar recursos para quando se aposentar, esse investimento serve para qualquer idade — muitas instituições sequer exigem uma idade mínima para contratar um plano. Dessa maneira, quanto mais cedo e quanto mais personalizado o plano for, maiores serão as chances de obter sucesso com o investimento.
Sobre a sua regulamentação, a aplicação é fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Como funciona a previdência privada?
Na previdência privada, o investidor contrata um plano (que pode ser VGBL ou PGBL) e realiza aportes regulares no investimento. O dinheiro é, então, aplicado em diferentes ativos e títulos — ações, títulos e Fundos de Investimento, por exemplo, a depender de qual foi o contrato escolhido.
Para fazer essa contratação, pode abrir uma conta em uma corretora de valores (intermediária que distribui os planos) ou diretamente com a instituição financeira emissora do plano, por exemplo, um banco onde você tem conta aberta.
Assim que começa a investir, o titular já sabe quanto tempo vai levar para que seus objetivos financeiros sejam conquistados. Durante esse período, então, o patrimônio cresce e é preservado — para que seja resgatado no futuro, de maneira total ou parcial.
Cabe também ao investidor escolher qual o regime tributário a ser praticado — ou seja, se os impostos serão calculados de acordo com a duração da aplicação, ou a partir do tamanho do saque realizado. Embora essa decisão deva ser tomada no momento de adesão ao contrato, algumas instituições emissoras já permitem que o titular mude de ideia antes do resgate, desde que sejam notificadas com antecedência.
Qual a diferença da previdência privada para um fundo de investimento?
Planos de previdência privada e fundos de investimento diferem nos seguintes pontos:
- Objetivo do investimento;
- Liquidez;
- Tributação;
- Risco e retorno;
- Gestão e estrutura.
Em resumo, fundos de investimento são mais flexíveis, afinal, neles o dinheiro dos cotistas pode ser aplicado em uma variedade enorme de títulos e ativos, a depender do objetivo do fundo. Em contrapartida, a previdência privada é uma aplicação específica, voltada para o longo prazo e para a proteção patrimonial, que pode até se valer de fundos de investimento em seu portfólio.
Dá uma olhada na tabela comparativa que criamos para te ajudar a enxergar melhor as diferenças:
Aspecto | Fundo de investimento | Previdência privada |
Objetivo de investimento | Versátil, pode atender objetivos de curto, médio e longo prazo, com diversificação de ativos. | Focada no planejamento de longo prazo, especialmente para aposentadoria e estabilidade futura. |
Liquidez | Alta liquidez, com facilidade para resgatar cotas e converter em dinheiro rapidamente. | Liquidez reduzida, com penalidades em resgates antecipados e maior adequação para compromissos de longo prazo. |
Tributação | Variável, seguindo tabelas de Imposto de Renda conforme o tipo e prazo do fundo. | Oferece vantagens fiscais, pode ser tributada apenas no resgate ou recebimento da renda, beneficiando estratégias de longo prazo. |
Risco e retorno | Risco de mercado (volatilidade), com alternativas potencialmente mais elevadas, mas com riscos maiores, a depender da estratégia do fundo. | Tendência a ser mais conservadora, com foco em retornos estáveis e preservação de capital. No entanto, há, no mercado, alternativas mais arrojadas também. |
Gestão e estrutura | Gerido por profissionais com estratégias diversificadas em ações, renda fixa, multimercados etc. | Focada em planos específicos e estruturados para estabilidade e preservação de patrimônio, geralmente com menor volatilidade. |
O que são os planos PGBL ou VGBL?
Os planos PGBL e VGBL são as duas modalidades de contrato disponíveis para os investidores da previdência privada. A diferença entre ambos, por sua vez, está na tributação do Imposto de Renda aplicada sobre o investimento.
Entenda melhor cada um deles a seguir.
PGBL
Neste plano, a tributação incide sobre o valor total da aplicação — ou seja, sobre o capital aportado, mais os juros obtidos no período. Consequentemente, o imposto a ser pago é maior. Por isso, tende a ser mais vantajoso para casos nos quais a dedução fiscal vale a pena em comparação com a tributação correspondente.
E tem mais: quem tem um plano PGBL pode deduzir as contribuições do IR até o limite de 12% da renda bruta anual.
VGBL
Este, por sua vez, é recomendado principalmente para quem faz a declaração simplificada do IR, já que não permite a dedução das contribuições do cálculo.
Atenção: lembre que, aqui, os impostos são aplicados somente sobre o rendimento gerado ao longo do período, não sobre o valor total investido.
Tributação do Imposto de Renda
Em relação à tributação, fica nas mãos do investidor a decisão sobre como os impostos vão incidir sobre os valores sacados futuramente: se vão seguir o regime progressivo ou regressivo.
Entenda melhor.
Regime regressivo
Na tabela do regime regressivo, a alíquota muda de acordo com o tempo pelo qual o dinheiro permaneceu aplicado. Então, os investimentos mais longos são favorecidos. Veja só:
Tempo de investimento | Alíquota |
Até 2 anos | 35% |
2 a 4 anos | 30% |
4 a 6 anos | 25% |
6 a 8 anos | 20% |
8 a 10 anos | 15% |
Acima de 10 anos | 10% |
Regime progressivo
Já na tabela do regime progressivo, o cálculo da alíquota leva em conta o tamanho do saque feito pelo investidor — o que o torna uma opção mais interessante para aqueles que pensam em resgatar quantias menores no futuro. Olha só:
Resgate | Alíquota |
Até R$1.903,98 | Isento |
De R$1.903,99 a R$2.826,65 | 7,5% |
De R$2.826,66 a R$3.751,05 | 15% |
De R$3.751,06 a R$4.664,68 | 22,5% |
Acima de R$4.664,68 | 27,5% |
Não se esqueça: na hora de fazer a compensação do investimento, a tributação do IR incide sobre todas as suas fontes de renda.
Quais são as taxas da previdência privada?
Ao contratar um plano de previdência privada, três taxas podem ser aplicadas pela instituição financeira:
Enquanto a taxa de administração vai aparecer em qualquer plano que você buscar, as taxas de carregamento e performance são facultativas, logo, algumas instituições não a praticam.
Vamos juntos conhecer cada uma delas.
Taxa de administração na previdência privada
Aqui, temos uma porcentagem que será descontada dos seus ganhos, de forma geralmente anual. Esse custo é uma forma de remunerar a gestora responsável pelo investimento. No entanto, é preciso atenção: o valor não é um indicador de rentabilidade — ou seja, não indica se um plano é mais ou menos rentável.
Na hora de avaliar esse custo, a nossa recomendação é que você não escolha um plano por oferecer uma taxa mais cara ou mais barata. É preciso, na verdade, avaliar se a taxa compensa e se a seleção de ativos está alinhada ao seu perfil de investidor.
Além disso, fica um alerta: alguns fundos de previdência cobram taxas de maneira abusiva. Por isso, não negligencie a tarefa de verificar se o custo é, de fato, justificado.
Taxa de carregamento na previdência privada
A taxa de carregamento consiste em uma cobrança que afeta o valor aportado, o valor sacado ou ambos. Na prática, ela corrói uma porcentagem das quantias investidas, o que prejudica o acúmulo de patrimônio do titular.
Sua justificativa está na cobertura de despesas administrativas, no entanto, atualmente são poucas as instituições que cobram essa taxa. Na dúvida, prefira planos que pratiquem taxas mais justas e que não causem nenhum impacto negativo e desnecessário na sua aplicação.
Taxa de performance na previdência privada
A taxa de performance é outra cobrança opcional, aplicada somente quando os resultados do fundo previdenciário superam um benchmark pré-estabelecido — o Ibovespa ou o CDI, por exemplo. O percentual, inclusive, só é descontado da rentabilidade excedida.
Tanto o indicador utilizado de referência como a porcentagem comprada constam no contrato do plano. Por isso, antes de tomar a sua decisão, leia essas condições com cuidado — e lembre que há muitos bons planos de previdências que não cobram a taxa de performance.
Previdência privada vale a pena?
Se os seus objetivos financeiros são de longo prazo e, consequentemente, o seu foco está no acúmulo e no crescimento do seu patrimônio, então a previdência privada vale sim a pena. Aqui, o mais importante é que a aplicação — assim como o plano específico a ser escolhido — esteja alinhada ao seu perfil de investidor.
Quais as vantagens da previdência privada?
Os principais pontos positivos da previdência privada são:
- Flexibilidade de escolha de planos;
- Planejamento financeiro eficiente;
- Possibilidade de dedução de impostos;
- Sucessão patrimonial facilitada.
Vamos olhar com mais cuidado para cada um deles!
Flexibilidade de escolha de planos
Embora a previdência privada seja um investimento por si só, ainda é possível personalizar o seu plano — escolhendo entre VGBL e PGBL, por exemplo, ou explorando as alternativas de portfólio que mais estão alinhadas ao seu perfil de investidor.
Alguns planos, para você ter noção, aplicam somente em renda fixa. Assim, são bastante populares entre aqueles que priorizam a segurança acima de tudo. Para perfis mais arrojados, existem contratos que mesclam renda fixa e renda variável na carteira, como uma forma de equilibrar riscos e retornos, mantendo o foco no longo prazo e na construção do patrimônio.
Planejamento financeiro eficiente
Por ser voltada para o longo prazo, a previdência privada é um investimento bastante pertinente para quem deseja planejar o próprio futuro — seja para alcançar um objetivo daqui muitos anos, ou para ter mais conforto financeiro na aposentadoria.
Com a possibilidade de escolher como sacar o patrimônio construído e qual o regime tributário a ser praticado, o investidor tem a chance de se programar para extrair o melhor da aplicação.
Possibilidade de dedução de impostos
Aqueles que contam com um plano PGBL no portfólio têm os impostos cobrados sobre o valor total acumulado, ou seja, sobre as contribuições, mais os rendimentos. Por isso, nesse caso, há a vantagem exclusiva de deduzir até 12% da renda bruta anual, para quem declara o IR no modelo completo.
Sucessão patrimonial facilitada
Nem o plano VGBL, nem o PGBL entram no inventário. Logo, a sucessão patrimonial é simplificada. Em outras palavras, significa que os futuros herdeiros do titular do plano vão conseguir acessar o patrimônio juntado com mais facilidade, sem perder tempo com burocracias desnecessárias ou custos extras. É ideal, então, para quem investe pensando também na família.
Quais as desvantagens da previdência privada?
Alguns dos pontos negativos da previdência privada são:
- Tempo de espera para ter retornos;
- Carência;
- Falta de cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Vamos juntos entender cada um deles.
Tempo de espera para ter retornos
Essa não é necessariamente uma desvantagem, mas um lembrete de que a previdência privada é um investimento de longo prazo. Logo, não é recomendada para investidores que planejam usar o dinheiro em um espaço mais curto de tempo. Nesses casos, o ideal é que a pessoa opte por títulos e ativos com maior liquidez.
Carência
É chamado de fase de acumulação o período no qual o investidor permanece fazendo aportes regulares no seu plano de previdência privada. Nesse momento, caso queira fazer um resgate antecipado, o titular vai se deparar com um período de carência — que normalmente é de 60 dias para cada saque feito durante essa fase.
Aqui, cabe o reforço do longo prazo. Já que os resgates antecipados podem resultar em perda de rentabilidade e tributações excessivas, é importante que você invista com a mentalidade correta.
Falta de Cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
O FGC é um mecanismo de proteção ao investidor, cuja cobertura se estende a alguns títulos de renda fixa. Assim, em caso de inadimplência por parte da emissora, a instituição faz um reembolso dos valores perdidos, considerando um limite de R$250.000,00 por CPF e por instituição.
A previdência privada, porém, não está na lista de aplicações cobertas. Mesmo assim, não há motivos para se preocupar, desde que você explore com cuidado o mercado antes de contratar um plano. Na dúvida, cheque se a instituição emissora está autorizada a operar, o histórico de rentabilidade do fundo previdenciário em questão e as demais informações presentes no contrato.
Não pare agora de entender a previdência privada
Afinal, temos uma recomendação de conteúdo sobre o assunto para te ajudar a ver com mais clareza ainda como essa aplicação pode somar no seu portfólio: a Finclass Previdência Privada, com Bruno Perini.
Por lá, você aprende como escolher um bom plano, como fazer a portabilidade se necessário e como simular a aposentadoria.
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Nos vemos por lá?