É fato que a maioria dos investidores, especialmente aqueles de primeira viagem, já devem ter ouvido falar sobre o CDB. Essa é uma modalidade de investimento em renda fixa, tão segura quanto a poupança, porém com uma rentabilidade muito mais atrativa.
O que escapa aos desavisados é o fato de que há várias opções de CDBs disponíveis para aplicação no mercado de capitais. Assim, por mais que um indivíduo conheça a sua definição, escolher a melhor alternativa pode se tornar uma tarefa árdua.
Se esse é o seu caso, não precisa mais se preocupar: neste artigo, vamos te contar tudo o que você precisa saber sobre o CDB prefixado, como essa categoria funciona, suas vantagens e desvantagens e como investir nessa classe de ativo.
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O que é um CDB prefixado?
Um Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título emitido por bancos, com o objetivo de levantar recursos para serem utilizados em suas operações, no financiamento de projetos ou no oferecimento de novas linhas de crédito.
Em sua versão prefixada, o CDB rende a partir de taxas de juros fixas. Ou seja, no momento da aplicação, o investidor sabe exatamente qual o percentual que irá receber no final do prazo combinado.
Até aqui, você já deve ter deduzido que a previsibilidade é uma das grandes vantagens deste título, e por qual razão ele é tão popular entre investidores de perfil conservador — ou seja, aqueles cuja tolerância ao risco financeiro é baixa. No entanto, essa não é a única característica que o define — continue conosco para saber mais.
Como funciona o CDB prefixado?
Para além da sua rentabilidade, alguns outros aspectos devem ser levados em consideração pelo investidor interessado em aplicar parte do seu patrimônio em CDBs, como a tributação, a segurança e o grau de liquidez. Veja só:
Rentabilidade
Como você já sabe, o percentual da rentabilidade de um CDB é conhecido desde o início da aplicação, e segue o mesmo até o seu resgate no vencimento. Assim, não importa o momento pelo qual o mercado econômico esteja passando: o retorno será o mesmo.
Vale lembrar que essa rentabilidade, porém, só existirá se o investidor mantiver seu dinheiro aplicado até o final do prazo escolhido. Caso faça uma retirada antes disso, o preço do título vai variar de acordo com a marcação a mercado. Em outras palavras, seu valor dependerá de como o mercado está se comportando em determinado momento, o que pode te levar ao prejuízo.
Para que não reste dúvidas sobre a rentabilidade dos CDBs prefixados, suponha que você tenha investido R$5.000 nesse título, por 365 dias. Considere, aqui, uma taxa de juros de 10% ao ano. Nesse caso, no vencimento, o rendimento bruto seria de R$500, sem nenhuma correção de acordo com a inflação.
O valor que o investidor receberá de fato ainda terá a dedução dos impostos pertinentes, que é o próximo tópico dessa lista.
Tributação
Os CDBs sofrem a incidência do Imposto de Renda (IR). As alíquotas são regressivas e, consequentemente, a porcentagem descontada vai depender do tempo pelo qual o valor permaneceu aplicado. Observe:
- Até 180 dias: 22,5%;
- De 181 a 360 dias: 20%;
- De 361 a 720 dias: 17,5%;
- Acima de 720 dias: 15%.
Na prática, aconselha-se que o investidor mantenha seus recursos parados pelo maior tempo possível, para evitar que o IR acabe representando um desconto muito drástico de seus lucros.
No exemplo acima, o prazo considerado foi de 12 meses, lembra? Isso significa que o imposto em questão será de 17,5%, deixando um total de R$412,50 ao investidor.
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também é passível de incidência sobre o rendimento do CDB. Porém, este só afeta o valor quando o resgate é feito antes de a aplicação fechar 30 dias.
Segurança
Lá no início desse artigo você já foi apresentado ao fato de que os CDBs prefixados são investimentos de baixo risco, o que os tornam atrativos para investidores de perfil conservador.
A sua rentabilidade conhecida desde o início da aplicação é um dos fatores que o torna seguro dessa forma. No entanto, tem mais: os CDBs são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Essa proteção funciona assim: caso a instituição financeira emissora não honre com o seu compromisso de devolver o pagamento prometido — dito de forma mais simples, dê o calote no investidor, então o FGC reembolsa o valor perdido, desde que este seja de até R$250 mil por CPF ou CNPJ.
Sobre esse assunto, é importante lembrar que este valor considera os aportes realizados e os rendimentos da aplicação. Portanto, quando o investimento total for maior que o limite da cobertura, o reembolso não será completo.
Liquidez
Para refrescar a memória, primeiro vamos nos ater ao conceito de liquidez: a possibilidade de transformar um bem ou ativo em dinheiro. Nesse caso específico, o conceito diz respeito sobre a facilidade com a qual o CDB prefixado pode ser vendido, caso o investidor queira se desfazer dos papéis que comprou.
Independente da modalidade específica do CDB, se é prefixado ou não, essa característica vai depender do regulamento estabelecido por cada instituição emissora.
Embora existam títulos cuja liquidez é diária, a maioria tem o seu resgate previsto unicamente no vencimento. Além disso, alguns CDBs têm até um prazo de carência, impossibilitando qualquer movimentação de capital antes da liquidez diária.
Por fim, no que cabe a esse tópico, vale reforçar que a venda antecipada desses títulos expõe seu valor à marcação de mercado. Isso significa que, dependendo do momento econômico do país, seu preço pode estar menor do que aquele inicialmente pago pelo investidor, deixando essa pessoa no prejuízo.
Quais são as vantagens e as desvantagens do CDB prefixado?
Quando se trata de CDBs prefixados, é comum que muita gente veja apenas benefícios. Afinal, é um título seguro e cujo desempenho é de fácil compreensão. No entanto, assim como qualquer outro ativo financeiro, este também tem suas vantagens e desvantagens. Lembre-se: conhecimento é dinheiro. Por isso, confira quais pontos devem ser levados em consideração ao avaliar se um CDB vale ou não a pena.
Vantagens do CDB prefixado
Primeiramente, confira as vantagens dessa modalidade de investimento:
- A rentabilidade é conhecida no momento da aplicação, o que traz mais segurança para o investidor;
- Quando o país está passando por um momento de juros altos, ou com expectativas de adentrar esse cenário, o retorno esperado é mais atrativo;
- O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) cobre esse título, com reembolsos de até R$250 mil;
- O ativo é uma boa alternativa para quem busca diversificação na carteira de investimentos, combinando este papel com outras opções.
Desvantagens do CDB prefixado
Agora, te convido a conhecer alguns pontos negativos dos CDBs prefixados:
- Sua rentabilidade não será corrigida pela inflação. Ou seja, com o passar do tempo, seu dinheiro pode perder o valor, prejudicando o seu poder aquisitivo;
- Em muitas opções, o resgate só vale a pena se acontecer no vencimento do título. Do contrário, o investidor pode sair no prejuízo;
- O Imposto de Renda, como você já sabe, incide sobre o rendimento do CDB. Assim, a melhor forma de amenizar esse desconto é mantendo a aplicação por períodos mais longos, já que, no curto prazo, o valor do IR chega a 22,5%.
Quando vale a pena investir em um CDB prefixado?
Em cenários econômicos nos quais a expectativa é que as taxas de juros caiam, o CDB prefixado é uma boa opção de investimento, caso a sua rentabilidade seja mais alta do que as taxas futuras.
Outro momento oportuno é quando o investidor tem um horizonte de aplicação bem definido. Caso a intenção seja realizar determinado resgate, considerando um período de tempo bem específico, a rentabilidade fixa desse papel pode ser uma boa decisão.
Por fim, vale destacar que esse título sempre vale a pena para os investidores de perfil conservador e que ainda estão dando os seus primeiros passos no mercado financeiro. Em um país onde a poupança segue como a principal opção de investimento da população, mesmo rendendo tão pouco, o CDB prefixado desponta como uma excelente alternativa para substituí-la, sendo tão seguro quanto, porém mais rentável.
Como investir em um CDB prefixado?
Entendeu como os CDBs prefixados funcionam e acha que essa é uma boa opção de investimento para a sua carteira? Então, confira esse passo a passo sobre como investir neste ativo:
- Escolha uma corretora de valores: assim como para outros investimentos em renda fixa, o primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora de valores. Isso vai te dar acesso a diferentes CDBs prefixados, emitidos por várias instituições financeiras. Aqui, é importante que você escolha uma corretora confiável, checando se ela está autorizada a operar, e se tem boa reputação.
- Pesquise as opções de ativos disponíveis: uma vez que sua conta na corretora esteja ativa, explore as opções de CDBs prefixados disponíveis. Como cada ativo pode ter taxas de juros e prazos diferentes, é importante que você os compare com cuidado, para encontrar o mais adequado às suas necessidades e expectativas.
- Analise as taxas e prazos: avalie cuidadosamente as taxas de juros oferecidas pelos CDBs prefixados. Lembre-se de que, como esses títulos têm taxas fixas, você já sabe quanto vai ganhar no vencimento, sem nenhuma correção posterior a partir da inflação. Considere também o prazo de vencimento do CDB, pois ele pode variar de curto a longo prazo.
- Faça a sua escolha: após analisar as opções, escolha o CDB prefixado que melhor se alinha com os seus objetivos financeiros e tolerância ao risco. Lembre-se de que, geralmente, CDBs com prazos mais longos oferecem taxas de juros mais elevadas. Não se esqueça, também, de que a incidência do IR é menor para períodos maiores.
- Realize o investimento: clique na opção para comprar o CDB escolhido, insira o valor que deseja investir e confirme a operação. Simples, não? A corretora orientará você sobre como transferir os fundos para a compra do título, processo que geralmente consiste na transferência do valor de sua conta corrente para uma carteira na plataforma de investimentos.
- Acompanhe seu investimento: depois de investir no CDB prefixado escolhido, acompanhe o desempenho do título até o vencimento. Lembre-se, porém, de que, como o rendimento é dessa categoria, você já sabe o valor que receberá no final do prazo.
CDB prefixado ou CDB pós-fixado?
Ao investir em CDBs, você certamente notará que o ativo está dividido em duas categorias: prefixado e pós-fixado.
A principal diferença entre ambos está na rentabilidade. Isso porque, ao contrário do prefixado, o pós-fixado tem seu retorno atrelado a algum indicador econômico, como a Selic. Por consequência, os ganhos exatos ao final do período de aplicação não são conhecidos pelo investidor, já que estes serão corrigidos pela inflação.
Essa é, inclusive, uma forma de proteger o poder aquisitivo. Para você entender melhor, vamos analisar um exemplo prático. Se você encontrar por aí um panfleto de supermercado de 2000, verá que a maioria dos produtos está marcada com preços baixíssimos, e quase nada sequer chegava perto dos R$10. No entanto, neste mesmo ano, o salário mínimo era de R$151.
Hoje em dia, você deve saber muito bem que R$100 não são suficientes para fazer grandes compras no mercado, e que o salário mínimo atual é bem diferente daquele praticado décadas atrás. Ou seja, o valor do dinheiro muda com o passar do tempo.
Para simplificar o raciocínio e explicar a grande vantagem por trás do CDB pós-fixado, pode-se dizer que esse título, por estar sempre atrelado a um indicador econômico, vai garantir ao investidor que o seu retorno continue atrativo mesmo que, no futuro, a situação do país seja outra.
Para te ajudar a compreender em detalhes as diferenças entre o CDB prefixado e pós-fixado, preparamos essa tabela comparativa:
Taxa de juros | Previsibilidade de rendimento | Risco de mercado | Prazo | Liquidez | Perfil do investidor | Forma de cálculo | |
CDB prefixado | Possui uma taxa de juros fixa e conhecida no momento do investimento. | Oferece previsibilidade, pois o investidor sabe exatamente quanto receberá no vencimento. | Geralmente apresenta menor risco de mercado, uma vez que a taxa de juros é definida antecipadamente. | Pode ter prazos variados, curtos ou longos, dependendo da instituição emissora. | A liquidez pode ser comprometida, pois o investidor pode não obter o melhor retorno se resgatar antecipadamente. | Indicado para investidores que buscam previsibilidade e podem manter o dinheiro investido até o vencimento. | O rendimento é calculado a partir da taxa fixa e do valor investido. |
CDB pós-fixado | Tem sua taxa de juros atrelada a um indicador, como o CDI ou a Selic, e pode variar ao longo do tempo. | O rendimento é calculado com base na variação do indicador escolhido, tornando-o menos previsível. | Está sujeito a flutuações no indicador de referência, o que pode afetar o rendimento. | Geralmente, tem prazos mais curtos, pois a taxa é ajustada periodicamente. | Geralmente oferece maior liquidez, pois o rendimento está vinculado a índices de mercado de fácil negociação. | Pode ser adequado para investidores dispostos a assumir um pouco mais de risco em troca de potencial maior retorno. | O rendimento depende da variação do índice de referência, acrescido de uma taxa previamente definida. |
Como você pode perceber, cada modalidade de CDB possui características distintas e que podem ser mais ou menos adequadas ao investidor, a depender do seu perfil e dos seus objetivos.
Por mais que o CDB pós-fixado seja mais comumente recomendado, já que seus retornos são maiores e corrigidos pela inflação, o ideal é que cada um analise bem seu funcionamento antes de decidir onde aplicar o patrimônio.
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