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Fundos imobiliários de hospitais: o que são e como investir

Se você já está familiarizado com os fundos imobiliários, deve estar ciente de que esses ativos estão caindo cada vez mais no gosto da população brasileira. O melhor de tudo é que, dentro dos FIIs, é possível explorar diversas categorias de aplicação, que vão desde imóveis residenciais até o tema deste artigo: hospitais e operadoras de saúde.

O setor é bastante sólido e contar com ele no seu portfólio pode ser uma excelente ideia, caso esteja em busca de um fundo de investimento mais estável, atrelado a uma área econômica historicamente firme e menos suscetível às oscilações do mercado.

Topa seguir conosco e conhecer os principais fundos de hospitais disponíveis? Siga na leitura para aprender também:

  • O que são os fundos de hospitais;
  • Quais as suas características;
  • Vantagens e desvantagens de investir em fundos de hospitais;
  • Principais opções do mercado;
  • Quais investidores têm o melhor perfil para esse investimento;
  • Como começar a investir.

E mais: no final do artigo, ainda deixamos uma recomendação de ouro para aqueles cujo objetivo é se tornar um investidor perspicaz, capaz de aproveitar as melhores alternativas de aplicações. Vem com a gente! 

O que são os fundos imobiliários de hospitais?

Os fundos imobiliários de hospitais são uma categoria dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Nela, os investimentos estão atrelados a empreendimentos relacionados à área da saúde, como hospitais, clínicas médicas, laboratórios e centros de diagnóstico

Na prática, isso significa que o patrimônio dos cotistas é alocado em ativos correspondentes a esses imóveis, obtendo lucro a partir da renda gerada pela locação desses espaços. Os investidores, por sua vez, têm a possibilidade de lucrar futuramente com a valorização dos locais com o passar do tempo e com as receitas de aluguel geradas por eles. 

Dentro dos FIIs, essa categoria tem sido considerada promissora, uma vez que os avanços na tecnologia médica, por exemplo, estão impulsionando o setor da saúde, o tornando mais estável e atraente para quem deseja investir nele.

Vale lembrar que os fundos de hospitais são de renda variável. Ou seja, os retornos não são previsíveis e podem variar de acordo com as condições do mercado. 

Quais as características de fundos imobiliários de hospitais?

Gestão passiva, alto índice de vacância e baixa oscilação de rendimentos são algumas das características dos fundos de hospitais. 

Para que você compreenda melhor a dinâmica de cada uma, explicamos elas individualmente. Siga na leitura! 

1 – Gestão passiva

Em geral, isso significa que o gestor do fundo segue um índice de referência (o Ibovespa, por exemplo), sem tentar superar ele. Em outras palavras, as decisões de aporte serão feitas especialmente para que o indicador escolhido seja replicado.

No caso dos fundos de hospitais, a gestão passiva se reflete no fato de que muitos fundos estão atrelados a um único imóvel do setor de saúde. Consequentemente, lida apenas com um inquilino. O gestor, então, tem a tarefa de administrar o investimento enquanto o contrato durar, sem precisar tomar maiores decisões ao longo do período.

2 – Alto índice de vacância

Operações de saúde, normalmente, demandam a locação de grandes espaços. Por isso, quando um contrato expira, pode levar um tempo considerável para que o local seja novamente ocupado por um inquilino — já que a finalidade do empreendimento é bastante específica.

Outro ponto de destaque são as infraestruturas necessárias para acomodar um hospital e as exigências regulatórias do setor. Em resumo, estas são restrições que não existem em fundos atrelados a imóveis residenciais, por exemplo, e podem impactar a distribuição de proventos aos cotistas.

3 – Baixa oscilação de rendimentos

Quando um contrato de locação está em vigor, tende a ser estável e duradouro. Na maior parte das vezes, os inquilinos são redes hospitalares e instituições de saúde bem estabelecidas. Logo, os rendimentos dos cotistas têm menos chances de sofrer oscilações bruscas.

Ainda no que diz respeito aos contratos, temos as cláusulas presentes neste documentos, prevendo reajustes anuais vinculados a índices de inflação. Na prática, esses detalhes servem ao propósito de oferecer mais previsibilidade ao investidor, bem como estabilidade de ganhos ao longo do tempo.

Como os fundos imobiliários de hospitais funcionam?

Os fundos imobiliários de hospitais funcionam de forma semelhante a outros tipos de fundos imobiliários. Ou seja, são constituídos por investidores que aplicam seu dinheiro em empreendimentos do setor de saúde. Os recursos arrecadados pelo gestor, por sua vez, são utilizados para adquirir ou desenvolver esses imóveis, que são posteriormente alugados para hospitais, consultórios, entre outros. 

Os rendimentos obtidos com os aluguéis são distribuídos periodicamente aos cotistas do fundo na forma de dividendos. Além disso, assim como em demais fundos, o valor das cotas do fundo pode variar de acordo com a valorização ou desvalorização dos imóveis que compõem a carteira em questão.

Por conta dessa dinâmica de funcionamento, a venda de imóveis é um evento bastante raro, especialmente quando a operação de saúde ligada ao fundo é sólida — um grande hospital regional, por exemplo. Dessa maneira, os fundos de hospitais acabam gerando rendimentos mais lineares do que outras categorias, como você acabou de aprender.

Quais são as vantagens de investir em fundos imobiliários de hospitais?

Assim como qualquer outro fundo de investimento, aqueles atrelados a hospitais e operações de saúde oferecem vantagens específicas aos investidores que buscam diversificar o portfólio — como a rentabilidade linear e a solidez do setor. 

Entenda melhor esses benefícios com a gente.

Crescimento contínuo do setor de saúde

Primeiramente, é preciso apontar para a questão de que este é um dos setores econômicos que sempre estará em alta. Afinal, cuidar da própria saúde é uma necessidade contínua e comum a todas as pessoas.

Dito isso, ainda é possível observar outras tendências que justificam o seu crescimento, como os avanços tecnológicos. Para exemplificar a afirmação, podemos mencionar o uso de Inteligência Artificial em procedimentos médicos para torná-los mais precisos e ágeis, ou as crescentes inovações no campo da medicina preventiva.

Assim, como o setor tem historicamente crescido, os cotistas podem ter na carteira a vantagem de alocar recursos em ativos com grandes expectativas de valorização.

Maior segurança de investimento

Conectando o crescimento contínuo da saúde com o mercado financeiro, temos um setor menos vulnerável às oscilações pontuais da economia. Embora o risco de vacância exista e seja elevado devido a especificidade das operações das instituições, precisamos levar em conta a duração geral dos contratos de aluguel dos fundos de hospital, que muitas vezes têm vigência maior do que 20 anos.

Logo, mesmo se tratando de um investimento de renda variável, os cotistas podem desfrutar de um pouco mais de tranquilidade do que seria possível em outras opções de fundos.

Quais são as desvantagens de investir em fundos imobiliários de hospitais?

Todo investimento tem um risco inerente a ele — essa máxima vale para qualquer título e deve ser considerada em todas as suas decisões. Por mais que a maioria dos contratos dos fundos de hospitais sejam de longa duração, uma das desvantagens atreladas a essa categoria de FIIs é o alto índice de vacância. No entanto, é uma dificuldade que pode ser superada, caso você se torne o cotista de um fundo atrelado a uma instituição sólida de saúde.

Para além desse, já mencionado, desafio dos fundos de hospitais, temos ainda uma outra desvantagem para pontuar, que se conecta à vacância: a falta de diversificação de ativos. Entenda melhor:

Falta de diversificação de ativos

Ao contrário de outros fundos imobiliários, cujos rendimentos podem estar atrelados a vários imóveis, os fundos de hospitais geralmente abrangem um único contrato, ou seja, estão relacionados a um inquilino só. Caso a empresa de saúde encerre um contrato, por exemplo, então começa a busca por outros interessados no espaço, o que pode demorar.

Com essa dinâmica, mesmo que a instituição ocupante do espaço seja uma boa pagadora, alguns riscos devem ser considerados, como o já mencionado alto índice de vacância, a imprevisibilidade dos ganhos e possíveis problemas com o inquilino

Estando ciente desse desafio, uma alternativa para os investidores que desejam se tornar cotistas de fundos de hospitais é a diversificação do portfólio. Afinal, por mais que esse ativo específico não seja diversificado, ainda é possível distribuir o seu patrimônio em outros tipos de aplicações, fixas e variáveis, a fim de obter um equilíbrio seguro para a carteira.

Quais são os fundos imobiliários de hospitais disponíveis no mercado?

Se você chegou até aqui e está disposto a começar a alocar o seu dinheiro em fundos de hospitais, vai se valer imensamente dessas informações que compilamos sobre as principais opções do mercado.

Para que você consiga visualizar melhor os detalhes técnicos de cada um, como valor da cota e distribuição de rendimentos, organizamos essas informações na tabela a seguir:

TickerNome do fundoValor da cotaDistribuição de proventos (1 mês)Distribuição de proventos (12 meses)Quantidade de cotistasAdministradora
HCRI11Fundo Hospital da CriançaR$306,160,84%10,83%3.267BTG Pactual
HUCG11Hospital Unimed Campina GrandeR$103,900,00%2,35%242Coinvalores
HUSC11Fundo Hospital Unimed Sul CapixabaR$113,020,75%9,51%795Rio Bravo
HUSI11Fundo HUSIR$1.024,000,78%9,47%89Trustee DTVM
NSLU11Fundo Hospital Nossa Senhora de LourdesR$192,560,81%9,66%6.101BTG Pactual
NVHO11Fundo Novo HorizonteR$11,700,71%8,57%2.169Genial Investimentos

Fonte: Clube FII, com dados registrados em 27 de março de 2024

Como você provavelmente percebeu, as opções não são muitas. Isso se deve ao fato de que esta modalidade de fundos imobiliários ainda é uma novidade no Brasil. 

Agora, dê uma olhada nas informações gerais de cada um desses fundos da tabela:

HCRI11 – Fundo Hospital da Criança

O Hospital da Criança é um hospital pediátrico cujas operações iniciaram em 1998. Este fundo, por sua vez, veio para adquirir o imóvel, bem como as suas instalações onde o local se encontra. Ou seja: os lucros dos cotistas vêm do aluguel do espaço. A gestão, portanto, é passiva.

HUCG11 – Fundo Hospital Unimed Campina Grande

Aqui temos uma opção um pouco diferente da anterior, já que esse hospital ainda não está construído. O Fundo de Investimento Hospital Unimed Campina Grande tem como objetivo utilizar os recursos dos investidores para financiar a construção de um novo empreendimento hospitalar na cidade de Campina Grande, na Paraíba. 

           Após a conclusão da obra, o prédio deve ser alugado para a Unimed Campina Grande Cooperativa de Trabalho Médico Ltda.

HUSC11 – Fundo Hospital Unimed Sul Capixaba

Aqui, o objetivo é construir e operar um hospital de média e alta complexidade, a partir do modelo BTS (Built-to-suit), especialmente projetado para atender às necessidades da Unimed Sul Capixaba, localizado em Cachoeiro de Itapemirim (ES). 

A título de explicação, no BTS, o imóvel é construído conforme as especificações e necessidades do locatário, garantindo um ambiente especificamente adequado para suas atividades. O FII, aliás, também é proprietário de um empreendimento situado na Rodovia Cachoeiro-Safra, com uma área de 11.577m² e aproximadamente 130 leitos. 

HUSI11 – Fundo HUSI

Novamente, uma opção distinta das demais. O objetivo do HUSI11 é investir no terreno registrado sob a matrícula nº 93.669, localizado na cidade de Itu, estado de São Paulo. Este espaço está situado na interseção das ruas Ester Martins Bertozzo e da Rodovia da Convenção, no bairro Canjica. O propósito do fundo é que o terreno seja utilizado exclusivamente para atividades hospitalares e funções administrativas.

NSLU11 – Fundo Hospital Nossa Senhora de Lourdes

Esse fundo adquiriu o empreendimento imobiliário conhecido como Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, localizado na região do Jabaquara, em São Paulo. Anteriormente, era denominado como REDE D’OR SÃO LUIZ S.A. – UNIDADE JABAQUARA e sua história iniciou em 1958, quando foi fundado. Ou seja, é uma instituição sólida. 

            Em abril de 2012, o Hospital Nossa Senhora de Lourdes foi adquirido pela Rede D’Or São Luiz. Reconhecido pela qualidade dos serviços de saúde prestados, acabou se tornando uma referência na região sul da capital paulista. 

Voltando aos aspectos mais técnicos, essa opção tem participação na exploração comercial do empreendimento por meio de locação ou arrendamento, podendo, eventualmente, vender essa participação a terceiros.

NVHO11 – Fundo Novo Horizonte

Por fim, um fundo cujo propósito é a gestão patrimonial e aquisição de diferentes tipos de ativos imobiliários comerciais. Na prática, isso inclui:

  • Aquisição de ações ou cotas de sociedades exclusivamente dedicadas à compra de imóveis comerciais para locação de longo prazo ou arrendamento;
  • Aquisição de direitos sobre imóveis, como o direito de uso de superfície.

Qual é o perfil de investidor para FIIs de Hospitais?

Uma vez que os fundos de hospitais são administrados de maneira passiva e trabalham com contratos de locação de longo prazo, são adequados para perfis conservadores e moderados. Afinal, embora apresentem certa dose de risco, tendem a ser mais estáveis e sólidos que outras opções da mesma classe — fundos de ações, por exemplo.

Apesar da recomendação, essas opções podem, é claro, ser boas estratégias para investidores mais arrojados também. Nesse caso, uma estratégia seria se valer da solidez desses hospitais como uma alternativa para rebalancear a carteira, equilibrando riscos e retornos. 

Como investir em FIIs de hospitais?

Se interessou por tudo o que aprendeu até aqui e acredita que os fundos de hospitais fazem sentido com a sua estratégia de investimento? Então, o passo a passo para começar a aplicar é bastante simples:

  1. Abra uma conta em uma corretora de valores e transfira saldo para ela. Lembre-se de optar por uma empresa segura e autorizada a operar.
  1. Escolha o FII que deseja investir e, durante o processo de análise, não economize tempo. A plataforma da corretora oferece todas as informações relevantes para a sua decisão, como desempenho histórico ou taxas de administração. Antes de fazer qualquer aplicação, compare com cuidados as opções para encontrar aquelas que melhor se encaixam nas suas expectativas. 
  1. Realize a compra das cotas do FII, utilizando o saldo que você transferiu para a corretora inicialmente.

Extremamente prático, não? Dica de ouro: fundos de investimento em geral costumam ser bem providos de informações disponíveis aos cotistas. Para ter certeza de que a sua escolha é a ideal, leia com atenção cada contrato e esteja ciente de cada taxa que será deduzida dos seus possíveis lucros para evitar surpresas futuras. 

Após realizar a aplicação, lembre-se ainda de verificar periodicamente o desempenho da cota e nunca tomar nenhuma decisão precipitada — por exemplo, vender suas cotas por conta de uma desvalorização, sem analisar o cenário macro e microeconômico como um todo antes.

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TedDuarte
TedDuarte
Economista formado e conteudista da Finclass.
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