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Melhores fundos imobiliários 2024: quais são e como investir?

Após um ano de recuperação para o mercado imobiliário, as expectativas é que tenhamos um ano ainda mais promissor para aqueles que investem ou querem começar a investir em imóveis em 2024. 

Se você se inclui neste grupo e pretende ter uma renda extra consistente, este artigo pode ser a cereja do bolo em seu planejamento financeiro. Ao longo dele, te apresentaremos quais são as duas principais categorias de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) que acreditamos que têm tudo para se destacar ao longo deste ano.

Além disso, para quem nunca investiu ou está apenas começando, também preparamos um guia didático de como montar uma carteira equilibrada de FIIs, para ir além de nossas sugestões e não deixar nenhuma oportunidade passar.

Se você quer ter um ano próspero e de realizações, não há tempo a perder. Siga a leitura, e aproveite esse momento tão propício para investir em imóveis.

O que são Fundos de Investimentos Imobiliários?

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são investimentos coletivos nos quais várias pessoas aplicam dinheiro para adquirir partes de empreendimentos imobiliários, como prédios comerciais, shoppings ou condomínios. Estes podem incluir imóveis físicos, como prédios comerciais ou residenciais, shoppings, universidades, entre outros, bem como títulos de recebíveis (CRIs, LCIs e LHs), ou até mesmo cotas de outros FIIs.

Os cotistas, por sua vez, recebem rendimentos proporcionais aos resultados desses empreendimentos, como aluguéis ou ganhos na venda de propriedades. Em resumo, títulos como esses oferecem uma forma acessível e diversificada de investir no mercado imobiliário, sem a necessidade de adquirir propriedades diretamente.

Aqui, cabe ainda a explicação do que é, primeiramente, um Fundo de Investimento. Nessa modalidade de aplicação, os recursos de vários investidores são reunidos por um gestor, que os distribuirá em diferentes ativos, a depender da estratégia que consta em contrato. No que diz respeito ao lucro, como explicamos, este é repassado aos cotistas na proporção correspondente aos aportes de cada um.

Outro aspecto digno de nota é que, em geral, os FIIs geram rendas mensais aos cotistas. No entanto, mesmo assim devem ser considerados como renda variável, afinal, esses rendimentos não são garantidos, uma vez que dependem do sucesso das estratégias adotadas pelo gestor, e também das oscilações comuns ao setor imobiliário e ao cenário macroeconômico.

Quais são os melhores Fundos Imobiliários em 2024

Duramente afetados pelos anos de pandemia, os Fundos de Investimento Imobiliário apresentaram uma reação genuína em 2023, puxados, sobretudo, pelos bons resultados apresentados pelos Fundos de Tijolo e pelos Fundos de Fundos, os chamados Fofs. 

Com a previsão de continuidade dos cortes na Taxa Selic (a taxa básica de juros do Brasil) e melhoras em outros indicativos econômicos como a redução do desemprego, a expectativa é de um caminho ainda mais próspero para ativos de risco como os FIIs.

Para quem quer se valer desse momento de otimismo para começar a aplicar em novos FIIs temos duas indicações de categoria de investimento que, dadas as evidências, têm tudo para se destacar neste novo ano.

Nossas indicações de melhores Fundos Imobiliários para 2024 são:

1ª indicação: Fundos de Papel Indexados ao IPCA

Após o desempenho notável dos Fundos de Tijolo e dos Fundos de Fundos em 2023, o leitor pode até estranhar a inclusão dos Fundos de Papel como uma de nossas principais recomendações para um ano que promete ser ainda mais propício para aplicações mais arriscadas. Se considerado ainda o fato de que estamos falando especificamente de papéis atrelados ao IPCA, que sofreram queda em suas cotas e apresentaram uma distribuição de dividendos pouco atrativa no último semestre, tudo pode parecer ainda mais confuso, não é mesmo?

Mas calma, não estamos apostando em nenhum tipo de zebra ou coisa que o valha. Os motivos para indicarmos essa classe específica de ativos partem de uma leitura técnica e bastante clara do mercado.

Antes de mais nada, vale o lembrete de que, ao falar de investimentos, observar o passado pode ser importante, mas olhar só para trás é um erro. É preciso ter o cuidado de observar os indícios que apontam possibilidades factíveis de mudança em uma realidade próxima.

Dito isso, o primeiro fato que nos leva a indicar Fundos de Papel Indexados ao IPCA está justamente no baixo desempenho recente desses fundos. Como assim? Se pegarmos, mês a mês, o IPCA médio entre maio e outubro de 2023, e o analisarmos, veremos que a taxa média neste semestre foi de 2%. Daí a baixa na distribuição dos dividendos e, consequentemente, a queda apresentada no valor das cotas deste tipo de FII.

Basta, porém, uma passada de olhos no histórico inflacionário do Brasil para perceber que uma taxa tão baixa assim não condiz com nossa normalidade. Tanto é que as estimativas divulgadas pelo primeiro Boletim Focus do ano, levantamento feito pelo Banco Central do Brasil (Bacen), mostram que a previsão do mercado financeiro para o IPCA acumulado em 2024 é de 3,9%.

Como esses títulos são indexados ao IPCA, esse aumento refletirá em uma maior distribuição de dividendos. Uma vez que o mercado de FIIs é muito reativo aos dividendos, a promessa de retornos mais robustos, por sua vez, tende a refletir também na valorização das cotas desses fundos.

Se isso não fosse suficiente, outro ponto também nos leva a indicar esses ativos neste momento: via de regra, as cotas desse tipo de FII estão sendo negociadas por preço de mercado (PM) menor do que o valor patrimonial (VP), o que é um bom indicativo, principalmente, para os Fundos High Grade (risco de crédito de maior qualidade) e Middle Risk (com risco intermediário).

Logo, observamos que há oportunidades bastante consistentes, principalmente entre os Fundos Imobiliários de Papel indexados ao IPCA High Grade, que estão sendo negociados abaixo de seus valores justos e, para quem pretende arriscar um pouco mais, também entre fundos Middle Risks. Em suma, esses FIIs estão apresentando o melhor de dois mundos: a expectativa de valorização de cotas e também de rendimentos. Dois coelhos com uma só cajadada.

Antes de prosseguirmos para a próxima recomendação, vale um adendo. O fato de escolhermos FIIs de Papel indexados ao IPCA em detrimento de fundos semelhantes atrelados ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), não é ao acaso. Primeiramente, o IGP-M apresenta maior volatilidade. Por segundo, a oferta de CRIs (Certificados de Recebíveis imobiliários) com melhor qualidade de risco de crédito indexados ao IPCA é muito maior.

2ª indicação: Fundos de Shopping Center

O fato de abrirmos nossas indicações de melhores Fundos de Investimento Imobiliário para 2024 com um Fundo de Papel não foi por acaso. Nossa ideia é justamente promover a provocação de que a queda na taxa básica de juros não deve ser compreendida como um convite para concentrar toda sua carteira de FIIs em Fundos de Tijolo.

Não teríamos, entretanto, como falar de dicas de investimento para este ano sem indicar também um fundo que investe em imóveis reais. Afinal, é natural que, com cortes na Selic e a retomada econômica após a crise sanitária, esse tipo de categoria ganhe cada vez mais impulso. Dito isso, nossa segunda sugestão de FII para aplicar em 2024 são os Fundos de Investimento de Tijolo de Shopping Center.

Se fizermos uma retrospectiva um pouco mais longa, observamos que os Fundos de Shopping foram praticamente abandonados durante a pandemia. Muitos deles zeraram a distribuição de dividendos por meses em sequência, fazendo muita gente pular do barco. Para piorar, o cenário dava contornos ainda mais dramáticos ao setor, a medida que fatores como o avanço do comércio online e, por conseguinte, o bom desempenho dos Fundos de Logística, levou muitos investidores e analistas a se questionarem acerca do futuro dos shoppings e dos FIIs de Tijolo que investem nesses ativos.

Com a vacinação, o arrefecimento da pandemia e a circulação de pessoas normalizadas, porém, o setor ressurgiu das cinzas. Esses FIIs não só recuperaram os patamares anteriores à pandemia, como foram além: com uma valorização impressionante de 23,2% em 2023, foram a categoria que mais cresceu no último ano. A título de exemplo, isso representa mais do que o dobro do Ifix (Índice de Fundos de Investimento Imobiliário — indicador que mensura o desempenho médio dos FIIS listados na bolsa brasileira), e quase quatro vezes a performance dos Fundos de Papel no período (6,1%).

Deixando o passado recente para trás e mirando em frente, tudo indica que em 2024 os Fundos Imobiliários de Shopping têm tudo para seguir em ascensão. Por que achamos isso?

Primeiro, espera-se que a Selic, que vem caindo desde agosto de 2023, deverá manter-se em declínio. Uma das consequências disso é o aumento do consumo, resultando em melhores desempenhos para os shopping centers.

Além disso, outros fatores que fundamentam nossa recomendação desses FIIs para 2024 incluem o retorno, que se encontra acima da média histórica, e a perspectiva de valorização das cotas. Mais uma vez, estamos diante de uma situação win-win, beneficiando tanto aqueles que buscam uma fonte de renda passiva quanto os investidores que planejam vender suas posições mais adiante. Mas vamos por partes.

De forma geral, o que observamos é que os Fundos de Tijolo de Shopping com carteiras multiativas — isto é, que investem em mais de um só empreendimento — estão gerando um Dividend Yield (DY) que oscila entre 8,5 e 9,5%, em média. Dado que, comumente, os contratos desse setor giram em torno de 5 anos, uma boa forma de mensurar seus resultados é comparar suas rendas com os Títulos do Tesouro indexados ao IPCA 2026.

Uma vez que esses títulos federais estão pagando 5,5%, temos por lógica que os FIIs de Shopping estão entregando de 3 a 4% acima desse indicador de referência. O que nos anima nesta conta é que este prêmio está significativamente acima da média histórica, que gira entre 1 e 1,5%.

Por último, mas não menos importante, com o fechamento da curva de juros e o crescimento do consumo, as cotas dos Fundos de Shopping devem apresentar uma boa valorização já no curto prazo. De quanto estamos falando?

Por mais que saibamos que determinar números para o futuro de um investimento de renda variável é sempre arriscado, vemos um espaço de valorização entre 18% e 30% em um horizonte temporal de 12 a 18 meses.

Diante do exposto, temos motivos suficientes para incluir os Fundos de Shopping multiativos como uma das nossas indicações de investimento para 2024.

Reforçamos, contudo, que nem uma das duas dicas que apresentamos devem ser tidas como infalíveis. Ainda não temos o dom da premonição e nem bola de cristal. Apenas, dado os pontos aqui levantados, podemos afirmar que há boas chances de que esses cenários se concretizem.

Como montar uma carteira com os melhores Fundos Imobiliários?

Não é porque acreditamos que os Fundos de Papel indexados ao IPCA e os Fundos de Shopping são duas categorias que não devem faltar em sua carteira de investimentos, que você deva concentrar seu patrimônio apenas nestas classes de ativo. 

Para minimizar seus riscos e potencializar seus rendimentos é preciso formar um portfólio de FIIs robusto e diverso, com fundos de logística, escritório, renda urbana, fundos de fundos, e assim por diante. 

Se você não sabe por onde começar, não tem problema. Para lhe ajudar a ir além de nossas sugestões de aplicações, preparamos um par de dicas básicas que podem lhe ajudar a identificar, por conta própria, boas oportunidades de FIIs. 

Preparado? Então, segue nosso checklist de como montar uma carteira com os melhores Fundos de Investimento Imobiliário:

Dica 1: diversifique seus FIIs

Uma vez que já falamos que você não deve montar uma carteira apenas com títulos englobados pelas duas categorias de investimento que indicamos, não haveria melhor dica para começar esse checklist do que a diversificação.

Caso você não saiba do que estamos falando, fique tranquilo. Em suma, diversificar a carteira de investimentos significa evitar aportar todo os seus recursos – ou uma fatia muito grande deles – em um só investimento. Mas por que isso é importante?

Imagine que você tenha todo o seu dinheiro investido em um fundo de shopping específico. Se, por alguma eventualidade, algo negativo acontecesse com esse fundo ou seus imóveis, suas finanças seriam gravemente afetadas.

Agora, se você tivesse distribuído seus investimentos em diferentes FIIs e setores, o impacto de um revés em um desses fundos seria muito menor. Essa perda poderia, inclusive, passar despercebida ao ser compensada – e mesmo superada – pelo bom desempenho de outras cotas ou títulos da sua carteira.

Dica 2: estude os imóveis do fundo

Estude os relatórios divulgados pela gestora acerca do fundo, prestando atenção, sobretudo, a informações como o índice de vacância – ou seja, quantos imóveis pertencentes ao fundo estão vagos – e a taxa de inadimplência dos locatários. Quanto maiores esses valores, menores tendem a ser os rendimentos distribuídos entre os investidores.

Observe ainda se os imóveis costumam ficar vagos por muito tempo, suas condições físicas, bem como a localização. 

Dica 3: observe a diversificação do fundo

Quem está só começando a investir deve evitar FIIs monoativos – fundos que administram apenas um imóvel em específico – ou que possuam um número diminuto de ativos na carteira. 

Quanto mais diverso o fundo, menores os riscos de que problemas com um imóvel impactam de maneira relevante os rendimentos do fundo e, consequentemente, os seus retornos. 

Dica 4: verifique o índice IFIX

O Índice IFIX funciona como uma carteira teórica criada para medir o desempenho médio de todos os Fundos de Investimento Imobiliário listados na bolsa de valores brasileira, a B3. Para sua segurança, antes de investir em um FII, verifique se este fundo está presente no indicador. Fundos incluídos neste portfólio costumam ter maior liquidez, capitalização e, obviamente, credibilidade.

Conferência feita, você pode ainda se valer do IFIX para verificar a eficiência do fundo em questão. Essa parte é fácil: se o FII supera o indexador, é sinal de que seus rendimentos estão acima da média do mercado. Se estiver abaixo, talvez existam melhores oportunidades de aplicação para avaliar.

Dica 5: estude o setor do fundo

Como você bem deve ter percebido, nossa sugestão de investimento em Fundos de Shopping partiu de uma leitura aprofundada do setor e do comportamento do mercado.

No momento de incluir novos FIIs em sua carteira, lembre-se de fazer o mesmo. Isto é, estude os diagnósticos acerca do setor abrangido pelo fundo. Por mais que ninguém possa prever o futuro, sempre há indícios que podem indicar as tendências de desempenho de determinados segmentos. Na dúvida, busque ajuda junto a sua corretora ou a um profissional do mercado de confiança.

Dica 6: atente para a liquidez das cotas

Dê preferência aos FIIs com alta liquidez. Ou seja, aqueles com o maior volume de negociação de cotas diárias. 

Via de regra, fundos que desempenham bem costumam ser mais procurados, o que por si só já é um sinal positivo. Isso, porém, nem é o mais importante. Fundos mais líquidos são menos arriscados e permitem que você tenha menos trabalho para vender suas participações, se assim o desejar ou precisar.

Dica 7: confira o preço das cotas

O preço das cotas de um FII flutuam para cima e para baixo constantemente. Isto significa que a depender do dia, você pode adquirir participações por um valor acima, igual ou abaixo do justo. 

Felizmente, existe uma forma bastante fácil e amplamente utilizada para saber se você está fazendo um bom negócio ou não: o P/VPA (Preço sobre o valor patrimonial). Para descobrir esse valor, basta realizar a seguinte divisão:

  • P/VPA = Preço de Mercado / Valor Patrimonial

O preço de mercado (PM) é igual ao preço momentâneo de negociação da cota e corresponde ao preço que os investidores, de modo geral, estariam dispostos a pagar para participar do FII. Já o Valor Patrimonial (VP) é a soma do valor de todos os ativos que compõem a carteira do fundo. 

Se o resultado indicar um P/VPA inferior a 1, isso significa que a cota está sendo negociada com deságio (desconto) sobre seu preço justo. Se for superior a 1, a cota está com ágio (supervalorizada).

De modo a simplificar a interpretação, um P/VPA igual a 0,75, por exemplo, significa que a cota está com um desconto de “25%” sobre seu valor real. Um P/VPA de 1,30, por outro lado, representa um ágio de 30%.

Antes, porém, de se deixar enganar por um desconto muito tentador, esteja ciente que muitas vezes um P/VPA muito baixo não necessariamente representa uma boa oportunidade.

Isso porque o preço do P/VPA com deságio pode esconder o pessimismo do mercado acerca do fundo ou representar algum problema estrutural. Assim, antes de aproveitar uma “promoção”, observe fatores como:

  • Vacância dos imóveis;
  • Inadimplência dos locatários;
  • Histórico de distribuição de dividendos;
  • Balanço patrimonial do fundo;
  • Obrigações em aberto;
  • Localização e qualidade dos imóveis pertencentes ao fundo;
  • Riscos das estratégias adotadas pelo gestor;
  • Má reputação do fundo ou gestor;
  • Existência de problemas administrativos ou denúncias;
  • Possíveis mudanças de regulamentação ou tributação que podem afetar os rendimentos;
  • Expectativas do mercado sobre o fundo ou o setor em que este investe.

  Em suma, desconfiar nunca é demais. Aqui vale a sabedoria popular: “às vezes, o barato sai caro”. 

Dica 8: investigue a reputação do fundo

Ao aplicar em um fundo, o investidor está terceirizando a administração de seus recursos a um terceiro, que o aplicará segundo suas próprias estratégias. Dito em outras palavras, enquanto cotista, você não tem nenhum poder de decisão sobre onde, quando e como seu dinheiro será investido. 

Com isso claro em mente, certamente, você já se deu conta da importância da necessidade de investigar quem está por trás do fundo. Afinal, deixar nosso dinheiro nas mãos de um desconhecido ou de alguém com má reputação não parece algo sensato a se fazer. 

Assim, antes de investir em um Fundo Imobiliário, verifique a reputação e o histórico tanto do FII quanto do gestor. Entre outras coisas, verifique fatores como:

  • Se as informações sobre a carteira e movimentações são apresentadas de forma transparente;
  • Se as taxas estão de acordo com o mercado;
  • Se as estratégias adotadas estão alinhadas às políticas internas e assim por diante.

Dica 9: analise os rendimentos

Por mais que esse seja o objetivo final de todo e qualquer investimento, deixar a análise dos rendimentos como dica final desse checklist não é uma escolha ao acaso. Como já alertamos anteriormente, para investir com segurança é preciso sempre manter uma dose de desconfiança suficientemente alta para superar promessas extravagantes de retorno.

Agora, se todos os demais tópicos já foram verificados, já não há motivos para não se atentar ao que interessa: seus lucros pessoais.

Felizmente, da mesma forma que existe uma fórmula básica para analisar o preço das cotas, também há um cálculo financeiro de simples aplicação para te ajudar a entender o rendimento de um fundo: o chamado Dividend Yield (DY), que expressa a relação entre os dividendos distribuídos pelo fundo e o seu valor patrimonial. 

Para descobrir esse valor, basta aplicar a seguinte fórmula:

  • Dividend Yield  = (Rendimentos Distribuídos pelo Fundo / valor patrimonial) x 100

Onde:

  • Rendimentos Distribuídos pelo Fundo: valor total dos rendimentos (juros, dividendos, aluguéis etc.) distribuídos pelo fundo durante um período específico;
  • Valor Patrimonial do Fundo: valor total dos ativos do fundo menos o valor total dos passivos, representando o valor total do fundo.

Aqui vale um cuidado adicional: certifique-se sempre de examinar o histórico de pagamento de dividendos, não só o DY recente. A distribuição atual pode estar momentaneamente inflada por algum fator atípico, disfarçando uma má performance passada.

Como funciona a rentabilidade dos FIIs?

A rentabilidade de um fundo corresponde aos lucros totais originados com as alocações de seu patrimônio. Falando especificamente dos Fundos de Investimento Imobiliário, esses retornos podem vir de duas formas:

Distribuição de dividendos

Esse retorno é vinculado aos aluguéis e vendas de imóveis para FIIs de Tijolo, ou às taxas de juros sobre os títulos de crédito em FIIs de Papel. 

Esses ganhos são distribuídos na forma de dividendos de maneira proporcional entre os cotistas, levando em consideração os aportes individuais de cada um. 

Essa distribuição deve corresponder, no mínimo, a 95% do rendimento total do fundo e ocorre, no mínimo, semestralmente, embora muitos fundos optem por fazê-la mensalmente.

Valorização das cotas

A valorização das cotas ocorre à medida que os ativos do fundo ganham valor ao longo do tempo. 

No caso dos FIIs de Tijolo, que investem diretamente em imóveis físicos, espera-se que esses imóveis se valorizem. Para FIIs de Papel, as cotas podem oscilar com base em fatores como variações na taxa de juros. 

Essas flutuações permitem que os cotistas obtenham lucro ao negociar suas cotas ou parte delas por valores superiores aos adquiridos originalmente.

Quanto custa para investir em Fundos Imobiliários?

Investir em Fundos Imobiliários é uma maneira mais prática e acessível do que aplicar diretamente em imóveis físicos. Isso não quer dizer, contudo, que esse tipo de investimento não tenha seus próprios custos.

De modo geral, são três os tipos de desconto que devem ser observados: custos administrativos do fundos; os custos sobre as operações de cotas; e, claro, a tributação. 

Dada a importância do assunto e para que você não deixa escapar nada, abaixo falamos de cada um deles em detalhes:

Taxa de corretagem

A taxa de corretagem pode ser descrita como os valores cobrados pela corretora pelo serviço de intermediação nas ordens de compra ou venda de cotas de um Fundo Imobiliário.

Esse valor varia a depender da instituição financeira e pode ser cobrado como uma taxa fixa ou ser calculado como um percentual sobre o valor ou o número de taxas negociadas.

Algumas corretoras de valores exigem ainda a taxa de custódia, que é um valor mensal ou anual cobrado pela guarda das cotas de um FII.

Taxa de administração e gestão

Já as taxas geracionais são os valores pagos ao gestor responsável pelo fundo pelo serviço de manutenção da carteira. 

O principal custo aqui é a taxa administrativa que corresponde justamente ao pagamento destinado ao gestor por seus serviços. Esse valor é fixado como uma porcentagem sobre o patrimônio líquido (valor resultante da subtração dos ativos pelos custos e despesas) do FII. Esse valor varia de fundo para fundo, mas, normalmente, fica entre 0,5% a 2% ao ano.

Além da taxa administrativa, alguns fundos também cobram uma taxa de performance, que corresponde a um bônus pago ao gestor, sempre que o desempenho do FII supera o benchmark (indicador de referência) ao qual este esteja vinculado. Esse valor corresponde a uma porcentagem sobre os ganhos excedentes acima do índice em questão.

Imposto de Renda

Por fim, além das taxas de corretagem e administração, o investidor deve observar a tributação, ou seja, o Imposto de Renda (IR) sobre seus rendimentos. Uma particularidade dos Fundos de Investimento Imobiliário é que parte de seus rendimentos possuem isenção, enquanto a outra não, assim como descrito abaixo:

  • Imposto de Renda sobre dividendos: os rendimentos periódicos distribuídos entre os cotistas são isentos de IR para pessoas físicas, desde que:
    • O fundo tenha mais de 50 cotistas;
    • Suas cotas sejam negociadas com exclusividade na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado;
    • O investidor não possua mais de 10% das cotas totais do fundo e não tenha direito a mais de 10% dos dividendos. 
  • Tributação sobre ganhos de capital: apesar de não haver cobrança de IR sobre os dividendos, o investidor está sujeito a uma cobrança fixa de 20% sobre o ganho de capital, ou seja, sobre a diferença entre o valor de compra e o de venda de suas cotas.

Importante citar que o IR sobre a negociação de cotas não é retido na fonte. Logo, cabe ao investidor emitir o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), por meio do site da Receita Federal e pagá-lo dentro do prazo definido.

Como investir em Fundos Imobiliários (FIIs)?

Acredita que investir em Fundos Imobiliários (FIIs) é uma boa alternativa para multiplicar o seu patrimônio? Então, vai fazer excelente proveito desse passo a passo que preparamos para ajudar você a encontrar as melhores opções disponíveis e fazer aplicações racionais e inteligentes nestes títulos. Siga conosco! 

  1. Conheça o seu perfil

Primeiramente, é fundamental descobrir se você é um investidor conservador, moderado, arrojado ou agressivo. Essas denominações dizem respeito à sua tolerância ao risco e, com base na sua, é possível visualizar melhor qual Fundo Imobiliário faz mais sentido com as suas expectativas, necessidades e condições financeiras.

Como dissemos, os FIIs são de renda variável, logo, apresentam um grau de risco inadequado para perfis iniciantes. Contudo, se você já passou por uma jornada de autoconhecimento financeiro e está disposto a arriscar um pouco em nome de rendimentos mais altos, pode optar por alguns FIIs mais adequados para quem está em um momento de transição de conservador para moderado, ou moderado para arrojado, como Fundos de grandes shoppings e empresas sólidas no mercado, ou opções populares e que já contam com um grande número de cotistas.

  1. Defina seus objetivos

Essa definição serve como um guia estratégico para a escolha dos Fundos mais alinhados com as suas metas financeiras e preferências. Se o objetivo é obter renda constante, por exemplo, os FIIs focados em imóveis comerciais ou de aluguel podem ser mais adequados. Por outro lado, se a intenção é buscar valorização de capital, opções que invistam em empreendimentos em crescimento ou em regiões com potencial de valorização podem ser mais apropriadas. 

Além disso, definir metas específicas também ajuda a determinar o horizonte de investimento, então, suas escolhas serão melhor fundamentadas e os seus lucros vão ser mais consistentes.

Outro ponto de atenção aqui é que, com objetivos claros, você vai avaliar melhor o nível de risco que está disposto a assumir. Se o foco for segurança e estabilidade, temos FIIs mais consolidados como escolha principal, com contratos de locação de longo prazo. 

Em contrapartida, objetivos mais agressivos podem orientar a decisão por FIIs com maior potencial de retorno, mas também com grau de risco mais elevado. 

  1. Abra conta em uma corretora

Este próximo passo é mais técnico: você deve encontrar uma corretora de valores de confiança para começar a explorar as opções de Fundos Imobiliários disponíveis no mercado. 

Ao abrir uma conta na plataforma, o seu perfil de investidor será definido. Ou seja, será necessário responder algumas questões sobre as suas preferências financeiras e condições atuais, a fim de definir a sua tolerância ao risco. Com base no resultado, a corretora apresentará a você ativos condizentes com o seu perfil, e emitirá um aviso sempre que tentar realizar uma aplicação que não seja adequada a ele.

Antes de começar a investir, é preciso transferir fundos para essa corretora. O processo é bastante simples: você vai enviar dinheiro do seu banco para a sua conta na plataforma utilizando os seus dados específicos — informados pela corretora — por meio de uma transferência DOC ou TED, ou pelo PIX.

  1. Escolha os fundos certos para você

Por fim, a tarefa mais importante: explorar os Fundos Imobiliários disponíveis e realizar aplicações que façam sentido com os seus objetivos e expectativas. Antes de tomar qualquer decisão, dedique um tempo para ler todas as informações apresentadas pela corretora na plataforma, que explicam em detalhes a estratégia do FII, quais imóveis estão atrelados a ele, quais os rendimentos, as taxas de performance, entre outros dados úteis para a sua escolha.

Nessa pesquisa, aliás, você pode ir além: todos os Fundos Imobiliários acompanham um código de identificação. Se você jogar esse código no Google, encontrará inúmeras páginas que listam informações relevantes, como desempenho histórico, notas do gestor, comentários de outros cotistas etc. 

Siga aprendendo com a Finclass

Se você quer obter uma renda passiva consistente investindo em Fundos Imobiliários é preciso ir além das indicações que fizemos aqui. Essas foram só duas categorias de investimento que acreditamos que você deve ter em sua carteira em 2024. 

Lembre que não estamos garantindo nada e muito menos fazendo previsões. O que apresentamos são cenários que acreditamos que devem se concretizar, dadas as evidências apresentadas e os cenários do mercado. E é justamente esse tipo de informação que você precisa começar a dominar para que consiga, por conta própria, observar as tendências e, com base nelas, começar a montar sua carteira. 

Obviamente, isso não é algo que se aprende de um dia para outro. Para chegar lá, é preciso dedicação e muito estudo. Se você está disposto a isso, temos algumas indicações para impulsionar seu aprendizado.

Primeiramente, te convidamos a dar uma passada em nosso blog e também em nosso canal do Youtube. Em ambos, contamos com diversos conteúdos gratuitos sobre FIIs. 

Caso queira ir além, também contamos com cursos exclusivos e completos sobre diferentes produtos financeiros, incluindo os Fundos Imobiliários. Entre eles:

Gostou? Então não perca mais tempo. Venha já aprender com os melhores especialistas do mercado, aqui na Finclass!

TedDuarte
TedDuarte
Economista formado e conteudista da Finclass.
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