Se você é um investidor, certamente já deve ter ouvido muito falar sobre a Bovespa e o IPCA. Resumidamente, esses são benchmarks econômicos, atrelados a muitos títulos na Bolsa, e que servem como parâmetros para os rendimentos obtidos em uma aplicação.
Seguindo a mesma lógica, porém, temos os índices das bolsas americanas. Estes constituem os pilares do mercado financeiro global, e refletem não apenas o desempenho das empresas listadas, mas também os humores e as expectativas dos investidores.
S&P 500, o Dow Jones Industrial Average e o Nasdaq Composite, por exemplo, são mais do que meras métricas de performance: eles são termômetros da economia, indicadores de tendências e, muito importante, ferramentas fundamentais para investidores de todos os níveis de experiência.
Se os seus olhos estão voltados para os Estados Unidos e tem planos de aplicar recursos no exterior, esse artigo será uma verdadeira mina de ouro para compreender o funcionamento de cada um dos índices americanos, e dicas valiosas para investir em títulos atrelados a eles.
Vamos lá? Antes de começar, veja a tabela dos principais:
Entre os principais indicadores de mercado dos EUA estão:
Indicador | Ticker | Empresas mais conhecidas | Composição da carteira | Crescimento em 2023 |
S&P 500 | ^GSPC | Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet (Google), Tesla, Berkshire Hathaway, Walt Disney, Coca-Cola;McDonald’s, Nike. | 500 maiores empresas negociadas nas bolsas norte-americanas | 24% |
Dow Jones Industrial Average | ^DJI | Apple, American Express, Boeing, Coca Cola, Microsoft, Walt Disney | 30 companhias com maior capitalização da Bolsa de Nova Iorque (NYSE) | 13,70% |
Nasdaq Composite | ^IXIC | Microsoft, Apple, Amazon, Alphabet, Facebook, PepsiCo, Netflix, Starbucks | Cerca de 3.500 empresas listadas na Nasdaq | 43,42% |
Nasdaq-100 | ^NDX | Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Tesla, PayPal | 100 maiores companhias de tecnologia negociadas na Nasdaq | 55.1% |
Índice Russell 3000 | ^RUA | Microsoft, Apple, NVIDEAAmazon, Alphabet Berkshire Hathaway, Tesla, JP Morgan, Visa, Johnson & Johnson | 3.000 empresas mais valiosas do mercado acionário dos EUA | 17.28% |
Índice Russel 1000 | ^RUI | // | 1.000 maiores empresas que formam o Russel 3000 | 18,23% |
Índice Russel 2000 | ^RUT | Nesco Holdings,Viela Bio, Builders FirstSource,Hertz Global Holdings,Deckers OutdoorCorporation | 2.000 menores empresas que formam o Russel 3000 | 15.6% |
Índice MSCI World Index | ^WDI | Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Johnson & Johnson, Nestlé, Walmart, PepsiCo, Netflix, Toyota, Sony | 1.600 maiores empresas do mundo, distribuídas em bolsas de 20 países economicamente desenvolvidos | 21,77% |
NYSE Composite Index | ^NYATR | Berkshire HathawayAlibaba GroupJP Morgan Chase & CoGeneral ElectricWalt DisneyWalmartCoca-ColaMcDonald’s | Formado por todas as empresas listadas na Bolsa de Nova Iorque | 11,50% |
NYSE U.S. 100 Index | ^NY | // | 100 companhias com maior capitalização negociadas na NYSE | 3,92% |
NYSE International 100 Index | ^NYI | ArcelorMittal,HSBC Holdings,Mitsubishi,Nestlé,L’Oréal,Sony,Toyota,Unilever | 100 maiores empresas de fora dos Estados Unidos, listadas na Bolsa de Nova Iorque | 9,77% |
NYSE World Leaders Index | ^NYLTR | Microsoft, Apple, Alphabet, Nestlé, Unilever | Composto pelas empresas listadas nos dois índices anteriores (^NYI e ^NY) | 9.36% |
Fonte: Yahoo Finances / Google Finances
O que são os índices de mercado?
Metaforicamente descritos como “termômetros do mercado financeiro“, os índices de mercado são indicadores utilizados pelas Bolsas de Valores para mensurar a performance média de uma classe determinada de ativos — normalmente, de renda variável, como as ações.
Na prática, funcionam como carteiras teóricas compostas, geralmente pela maior ou mais valiosa fatia do mercado em questão, e oscilam para cima ou para baixo acompanhando as flutuações destes, ao longo do tempo.
Além de refletir se um mercado específico está em alta ou em baixa, os indicadores de mercado também são amplamente utilizados como benchmarks. Isto é, como pontos de referência para identificar se um investimento em específico está superando ou ficando aquém da média geral do setor a que pertence ou a de um indicador em si.
Por fim, mas não menos importante, os índices de mercado também servem de base para fundos de investimento passivo que buscam replicar a performance desses indicadores, fornecendo aos investidores uma maneira prática de investir em uma cesta de ativos, sem a necessidade de selecionar ações individuais.
Quais são os índices da Bolsa americana?
Enquanto o desempenho do mercado acionário brasileiro, muito menor em tamanho e concentrado apenas na B3, é medido por um único indicador (o Ibovespa), o mercado de ações dos EUA, que além de mais diverso concentra sozinho metade de todas as ações negociadas mundialmente, é mensurado por diferentes índices.
Cada indicador norte-americano representa diferentes segmentos econômicos ou classes de ativos. Podem se concentrar, por exemplo, em bolsas específicas (como as gigantes NYSE e a Nasdaq), em setores determinados (como saúde, energia, finanças, e assim por diante), ou mesmo por capitalização (blue chips, small chips, mid caps), entre outros.
Aqueles apresentados na tabela do início desse artigo são alguns dos principais ou mais conhecidos índices do mercado financeiro. Juntos, são capazes de representar um panorama geral bastante confiável da saúde do mercado acionário norte-americano e de seus principais setores econômicos.
Além de revelarem tendências e perspectivas de mercado e demonstrar eventuais padrões de ciclos econômicos, ajudando o investidor a tomar decisões mais embasadas, boa parte das carteiras teóricas desses indicadores são produtos adjacentes de fundos de investimento. Isto significa que o investidor pode investir “indiretamente” em todos os ativos que compõem o portfólio desses indicadores, por meio de uma só aplicação.
Na sequência, falaremos com mais detalhes sobre isso. Além de explicar com mais profundidade cada um dos indicadores listados anteriormente, demonstraremos como investir neles.
Índice S&P 500
Mais conhecido pela abreviatura “S&P 500“, o “Standard & Poor’s 500 Index” foi criado em 1957 com o objetivo de mensurar a performance média das 500 maiores empresas de capital aberto negociadas nas principais bolsas de valores dos Estados Unidos. Representa, sozinho, aproximadamente 80% de toda a capitalização de mercado do país.
Além de seu peso e magnitude, destaca-se de outros indicadores famosos como o Dow Jones e o Nasdaq devido à diversidade de setores que contempla em seu portfólio. O conjunto desses fatores fazem com que o S&P 500 seja visto como um retrato bastante fiel do mercado acionário norte-americano e da solidez econômica dessa potência mundial. Por isso, é considerado por muitos como um dos indicadores de mercado mais influentes do planeta.
Como investir seguindo o índice S&P 500?
A forma mais comum, acessível e prática de investir em indicadores de mercado é por meio de Exchange Traded Funds (ETFs), e isso também vale para quem pretende aplicar no S&P 500.
Para aqueles ainda não familiarizados com o termo, os ETFs, também conhecidos no Brasil como “Fundos de Índice”, funcionam como fundos de investimento passivo que seguem a performance de um indicador de mercado. Os ETFs do S&P 500, portanto, replicam o portfólio teórico deste índice com o objetivo de refletir seu desempenho.
Para quem pretende investir nesta classe de ativo, existem opções disponíveis tanto nas bolsas norte-americanas quanto na B3.
Na bolsa brasileira, há 85 opções de ETFs, das quais 20 acompanham indicadores do mercado norte-americano. Três delas seguem o S&P 500:
- iShares S&P 500 (IVVB11) — o ETF mais querido entre os investidores brasileiros;
- S&P500® Net Total Return (SPXI11)
- BTG S&P 500 (SPXB11).
Além destes, a B3 também conta com um BDR (Brazilian Depositary Receipts — títulos representativos lastreados em ativos negociados nas bolsas dos EUA), o BIVB39, lastreado no IVV, um ETF bastante popular listado na Nasdaq e atrelado ao S&P 500.
Os investidores que desejam ampliar suas opções podem abrir uma conta internacional para ter acesso aos ETFs negociados diretamente nos Estados Unidos. Entre eles, os mais conhecidos são o IVV e o SPY, simplesmente o maior e mais antigo ETF do mundo.
Por fim, há também a possibilidade de investir diretamente no S&P 500 por meio de contratos futuros do indicador. Tratam-se, porém, de investimentos com aporte mínimo bastante alto e indicado estritamente para investidores mais experientes, já que seu sucesso depende da capacidade de antecipar quedas e altas no desempenho do Standard & Poor’s 500 Index.
Índice Nasdaq
Sigla para “National Association of Securities Dealers Automated Quotations” — em tradução livre “Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas” —, a Nasdaq é a segunda maior bolsa de valores do mundo em capitalização, atrás apenas de sua vizinha New York Stock Exchange (NYSE).
Criada em 1971 com o objetivo de modernizar o mercado acionário, a Nasdaq foi a pioneira a introduzir um pregão eletrônico no mundo. Seguindo sua vocação para a inovação, quase como contraponto à tradição e variedade das empresas listadas na Bolsa de Nova Iorque, a Nasdaq é reconhecida hoje por concentrar um alto número de empresas de tecnologia, incluindo as grande gigantes do setor como Apple, Microsoft, Google, e assim por diante.
Existem diferentes indicadores que medem e acompanham o desempenho dessa bolsa ou de parte dela. Entre os mais relevantes podemos citar:
Nasdaq Composite
O Nasdaq Composite é um índice que representa o desempenho de todas as ações listadas na Nasdaq, incluindo empresas norte-americanas e estrangeiras.
Sua carteira é composta por mais de 3.500 empresas, das quais cerca de metade são, como você pode imaginar, do setor de tecnologia. A outra metade é dividida, em boa parte, por companhias que atuam com serviço, saúde e finanças, respectivamente por tamanho de fatia. Além de ações, o Nasdaq Composite abrange ainda:
- American Depositary Receipts (ADRs): títulos equivalentes aos CDBs negociados no Brasil;
- Real Estate Investment Trusts (REITs): produtos semelhantes aos fundos de investimento imobiliário;
- Tracking Stocks: tipo específico de ações que representam uma parte dos negócios de uma empresa-mãe, mas são emitidas separadamente das ações ordinárias dessa empresa. São emitidas para avaliar o desempenho financeiro de uma determinada divisão ou segmento de negócios da companhia emissora.
Nasdaq-100
Composto essencialmente por gigantes da tecnologia, o Nasdaq-100 é um indicador de mercado que mede o desempenho médio das 100 maiores empresas não financeiras listadas na Nasdaq, incluindo companhias estadunidenses e internacionais.
Apesar de bastante restrita, essa carteira representa 90% de todo o volume de negociações do Nasdaq Composite. Falando nisso, um dos requisitos para integrar esse indicador é ter uma média diária de operações de no mínimo 200 mil ações.
Amostra incontestável da força e da evolução constante do setor de tecnologia, o Nasdaq-100 foi o indicador que apresentou o maior crescimento em 2023 (55,1%). O segundo lugar? O Nasdaq Composite, com um avanço notável de 43,42%.
Além desses dois, outros índices importantes da Nasdaq incluem:
- Nasdaq Biotecnology: com uma capitalização de mais US$ 2 trilhões, essa carteira é formada por ações de empresas de biotecnologia, indo desde companhias farmacéuticas até empresas alimentares;
- Nasdaq Financial-100: espécie de antônimo do Nasdaq-100, essa carteira é formada pelas 100 maiores companhias financeiras listadas na Nasdaq.
Como investir seguindo o índice Nasdaq?
Para o investidor que quer evitar as burocracias de abrir uma conta internacional, a B3 disponibiliza uma opção de ETF que acompanha a Nasdaq: o Trend Nasdaq 100 (NASD11), que segue o desempenho das 100 maiores companhias não financeiras dessa bolsa de valores.
Já no mercado norte-americano, um dos ETFs mais famosos é o Invesco QQQ (QQQ), que também segue o desempenho do Nasdaq-100. Comprovando o interesse do investidor brasileiro em participar do setor tecnológico, tampouco representado no mercado doméstico, esse é o segundo ETF norte-americano mais negociado por investidores desde o Brasil.
Investidores mais experientes têm ainda a possibilidade de adquirir contratos futuros do Nasdaq-100 (ND) ou minicontratos (NQ), na Chicago Board of Trade (CBOT), a bolsa de valores de Chicago — o maior e mais antigo mercado de opções de contratos futuros mundial.
Índice Dow Jones
Fechando a tríade de indicadores de mercado mais seguidos dos EUA — junto ao S&P 500 e o Nasdaq —, o Dow Jones Industrial Average, também conhecido como “Dow 30” ou simplesmente como “Dow Jones”, é formado pelas 30 maiores blue chips dos Estados Unidos. Isto é pelas maiores e mais negociadas empresas do país.
Nomeado como uma junção do nomes de seus criadores, os jornalistas Charles Henry Dow e Edward Davis Jones, o Dow Jones é famoso, sobretudo, por ser um dos indicadores de mercado mais antigos do mundo, estando em atividade desde 1986. Fica atrás apenas do Dow Jones Railroad Average (atualmente Dow Jones Transportation Average), criado pela mesma dupla, dois anos antes.
Inicialmente composto pelas trinta ações do setor industrial, embora tenha mantido sua nomenclatura, o índice tem lentamente mudado sua composição de acordo com as demandas de consumo da população norte-americana. O que nunca mudou é o fato do Dow 30 ser composto pelas maiores marcas dentro de seus segmentos.
Seja por sua tradição ou pelas companhias que concentra em sua carteira, o Dow Jones é considerado um dos indicadores mais importantes da economia norte-americana. Contudo, não é uma unanimidade, já que muitos o consideram muito limitado para representar o desempenho de um mercado acionário tão vasto, composto por mais de 6.000 empresas.
Isto posto, o Dow 30 é amplamente visto como um termômetro para os segmentos mais tradicionais da economia dos Estados Unidos. Além disso, dada sua longevidade, esse indicador também funciona como um valiosa ferramenta capaz de compilar o desenvolvimento e as mudanças do mercado norte-americano ao longo da história.
Como investir seguindo o índice Dow Jones?
Diferentemente do Nasdaq-100 e do S&P 500, ainda não existe nenhum ETF do Dow Jones listado na B3. Portanto, quem pretende investir neste indicador precisa, necessariamente, abrir uma conta internacional para acessar o mercado norte-americano. Por lá, em compensação, não faltam opções que acompanhem essa famosa carteira. Entre as mais populares estão:
- SPDR Dow Jones Industrial Average ETF (DIA);
- iShares Dow Jones US ETF (IYY).
Além desses dois fundos que replicam o Dow 30, quem quer dobrar — ou mesmo triplicar — a aposta pode investir em fundos ativos que buscam superar o indicador e não apenas acompanhar seu desempenho. Alguns exemplos conhecidos são:
- ProShares Ultra Dow30 (DDM): fundo alavancado que busca duplicar o desempenho diário do Dow Jones;
- ProShares UltraPro Dow30 (UDOW): fundo que tenta triplicar a performance do Dow Jones.
Importante citar que sempre que o Dow 30 perde valor, esses dois fundos também o acompanham na mesma proporção. Melhor explicado: se o Dow Jones cai 1% em um dia, o DDM desvaloriza cerca de 2%, e o UDOW perde 3%. Além disso, vale ressaltar que esses dois ETFs (e outros que seguem estratégias semelhantes) usam alavancagem para potencializar seus retornos — ou seja, operam acima dos valores que possuem em caixa.
Apesar de poder multiplicar os ganhos, isso também acrescenta riscos que podem não ser suportados por todos os tipos de investidores. Dito em bom português: não são indicados para investidores iniciantes ou conservadores.
Índices MSCI
A Morgan Stanley Capital International (MSCI) é uma empresa de capital aberto dos EUA que atua na elaboração de indicadores de mercados mundiais e carteiras teóricas embasadas em métodos e requisitos específicos, além da capitalização ou do volume de negociações.
Essas carteiras teóricas representam agrupamentos de ativos que seguem determinados critérios, como setores de mercado, regiões geográficas ou práticas de investimento sustentáveis, como as ESGs (Environmental, Social, Governance), que correspondem a uma série de práticas ambientais, sociais e de governança adotadas por empresas socialmente e ambientalmente conscientes.
Os primeiros índices MSCI foram criados em 1969 pela empresa Capital International, sendo reconhecidos como os pioneiros em seguir os mercados acionários de países além dos Estados Unidos. O nome utilizado até hoje surgiu 27 anos depois, em 1986, quando o banco Morgan Stanley adquiriu os direitos de licenciamento, tornando-se o acionista principal da companhia.
Atualmente, a MSCI é responsável por administrar mais de 1.000 indicadores de mercado. Seus índices são amplamente utilizados por investidores, gestores e analistas financeiros, oferecendo recortes exclusivos de mercados específicos. Estima-se que os indicadores MSCI sejam seguidos por mais de 1.030 ETFs em diferentes países.
Listar todos os indicadores MSCI seria desmedido para um artigo objetivo como este. Entretanto caso você esteja de olho apenas nas bolsas americanas entre os principais índices a observar estão:
MSCI World Index
O MSCI World Index é uma carteira teórica composta por cerca de 1.500 ações de empresas de grande e médio porte com presença global. Embora considere companhias de 23 países desenvolvidos, cerca de 60% desse portfólio é composto por ações norte-americanas.
MSCI USA
O MSCI USA é um indicador criado para mensurar a performance de companhias de média e grande capitalização do mercado acionário dos EUA. Esse portfólio é composto por 609 companhias, representando aproximadamente 85% de toda a capitalização de mercado ajustada pelo free float — ações disponíveis para compra e venda para investidores — dos Estados Unidos.
Como investir seguindo os índices MSCI?
Como já falamos anteriormente, os índices MSCI são replicados por milhares de ETFs ao redor do globo, incluindo o Brasil. Embora, nenhum fundo de índice brasileiro replique os indicadores mais amplos da Morgan Stanley Capital International — o MSCI USA e o MSCI World Index —, existem seis opções mais específicas negociadas na B3:
Investo Alug (ALUG11)
O ALUG11 acompanha o desempenho do “MSCI US IMI Real Estate 25/50 Index”, um dos indicadores mais importantes do mercado imobiliário norte-americano, formado por companhias de diferentes tamanhos. O “25/50” faz referência às regras de diversificação do índice, onde cada empresa individualmente não pode exceder 25% do peso total da carteira, e as cinco maiores companhias combinadas não podem exceder 50%.
Investo ETF MSCI US Technology (USTK11)
Semelhante ao ALUG11, mas com foco no setor tecnológico, o USTK11 acompanha o desempenho do “MSCI US Investable Market Information Technology 25/50”, índice composto por empresas com diferentes valores de mercado e representativas de sub-setores diversos, como hardware, software, semicondutores, entre outros.
It Now MSCI USA – IMI Millenial Select 50 (MILL11)
O MILL11 segue a performance do “It Now MSCI USA – IMI Millenial Select 50”, um dos indicadores exemplos da abrangência e especificidade do MSCI. Esse índice é formado por ações de 50 empresas listadas nas bolsas dos EUA e que atuam com oferta de produtos e serviços amplamente consumidos pela pela geração millennial (pessoas nascidas nas décadas de 1980 e 1990). Os exemplos vão de Coca-Cola até a Netflix.
Trend ETF MSCI US Technology (UTEC11)
Esse fundo espelha as flutuações do “MSCI US Investable Market Information Technology 25/50”, o mesmo indicador seguido pelo já citado USTK11.
Trend MSCI USA ESG (ESGU11)
O ESGU11 é um ETF que acompanha as variações do “MSCI USA Extended ESG Focus Index”, índice de mercado composto por 300 companhias com classificações altas de ESG, listadas nas bolsas norte-americanas.
It Now MSCI USA – Economic Innovation select 50 (DNAI11)
O DNAI11 é um fundo de índice que espelha o “MSCI USA IMI Genomic Innovation Select 50”, indicador de setor formado por ações de 50 empresas que trabalham com sequenciamento genético nas áreas da agricultura e da saúde.
Índices Russell
Os Índices Russel é como são amplamente chamados os indicadores de mercado criados pela “Financial Times Stock Exchange“ (FTSE), empresa independente sediada em Londres, e de propriedade do Financial Times.
No total, a família de Índices Russel engloba mais de 150 indicadores divididos pela capitalização de mercado (market cap) e pela quantidade de empresas (50, 500, 1.000, 2.000, 3.000, e assim por diante).
Entre os mais relevantes, podemos citar:
- Russel 3.000 (RUA): indicador que mensura o desempenho médio das três mil maiores empresas dos EUA, representando cerca de 97% do mercado de ações públicas do país;
- Russel 2.000 (RUT): mede a performance das duas mil menores empresas do Russel 3.000. Juntas representam cerca de 8% da capitalização do RUA;
- Russel 1.000 (RUI): índice formado pelas mil maiores empresas que formam o Russel 3.000.
Como investir seguindo os índices Russell?
A B3 conta com dois ETFs que acompanham indicadores Russel. São eles:
- BIWM39: fundo criado para seguir o desempenho do Russel 2.000;
- REVE11: replica a performance do “Russell® 1000 Green Revenues 50”, composto por 50 grandes empresas dos Estados Unidos engajadas na transição para a economia verde. São companhias envolvidas na promoção de produtos, projetos ou serviços amigáveis ao meio ambiente.
Índices NYSE
Não faz falta apresentar a “New York Stock Exchange” (NYSE). Afinal, estamos falando simplesmente da maior e mais famosa bolsa de valores em valor de mercado do mundo e uma das mais antigas ainda em funcionamento.
Reconhecida por listar as marcas mais tradicionais do planeta, a capitalização da bolsa de valores de Nova Iorque é de aproximadamente US$22 trilhões. Para ter ideia do que representa esse valor, ele supera o Produto Interno Bruto (PIB) em 14 vezes. Seu peso é tão grande, que não raro, o desempenho da NYSE é observado como um termômetro para a economia global.
O Dow Jones e o S&P 500, os dois indicadores mais relevantes do mercado acionário norte-americano, são comumente tidos como índices da NYSE, já que são essencialmente formados por ações negociadas na — mas não unicamente, já que também incluem ações de companhias listadas exclusivamente na Nasdaq.
Contudo, o que não faltam são indicadores criados para seguir unicamente o desempenho das companhias listadas no mercado acionário mais relevante do planeta. Apenas para citar alguns:
- NYSE Composite Index (NYA): indicador que mensura a performance média de todas as empresas listadas na bolsa de valores de Nova Iorque;
- NYSE U.S. 100 Index (NYB): índice que mede o desempenho das 100 companhias mais valiosas negociadas na NYSE;
- NYSE International 100 Index (NYI): indicador que reflete o desempenho das 100 maiores empresas de fora dos EUA, listadas na bolsa de Nova Iorque;
- NYSE World Leaders Index (NYW): espécie de fusão do NYB e do NYI, esse índice é formado pela soma das 100 maiores empresas estrangeiras e nacionais listadas na NYSE.
Como investir seguindo os índices NYSE?
Até o presente momento (fevereiro de 2024), ainda não existe nenhum ETF brasileiro que acompanha a performance de algum índice exclusivo da bolsa de valores de Nova Iorque.
Uma alternativa viável é aplicar em fundos de índice que replicam o S&P 500 , já que boa parte das companhias que compõem esse indicador estão listadas na NYSE.
Como os índices de mercado são calculados?
Não há uma fórmula universal para calcular todos os índices de mercado, cada um deles é calculado segundo metodologia própria. Entretanto, geralmente, esses cálculos tomam por base a capitalização das empresas ou o preço de negociação das ações. Esses são, inclusive, os métodos utilizados pelo S&P 500 e pelo Dow Jones, respectivamente.
Para que fique mais claro, que tal nos deter um pouco para ver exatamente como esses dois indicadores funcionam?
1. Cálculo do Índice Dow Jones
O desempenho do Índice Dow Jones é medido pelo preço de negociação das ações. Sua pontuação é mensurada somando o preço das participações das 30 empresas que compõem sua carteira e dividindo o resultado obtido pelo chamado “divisor Dow“.
Atualmente, esse divisor corresponde a 0,1517. Contudo, esse número é constantemente ajustado por eventos corporativos, como pagamentos de dividendos, cições, fusões, mudanças dos componentes do portfólio, e assim por diante. O valor máximo desse divisor já chegou a 16,67 em 1928, e o mínimo a 0,147 em 2019.
2. Cálculo do Índice S&P 500
Diferentemente do Dow Jones, a base de cálculo do S&P 500 não parte do preço nominal das ações, mas da capitalização (market cap) das empresas englobadas por esse indicador.
Na prática, a pontuação do S&P 500 é definida por uma metodologia ponderada de capitalização. Nesse método, empresas com maior valor de mercado possuem um peso maior no desempenho geral da carteira. Esse, vale pontuar, é o mesmo modelo de cálculo utilizado pelos principais índices da Nasdaq.
Para medir o desempenho do indicador é preciso primeiro determinar o peso de cada empresa (seus valores ponderados) e fazer a soma desses resultados, conforme os passos abaixo:
- 1º) Determinação do peso de cada empresa: o peso de cada empresa no índice é definido por sua capitalização de mercado. A capitalização de mercado é calculada multiplicando o preço unitário da ação pelo número total de ações em circulação;
- 2º) Cálculo do índice: o desempenho do indicador é calculado somando o valor ponderado de cada empresa. Isso é feito multiplicando o preço da ação de cada empresa pelo seu peso no índice e somando esses valores para todas as empresas.
O que significa um ponto ou percentual de movimento nos índices?
Os pontos de movimento refletem as mudanças no desempenho geral do mercado representado por esses índices. O significado de um ponto, porém, varia segundo a metodologia de cálculo utilizada por cada indicador em específico.
Um ponto de movimento no Dow Jones, por exemplo, corresponde a uma unidade de mudança (para cima ou para baixo) no preço total das suas 30 ações componentes. Enquanto isso, no S&P 500, um ponto de movimento reflete uma variação no valor de mercado agregado das 500 empresas que compõem o índice.
O mais difícil aqui não é saber se um indicador está em alta ou em baixa (para isso, basta saber ler gráficos bastante simples), mas sim compreender o valor específico de um ponto em cada índice.
Se tomarmos como exemplo o Dow 30 e seu divisor (0,1517), cada alteração de US$1 no preço de uma ação dentro da média corresponde a um movimento de 6,59 pontos. Isso é obtido dividindo 1 pelo valor do divisor, que é 0,1517.
Como interpretar as flutuações diárias nos índices?
De modo bastante didático é possível interpretar as flutuações diárias dos índices como uma amostra do humor do mercado acerca das companhias ou do setor que compõem o portfólio desses indicadores.
Quando os pontos da Nasdaq Composite, por exemplo, estão em alta é sinal de que boa parte das empresas dessa bolsa estão apresentando bom desempenho e o que o mercado está otimista, o que é um bom sinal para os investidores. Uma queda brusca desses pontos, por outro lado, pode ser interpretada como um sinal de alerta e de cautela por parte do mercado.
Esses indicadores são altamente flutuáveis e sensíveis a uma série de fatores que podem afetar o sentimento do mercado, incluindo crises ou recuperações econômicas, medidas políticas, resultados de empresas e setores, e eventos geopolíticos diversos.
Essa volatilidade é bastante comum e nem sempre possui um significado maior. Tanto altas, quanto quedas acentuadas momentâneas podem ser resultado de negociações pontuais de curto prazo ou reações emocionais de investidores frente a alguma notícia ou evento determinado.
De modo geral, as flutuações dos índices são ferramentas de grande utilidade para medir e analisar a performance de um determinado mercado ou setor, e antecipar tendências, facilitando a tomada de decisões embasadas por parte de investidores, gestores e demais personagens do mercado financeiro.
Quais são as vantagens e os riscos de investir em índices de mercado?
Além de apresentarem insights valiosos sobre diferentes mercados e setores e servirem de benchmark para comparações de desempenho, os índices norte-americanos também podem ser uma opção interessante de investimento para o investidor que pretende expor parte de sua carteira ao mercado estrangeiro.
Se neste ponto, você está ponderando se vale ou não a pena investir dessa forma, na sequência elencamos as principais vantagens e riscos deste tipo de aplicação, para te ajudar a tomar sua escolha.
Vantagens de investir em índices
Investir em índices é uma das maneiras mais práticas e acessíveis de diversificar sua carteira de investimentos com ativos estrangeiros. Caso você ainda esteja procurando motivos razoáveis para começar a aplicar desta forma, abaixo elencamos um par de vantagens que podem lhe incentivar a tomar esse passo:
Diversificação instantânea
Os índices de mercado permitem o investimento em um cesto de ações, com uma só aplicação. Ao adquirir cotas de um ETF que segue o S&P 500, o investidor está diretamente acessando 500 empresas de uma única vez. Isso sem falar na diversificação geográfica proporcionada por esses produtos.
Praticidade
Aplicar em dezenas — ou centenas — de empresas de uma só vez, é muito mais prático do que escolher cada ação individualmente. Da mesma forma, acompanhar o desempenho de um só índice é mais fácil do que fazer isso com diferentes ativos;
Taxas baixas
ETFs normalmente contam com taxas administrativas bem inferiores à de outros fundos de investimento, já que por serem passivos, exigem menos esforço por parte do gestor;
Risco reduzido de perda total
Aplicar em um cesto de ativos é mais seguro do que em uma ação individual, na medida que dificilmente todos os títulos de uma carteira perderam todo valor ao mesmo tempo;
Possibilidade de investir em gigantes internacionais
Os índices ainda oferecem a possibilidade de aplicar em uma série de empresas reconhecidas mundialmente como Coca-Cola, Google, Amazon, Netflix, Nike, e assim por diante.
Riscos de investir em índices
Apesar de todas a praticidade e vantagens que os investimentos que seguem os índices norte-americanos podem oferecer, é preciso ter a cautela de observar os riscos e os pontos fracos desse tipo de aplicação para ter certeza de que realmente estão de acordo com suas metas e perfil.
Disclaimer feito, seguem alguns riscos que você deve ficar de olho antes de decidir investir em indicadores de mercado nos EUA:
Risco cambial
Este risco é comum a todos os investimentos no exterior. As flutuações na taxa de câmbio podem tanto potencializar seus rendimentos quanto afetá-los negativamente. Vale ressaltar que o câmbio é um dos ativos mais imprevisíveis e sensíveis que existem.
Risco de mercado
Índices de mercado são suscetíveis às flutuações do mercado financeiro. Seu desempenho é influenciado por diferentes eventos macroeconômicos, políticos e geopolíticos. Isso, somado ao risco cambial, pode facilmente assustar investidores menos experientes ou conservadores, levando-os a tomar decisões impulsivas.
Por fim, outro ponto importante a destacar é que, apesar da segurança de investir em um fundo diversificado, como um ETF que segue um índice de mercado, o investidor pode perder a oportunidade de lucrar significativamente com o desempenho excepcional de um ou alguns poucos ativos específicos. Isso ocorre porque os ganhos desses ativos individuais são diluídos pela média do desempenho de toda a carteira.
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