Um ano que começa abre muitas portas para fazermos diferente. Concorda? Então, esperamos que uma das suas promessas de mudança seja a de aprender a administrar e a investir melhor o seu dinheiro.
Para te ajudar nessa jornada, trouxemos um assunto bem importante para aprender de uma vez por todas: qual é o IPCA 2024 e como ele interfere nos seus investimentos. Inclusive, eis aqui um spoiler: este é o principal indicador da inflação no Brasil, já que mede a variação de preços de conjuntos de produtos e serviços consumidos pela população.
Como ele está atrelado a vários papéis de renda fixa, aproveitar o novo ano para se atualizar é a melhor maneira de planejar a sua estratégia financeira para os próximos meses. Por isso, hoje vamos ensinar:
- O que é o IPCA;
- Para que o indicador serve;
- Como é calculado;
- Como ele impacta os investimentos;
- Quais são as suas subcategorias;
- E muito mais.
Ao final deste artigo, ainda te daremos uma ferramenta extra para se tornar um investidor mais inteligente e tirar o máximo proveito da renda fixa.
Vamos lá?
O que é IPCA?
IPCA é a sigla para Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele serve para medir os índices de inflação no Brasil, indicando a variação de preços de um mês a outro. Para isso, considera uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias cuja renda é de até 40 salários mínimos.
O cálculo desse índice tem por objetivo englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas do Brasil, e é feito mensalmente pelo IBGE. Na prática, ambos Banco Central e Governo Federal o utilizam na hora de fazer alterações na taxa de juros.
Do que é composto o IPCA?
Primeiramente, o IPCA considera uma cesta de produtos e serviços, os quais terão os seus preços monitorados regularmente. A composição dos itens específicos é obtida por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que traça um panorama sobre os hábitos de consumo da população, mostrando qual é o peso que cada gasto tem dentro do orçamento dos brasileiros.
Inclusive, a título de curiosidade, os grupos de produtos considerados nessa composição são esses:
- Alimentação e bebidas;
- Habitação;
- Artigos de residência;
- Vestuário;
- Transporte;
- Saúde e cuidados pessoais;
- Despesas pessoais;
- Educação;
- Comunicação.
Periodicamente, a POF é atualizada, já que os atuais hábitos de consumo das pessoas não são os mesmos de 10 ou 20 anos atrás, por exemplo. A cada atualização, o IPCA é atualizado também, para que permaneça continuamente como um indicador fiel da realidade da população.
Para que serve o IPCA?
De maneira simplificada, o IPCA serve para medir a variação de preços dos produtos e serviços mais consumidos pela população brasileira. A partir disso, porém, o indicador se desdobra em uma série de funções importantes para o mercado financeiro, como avaliar a inflação, definir políticas monetárias, calcular o rendimento de aplicações financeiras e definir reajustes de preços.
Entender cada um desses objetivos individualmente é fundamental para compreender de verdade o papel do IPCA nas finanças. Então, siga na leitura:
Avaliar a inflação
Com toda a certeza você já reparou que o preço dos produtos variam periodicamente. Isso se deve, entre outros fatores, à oferta e à demanda. A lógica é simples: se a demanda for maior do que a capacidade de fornecer esses itens, então eles se tornarão mais caros.
Consequentemente, se a inflação está baixa, a população vai consumir mais. O contrário também é verdade: se a taxa de juros subir, a economia desacelera.
Embora essas situações sejam comumente utilizadas para explicar o movimento da inflação no país, elas não são as únicas possíveis. Uma economia em recessão, por exemplo, pode registrar preços altos também. Além disso, às vezes, as taxas sobem não por causa do consumo das pessoas, mas por alguma movimentação brusca no câmbio.
Seja como for, o IPCA é o mecanismo que ajudará as autoridades monetárias a avaliar com exatidão a situação no Brasil e quais respostas são necessárias para manter a economia estável e funcionando.
Definir políticas monetárias
Resumidamente, a política monetária serve principalmente para manter a inflação sob controle. Para isso, o Banco Central (Bacen) se vale da Taxa Selic — a taxa básica de juros que é o principal instrumento da entidade para manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Assim, o IPCA entra nesta equação por ser, como você já sabe, um indicador representativo dessa inflação. Dessa forma, o Bacen monitora o comportamento do índice para averiguar se o Brasil está passando por um momento de inflação ou deflação. Com base nessas informações, pode tomar as medidas necessárias para que a meta inflacionária seja cumprida.
Um exemplo simples: quando a economia está aquecida e o índice aponta para um maior consumo por parte das famílias, então, a estratégia adotada é o aumento das taxas de juros, para que o acesso ao crédito diminua, protegendo o valor da moeda.
Calcular rendimentos de aplicações financeiras
Aqui, temos o fato de que o IPCA é utilizado para fins de reajuste e rentabilidade em vários tipos de contrato. Alguns dos títulos do Tesouro Direto atrelados a esse indicador, aliás, são grandes exemplos dessa relação. Isso porque, para os investidores, ele serve como uma garantia de “rentabilidade real”. Ou seja, por estar acima da inflação, vai preservar o poder de compra ao longo do tempo, independentemente da situação econômica na qual o país se encontrar futuramente, no fim do prazo do título.
Para resumir, a sua relação com a Taxa Selic (e outras variáveis da economia) é estreita. Consequentemente, papéis de renda fixa terão a sua remuneração diretamente impactada pelas movimentações do IPCA.
Definir reajustes de preços e salários
Além de interferir na rentabilidade de títulos de renda fixa, o IPCA é utilizado no cálculo do reajuste salarial. Afinal, quando a inflação está alta demais, os preços dos produtos e serviços também apresentam aumento ao longo do tempo. Por consequência, o poder de compra da população vai cair, já que estes mesmos produtos e serviços não serão tão acessíveis quanto antes, considerando o salário vigente.
Por essa razão, o índice é uma das referências para ajustar os ganhos das pessoas, de forma que eles acompanhem os movimentos inflacionários. Acompanhe essa conta simples para entender melhor: se a inflação chega a 6% e o reajuste salarial é de apenas 2%, então a população terá uma perda de poder aquisitivo de 4%.
Os itens antes consumidos estarão, agora, caros demais para os ganhos mensais de uma família, e o padrão de vida mantido até então já não será possível.
Vale lembrar que esse processo de reajuste, além de considerar os dados apontados pelo IPCA, também engloba negociações coletivas e interferência de sindicatos, na tentativa de garantir que os trabalhadores recebam aumentos proporcionais à variação dos preços no país.
Como o IPCA 2024 é calculado?
O cálculo do IPCA é feito em 4 etapas: amostra de produtos e serviços, pesquisa de preços, ponderação dos itens e, por fim, cálculo do índice. Toda essa estrutura é extremamente necessária para que o indexador apresente da forma mais detalhada possível o panorama sobre os preços no país.
Entretanto, para que você entenda melhor a lógica por trás do processo, vamos explicar o que significa cada passo.
1 – Amostra de produtos
Você já sabe que o IPCA é um índice que considera os produtos e serviços que representam os gastos das famílias do Brasil, certo? Essa seleção considera cerca de 400 itens, daquelas categorias que você viu anteriormente (alimentos, saúde, educação, bebidas etc.). Uma pesquisa de orçamento familiar é aplicada com o objetivo de recolher dados para a escolha dos itens, a partir de informações sobre os hábitos de consumo das pessoas.
2 – Pesquisa de preços
Com a seleção de itens pronta, o IBGE inicia a tarefa de checar os preços dos itens em aproximadamente 30 mil estabelecimentos, espalhados por todo o território brasileiro. Nessa etapa, são considerados, por exemplo, lojas de departamento, postos de combustível, supermercados etc. A coleta é feita mensalmente e os valores são, então, comparados com aqueles registrados no mês anterior.
3 – Ponderação dos itens
Naturalmente, é claro que 400 itens não podem ter o mesmo peso dentro de um orçamento familiar. Os gastos com comida, por exemplo, obviamente representam uma parcela maior dos gastos totais do que as despesas com vestuário.
Antes do IPCA ser calculado, portanto, novamente entra em cena as pesquisas de consumo, para definir a fatia que cada categoria de produto ou serviço corresponde no total das despesas da família.
4 – Cálculo do índice
Por fim, temos a mensuração da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra, comparados com os valores do mês anterior, e considerando a ponderação dos itens selecionados. Como resultado, temos o IPCA, indicando a variação média de todos os dados coletados e analisados nas etapas anteriores.
Qual a diferença entre o IPCA e o INPC?
Ao passo que o IPCA significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o INPC se refere ao Índice de Preços ao Consumidor. Ou seja, a diferença entre os dois é a palavra “amplo”: enquanto o IPCA considera uma parcela maior da população (ganhos mensais entre 1 e 40 salários mínimos), o INPC considera apenas as famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos.
Na prática, o INPC é especialmente importante por avaliar o impacto que a inflação e a variação de preços têm nas pessoas cujos gastos mensais se resumem praticamente às despesas básicas, como alimentação e medicamentos.
Para resumir, ambos os índices têm a mesma função: registrar a variação de preços de uma seleção de itens consumida pela população. O INPC, inclusive, é definido a partir do mesmo processo de cálculo do IPCA.
Por ser o indicador oficial de inflação do país, o IPCA acaba sendo o mais popular entre os dois, sendo usado, como explicamos, como referência para as metas de inflação e mudanças nas taxas de juros.
Como o IPCA impacta os investimentos?
Como o IPCA funciona como um indicador-chave da inflação no Brasil, toda vez que os preços subirem, as taxas de juros vão aumentar também, impactando diretamente os investimentos de renda fixa, como os do Tesouro Direto.
A lógica é a seguinte: se o rendimento de determinado título (de taxa fixa) não estiver atrelado ao IPCA, acompanhando as oscilações do índice, o dinheiro que o investidor receberá no final do prazo combinado pode não ser o suficiente para comprar tanto quanto antes. Pense conosco: R$100 hoje não compram os mesmos itens, por exemplo que comprariam há 10 anos atrás.
Em outras palavras, o Real Brasileiro pode perder o valor durante o tempo que o patrimônio estiver alocado em um papel. Então, para se proteger, é necessário considerar opções que rendem acima da inflação ou que acompanhem o IPCA.
Além disso, vale lembrar que o indicador é uma amostra de como anda a situação econômica e inflacionária do Brasil. Então, acompanhá-lo é sempre crucial para definir uma estratégia de aplicação que faça sentido com o momento do país.
Quais investimentos estão atrelados ao IPCA?
Normalmente, os investimentos de renda fixa são mais comumente atrelados ao IPCA. É o caso, por exemplo, das Debêntures e de alguns títulos do Tesouro Direto.
A seguir, vamos conhecer melhor cada uma das opções mais populares!
Títulos públicos
Os títulos públicos são aqueles nos quais o investidor “empresta” o dinheiro para o Governo Federal, que o utilizará para financiar o desenvolvimento de alguns setores específicos, como saúde e educação. Em troca, recebe o patrimônio de volta, no fim do prazo combinado, com o acréscimo de uma taxa de juros fixa, indicada no momento da alocação.
- Esses papéis, inclusive, estão disponíveis em três modalidades: prefixado, pós-fixado e híbrido. No prefixado, os rendimentos são definidos no momento da compra do título, ou seja, o investidor já sabe exatamente quanto irá receber no vencimento, independentemente das variações futuras na economia.
No pós-fixado, os lucros futuros estão atrelados a algum indicador do mercado, geralmente à taxa básica de juros (Selic) ou a variação do IPCA. Aqui, o investidor tem uma rentabilidade que varia de acordo com o indicador escolhido, e o total só é conhecido no momento do resgate.
Já no híbrido, combina características do pós-fixado e prefixado. A modalidade, portanto, proporciona uma diversificação de riscos e uma adaptação a diferentes cenários econômicos.
O Tesouro IPCA é da categoria híbrido. Por acompanhar o indicador, é aconselhável para quem deseja investir em um ativo menos arriscado e, ao mesmo tempo, proteger o seu patrimônio contra eventuais aumentos da inflação e encarecimento dos preços.
O prazo de vencimento dessa opção é, geralmente, mais longo, então, também é mais apropriado para aqueles cuja estratégia faz sentido deixar o dinheiro aplicado por mais tempo. No que diz respeito ao pagamento de juros, há a alternativa de recebê-los mensalmente.
CDBs
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são títulos de crédito emitidos por bancos e instituições financeiras. Dessa forma, se “empresta” dinheiro para a entidade, que o utilizará para conceder crédito aos clientes. Em troca, o investidor recebe o valor aplicado com o acréscimo de juros, que costumam ser bem atrativos, considerando a classe de renda fixa.
Assim como acontece com os títulos do Tesouro Direto, há CDBs pós e prefixados. No que diz respeito aos pós-fixados, a rentabilidade deve variar de acordo com a inflação, ou seja, está atrelada ao IPCA. Embora não seja possível saber, no início da aplicação, o montante exato que será recebido futuramente, é certo que o patrimônio estará protegido contra possíveis oscilações econômicas.
Aqueles que desejam optar pelo CDB prefixado devem ter isso em mente: a rentabilidade só é real se for maior que o IPCA no período de resgate. Por exemplo: se uma aplicação render 8% ao ano e a inflação for de 5%, o ganho é de 2%.
Debêntures
As debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas. Negociados no mercado de capitais, são bastante parecidos com os papéis do Tesouro Direto, que já listamos neste artigo. Aqui, porém, os recursos dos investidores são utilizados para financiar a expansão da organização emissora, a construção de novas fábricas ou qualquer outro projeto do tipo.
A remuneração de algumas opções desses ativos segue esta lógica: taxa fixa (informada no momento da aplicação) + correção pelo IPCA. Aqui temos uma modalidade bastante atrativa para o público conservador, uma vez que há vários papéis com ganhos altos de juro real (8%, por exemplo), atrelados a empresas de primeira linha — ou seja, cujo risco de crédito é baixo, por serem sólidas.
Quais são as subcategorias do IPCA?
O IPCA divide-se em duas categorias: o IPCA-15 e o IPCA-E.
IPCA-15
Aqui, a pesquisa de preços é feita entre o dia 16 do mês anterior, até o dia 15 do mês de referência. Outra diferença com o IPCA, é que o IPCA-15 abrange as regiões metropolitanas de Fortaleza, Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, bem como o Distrito Federal e Goiânia.
O IPCA-15, assim como o IPCA, é usado para calcular o aumento de preços de produtos e serviços comprados frequentemente, de acordo com as mesmas categorias vistas neste artigo. Ele cobre famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos, incluindo todas as fontes de renda.
Na prática, este serve como uma prévia do IPCA. Em outras palavras, embora não seja a taxa oficial, ele indica qual será a porcentagem divulgada futuramente.
IPCA-E
Este é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial, também medido pelo IBGE, e que segue a lógica do cálculo do IPCA. No entanto, este é divulgado trimestralmente, e é formado pelas taxas mensais do IPCA-15. Vale lembrar que esse indicador serve ao propósito de avaliar as oscilações da inflação, contemplando o período de três meses.
Além disso, o IPCA-E é utilizado para a implementação de reajustes do IPTU.
Qual a projeção de IPCA para 2024?
Após um período de taxas bastante altas, o ano de 2023 se encerra com o IPCA a 4,51%, dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e a projeção para 2024 é de 3,93%. Essas são informações divulgadas pelo Boletim Focus, na primeira quinzena de dezembro de 2023.
O cenário econômico, no quesito da inflação, esteve alarmante desde a pandemia de Covid-19. À época, o IPCA se manteve acima de 11%, e não foram poucas as notícias sobre os aumentos de preços em grande escala, como foi o caso da gasolina e da carne. No entanto, como a própria projeção agora aponta, a inflação desacelerou. Embora o IPCA tenha, de fato, aumentado nos últimos meses, também é verdade que a sua composição em nada se assemelha ao que já foi, antes do segundo semestre de 2022.
Em termos práticos, a expectativa é que o país passe por uma inércia inflacionária nos próximos meses — um período de calmaria após a turbulência, digamos assim. Logo, apesar da necessidade de se manter atualizado e de considerar possíveis alterações no radar, a inflação já não se mostra como uma grande preocupação.
Quais setores podem ser afetados pelo IPCA 2024?
Considerando o panorama geral das projeções, é possível ser otimista. Afinal, a variação não foi alta mesmo no final de 2023, mantendo-se abaixo do centro da meta — um período no qual as oscilações são tradicionalmente frequentes.
Até então, o que se pode observar são núcleos de inflação — categorias de produtos e serviços que têm pressionado o aumento dos preços. São eles as passagens aéreas, os alimentos e as bebidas.
Vale lembrar que, quando se trata destes dois últimos setores, estamos falando de produtos que representam uma fatia bem grande das pesquisas de consumo do IPCA, já que se tratam de itens essenciais na vida da população. Mesmo assim, o impacto da inflação também não foi tão grande, a ponto de ir contra a expectativa de equilíbrio que se tem para 2024.
Para o investidor que está de olho nas melhores opções de aplicação dentro desse cenário, e que já tem antecipado uma possível alta nos próximos anos, após esse período mais linear, as debêntures de infraestrutura são excelentes ativos a serem considerados. Isto é, por serem majoritariamente indexadas à inflação, o papel por si só já representa uma possibilidade interessante.
Outra razão para esta recomendação é que as debêntures estão com prêmios acima da média histórica, com rentabilidades maiores até mesmo do que aquelas pagas pelo Tesouro Direto.
Quando o IPCA 2024 é divulgado?
O IPCA 2024 é divulgado mensalmente na página do IBGE. Além de estar atento às projeções, o ideal é que você, investidor, acompanhe as publicações periodicamente, a fim de manter-se atualizado às taxas oficiais calculadas pelo Instituto.
Lembre-se: a coleta de dados para a composição do indicador é iniciada no último dia útil do mês anterior, sendo finalizada no penúltimo dia útil do mês de análise. Logo, a divulgação da média é feita até a segunda semana do mês seguinte.
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