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Bonds: saiba o que são e como investir em títulos americanos

Quando alguém fala sobre investir nos Estados Unidos, a primeira coisa que vem à sua mente são as ações de gigantes como Coca-Cola, Google e Disney, certo? Isso é normal, afinal, ter acesso e participação em marcas tão tradicionais e famosas é uma ideia inegavelmente tentadora.

Porém, se você está seriamente ponderando aplicar no exterior, deve considerar que existem muitas opções além das ações negociadas na NYSE e na NASDAQ. Um exemplo disso são os “bonds”! Já ouviu falar deles?

Tratam-se simplesmente de investimentos de renda fixa negociados nos Estados Unidos, incluindo tanto os títulos do Tesouro Americano, quanto papéis privados emitidos por companhias que precisam levantar recursos para financiar algum projeto específico.

Bastante semelhantes às debêntures e aos títulos do Tesouro Direto conhecidos pelo investidor brasileiro, esses papéis negociados nos EUA são uma forma segura de investir no exterior, ideal para quem busca diversificar a carteira e ainda dolarizar parte dos rendimentos, sem se sujeitar às flutuações de um mercado internacional. Afinal, desde a aplicação, o investidor já tem uma ideia  de qual o retorno a ser esperado.

Quer saber mais sobre o que são e como investir nos títulos norte-americanos?

Então continue conosco, que ao longo deste artigo explicaremos didaticamente como os bonds funcionam, quais as categorias existentes, quais suas vantagens e riscos, e claro: como sair daqui pronto para investir em renda fixa em dólar.

O que são bonds?

No contexto de finanças, o termo “bond” pode ser diretamente traduzido para o português como “obrigação” ou “vínculo”. Essa é a maneira como são genericamente chamados os títulos de dívida pública e privada emitidos e negociados nos mercados de valores mobiliários do exterior, como os dos Estados Unidos e da Europa.

Para quem já investe no Brasil, é possível fazer um paralelo entre esses papéis e os títulos de renda fixa negociados por aqui. Os bonds são emitidos por governos ou companhias privadas que recorrem ao mercado para captar recursos e assumem a “obrigação” de reaver o valor “tomado emprestado” nos prazos e com os acréscimos determinados. 

É como se fosse um recibo cedido ao investidor, comprovando os juros que tem a receber do emissor por seu “empréstimo”, bem como a data de vencimento. Como são investimentos de rentabilidade fixa, o titular sabe antes mesmo das aplicações quais as regras e o lucro que pode esperar. 

É, desse modo, uma categoria de investimento interessante principalmente para quem está em busca de diversificação e tem interesse em dolarizar parte de sua carteira de investimentos, mas não quer correr os riscos de aplicar em ações negociadas em bolsas de valores do exterior.

Importante ressaltar que o termo “bond” não é uma designação que se limita aos títulos emitidos por companhias e governos estrangeiros. Essa também é a forma como são chamados os papéis emitidos pelo Tesouro Nacional do Brasil e por empresas brasileiras negociados no exterior, geralmente em dólar — embora também possam ser precificados em outras moedas.

Quais são os tipos de bonds?

De modo mais amplo, os bonds podem ser divididos em dois grandes grupos: os títulos de dívida pública de um país, emitidos pelo Governo; e os títulos corporativos, aqueles emitidos por companhias privadas. O investidor acostumado com a bolsa brasileira pode fazer uma relação entre os títulos do Tesouro Direto e as debêntures.

Porém, essa é só uma forma bastante simplificada e generalista para categorizar e explicar os bonds. Na realidade, tanto os títulos de dívida pública, quanto os corporativos podem ser subcategorizados de acordo com características como os prazos, taxas de juros atreladas, origem do emissor, entre outros.

Assim, para que o investidor possa tomar decisões mais informadas e adequadas aos seus objetivos, é imprescindível conhecer essas categorias e entender suas diferenças e particularidades.

Mas não se preocupe. Na sequência, apresentaremos todos os tipos mais importantes de bonds, de maneira individual e detalhada:

  1. Treasury bonds (Títulos do Tesouro dos EUA)

Os U.S. Treasury Bonds são os títulos públicos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos. Esses papéis são utilizados pelo governo americano para captação de recursos, e compõem a dívida pública do país.

Devido a credibilidade financeira do governo dos EUA, esses bonds são amplamente conhecidos como um dos investimentos mais seguros de todo o mercado financeiro global. 

Os U.S. Treasury Bonds mais populares são divididos de acordo com a data de maturidade em três subcategorias: Treasury bills, Treasury notes, e os Treasury bonds. Abaixo explicaremos cada um deles:

Treasury bills

Os Treasury bills (“bilhetes do Tesouro”, em tradução direta) são títulos de curto prazo. A data de resgate vai de alguns dias até no máximo um ano.

Treasury notes

Os Treasury notes (“notas do Tesouro”, em tradução literal) são títulos públicos de médio a longo prazo, com data de vencimento entre 10 e 30 anos.

Treasury bonds

Por fim, os Treasury bonds (ou títulos do Tesouro, em português) são títulos de dívida de longo prazo, com vencimentos que vão de 10 até 30 anos. Diferentemente das outras duas modalidades que pagam o valor per face mais os juros acumulados em uma única parcela no vencimento, esses papéis contam com o pagamento de taxas de juros semestrais.

Vale ressaltar que todos estes três títulos (Treasury bills, Treasury notes e Treasury bonds) são prefixados. Trocando em miúdos, as taxas de juros são fixas e definidas antes mesmo da negociação.

  1. TIPS

Os “Treasury Inflation-Protected Securities” (TIPS) — literalmente: “títulos do Tesouro protegidos contra a inflação”, em português — são outra modalidade de título de dívida de renda fixa emitido pelo Tesouro americano.

A grande diferença entre esse e os demais bonds dos EUA está em suas regras de rentabilidade. Além de uma taxa prefixada, os TIPS ajustam seus pagamentos de juros com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor, ou “Consumer Price Index” (CPI) no original em inglês. O pagamento dos juros desses papéis é semestral, e suas datas de maturidade são de 5, 10 e 30 anos.

Para quem se vale de comparações para melhor fixar a informação, os TIPS podem ser compreendidos como os títulos do Tesouro IPCA+ do Brasil.

Embora não sejam tão populares quanto os demais U.S. Treasury Bonds, com a recente alta dos preços nos Estados Unidos e o aumento significativo da inflação — que atingiu o maior patamar em 40 anos — os Treasury Inflation-Protected Securities têm ressurgido no mercado norte-americano, em um momento em que os investidores se sentem mais preocupados quanto a proteger o poder de compra de seus investimentos.

  1. Municipal bonds (Títulos Municipais)

Os Municipal Bonds, também popularmente chamados de “munis“, são instrumentos de dívida emitidos por governos locais dos EUA, como estados e municípios, para financiar projetos de interesse público. 

São considerados ativos de baixo risco e contam com diferentes benefícios fiscais. Seus rendimentos podem variar segundo as condições econômicas locais.

Os Municipal bonds são divididos em três categorias, segundo sua finalidade e modelo de pagamento, assim como demonstrado na sequência:

General obligation bonds (títulos de obrigação geral)

Emitido por estados e municípios para financiar projetos de interesse público, como infraestrutura, saúde e educação. São garantidos pela capacidade de arrecadação de impostos do emissor;

Revenue bonds (títulos de receita)

Emitidos por instituições governamentais ou entidades corporativas como aeroportos, portos, entre outros. São utilizados para financiar projetos específicos capazes de gerar receitas como pedágios, serviços públicos, entre outros. Os pagamentos de juros são feitos por meio da receita gerada pelo projeto financiado, e não com fundos gerais.

Conduit bonds (títulos de condução/ ligação)

São emitidos por entidades públicas ou autoridades municipais e estaduais em nome de uma terceira entidade, como organizações sem fins lucrativos, universidades, entre outros. São, portanto, um meio de arrecadar fundos para repassar para uma terceira parte, normalmente com o propósito de impulsionar algum projeto específico. Neste caso, quem assume o reembolso é a instituição beneficiada, o órgão governamental apenas serve de elo para facilitar o processo de arrecadação.

  1. Corporate bonds (Títulos Corporativos)

Corporate bonds são títulos de dívida emitidos por empresas e instituições financeiras privadas com o intuito de financiar suas atividades ou projetos específicos. Funcionam, a seu modo, como as debêntures negociadas no mercado brasileiro.

Para evitar confusão, faz-se necessário reforçar que diferentemente de quem investe em ações, quem adquire esses bonds não está adquirindo uma participação da empresa emissora, mas apenas emprestando seu dinheiro para esta, recebendo em troca, uma taxa de juros previamente acordada como pagamento. As formas de pagamento e vencimentos também são acertados desde a aplicação.

Quanto à rentabilidade, cada Corporate bond conta com suas especificidades. Alguns títulos pagam cupons periódicos ao investidor, outros fazem um pagamento único na data de resgate, e há, até mesmo, alguns papéis que dão ao investidor a possibilidade de converter seus rendimentos em ações da empresa emissora (falaremos mais sobre isso adiante).

  1. Emerging market bonds (Títulos de Mercado Emergente)

Emerging market bonds são títulos de renda fixa emitidos por governos ou empresas de países em desenvolvimento, também denominados emergentes, como a China, Rússia, Brasil, México e Índia, negociados em mercados estrangeiros.

Esses papéis oferecem, obrigatoriamente, retornos superiores aos U.S. Treasury Bonds. Em contraponto, como é de se esperar, são considerados menos seguros que os títulos norte-americanos, já que são emitidos por mercados com economias menos sólidas.

O risco de cada um desses títulos é mensurado por agências de rating, empresas especializadas que avaliam a capacidade de pagamento de dívidas e a qualidade de crédito de emissores de títulos. De modo geral, além de um bom potencial de retorno para títulos de renda fixa, esses bonds também são uma forma de ampliar a diversificação geográfica de carteiras de investimento.

  1. High-Yield bonds (Títulos de Alto Rendimento)

Também chamados pejorativamente de junk bonds (algo como “títulos de baixa qualidade”), os High-Yield Bonds é como são conhecidos os títulos de dívida classificados com baixa avaliação por agências de rating. Esse tipo de papel é comumente emitido por empresas com baixa avaliação de crédito que buscam levantar capital rapidamente em ordem de financiar uma aquisição.

São, em suma, títulos de dívidas mais suscetíveis à inadimplência por parte do emissor, o que implica também em taxas de juros potencialmente mais altas devido ao risco associado.

Por mais que sejam títulos de renda fixa, está claro que não são destinados a investidores mais conservadores. Na verdade, os High-Yield Bonds são comumente negociados por fundos de investimento especializados em aplicações de alto risco.

  1. Convertible bonds (Títulos Conversíveis)

Já demos um pequeno spoiler sobre esses títulos lá atrás, quando explicamos as possibilidades de rentabilidade dos títulos corporativos. Caso você ainda não tenha pescado, tratam-se de títulos de dívida emitidos por empresas privadas com uma cláusula especial: proporcionam ao investidor, no momento do resgate, a possibilidade de escolher entre receber as taxas de juros acordadas ou converter o título em ações da companhia emissora

Além de dar ao titular a vantagem de poder escolher a opção que lhe pareça mais rentável, ao oferecer mais de uma forma de retorno, os Convertible bonds também acrescentam uma camada a mais de segurança à aplicação.

Normalmente, esses títulos são utilizados como estratégia de atração por empresas em fase de crescimento ou atuantes em setores em constante evolução.

  1. Green bonds (Títulos Verdes)

Na prática, os Green bonds se assemelham aos demais títulos de dívida de renda fixa emitidos por entidades públicas e privadas. Existe um único e importante diferencial: os recursos arrecadados devem ser destinados exclusivamente para impulsionar projetos sustentáveis e amigáveis ao meio ambiente.

 Alguns exemplos de iniciativas que podem ser contempladas incluem: 

  • Atividades voltadas ao controle de poluição e mitigação de alterações climáticas;
  • Gestão sustentável de água e resíduos;
  • Iniciativas de conservação de  biodiversidade;
  • Investimento em energia renovável e limpa;
  • Projetos de eficiência energética e hídrica;
  • Tecnologias adaptadas à economía circular;
  • Transporte limpo.

Lançado pioneiramente pelo Banco Europeu de Desenvolvimento em 2007, os Green Bonds são uma das categorias mais recentes de títulos de dívida do mercado. Para que sejam negociados, esses papéis passam antes pela verificação de instituições responsáveis por verificar e validar o propósito dos projetos e a destinação dos recursos, de modo a comprovar se estão adequados aos princípios de desenvolvimento sustentável e impacto ambiental positivo.

Como uma forma de popularizar os “títulos verdes“, esses papéis normalmente  contam com alguma forma de incentivo extra, como isenção de impostos e créditos fiscais. Embora ainda não tão conhecidos, a expectativa é de que esses bonds sejam cada vez mais comuns, dada a preocupação de grandes economias globais com a sustentabilidade.

  1. Subordinated bonds (Títulos Subordinados)

Os Subordinated bonds são títulos de dívida emitidos por companhias ou instituições financeiras privadas para impulsionar suas atividades

Caracterizada como um tipo de empréstimo contraído pelo emissor com os investidores, essa obrigação em específico é hierarquizada em uma posição inferior de prioridade em comparação com outras dívidas da mesma companhia.

Logo, em caso de liquidação ou falência do emissor, os titulares dos Subordinated bonds serão os últimos a ser reembolsados, depois de detentores de outros títulos e demais credores. 

Em uma situação assim, há sempre a possibilidade de que os ativos disponíveis, ao fim da quitação das dívidas da empresa com outros credores, não sejam suficientes para cobrir os retornos esperados por aqueles que possuem títulos subordinados.

Devido a isso, o grau de risco desses bonds é considerado relativamente mais alto. Em compensação, costumam oferecer taxas de juros maiores do que outros títulos de dívida, sendo uma boa alternativa para investidores moderados a arrojados, dispostos a abrir mão da segurança em troca de maiores retornos em renda fixa.

  1. Agency bonds (Títulos Agências Governamentais)

Agency bonds são instrumentos de dívida emitidos por entidades patrocinadas ou apoiadas pelo governo dos EUA. 

Entre as agências mais conhecidas que costumam emitir esse tipo de título estão:

Fannie Mae (Federal National Mortgage Association)

Criada originalmente como uma agência governamental, hoje é uma empresa que desempenha um papel essencial no mercado imobiliário dos EUA, comprando hipotecas de instituições financeiras, como bancos e cooperativas de crédito. 

Após a aquisição dessas hipotecas, ela as securitiza, transformando-as em títulos lastreados em hipotecas, que são negociados diretamente com investidores no mercado de balcão.

Farm Credit System

É um sistema de crédito agrícola formado por diferentes instituições financeiras que atuam cooperativamente com o objetivo de oferecer crédito e serviços financeiros diversos para pecuaristas, produtores rurais, pescadores e outros participantes do setor agrícola nos Estados Unidos.

Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation)

A exemplo da Fannie Mae, a Freeddie Mac é outra corporação privada que atua com a negociação de hipotecas no mercado secundário.

Ginnie Mae (Government National Mortgage Association)

Agência governamental dos EUA vinculada ao Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano do país. Tem por principal função garantir títulos lastreados em hipotecas garantidas por agências governamentais.

Embora não sejam emitidos diretamente pelo Tesouro americano, o apoio implícito do governo aos emissores faz com que os Agency bonds sejam considerados mais seguros do que Corporate bonds comuns.

  1. International bonds (Títulos Estrangeiros)

Também conhecidos como “Foreign bonds” ou “Global bonds”, os International bonds são títulos de renda fixa emitidos por governos ou entidades estrangeiras, que podem ser adquiridos por investidores fora do país emissor

Existem diferentes tipos de títulos estrangeiros. De modo geral, contudo, é possível dizer que eles se diferenciam entre si pela relação risco-retorno, conforme elaborado abaixo:

Títulos do governo estrangeiro

São títulos emitidos por países estrangeiros e negociados nos Estados Unidos. Normalmente, os papéis emitidos por governo de países desenvolvidos são considerados mais seguros do que o de países emergentes, porém oferecem retornos menores.

Títulos corporativos estrangeiros

Emitidos por empresas de outros países, esses títulos oferecem retornos mais altos do que os títulos de governos estrangeiros, mas costumam ser mais arriscados.

Os riscos dos International bonds são mensurados por agências de rating, e dependem de fatores como a estabilidade do país emissor ou da saúde financeira da companhia emissora, riscos cambiais, entre outros. 

Segurança à parte, os foreign bonds podem oferecer boas oportunidades para o investidor que busca diversificar sua carteira geograficamente, atrelando parte de seus retornos a emissores e economias de diferentes origens, contribuindo para uma alocação de ativos mais ampla e balanceada.

Como os bonds funcionam?

O funcionamento dos bonds negociados nos Estados Unidos é bastante similar aos investimentos de renda fixa encontrados no mercado brasileiro. São, como você já sabe, títulos de dívida emitidos pelo governo, instituições financeiras ou empresas privadas com a finalidade de arrecadar fundos para algum fim determinado

Esses papéis são negociados no mercado de capitais norte-americano seguindo as regulamentações do Securities and Exchange Commission (SEC) — em português “Comissão de Segurança e Câmbio” —, órgão de controle e supervisão do mercado financeiro dos EUA, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Brasil.

Assim como quem compra uma debênture ou título do Tesouro Direto brasileiro, o investidor que aplica um bond está, na prática, fazendo um empréstimo à entidade emissora, em troca de uma taxa de juros predefinida. 

Por serem investimentos de renda fixa, o titular sabe antes mesmo da negociação quais as datas de resgate, bem como as regras de pagamento. Ou seja, os resultados são previsíveis, o que dá ao investidor maior segurança para estabelecer suas próprias metas financeiras.

Cada bond conta com suas próprias regras, existindo títulos que se adequam aos mais diferentes tipos de investidores — daqueles que buscam mais retornos, aos que prezam pela proteção patrimonial. Todos os detalhes, contudo, são claramente especificados desde o momento de emissão desses papéis. 

Quem adquire um título de dívida norte-americano pode optar por mantê-lo até o vencimento para receber os valores segundo o acordado na emissão do papel, ou vendê-los a um outro investidor interessado, antes da maturidade, no mercado secundário.

  1. Juros e taxas

As taxas de juros dos bonds são calculadas principalmente segundo o risco de crédito do emissor. Dito de modo mais claro, pelo grau de probabilidade de a entidade emissora não cumprir com suas obrigações financeiras.

A avaliação da qualidade de crédito do governo ou da empresa em questão é realizada por agências especializadas que atribuem classificações (notas) a cada bond. Quanto maior o risco de inadimplência, mais elevada será a taxa de juros oferecida.

Considerados os produtos financeiros de menor risco negociados no mercado dos Estados Unidos, os Treasury bonds (títulos emitidos pelo Tesouro Americano) servem como referência de taxa para emissões de outras entidades.

Assim, empresas que pretendem emitir bonds devem pagar uma taxa acima dos Treasuries. Esse acréscimo no custo, conforme explicado anteriormente, é determinado pelo risco associado ao papel.

Apenas como exemplo dessa dinâmica, os chamados Junks bonds, emitidos por empresas com má avaliação de crédito pelas agências de rating, são comumente os títulos que oferecem os maiores retornos — e riscos.

Além do risco de crédito, outro fator considerado ao se estimar as taxas de juros é a data de resgate. Aqui vale uma lógica semelhante: quanto mais longo esse prazo, maior a taxa a ser paga.

  1. Rendimento

Como são títulos de renda fixa, as regras de rentabilidade dos bonds são conhecidas desde a emissão do papel. Ou seja, o investidor tem como prever ou, ao menos, estimar os lucros que irá obter já no momento da aplicação.

De maneira geral, a rentabilidade dos títulos de dívida pode ser categorizada em dois tipos principais: títulos prefixados e pós-fixados.

  • Com os títulos prefixados, a rentabilidade é fixa e determinada como um percentual conhecido desde a emissão, como 10% sobre o valor aplicado. Jácom os títulos pós-fixados, os retornos são atrelados a algum indicador financeiro, como a inflação ou a taxa de juros dos EUA.

Alguns títulos podem ainda oferecer um modelo híbrido de rentabilidade. Esse é, por exemplo, o caso dos TIPS, títulos de dívida emitidos pelo governo, que além de uma taxa prefixada, pagam ainda um valor adicional corrigido pela variação do Consumer Price Index (CPI), o Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos.

As formas de pagamento, por sua vez, variam segundo o tipo de cupom:

Fixed Income (Cupom de pagamento periódico)

São papéis que oferecem pagamentos de cupom semestrais. O cupom é o valor pago ao investidor como juros pelo empréstimo realizado e costuma ser fixo, até o momento de liquidação do bond. Um exemplo aqui são os Treasury bonds, títulos de dívida do governo norte-americano que possuem prazos de vencimento de até 30 anos;

Zero-coupon bond (Cupom zero)

São títulos que não pagam cupons semestrais. Normalmente, são emitidos com um desconto atrativo sobre o valor nominal e oferecem um pagamento único na data de resgate. Alguns exemplos são os Treasury bills, os títulos de curto prazo do Tesouro Americano.

Apesar de todas essas formas de rentabilidade serem possíveis, uma grande diferença entre os títulos de dívida do mercado norte-americano e os do mercado brasileiro, por exemplo, é que a grande maioria dos bonds possuem taxas de juros prefixadas com cupons semestrais. Por aqui, é muito mais comum encontrar títulos pós-fixados, atrelados, por exemplo, à Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira — ou corrigidos pela inflação.

Vale sempre ressaltar que a rentabilidade acordada só é garantida se o título for mantido até o prazo de vencimento.

  1. Tributação

Quem investe ou pretende adquirir títulos de renda fixa no exterior deve estar ciente dos tributos que incidem sobre seus rendimentos, para que não cometa erros de planejamento e tampouco tenha surpresas negativas no momento do resgate. 

Para começar, há a incidência de Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos de capital, que corresponde à diferença entre o valor de compra e o de venda de um título de dívida.

A alíquota varia segundo o tamanho do ganho de capital, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Ganho de CapitalAlíquota de IR
Até R$ 5 milhões15%
Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões17,5%
Entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões20%
Acima de R$ 30 milhões22,5%

Estão isentos de recolher esse imposto os investidores cujas vendas de bonds não ultrapassem o valor de R$35 mil em um mês. Também não há cobrança em casos de prejuízo resultante de negociações no mercado secundário.

Além de tributação sobre vendas, também há cobrança de IR sobre os rendimentos dos juros dos bonds — isto é, sobre os cupons. A alíquota, neste caso, também é progressiva, mas sem a existência de faixa de isenção.  Essa cobrança varia de 22,5% a 15%, dependendo do prazo do investimento.

O recolhimento dos impostos é feito via Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), até o dia útil do mês subsequente ao das vendas/rendimentos.

Bonds ou Tesouro Direto: qual é o melhor?

Passado o momento crítico da crise sanitária, tanto a economia brasileira, quanto a norte-americana ainda enfrentam os impactos causados pela pandemia. Em um cenário em que a inflação e a taxa de juros ainda estão em alta em ambos os países, o momento pode ser encarado como oportuno tanto para investimentos em Treasury bonds, quanto no Tesouro Direto, e em papéis de renda fixa privada.

De modo geral, apesar das taxas dos Estados Unidos estarem em momento de alta histórica, ainda seguem mais baixas do que a Selic. Logo, o retorno dos títulos públicos brasileiros é mais vantajoso.

É importante citar, porém, que esses valores estão em constante variação. Quem comprou títulos prefixados do Tesouro Brasileiro em janeiro de 2023, por exemplo, conseguiu garantir taxas superiores a 13% ao ano. Com os cortes recentes na taxa de juros (11,75%, em dezembro de 2023), o rendimento desses ativos já não alcança 1% mensal.

A expectativa é que essa taxa siga caindo progressivamente, voltando ao patamar de um dígito já em 2024. Por outro lado, diante das expectativas de queda inflacionária e as dificuldades do governo em alcançar o déficit zero nas contas públicas, os juros reais do Brasil estão em 6,11% — que corresponde pela taxa de juros nominal descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses —, a segunda maior taxa entre todos os países do mundo.

Por outro lado, enquanto no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) segue baixando a taxa básica de juros a cada nova reunião, os Estados Unidos seguem pelo caminho oposto. O Federal Reserve (FED) — o banco central dos EUA — elevou os juros em três reuniões seguidas no primeiro semestre de 2023. Ao fim do ano, as taxas de juros se mantiveram estáveis entre 5,25% e 5,50%, o nível mais alto dos últimos 22 anos. Já a taxa de juros real do país está em 1,63%, a 12ª mais alta no ranking global.

Resumido o cenário momentâneo dos títulos de renda fixa norte-americanos e brasileiros, talvez, você ainda esteja se perguntando “ok, mas qual dos dois é então o mais indicado?”. A resposta é: depende.

Conforme adiantamos, os títulos de dívida brasileiros seguem dando mais retorno —  e dificilmente esse cenário mudará no médio prazo. Por outro lado, aplicar recursos em uma moeda forte como o dólar, considerado o padrão monetário internacional, é uma forma segura de diversificar sua carteira e rendimentos.

Falando em diversificação, outro ponto positivo de investir no mercado estrangeiro, é a variedade de bonds que você pode encontrar. O mercado norte-americano é muito maior que o brasileiro, o que além de maiores oportunidades, também garante maior liquidez — ou seja, é mais fácil comprar e vender seus papéis.

Se delimitarmos essa análise aos emissores nacionais que possuem títulos de dívidas aqui e no estrangeiro, surge um fator curioso que merece ser mencionado: muitas vezes, empresas consideradas pouco arriscadas no mercado brasileiro, são tomadas como “high yield” nos EUA, já que o Brasil é considerado uma economia emergente. Assim, pode ocorrer de uma mesma companhia apresentar bonds com taxas de juros maiores do que a de suas debêntures

Ao final, decidir entre investir em renda fixa no Brasil ou nos EUA, vai depender do planejamento financeiro e do perfil de cada investidor. Reservar parte da carteira para bonds, entretanto, é sempre uma boa alternativa de diversificação e uma forma de obter retornos previsíveis na principal moeda do mundo.

Qual é a diferença entre debêntures e bonds?

A principal diferença entre as debêntures e os bonds está simplesmente na abrangência dos dois termos

No Brasil, as debêntures correspondem apenas aos títulos de dívida emitidos por empresas e instituições financeiras privadas. Já a palavra bond, utilizada no mercado dos Estados Unidos, é mais generalista, incluindo os papéis de renda fixa emitidos pelo governo e também aqueles negociados por companhias privadas. 

Ou seja, nos EUA, todas as debêntures são consideradas bonds, mas nem todos os bonds são debêntures.

Outra diferença importante entre esses dois tipos de títulos de dívida está na moeda de negociação. Enquanto as debêntures são negociadas em reais, quem investe em bonds precisa aplicar na moeda local, o dólar.

Quais são as vantagens de investir em bonds?

Quem investe em renda fixa no Brasil certamente já conhece os benefícios de aplicar em títulos de dívida. Agora, se você está pensando em quais são as vantagens de fazer o mesmo tipo de investimento, mas no exterior, podemos te dar algumas dicas.

Entre os principais pontos positivos de se adquirir bonds, é possível citar:

  1. Rendimento estável

Bonds são produtos de renda fixa, logo, quem investe nesses papéis têm como prever seus ganhos. Além disso, a grande maioria desses títulos conta com pagamentos semestrais de cupons, o que pode configurá-los como uma fonte estável de renda passiva. 

  1. Preservação de capital

Os bonds são uma excelente alternativa para quem pretende investir nos Estados Unidos, mas não quer se expor aos riscos de flutuação das ações negociadas nas bolsas de valores norte-americanas. São, assim, uma boa forma de preservar o capital e com um adendo importante: em dólar.

A propósito, investir no exterior também é uma forma de proteger parte de sua carteira das incertezas econômicas e oscilações do mercado brasileiro.

  1. Renda em dólar

As taxas de juros pagas pelos bonds são, via de regra, inferiores às que você pode encontrar no mercado brasileiro. Contudo, vale sempre considerar que o seu retorno será em dólar, uma moeda forte e com bom câmbio.

  1. Segurança 

Assim como os títulos de renda fixa que você encontra por aqui, os títulos norte-americanos, como já explicamos, possuem retornos previsíveis e prazos determinados de resgate, sendo excelentes opções para investidores conservadores que têm interesse em explorar o mercado extrangeiro.

Inclusive, os títulos do Tesouro Americano, vale sempre lembrar, são considerados alguns dos investimentos mais seguros do mundo. 

Acrescentar alguns bonds a sua carteira pode, ainda, ser visto como uma estratégia inteligente para equilibrar os riscos de ativos mais arriscados.

  1. Diversificação

Investir em bonds é por si só uma forma interessante que o investidor brasileiro tem para diversificar o portfólio de investimentos. 

O que nem todo mundo lembra, contudo, é o tamanho do mercado norte-americano. Dada sua magnitude, as oportunidades que você pode encontrar por lá são significativamente maiores do que as que o investidor tem acesso no Brasil. 

Apenas para que você tenha uma ideia, o estoque total de títulos de dívida emitidos nos Estados Unidos se aproximava, em 2021, de R$200 trilhões. No Brasil, somados todos os tipos de papéis de renda fixa (Títulos do Tesouro, CRIs e CRAs, LCIs e LCAs, debêntures, CDBs, entre outros), na mesma época, esse valor chegava a R$ 6,3 trilhões.

Vale citar ainda o grande número de empresas e países estrangeiros que negociam bonds nos EUA, o que torna esse mercado ainda mais diverso.

  1. Alta liquidez

Consequência de seu tamanho, o mercado dos EUA também é muito mais líquido do que o brasileiro. Dito de modo mais claro, é muito mais fácil vender seus títulos de renda fixa no mercado secundário de lá do que no brasileiro. 

Isso pode se configurar em uma vantagem ainda mais importante no caso de alguma eventualidade onde você precise ter acesso rápido ao dinheiro aplicado, já que há sempre a opção de passar seu título para frente, em vez de esperar até a data de vencimento acordada.

  1. Prioridade de pagamento

Em geral, os bonds garantem ao investidor prioridade de pagamento. Isso significa que, em caso de falência ou liquidação da empresa emissora, os detentores de títulos de dívida têm a precedência no reembolso em relação aos acionistas da companhia. Esse posicionamento reduz as chances de perdas decorrentes da insuficiência de ativos disponíveis por parte do emissor.

No entanto, é importante ressaltar que existem categorias específicas de bonds que alteram essa lógica. Um exemplo são os chamados ‘Subordinated bonds‘, títulos emitidos por instituições financeiras que possuem uma posição inferior de prioridade em comparação com as demais obrigações da mesma companhia.

Quais são os riscos de investir em bonds?

Uma vez destacadas as vantagens de investir em títulos de renda fixa no exterior, faz-se necessário girar a ficha e ressaltar também os riscos que o investidor brasileiro incorre ao aplicar em bonds. Entre os mais comuns estão:

  1. Risco de crédito

O popular “calote”, o risco de crédito corresponde a possibilidade sempre existente do emissor não arcar com o pagamento dos cupons ou mesmo com o reembolso do principal. 

Como vimos, a possibilidade de calote no pagamento de títulos do Tesouro Americano é praticamente nula. Por outro lado, quem investe em “Corporate bonds” deve prestar uma maior atenção a esse risco, dado que as chances de inadimplência podem variar consideravelmente a depender do emissor.

Para mitigar esse tipo de risco, vale sempre pesquisar a classificação de crédito da empresa emissora feita por agências de rating, além dos relatórios divulgados pela própria companhia, que podem auxiliar a compreender como está sua saúde financeira.

  1. Risco de mercado

O que muito investidor iniciante não sabe é que mesmo os títulos de renda fixa estão sujeitos às flutuações do mercado — muito embora, de forma bem menos sensível que ativos de renda variável.

Isso significa que caso você queira negociar seus bonds no mercado secundário, em vez de esperar pela data de resgate, há chances de que você tenha que se desfazer de seu título por um valor abaixo do esperado. Esse risco, contudo, é maior em mercados menos líquidos. Esse, você já sabe, não é o caso dos Estados Unidos.

  1. Risco de taxa de juros

Os investidores familiarizados com títulos de renda fixa sabem que quando as expectativas de aumento das taxas de juros básicas e da inflação se tornam reais, esses produtos se tornam mais atrativos. Isso ocorre porque o rendimento dos títulos está diretamente ligado às taxas de juros do mercado.

Da mesma forma, esse aumento pode tornar os títulos emitidos anteriormente menos valiosos. Assim, existe sempre a possibilidade de desvalorização dos seus bonds

É importante ressaltar que o valor do cupom não é afetado por alterações nas taxas de juros. Isso só impacta, como explicamos no tópico anterior, aqueles que desejam vender seus papéis no mercado secundário, antes do prazo de vencimento.

Vale mencionar também que, apesar das altas históricas nas taxas de juros nos EUA, a economia norte-americana tende a ser mais estável do que a brasileira. Logo, as chances de quem investe no estrangeiro ser surpreendido com mudanças abruptas nas taxas de juros são menores.

  1. Risco cambial

Se todos os riscos citados anteriormente são comuns aos títulos de renda fixa negociados no Brasil e aos bonds, esse pode ser considerado um risco extra assumido por estrangeiros que investem nos EUA.

Como os bonds são negociados exclusivamente em dólar, o investidor brasileiro corre o risco de ter seus ganhos reduzidos sempre que houver uma valorização do real. 

Além disso, vale ressaltar que quem investe diretamente no mercado estrangeiro, deve considerar os custos das remessas internacionais (feitas em dólar). Esse é um fator importantíssimo a se considerar, uma vez que a conversão da moeda implica em taxas que diminuem o montante destinado à aplicação.

  1. Falta de garantia

Por fim, outro risco extra de se investir em  títulos de dívida nos EUA é a falta de garantia. No Brasil, os títulos públicos são, via de regra, protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que diminui problemas com o já citado risco de crédito.

Como os bonds podem gerar retorno?

Quem investe em bonds pode obter retornos de diferentes formas. São elas:

  1. Taxas de juros

Como você já sabe, os bonds funcionam como empréstimos feitos pelo investidor ao emissor, em troca de taxas de juros predefinidas. O valor dessas taxas dependerá de fatores como o prazo de vencimento e os riscos associados ao papel. A depender das regras estabelecidas, os pagamentos podem ser feitos semestralmente, ou integralmente no momento do resgate;

  1. Diferença entre preço de compra e venda

Quem compra um bond tem a opção de mantê-lo até o momento do vencimento para receber os valores acordados na emissão, ou vendê-lo no mercado secundário. Ao negociá-los, é possível obter retornos positivos, sempre que os títulos sejam vendidos acima do valor pelo qual foram adquiridos. Vale citar, que o oposto também é possível. Nesse caso, o investidor pode ter prejuízo ao repassar seu título por um preço inferior ao da compra;

  1. Reinvestimento dos cupons

Uma boa estratégia para quem investe em títulos de dívida com pagamentos de cupom semestrais — os chamados “fixed incomes” — é reinvestir esse valor em outros bonds, multiplicando seu potencial de retorno com o passar do tempo.

Quanto preciso para começar a investir em bonds?

Na verdade, não há como definir um valor mínimo necessário para investir em bonds a partir do Brasil. Isso dependerá exclusivamente do título e da instituição financeira ou corretora que irá intermediar suas negociações.

Apesar disso, é possível dizer que com US$5 mil já é possível encontrar um bom campo de opções disponíveis. Com esse valor é possível comprar em torno de 5 unidades de  títulos do Tesouro Americano.  Esse valor, contudo, é meramente ilustrativo, já que os bonds são adquiridos, geralmente, no mercado secundário e seus preços podem estar acima ou abaixo do valor nominal.

Vale ressaltar que existem meios mais baratos de acessar os resultados de bonds de modo indireto e mais barato. Existem, por exemplo, opções de fundos de investimento que acompanham indicadores de mercado norte-americanos com cotas abaixo de R$100,00. 

Mas não nos adiantemos. Na sequência, apresentaremos todos os diferentes modos que o investidor tem de acessar os bonds desde o Brasil.

Como investir em bonds?

Se, após compreender como funcionam os títulos de dívida norte-americanos, suas principais categorias, vantagens e riscos, você estiver se perguntando como aplicar nesses papéis, não se preocupe. Separamos um par de dicas para te ajudar nesse processo.

Não só é possível investir em bonds estando no Brasil, como existem diferentes maneiras para fazer isso, seja direta ou indiretamente. A seguir, apresentamos cada uma delas:

  1. Investimento direto

O investimento direto consiste em negociar bonds diretamente com os emissores nos Estados Unidos. No entanto, para realizar essa operação, o investidor brasileiro precisa abrir uma conta internacional, fazer a remessa de valores e arcar com taxas de conversão, já que as aplicações diretas são realizadas na moeda local.

Além disso, para investir com segurança, o investidor deve analisar as regras tributárias aplicadas nos EUA, bem como ter um conhecimento mínimo de como funciona o mercado norte-americano. Além de toda a burocracia envolvida, vale sempre considerar o impacto das taxas de conversão, que podem reduzir significantemente o valor dos aportes destinados para a aplicação. 

Assim, antes de optar pelo investimento direto, é preciso que o investidor considere todas essas questões para que tenha a certeza de que esse é realmente o caminho mais indicado para se aplicar em bonds.

Dessa forma, antes de optar pelo investimento direto, é crucial que o investidor leve em consideração todas essas questões para garantir que esta seja a opção mais indicada para investir em bonds.

É importante ressaltar que algumas corretoras e bancos brasileiros já oferecem a abertura de contas internacionais para investimentos em títulos de dívida no exterior para aqueles que desejam aplicar dessa forma.

  1. ETFs

Os ETFs, sigla para o termo em inglês “Exchange Traded Funds“, são fundos de investimento que replicam o desempenho de algum indicador de mercado. 

Ao adquirir cotas de ETFs de renda fixa internacional, o investidor brasileiro pode se expor aos resultados de bonds, sem a necessidade de abrir uma conta internacional.

Atualmente, existem dois fundos desse tipo listados na B3, a bolsa de valores brasileira: o BNDX11, que investe em títulos de dívida de países desenvolvidos; e o USDB11, que aplica em bonds dos Estados Unidos. As cotas de ambos fundos são negociadas por aproximadamente R$90,00.

  1. BDRs 

Os “Brazilian Depositary Receipts” (BDRs) são ativos negociados na bolsa brasileira que replicam os títulos de dívida públicos e privados negociados em mercados estrangeiros. 

São, portanto, mais uma forma de aplicar em instrumentos de dívida negociados nos Estados Unidos, sem que seja necessário adquiri-los diretamente no exterior.

Aqui, vale um adendo: além de BDRs de bonds, também existem BDRs de ETFs de bonds, que são recibos de cotas de ETFs listados em mercados estrangeiros negociados na B3. 

  1. Fundos de renda fixa internacional

Por fim, uma terceira maneira de investir indiretamente em bonds é por meio de Fundos de Renda Fixa Internacional. Esses fundos funcionam como um condomínio, onde os recursos de diferentes investidores são reunidos em um único montante e aplicados por um gestor profissional no mercado de capitais, seguindo as estratégias e tipos de produtos financeiros definidos nas políticas do fundo, neste caso, em bonds.

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Como aplicações de renda fixa no exterior, os bonds são uma alternativa para investidores conservadores que buscam diversificar e internacionalizar a carteira de investimentos, mas ainda têm receio em investir no mercado de ações internacionais.

O que apresentamos aqui, contudo, foi apenas uma amostra do que você pode encontrar ao acessar o mercado de investimentos dos Estados Unidos. 

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TedDuarte
TedDuarte
Economista formado e conteudista da Finclass.
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