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Fundo de Renda Fixa: o que é, como funciona e como investir

Você que, assim como a maioria dos brasileiros que investem, ainda guarda suas economias na poupança, sabia que essa é uma das formas menos eficientes de fazer seu dinheiro render? 

Se o receio de tomar riscos ou a falta de tempo para se dedicar aos investimentos são suas desculpas para manter essa posição, nos permita te perguntar uma coisa: o que você faria se soubesse que existem opções tão seguras quanto a caderneta, mas com possibilidades de rendimentos muito maiores e que não exigem nenhum conhecimento técnico de sua parte? 

Se interessou? Então, este artigo é o que te faltava. Ao longo dele, te mostraremos tudo o que você precisa saber sobre os fundos de renda fixa, uma das opções mais acessíveis e práticas para quem busca migrar seus recursos da poupança para uma opção de maior potencial, mas que não tem experiência ou muita confiança ao investir.

De maneira geral, ao aplicar recursos nestes fundos, você terá um profissional do mercado dedicado a fazer seus rendimentos serem multiplicados. Além disso, por se tratar de renda fixa, antes mesmo de fazer um aporte, será   possível ter acesso às regras de remuneração, o que possibilita ter uma ideia clara de quais serão seus rendimentos futuros. Prático, não é mesmo?

Se você quer saber como isso realmente funciona, então siga com a gente. Aqui, te mostraremos de maneira didática quais são os tipos de fundo de renda fixa, suas vantagens e desvantagens, como escolher um bom fundo e o principal: como começar a investir!

Isso, porém, não é tudo. Se este artigo despertar sua vontade em investir em fundos de renda fixa, ao fim, temos uma surpresa esperando especialmente por você

O que são os fundos de renda fixa?

Como bem sugere o nome, os fundos de renda fixa são aqueles que aportam a maior parcela do capital juntado por seus cotistas em títulos de renda fixa — que é a categoria de investimento onde as regras de remuneração e a rentabilidade podem ser conhecidas, antes mesmo da aplicação.

Para ser caracterizado como tal, os fundos de renda fixa devem aplicar ao menos 80% de seu patrimônio em produtos financeiros vinculados à variação da Selic ou a índices de mercado (como o IPCA e o CDI), ou em ambos. 

Assim, a carteira desses fundos é composta majoritariamente por títulos públicos de dívida (emitidos pelo governo) e por títulos de crédito privados (emitidos por empresas e instituições financeiras) considerados de baixo risco. Alguns exemplos são as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs), os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), os títulos do Tesouro Direto, entre outros. 

Mais conservadores quando em comparação com outros fundos disponíveis no mercado, esses portfólios de renda fixa possibilitam que o cotista invista em diferentes ativos de baixo risco por meio de uma única aplicação. 

Trata-se, pela praticidade e pela segurança, do primeiro passo para muitos dos investidores que buscam migrar dinheiro da caderneta de poupança para investimentos com maior retorno, mas ainda não têm a segurança ou o conhecimento necessário para alçar voos muito mais altos. 

Como funciona um fundo de renda fixa?

De maneira geral, os fundos de renda fixa funcionam como qualquer outro fundo de investimentos. Isto é, são aplicações coletivas, onde recursos de diferentes pessoas — sejam elas físicas ou jurídicas — são reunidos em um único montante e investidos, conjuntamente, por um profissional (o gestor) ou por uma instituição financeira.

A particularidade desses fundos está justamente na composição da carteira de investimentos que, como vimos, deve ter ao menos 80% de seu patrimônio investido em ativos de renda fixa

Como uma maneira de aumentar a rentabilidade do fundo, os 20% restantes podem ser alocados livremente, em ativos com maior risco de crédito e em derivativos.

A escolha desses produtos financeiros, contudo, não cabe aos cotistas. É tarefa exclusiva do gestor, que além das aplicações, tem a liberdade para definir as estratégias de aporte da forma que julgar necessário — incluindo a possibilidade de alavancagem, que é a prática de operar valores superiores aos que se tem em caixa. Sua atuação, contudo, é regida pelo regulamento interno e pelas políticas predefinidas do fundo.

Entre outros fatores, suas ações são delimitadas pela forma de gestão predeterminada, a qual pode ser:

  • Passiva: fundos com gestão passiva buscam acompanhar o desenvolvimento de um benchmark, ou seja, um indicador de mercado. Em vez de compor uma carteira personalizada, o gestor apenas faz aplicações em índices de investimento como IPCA e o CDI;
  • Ativa: fundos com gestão ativa, por outro lado, têm o objetivo de superar um indexador estabelecido. Nestes, além de ter o cuidado de acompanhar um índice, o gestor necessita trabalhar com estratégias e análises mais minuciosas, para rebalancear a carteira.

Ao fim, o rendimento obtido é distribuído entre os cotistas de maneira proporcional aos valores aportados por cada um — ou seja, quanto mais cotas o investidor tiver, maior será a sua participação nos lucros.

Da mesma forma, as despesas de corretagem e custódia, incluindo as taxas administrativas e de performance — bônus pago ao gestor, em casos onde sua rentabilidade seja superior à do índice de referência seguido pelo fundo —, também são divididas entre todos.

Quais são os tipos de fundos de renda fixa?

 Nenhum fundo de renda fixa é exatamente igual ao outro (isso se comprova, inclusive, ao comparar seus riscos e rendimentos). 

De acordo com os tipos de ativos aplicados e as políticas de investimento adotadas, esses fundos podem ser classificados como:

Fundos simples

As carteiras de fundo simples devem aplicar ao menos 95% do seu patrimônio em títulos públicos emitidos pelo Governo Federal, por meio do Tesouro Direto, ou em papéis de instituições financeiras que tenham classificação de risco equivalente. São vedadas aplicações no exterior ou concentração de crédito privado.

Criado para ser uma opção segura, barata e simples de investimento, o fundo de renda fixa simples é considerado a opção mais previsível do mercado. É, portanto, o modelo ideal para investidores iniciantes ou com perfil estritamente conservador.

Fundos referenciados

Fundos referenciados devem ter 95% ou mais do patrimônio investidos em ativos que acompanham a variação e desempenho de um benchmark em específico.

O índice de mercado mais seguido por grande parte desses fundos costuma ser a taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário) — que corresponde à média dos juros de empréstimos diários realizados pelos bancos entre si.

Fundos de dívida externa

Esses fundos precisam aplicar ao menos 80% do patrimônio em títulos da dívida externa do Brasil

Fora casos em que existam hipóteses específicas previstas na regulação interna, fundos de dívida externa não podem manter recursos no país. Uma exceção comum, por exemplo, é a possibilidade de aplicar parte dos recursos remanescentes em derivativos —  sempre que com o objetivo de proteger a carteira.

Fundos de crédito

Os fundos de crédito representam a categoria mais flexível entre todos os fundos de renda fixa. Ao contrário de outros portfólios que concentram o patrimônio em títulos públicos, aqui, ao menos metade da carteira é destinada a títulos privados, tais como debêntures e emissões bancárias (CDBs, LCIs, LCAs, entre outros).

Ao equilibrar a carteira deste modo, os fundos de crédito assumem riscos maiores do que outros fundos, buscando, em contraponto, uma rentabilidade mais alta.

Fundos de curto prazo

Podendo ser compreendidos ao pé da letra, fundos de renda fixa de curto prazo são aqueles que só investem em ativos com prazos diminutos de resgate

Para ser considerado como tal, o prazo médio dos produtos financeiros que compõem a carteira desses fundos deve ser inferior a 60 dias. Além disso, nenhum de seus ativos pode ter vencimento superior a 365 dias.

Fundos de longo prazo

Os fundos de renda fixa de longo prazo são aqueles cuja carteira é formada apenas por ativos com vencimento superior a 365 dias.

Na prática, embora não ofereça tanta liquidez quanto os os fundos de curto prazo, essa duração mais longa possibilita ao gestor mais tempo para manter e atualizar o portfólio, buscando maiores rendimentos. O patrimônio pode ser alocado em títulos públicos pré e pós-fixados, bem como em papéis de dívida privados.

Qual é o melhor fundo de renda fixa?

Não faltam rankings que avaliem os fundos de renda fixa por seus desempenhos nos últimos meses. Contudo, nem sempre se ordenar por essas listas é o indicado. Primeiro, um bom histórico não é garantia de sucesso futuro e situações específicas podem não se repetir. Segundo, e ainda mais importante, não é porque um fundo é o mais rentável, que ele é o mais indicado para você.

Para escolher o “melhor fundo de renda fixa” é preciso considerar, entre outras coisas, seus objetivos financeiros e seu perfil de investidor. Assim, para tomar a melhor decisão, além de observar os rendimentos das carteiras oferecidas — o que realmente pode ser um entre os diferenciais —, você deve analisar também:

  • Quais seus objetivos: qual a sua meta ao investir em um fundo? Você quer preservar seu capital, gerar renda, criar uma reserva de emergência, economizar para realizar um objetivo futuro? 
  • Qual sua tolerância a riscosà riscos: até onde você “apostaria” suas economias em busca de maiores retornos? 
  • Quais seus prazos: você tem certeza de que pode deixar seu dinheiro intocado, rendendo por meses ou anos? Ou, pelo contrário, quer ter acesso a seus recursos a qualquer momento?

O mercado está repleto de opções de fundos, desse modo, responder esses questionamentos é o caminho mais curto para filtrar as escolhas que realmente são as melhores para você no momento.  

Quais são as vantagens e as desvantagens de aplicar em um fundo de renda fixa?

Práticos, seguros e com rentabilidades maiores do que a caderneta de poupança, os fundos de renda fixa são uma das opções mais atrativas para investidores de primeira viagem. Contudo, por mais que essas características possam pintar a imagem do paraíso, é necessário cuidado: assim como qualquer outro produto financeiro, os fundos de renda fixa também possuem suas limitações. 

Caso esteja considerando aplicar nessa modalidade, leia primeiro a lista que preparamos com os principais pontos positivos e negativos a serem ponderados:

Vantagens de aplicar em um fundo de renda fixa

O que faz com que muita gente ainda tenha receio de buscar aplicações além da poupança é a falsa ideia de que investir é complicado e arriscado. Nada mais longe da verdade, pelo menos quando falamos de fundos de renda fixa, opções que têm a previsibilidade e a praticidade como assinaturas. Esses, contudo, não são os únicos pontos positivos dessas aplicações. 

Entre as principais vantagens do fundos de renda fixa é possível citar:

  • Acessibilidade: para além de serem opções seguras, outro fator que faz com que os fundos de renda fixa sejam a porta de entrada para pequenos investidores é o valor diminuto das cotas. Afinal, via de regra, quem está começando ainda tem receio de fazer grandes aportes e prefere “apostar baixo” para ir compreendendo como o mercado funciona na prática;
  • Gestão profissional: investir em um fundo significa ter um especialista com amplo conhecimento do mercado cuidando do seu dinheiro e pensando em estratégias para fazê-lo render mais. Nada mal para quem está só começando, não é mesmo?
  • Praticidade: montar, gerir, acompanhar e rebalancear uma carteira de investimentos diversificada é uma tarefa que exige mais que tempo e disponibilidade. A chance de cometer algum equívoco ou deixar uma oportunidade passar são altas, ainda mais para iniciantes. É aí que entra outro diferencial desse tipo de investimento — o único trabalho do cotista é acompanhar os relatórios apresentados para ver se o desempenho do fundo está atendendo suas expectativas ou não. Todo o resto, como acabamos de ver, cabe ao gestor; 
  • Diversificação: tão prático quanto ter o seu dinheiro investido e administrado por um profissional, é a oportunidade de, com uma única aplicação, investir em uma ampla gama de produtos financeiros com taxas, rentabilidades e prazos diferentes. Ao diversificar um portfólio de investimentos, você o torna mais seguro e rentável, uma vez que o eventual mal desempenho de um ativo tende a ser recuperado e, na maioria das vezes, superado pela valorização dos demais;
  • Acesso a produtos rentáveis: ao adquirir cotas de um fundo de renda fixa, um pequeno investidor pode ter acesso a produtos que dificilmente alcançaria por sua própria conta. Como os fundos possuem patrimônios altos, os gestores podem fazer aportes iniciais impraticáveis para pessoas com pouco capital, permitindo que mesmo o menor dos cotistas tenha sua participação na rentabilidade de ativos mais lucrativos;
  • Liquidez: a grande maioria dos fundos de renda fixa possuem liquidez alta — em muitos casos, diária. Isso quer dizer que o investidor pode ter acesso a seus rendimentos quase que de maneira imediata;
  • Transparência: informações importantes como a política de investimentos, o grau de risco e os tipos de ativos aportados devem sempre constar no regulamento interno do fundo. Este documento é abertamente disponibilizado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — autarquia responsável pela fiscalização e regulação do mercado de capitais brasileiro — para qualquer investidor;
  • Riscos reduzidos: o baixo grau de risco é talvez o principal atrativo desse tipo de investimento, sobretudo, para investidores iniciantes. Por mais que alguns fundos de renda fixa sejam mais flexíveis a riscos, de maneira geral, esses investimentos são considerados bastante seguros, uma vez que os produtos que compõem suas carteiras possuem desempenho previsível.

Desvantagens de aplicar em um fundo de renda fixa

Quem investe sabe que os lucros costumam acompanhar, proporcionalmente, os riscos. Ou seja, quanto mais seguras e previsíveis forem suas aplicações, menos rentáveis elas serão.

Assim, ao aportar em fundos de renda fixa — sobretudo nos menos flexíveis —, você deve estar ciente de que seus rendimentos dificilmente irão alcançar o potencial de retorno de outros fundos (como os multimercado ou os de ações) ou outros ativos mais voláteis negociados no mercado. 

Embora seja o principal ponto fraco dos fundos de renda fixa, o rendimento não é o único fator negativo a ser levado em consideração. Entre outras desvantagens desse tipo de aplicação, estão:

  • Falta de autonomia: ao investir em um fundo, você não tem nenhum poder sobre a destinação do seu aporte e sobre as escolhas dos produtos que irão compor a carteira compartilhada com os demais cotistas. Todas aplicações e estratégias são definidas, unilateralmente, pelo gestor; 
  • Falta de garantia: apesar de serem considerados seguros e previsíveis, é importante citar que fundos de renda fixa não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Vale lembrar que grande parte dos investimentos de renda fixa adquiridos por conta, por outro lado, são assegurados para valores de até R$250 mil por CPF ou CNPJ;
  • Custos: a praticidade dos fundos de investimento tem seu custo — as taxas administrativas e, em alguns casos, de performance. O percentual dessas taxas é um fator que deve ser observado com cuidado, uma vez que corrói a rentabilidade dos fundos. Em certos casos, pode fazer, inclusive, que os rendimentos não sejam tão distantes aos da poupança; 
  • Tributação: as taxas administrativas, porém, não são os únicos fatores que comprometem os rendimentos ao investir em fundos de renda fixa. Essas aplicações também são tributadas pelo Imposto de Renda (IR) em dois momentos distintos. A tributação de IR se dá tanto no resgate, quanto de forma antecipada, por meio de come-cotas.

No resgate, a tributação do rendimento obedece a tabela regressiva do IR, com alíquotas que variam entre 22,5% e 15%, a depender do prazo de permanência da aplicação — quanto maior o tempo, menor a taxa.

Já as chamadas “come-cotas” são cobradas semestralmente — sempre nos meses de maio e novembro —, funcionando como antecipação do IR. A cobrança desse tributo considera alíquotas de 20% para fundos de curto prazo e de 15% para as de longo prazo. 

Na prática, o come-cotas funciona como uma retenção que reduz a quantidade de cotas do fundo, diminuindo também sua rentabilidade — dado que após o desconto, esse valor deixa de ser rentabilizado.

Como a taxa básica de juros influencia na rentabilidade?

Independentemente do tipo, os fundos de renda fixa possuem grande parcela de seu patrimônio investido em produtos financeiros atrelados à taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), ou a indexadores de mercado que a seguem de perto, como o CDI.

Devido a isso, os aumentos ou reduções da Selic promovidos pelas autoridades monetárias acabam influenciando diretamente no potencial de atratividade dos fundos. De maneira bem objetiva, é possível dizer que uma Selic alta corresponde a retornos altos para quem aplica em renda fixa. Uma taxa de juros básica baixa, por outro lado, significa rentabilidade menor para os cotistas.

Além disso, os fundos também sofrem impacto da Selic ao realizar a marcação a mercado da carteira, ou seja, ao fazer as atualizações do preço dos ativos aplicados e do valor de suas cotas. Nesse sentido, sempre que há a expectativa de que a taxa de juros irá subir, a remuneração dos títulos de dívida aumenta, ao passo que o preço das cotas caí. Em um cenário oposto, a remuneração sofre uma queda, enquanto o valor do papel em si sobe. 

Esse procedimento permite que o cotista tenha ideia dode o quanto receberia caso fizesse o resgate do seu dinheiro no momento presente.

Quando vale a pena investir em fundos de renda fixa?

Sem perigo de incorrer em uma resposta vaga ou evasiva, definir quanto vale ou não investir em renda fixa parte exclusivamente do investidor — de qual o seu perfil e de o quão disposto está a arriscar o seu dinheiro. 

Para deixar mais claro, observe a diferença entre os dois produtos hipotéticos abaixo, e responda em qual dos dois você aplicaria seu dinheiro:

  • Produto A: perspectiva de rendimento menor, tributação de IR de 15% a 22,5% sobre os rendimentos (com cobrança de come-cotas), custos administrativos ligeiramente menores ou iguais ao do produto B;
  • Produto B: potencial de retorno muito maior, tributação de IR fixa em 15% (sem come-cotas), custos administrativos levemente superiores ou iguais ao produto A.

Dado essas especificidades, dificilmente alguém escolheria a opção A, não é mesmo? Afinal, é evidente que ao investir, o que buscamos é o maior retorno possível. A grande questão, contudo, vem agora: o quanto de risco você aceitaria tomar para alcançar rendimentos maiores (porém, incertos)? 

Para isso, voltemos ao exemplo anterior, adicionando apenas um dado novo à conta: a previsibilidade.

O produto A é um fundo de renda fixa atrelado à Selic. É, assim, mais seguro e previsível, com rendimentos conhecidos desde antes da aplicação. O produto B é um fundo de ações. Seu desempenho é impossível de prever, seus rendimentos são afetados por diversos fatores, podendo trazer lucros maiores que o esperado, mas também prejuízos. 

E agora? Não sei você, mas, certamente, muita gente teria mudado de lado neste momento. 

Embora a situação acima tenha sido apenas hipotética — sem considerar outras possibilidades de produtos e fundos, ou outras variáveis como o prazo de resgate —, ainda é válida para elucidar nosso ponto: ao fim, aplicar em fundos de renda fixa vale a pena quando esse tipo de investimento é o que melhor encaixa a seu perfil.

Para investidores mais arrojados ou com maior experiência e domínio do mercado, os fundos de renda fixa podem parecer muito caros perante o retorno que podem oferecer. Afinal, com as mesmas comissões é possível encontrar alternativas mais rentáveis no mercado.

Agora, se você é um investidor iniciante, com pouco capital, ou se possui um perfil mais conservador, esses fundos certamente são uma grande alternativa para começar a migrar o dinheiro da sua poupança para um lugar onde ele possa render mais.

Além de ter acesso a uma reserva de emergência com alta liquidez, ao investir em renda fixa é possível diversificar os investimentos sem ter o trabalho de rebalancear a carteira, ou se preocupar com recolher taxas e impostos (uma vez que tudo isso cabe ao gestor). 

Investir sozinho em renda fixa ou aplicar em fundos de renda fixa?

A escolha entre investir sozinho em renda fixa ou aplicar em fundos dependerá das estratégias do investidor e de seu grau de intimidade com o mercado de capitais e seus produtos. De maneira geral, pode-se afirmar que quem adquire cotas de um fundo abre mão da autonomia em nome da praticidade

Isso porque, enquanto cotista, você não terá nenhum poder sobre a composição da carteira. Por outro lado, também não terá muito trabalho: basta aplicar, acompanhar os resultados apresentados e esperar pelos prazos de resgate. 

Dito isso, investidores mais experientes que querem apenas equilibrar suas carteiras com alguns títulos de renda fixa, podem preferir fazer isso por conta e de maneira mais barata, sem taxas de administração ou performance.

Já para investidores inexperientes ou com pouco capital disponível para aplicar, os benefícios de adquirir cotas de um fundo são certamente atrativos. 

Além de passar a responsabilidade de aplicar seu dinheiro a um gestor profissional, os cotistas também têm a oportunidade de diversificar suas carteiras de maneira barata e prática: com uma única aplicação.

Replicar o desempenho de uma carteira equilibrada como a de um fundo provavelmente exigiria aportes maiores de um investidor sozinho, além de disponibilidade para acompanhar o desempenho individual de todos os produtos. Isso sem contar o trabalho inicial de encontrar cada um desses papéis individualmente — possivelmente em corretoras distintas. 

Como escolher um fundo de investimento?

Sabemos que, para quem nunca investiu, essa pode ser uma decisão que levanta muitas dúvidas — e inseguranças. Afinal, como saber qual o fundo que melhor se adequa às nossas expectativas, quando ainda não conhecemos o mercado a fundo?

Se essa for sua situação, fique tranquilo. Essa indecisão é mesmo normal. Contudo, existem atalhos valiosos que podem te ajudar a escolher um bom fundo de investimento. Para facilitar seu caminho, abaixo preparamos um check-list de pontos a verificar antes de tomar sua decisão:

  • Composição da carteira: os fundos de renda fixa são classificados de acordo com os produtos que compõem seu portfólio. Assim, ao saber quais os tipos de ativo aplicados, você poderá ter uma ideia, entre outras coisas, de quais os riscos do fundo e qual seu potencial de retorno;
  • Índice de referência: o benchmark seguido pelo fundo implica diretamente nos retornos e nas estratégias adotadas. O mais normal é que esses fundos repliquem o CDI. Existem, porém, fundos que optam por indicadores atrelados ao IPCA. No primeiro, os rendimentos são influenciados pelas variações da taxa de juros, que costumam ser mais estáveis e previsíveis. O segundo caso, embora mais volátil, tem por vantagem a preservação do poder de compra, já que acompanha a taxa de inflação;
  • Aplicação mínima: alguns fundos são mais acessíveis que outros, o que pode ser um diferencial importante, sobretudo para quem está investindo pela primeira vez. Assim, não esqueça de comparar os valores mínimos para adquirir cotas do fundo e de considerar qual o peso que isso vai representar em sua carteira pessoal;
  • Taxas: observe o valor da taxa de administração cobrada pelo fundo. Essa taxa compromete diretamente a rentabilidade da carteira;
  • Liquidez e resgate: ao ler o regulamento do fundo, atente para os prazos de resgate. Isso pode fazer toda a diferença em situações onde você tenha que ter acesso rápido ao seu dinheiro. Além disso, lembre que os fundos de renda fixa são tributados segundo a tabela regressiva do IR. Assim, o prazo de resgate também impactará nos seus retornos;
  • Histórico do fundo: para maior segurança, tenha sempre o cuidado de checar o histórico do gestor e do fundo no qual você pretende aplicar. Passe longe de fundos que já tenham passado por algum problema. Por mais que a rentabilidade passada não seja certeza de retorno futuro, ao observar o histórico de desempenho, é possível analisar como ele se comportou diante de diferentes situações;
  • Ranking: por fim, mas não menos importante, fique atento aos rankings elaborados por diferentes instituições de mercado para ver como o fundo que você pretende aplicar está sendo avaliado.

Como investir em um fundo de renda fixa?

Após compreender como funcionam os fundos de renda fixa, quais suas vantagens e como identificar uma boa oportunidade de aplicação, é chegada a hora de colocar seu conhecimento em prática. 

Se neste ponto você está se perguntando como, enfim, começar a investir, se liga só nesse passo a passo que preparamos para que você comece a aplicar seu dinheiro ainda hoje:

  • Abra sua conta em uma corretora: para investir em qualquer produto do mercado de capitais é necessário abrir sua conta com uma corretora. Antes de optar por uma instituição, verifique se ela trabalha com cotas de fundos de renda fixa;
  • Faça suas transferências: após fazer o seu cadastro, é momento de transferir — via TED ou DOC — os valores que você pretende investir à corretora;
  • Defina seu perfil de investidor: antes de analisar as especificidades dos fundos ofertados, é essencial estudar a si mesmo primeiro. E não, não estamos entrando em um campo filosófico aqui. Entender a si mesmo, neste contexto, é descobrir qual é, afinal, o seu perfil de investidor. Ou seja, qual seu grau de tolerância a risco ao investir. Para isso, você precisa fazer um teste de suitability, o qual é oferecido pela própria corretora. Com base nos resultados, será mais fácil ter certeza de que fundos podem atender suas expectativas e quais é melhor evitar — pelo menos, por 

enquanto;

  • Estude os fundos oferecidos: você encontrará diferentes opções de fundo na plataforma da corretora. Uma vez que seu perfil de investidor for definido, basta filtrar as opções que se encaixam a ele e utilizar o check-list que apresentamos no tópico anterior para tomar a melhor decisão — lembre que todas as políticas do fundo devem ser acessíveis em seu regulamento e nas lâminas de informações essenciais;
  • Emita a ordem de compra: uma vez que tenha tomado sua decisão, basta emitir a ordem de compra na plataforma, especificando o número de cotas que pretende adquirir;
  • Acompanhe os resultados: de modo geral, a opção mais fácil é deixar para fazer os resgates no vencimento. Como isso nem sempre é possível, é importante acompanhar os resultados mensais apresentados pelo gestor, apenas para ter certeza de que o fundo está rendendo dentro do esperado.

Tome decisões mais assertivas ao investir com a Finclass

Se você chegou até aqui, certamente os fundos de renda fixa são um assunto de seu interesse, não é mesmo? Como vimos, esses produtos, quando bem escolhidos, podem entregar praticidade, segurança e retorno em boas proporções. 

Para saber como fazer disso realidade, porém, o caminho é um só: se dedicar a entender o mercado e seus produtos.

Lembra que, lá no começo, prometemos uma surpresa para quem se sentisse incentivado a investir neste tipo de produto? Se você quer mesmo se aprofundar no assunto e ir além desse artigo de introdução, te convidamos a conhecer nossa finclass sobre Fundos de Investimentos.Além dos fundos de renda fixa, a Finclass ainda engloba aulas sobre fundos multimercados, fundos de ações e fundos cambiais, para que você já entre no mercado pensando grande.

Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalveshttps://finclass.com/
Hugo é economista e copywriter no Grupo PRIMO. Trabalha com finanças há mais de 7 anos.
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