Se tem uma coisa na qual o Brasil é bom, é no agronegócio. Somente este setor é responsável por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo a Cepea. Praticamente 1/5 da produção de bens e serviços do nosso país está atrelado ao agronegócio.
Isso mostra que, para qualquer investidor que queira ter uma carteira de investimentos sólida com ativos que apresentem crescimento sustentável no longo prazo, é importante pensar em ter ativos relacionados ao setor do agronegócio.
Agora, eis a questão: qual a melhor maneira de investir no agronegócio? Será que faz sentido investir por meio de Fiagros?
Os Fiagros, ou Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio, têm ganhado destaque no mercado financeiro. No entanto, com a evolução do setor, é fundamental entender os riscos inerentes. É por isso que, neste artigo, vamos abordar tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Vem com a gente para entender:
- O que são Fiagros;
- Quais são os melhores Fiagro para investir;
- Quantos Fiagros existem na B3;
- Qual Fiagro paga mais dividendo;
- Como investir em Fiagros.
Vamos lá?
O que são Fiagros?
Os Fiagros são Fundos de Investimento que permitem aos investidores participarem do setor do agronegócio de forma indireta. Esses fundos aplicam recursos em ativos como:
- Imóveis rurais (fazendas);
- Participação em sociedades que explorem atividades integrantes da cadeia produtiva agroindustrial;
- Títulos de renda fixa relacionados ao setor (CRAs e LCAs).
Um dos principais atrativos dos Fiagros é a possibilidade de diversificação em uma área estratégica para a economia brasileira. Por ser um setor fundamental para um país, o governo traz diversos tipos de incentivos para o desenvolvimento dessa área — como os tributários, que trazem a isenção no Imposto de Renda em diversos investimentos atrelados ao agronegócio.
Os Fiagros, inclusive, estão amparados pela Lei nº 14.130/2021, que regulamenta esse tipo de fundo e estabelece suas diretrizes de funcionamento.
De certa forma, esses investimentos se assemelham bastante aos Fundos Imobiliários. No entanto, embora compartilhem algumas semelhanças, como a negociação de cotas na B3 e a distribuição de rendimentos aos investidores, eles possuem diferenças importantes.
Os FIIs, por outro lado, investem em ativos do setor imobiliário, como prédios comerciais e shopping centers, enquanto os Fiagros são voltados para o agronegócio. Além disso, FIIs geralmente focam em imóveis urbanos e recebíveis imobiliários. Já os Fiagros podem incluir imóveis rurais, direitos creditórios agrícolas e títulos relacionados ao agronegócio.
Portanto, apesar de ambos serem Fundos de Investimento, os setores e ativos envolvidos tornam cada um deles único, exigindo uma avaliação específica antes de investir.
Quais são os melhores Fiagro para investir?
Embora o mercado de Fiagros tenha crescido significativamente, é importante avaliar com cautela as opções disponíveis. Na opinião do analista que escreve este artigo, os Fiagros apresentam mais riscos do que retornos atrativos atualmente.
O principal embasamento dessa avaliação é que observamos riscos bem mais elevados do que aqueles identificados em imóveis urbanos.
Afinal, o resultado gerado pelos Fiagros estão mais associados às condições climáticas, safras e variações cambiais. Já os FIIs, por outro lado, dependem mais de fatores urbanos, como vacância, preços de alugueis e localização.
Importante: o setor do agronegócio é mais sensível ao cenário macroeconômico e às políticas governamentais, o que aumenta os riscos para o segmento. Atualmente, o equilíbrio entre risco e retorno não é favorável, já que o risco assumido pelos investidores não corresponde ao retorno esperado.
Por isso, a recomendação atual é evitar os Fiagros e buscar alternativas mais seguras e rentáveis no mercado financeiro, como títulos de renda fixa ou Fundos Imobiliários.
Quantos Fiagros existem na B3?
Atualmente, a B3 conta com mais de 30 Fiagros listados. Cada fundo possui uma estratégia e carteira de ativos específica, o que torna essencial estudar os relatórios de gestão antes de tomar uma decisão de investimento.
Alguns exemplos de Fiagros disponíveis são:
- FLEM (AGRO FAZENDAS II FDO DE INV FIAGRO IMOBILIÁRIO);
- FZDB (AGRO FAZIII FDO INV NAS CAD PROD AGRO);
- FZDA (AGRO FDO INV NAS CAD PROD AGRO);
- AAZQ (AZ QUEST SOLE FDO DE INV);
- BBGO (BB FDO DE INV DE CRÉDITO FIAGRO).
Para consultar a lista completa de Fiagros, acesse o site da B3.
Qual Fiagro paga mais dividendo?
Os dividendos variam de acordo com o desempenho dos ativos do fundo e a estratégia de cada gestão. Apesar de alguns Fiagros apresentarem distribuições interessantes, é importante lembrar que um alto dividendo pode ser um reflexo de maiores riscos. Portanto, não baseie sua escolha apenas nesse critério.
Lembre-se que o Dividend Yield (DY) de um investimento se trata de uma relação entre o dividendo pago e o preço do ativo. Se o preço está caindo, o Dividend Yield tende a aumentar. Aqui, o que você precisa saber analisar é o motivo do preço deste ativo ter caído — e isso pode te trazer uma conclusão positiva ou negativa referente ao investimento.
Como investir em Fiagros?
Embora os Fiagros sejam considerados aplicações bastante arriscadas, caso você queira investir neles, é preciso seguir esse passo a passo:
- Escolha uma corretora que ofereça acesso à B3 e tenha informações detalhadas sobre os fundos;
- Pesquise os fundos e analise as características de cada Fiagro, como carteira de ativos, política de distribuição e histórico de desempenho;
- Avalie o perfil de risco do Fiagro para descobrir se a aplicação é compatível com sua estratégia de investimento;
- Monitore as condições do setor do agronegócio e a gestão do fundo para ajustar sua carteira conforme necessário.
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Atualmente, os riscos superam os benefícios ao investir em Fiagros. No entanto, isso não significa que você não deva investir no agronegócio — apenas indica que você deve escolher os instrumentos corretos para que o seu retorno possa compensar o risco que você tomou.
Se você puder guardar uma lição no mercado financeiro, guarde essa: saiba equilibrar o risco com o retorno esperado.
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