InícioFinançasMelhores investimentos em renda fixa para 2024: quais são eles?

Melhores investimentos em renda fixa para 2024: quais são eles?

Chegou 2024 e, como de costume, a necessidade de repensar seus investimentos. Para que os votos de muito dinheiro no bolso se concretizem, é mesmo interessante tentar antecipar as tendências de mercado que sempre surgem com a passagem de um ano e a chegada do outro. 

É para te ajudar a começar esse novo ciclo com pé direito que preparamos este artigo. Ao longo dele, apresentaremos três classes de investimentos — e um ativo específico para cada uma delas — que acreditamos serem os melhores investimentos em renda fixa para 2024. 

Além disso, também elaboramos um guia especial para que o investidor iniciante saiba como identificar os melhores títulos para começar a planejar sua independência financeira de modo seguro e consistente.

Independentemente, se o que você busca são indicações de títulos de renda fixa para rebalancear sua carteira, ou quer começar a investir nessa classe de ativos, garantimos que tirar uns minutos para essa leitura, pode resultar em um 2024 mais próspero. Vem com a gente!

O que é renda fixa?

A renda fixa pode ser compreendida como uma classe de investimentos na qual ass regras de remuneração são especificadas previamente. Ou seja, quem investe já sabe ou, ao menos, tem como prever quais serão os lucros a serem esperados desde o momento da aplicação.

Embora esse termo englobe genericamente uma grande gama de produtos financeiros — incluindo debêntures, títulos do Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs, CRIs e CRAs e letras de câmbio —, a dinâmica dessa categoria de ativos pode ser explicada de modo abrangente. 

Os investimentos de renda fixa funcionam como títulos de dívidas emitidos pelo Governo, instituições financeiras ou empresas privadas que recorrem ao mercado de capitais para levantar recursos para projetos específicos. O investidor que adquire um desses papéis está, portanto, “emprestando” seu dinheiro à entidade emissora, que se compromete a devolver o valor aplicado acrescido de juros ou rendimentos (amortizações) ao longo de um período de tempo definido.

Tendo a previsibilidade como sua principal característica, esse tipo de investimento, via de regra, oferece rendimentos mais seguros do que as aplicações de renda fixa, como as ações de empresas listadas na B3, o que os torna a melhor opção para investidores conservadores e iniciantes. Além disso, também são amplamente utilizadas como “contrapeso” em carteiras mais arriscadas, balanceando os riscos de papéis de maior flutuação.

Contudo, vale sempre ressaltar que apesar de sua aparente segurança, os títulos de renda fixa não são isentos de riscos. Além disso, o preço desses papéis também sofre flutuações, que podem afetar o retorno de quem, por algum motivo, decidir não mantê-los até o vencimento.

Quais são os melhores investimentos em renda fixa para 2024?

O mercado de renda fixa contempla uma grande gama de opções de investimento, e, ao contrário do que o termo pode levar a induzir, o desempenho dessas aplicações pode ser impactado por diferentes fatores de mercado, incluindo desde a inflação doméstica, até fatores macroeconômicos externos como a taxa básica de juros norte-americana.

Assim, desvendar essas possibilidades e descobrir as melhores oportunidades de retorno requer não apenas a capacidade de interpretar as tendências econômicas, mas também a habilidade de escolher investimentos alinhados ao seu perfil e objetivos financeiros.

Sabemos que, para quem está iniciando no mercado financeiro, absorver todas essas informações de uma só vez pode parecer um desafio. Mas estamos aqui para simplificar tudo isso.  Mais adiante, vamos oferecer orientações para identificar os investimentos que melhor se adequam a você pessoalmente. Antes disso, vamos direto ao ponto central deste artigo: nosso Top 3 melhores indicações de investimentos em renda fixa para 2024. Segue a lista:

  1. Títulos de longo prazo indexados à inflação

Em períodos de queda de juros, os títulos de longo prazo indexados à inflação costumam apresentar um desempenho notavelmente superior ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) — o principal indicador de referência dos títulos de renda fixa. Com a perspectiva de um ciclo de redução das taxas nos Estados Unidos, é provável que esses títulos apresentem uma valorização significativa em 2024.

Por outro lado, o maior risco desses ativos são eventuais problemas fiscais que possam surgir. Mesmo neste cenário, contudo, apresentam maior proteção do que os títulos prefixados, já que são influenciados positivamente pelas expectativas de aumento da inflação para os próximos anos. Isso foi evidenciado em nosso passado recente.

Por exemplo, entre 2013 e 2016, apesar da piora fiscal no Brasil, esses ativos mantiveram uma rentabilidade próxima ao CDI devido à inflação mais alta, o que demonstra a relação de assimetria desses ativos nesse nível de taxa.

Além disso, a taxa de juros atual também é um fator que pesa para a indicação dessa classe de ativos. Historicamente, quem comprou títulos indexados à inflação com taxas semelhantes às atuais e os manteve por pelo menos 3 anos alcançou um retorno médio anual em torno de 20%, quase o dobro da média do CDI nos últimos 10 anos.

Título indicado: IPCA+ 2045

Um dos ativos de renda fixa indexados à inflação que recomendamos é o IPCA+ 2045. Em dezembro, esse título estava pagando uma taxa de 5,55% mais a variação da inflação.

É importante observar que este ativo é mais indicado para investidores que pretendem mantê-lo até o vencimento, já que não conta com amortizações. Contudo, é possível obter retornos positivos também com o resgate antecipado, pois o Tesouro Nacional garante a recompra pelo valor de mercado.

  1. Fundos de infraestrutura listados na bolsa de valores

Também conhecidos como “Fundos Incentivados”, os “Fundos de Infraestrutura” são aqueles que investem ao menos 85% do patrimônio em debêntures de infraestrutura. Além de isentos de Imposto de Renda (IR), esses ativos são comumente indexados à inflação, o que por si só já os torna atrativos.

Fora isso, vale ressaltar que as taxas de rentabilidade desse tipo de debênture estão acima da média histórica. Isso significa que esses papéis estão oferecendo retornos mais elevados quando comparados a títulos públicos de igual prazo de vencimento e indexação.

Esse cenário pode ser interpretado como uma boa oportunidade, já que as companhias não se encontram em uma situação financeira mais delicada do que já estiveram no passado. Em outras palavras, a alta nos retornos não está sendo compensada por riscos adicionais, como costuma ocorrer quando prêmios dessa natureza são oferecidos.

Título indicado: JURO11

O JURO11 é um fundo de infraestrutura listado na B3, com gestão da Sparta, corretora que atua a mais 30 anos no mercado de crédito privado, e histórico consistente de entrega acima de seu benchmark. 

Embora a cotação de mercado atualmente esteja acima do valor patrimonial, este é um bom ativo para ser mantido a médio e longo prazo na carteira. O dividend yield acumulado nos últimos 12 meses estava em 13,4% em dezembro de 2023.

  1. ETFs IMA-B 5

Os ETFs IMA-B5 são fundos de investimento projetados para seguir o desempenho do IMA-B 5, um indicador de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados ao IPCA e com prazo de vencimento de até 5 anos.públicos federais atrelados ao IPCA e com vencimento de até 5 anos.

Primeiramente, a principal razão para essa recomendação reside no fato de que os ativos indexados à inflação de curto prazo são os mais eficientes no mercado brasileiro, proporcionando a melhor relação entre risco e retorno. Para quem não está familiarizado, essa relação pode ser avaliada utilizando o índice de Sharpe, uma fórmula amplamente adotada por gestores de fundos para mensurar o desempenho dos ativos em um fundo.

Além disso, o IMA-B5 tem consistentemente superado o CDI em períodos de médio prazo, o que pode trazer segurança a mais para investidores que consideram investir em ETFs que acompanham esse indicador pensando em um horizonte de investimento de médio e longo prazo.

Título indicado: B5P211

Gerenciado pelo Itaú Asset, o B5P211 é um dos ETFs que segue o IMA-B5 P2, índice criado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), composto por uma carteira de Notas do Tesouro Nacional (NTNs), com prazo inferior a 5 anos.

Como é composto por títulos públicos de vencimento mais curto, possuem riscos reduzidos. Além disso, podem se beneficiar positivamente de altas inflacionárias. A taxa de administração desse fundo é de 0,20% ao ano, sem incidência de IOF e nem de come-cotas. O IR sobre os é de 15% sobre os ganhos, independentemente do período de aplicação.

Qual é a rentabilidade e o rendimento da Renda Fixa?

Como você já sabe, os títulos de renda fixa são marcados pela previsibilidade de seus lucros, uma vez que os parâmetros de remuneração são esclarecidos desde antes da aplicação.

Para que o investidor possa avaliar o que pode esperar como retorno de um determinado investimento dessa categoria, é preciso observar a taxa de rentabilidade e o indexador atrelado ao papel, conforme explicado na sequência.

Tipo de taxa de rentabilidade

Primeiramente, a remuneração de um ativo de renda fixa é calculada de acordo com a sua taxa fixa de rentabilidade, a qual pode ser:

Prefixada

Estas aplicações são remuneradas por juros fixos e inalteráveis, estabelecidos no momento da emissão do título. Ao adquirir esses papéis, o investidor já conhece o retorno final do investimento, desde que os mantenha até a data de resgate determinada. A título de ilustração, essa taxa pode ser de 10% ao ano, 12% ao ano, ou qualquer outra porcentagem determinada. Alguns exemplos de títulos são: Tesouro prefixado, Tesouro prefixado com juros mensais, LCA prefixada, CDB prefixada, e assim por diante.

Pós-fixada

Diferentemente dos ativos prefixados, os retornos dos títulos com taxa de rentabilidade pós-fixada não são conhecidos antecipadamente, pois dependem do desempenho de um indicador de referência (como a taxa CDI ou a Selic, por exemplo) estabelecido na emissão. Exemplos desses títulos incluem: Tesouro Selic, CDB 100% do CDI, entre outros.

Híbridos

Como o nome dá a entender, estes títulos combinam elementos das taxas prefixadas e pós-fixadas. Parte da remuneração é composta pelo pagamento de uma parcela de juros fixa e imutável, enquanto outra parte está vinculada a um índice de mercado variável. Um exemplo comum são os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação, como o já citado IPCA+ 2045, que oferecem uma taxa prefixada mais a variação do IPCA durante o período de manutenção do papel.

Rendimento

Exceto pelos títulos prefixados — cujos lucros são calculados com base em uma taxa predefinida —, o rendimento dos demais ativos de renda fixa está vinculado ao desempenho de um indexador de mercado específico.

Geralmente, os investimentos de renda fixa pós-fixados e híbridos costumam estar atrelados a um dos seguintes índices econômicos:

Certificado de Depósito Interbancário (CDI)

Esse indicador é comumente utilizado no mercado de renda fixa e representa o valor médio das taxas de juros de empréstimos realizados diariamente entre instituições bancárias. Normalmente, o CDI apresenta valores iguais ou semelhantes à taxa Selic. Exemplos de investimentos que acompanham o CDI são os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

O IPCA é um dos indicadores mais importantes do mercado brasileiro, medindo a inflação do país. Investimentos de renda fixa atrelados a esse indicador incluem o IPCA+ 2045, uma das nossas indicações de investimento para 2024.

Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)

Essa taxa corresponde à taxa básica de juros da economia brasileira, determinada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM). O Tesouro Selic é um exemplo de título emitido pelo Tesouro Direto atrelado à Selic.

Taxa Referencial (TR)

Calculada diariamente pelo Banco Central do Brasil (BCB), a TR é a média das taxas de rentabilidade de CDBs prefixados emitidos por 30 diferentes instituições financeiras. É o índice utilizado para definir a rentabilidade da poupança.

Explicado o funcionamento do rendimento dos títulos de renda fixa, vale ressaltar que, via de regra, esses títulos se tornam mais atrativos quando a Selic está em alta. Isso ocorre porque a taxa básica de juros impacta o valor do CDI que, como explicado acima, é o principal indexador dessa categoria de ativos.

Aliás, o próprio CDI pode servir como um indicativo para tomar decisões mais acertadas ao investir, já que os títulos mais atraentes são aqueles que superam esse indexador.

Por fim, lembre-se que a garantia da rentabilidade esperada no momento da aplicação está atrelada à manutenção dos seus títulos até a data de vencimento estabelecida na emissão.

Como escolher os melhores investimentos em renda fixa para 2024?

Lembra que anteriormente, ao introduzir o Top 3 de investimentos de renda fixa para 2024, falamos que além de listar nossas sugestões de aplicações para o próximo ano, também iríamos dar dicas para que você, por conta, pudesse identificar os títulos que melhor se alinham ao seu perfil e metas financeiras?

Isso é importante porque, apesar de muita gente buscar indicações fundamentadas de bons investimentos — como a que fizemos —, a verdade é que não há nenhum título que possa ser considerado igualmente interessante para todos os investidores.

Cada título se difere em termos de riscos, rentabilidade, prazos de resgate, tributação, entre outros. Por isso, além das análises técnicas sobre os investimentos, é essencial considerar suas próprias características como investidor para determinar a compatibilidade com o ativo que pretende adquirir. 

Se você não sabe por onde começar, não se preocupe. Felizmente, há diversas dicas práticas que podem lhe auxiliar a escolher os melhores investimentos em renda fixa para 2024. Confira algumas delas:

  1. Conheça o seu perfil de investidor

De modo geral, o potencial de retorno de um título — seja ele de renda fixa ou variável — aumenta proporcionalmente de acordo com o seu nível de risco. Em outras palavras, ao investir, quanto mais você estiver disposto a abrir mão da segurança, maiores serão suas chances de obter grandes retornos (e prejuízos). Parece complicado, não é mesmo?

É exatamente para resolver esse paradoxo que, antes de começar a investir, é preciso que você defina o seu perfil de investidor. Isso significa simplesmente delimitar qual o seu nível particular de tolerância a riscos. 

Se você está se perguntando como fazer isso, mantenha a calma. Essa não é uma tarefa simples e que pode ser realizada por sua própria conta. Na verdade, as próprias instituições financeiras têm a obrigação de realizar essa definição para seus clientes, para que possam oferecer qualquer tipo de produto financeiro. 

Para isso, o banco ou corretora de valores irá conduzir um processo conhecido como teste de suitability, um amplo questionário para identificar quais os títulos, serviços e operações financeiras são mais adequados às suas expectativas e realidade.

A depender do resultado obtido por esse teste, o seu perfil do investidor poderá ser classificado em:

Conservador

O investidor com esse perfil possui baixa tolerância a risco e prioriza principalmente a proteção patrimonial. Tende a preferir investimentos com maior liquidez e mais seguros, mesmo que isso implique em rendimentos inferiores. Sua carteira é composta por títulos de renda fixa bastante seguros, como os títulos do Tesouro e mesmo a poupança.

Moderado

Também é um perfil que preza pela segurança de seu capital, sobretudo, no longo prazo. Entretanto, apesar de alocar majoritariamente o seu patrimônio em títulos de renda fixa, estão mais sujeitos a adicionar ativos mais arriscados à carteira, como cotas de fundos imobiliários, desde que o potencial de lucro pareça suficientemente compensatório.

Arrojado/Agressivo

Diferentemente dos dois perfis anteriores, o investidor arrojado hierarquiza os retornos acima da segurança. É bastante tolerante a riscos e aceita o fato de que parte de seus investimentos resultem em prejuízo, desde que exista um bom potencial de retorno. Normalmente, são investidores experientes com um bom conhecimento do mercado financeiro e de seus produtos. Em seus portfólios, estão ativos como ações e cotas de fundos multimercado.

Esse resultado, entretanto, não é definitivo. É normal, por exemplo, que investidores conservadores, conforme se sintam mais confortáveis com o mercado financeiro, acabem aceitando maiores riscos e passem a ser considerados moderados.

Além disso, aqui vale um adendo importante: por mais que os títulos de renda variável não sejam recomendados para todo mundo, os investimentos de renda fixa são. Ou seja, mesmo os investidores com perfis  mais agressivos costumam investir em diferentes ativos mais seguros, como uma forma de equilibrar o risco de suas carteiras.

  1. Considere a sua tolerância ao risco

Definido o seu perfil de investidor, essa dica se torna mais clara. Por mais que a renda fixa seja definida de maneira geral como segura e previsível, entre os produtos englobados por essa categoria é possível encontrar opções mais e menos voláteis. Conforme vimos, nem todas são indicadas para perfis mais conservadores.

  1. Defina o seu objetivo de investimento

Assim como existem produtos financeiros para diferentes perfis de investidores, as características de cada ativo também podem os tornar mais ou menos alinhados com suas metas pessoais. 

Logo, antes de começar a investir, é preciso que você tenha certeza sobre os seus objetivos financeiros: você está se programando para as férias dos sonhos com a família? Quer começar uma faculdade? Pretende comprar um imóvel daqui alguns anos? Está preocupado em garantir uma boa aposentadoria? Ou, talvez, apenas queira acumular capital? 

Saiba que para cada uma dessas situações em específico (e para todas as outras não citadas), há estratégias financeiras mais — e menos —  adequadas a serem tomadas. Ao determinar os seus objetivos, ficará mais fácil guiar suas escolhas pessoais de aplicação. 

O ponto aqui é escolher sua meta e ter consciência do tempo necessário para atingi-la. A aposentadoria pode ser um objetivo distante. Comprar um imóvel pode ser algo para daqui dez anos. As férias para daqui alguns meses. Como cada um desses objetivos tem prazos distintos para serem alcançados, é preciso encontrar produtos financeiros que possuam vencimentos semelhantes. 

Para te ajudar a se guiar, basta observar que os títulos mobiliários são normalmente categorizados em três horizontes temporais distintos. São eles:

Títulos de curto prazo

São investimentos com duração de até dois anos. Quem aplica nesses títulos pode estar pensando em obter uma reserva de emergência, juntar dinheiro para turismo ou algum bem de consumo em específico. O mais indicado para isso é adquirir papéis com alta liquidez —  de preferência diária — , que permitam o resgate a qualquer momento, sem comprometimento dos retornos. Algumas boas opções de investimentos de curto prazo são: LCIS e LCAs (que são isentas de IR), Tesouro Selic (que possui liquidez diária), e mesmo a poupança;.

Títulos de médio prazo

São papéis com maturidade entre dois e cinco anos. São ideias para metas como a compra de um novo carro, entrada em um imóvel, ou a abertura de um empreendimento. Como as metas não são urgentes —  ou seja, não é preciso ter acesso rápido ao dinheiro aplicado —, o investidor pode abrir mão da liquidez, em nome de uma maior rentabilidade. Algumas opções de investimento interessantes para esse prazo incluem CDBs, fundos de investimento de renda fixa.

Títulos de longo prazo

São aplicações com duração maior de 5 anos. São ideais para metas mais distantes, como a aposentadoria, formação de patrimônio e a independência financeira. Como os objetivos são para um futuro distante, não há necessidade de se preocupar com a liquidez ou com o vencimento. O foco deve estar na rentabilidade, o que implica em abrir um pouco a mão da segurança. Para investimentos de renda fixa, a melhor escolha é o Tesouro IPCA, que garante uma remuneração real — isto é, acima da inflação. Além disso, é indicado alocar recursos também em ativos capazes de gerar renda passiva. Alguns exemplos são as Ações e Fundos de Investimento Imobiliário.

Importante citar que alguns exemplos listados em cada horizonte de tempo são intercambiáveis. Uma viagem dos sonhos pode ser algo de curto, longo ou mesmo longo prazo. É preciso que cada investidor esteja ciente de sua realidade e de como enxerga suas metas para que possa alinhá-las aos investimentos mais adequados.

  1. Diversifique a sua carteira

Os mais sábios ditados são aqueles que resistem ao teste do tempo com o potencial de se tornarem máximas capazes de serem aplicadas por diferentes gerações e situações. Esse é o caso, por exemplo, de frases como “não coloque todos os ovos na mesma cesta“, ou “jamais aposte todas as suas fichas em um mesmo cavalo”, e suas variações, tidas como lemas pelos investidores mais experientes.

O poder desses ditados reside na sua capacidade de simplificar um dos conceitos mais importantes do mercado de capitais: a diversificação de aplicações. Caso ainda não esteja familiarizado com o termo, trata-se de evitar que todo o seu patrimônio — ou parte considerável dele — esteja alocado em um único tipo de título mobiliário, segmento, índice, entre outros.

Isso porque, ao aplicar todos os seus recursos em um só papel, você corre o risco de colocar todas as suas economias a se perder. Afinal, todo título conta com algum grau de risco e pode sofrer flutuações de preço por diferentes fatores. Caso o seu capital inteiro esteja investindo em um ativo que, por alguma razão, passe por uma desvalorização, seu prejuízo será certo.

Ao investir em produtos distintos, a possibilidade de perda de valor de um deles, não impactará significativamente o seu patrimônio, já que esse dano poderá ser suprido e mesmo superado pelos retornos positivos apresentados por outros títulos. Quanto mais diversificada a sua carteira, mais mitigado serão seus riscos e maiores as possibilidades de potencializar os seus ganhos.

  1. Acompanhe os seus investimentos

Se você montou uma carteira de investimentos diversificada, com produtos que tenham riscos e prazos alinhados ao seu perfil e suas metas de investimento, o que lhe resta é esperar. Mas não de modo passivo. Como assim?

É preciso que se mantenha um olho aberto sobre cada um dos seus títulos para observar se eles estão se comportando da forma esperada. Como já explicamos, todos os investimentos, mesmo os de renda fixa, estão sujeitos a flutuações — sejam elas negativas ou positivas.

Se algo está saindo da linha, é o momento de fazer o rebalanceamento de seu portfólio. Ou seja, realocar os seus recursos, para que eles sigam em conformidade com as suas expectativas.

Como investir em renda fixa?

Agora que você já conheceu nossas indicações de melhores investimentos em renda fixa para 2024, e já aprendeu a identificar quais as aplicações que melhor se alinham ao seu perfil de investidor e as suas metas financeiras pessoais, só está faltando uma coisa: aprender como investir. 

Para isso, separamos três dicas essenciais para que você comece a aplicar em renda fixa com mais segurança. Olha só:

  1. Alinhe seus investimentos com as suas metas

Existem alguns passos que devem anteceder suas operações de compra e venda de títulos mobiliários. O primeiro deles é o planejamento financeiro pessoal. Afinal, ao saber exatamente onde queremos chegar, fica mais fácil traçar o melhor caminho até o ponto de chegada.

Já introduzimos a importância de estabelecer seus objetivos de curto, médio e longo prazo para encontrar os títulos mais adequados para cada horizonte temporal, agora é preciso que você cruze essas duas informações para estabelecer estratégias concretas para chegar lá.

Para alcançar suas metas, dentro dos prazos estipulados, será preciso que você organize suas finanças e tenha constância em suas aplicações. Para que isso seja feito, é necessário elaborar um plano que te permita acompanhar seu progresso e que deixe claro quanto dinheiro você precisa economizar. É importante também que seu objetivo seja realista.

Caso não saiba por onde começar, um bom planejamento pode partir de questionamentos bastante básicos, tais como:

  • O que você quer conseguir?
  • Em quanto tempo você pretende fazer isso?
  • Quanto dinheiro você precisa para isso?
  • Quanto você precisa investir mensalmente para que isso seja possível?

Ao responder essas simples perguntas você já tem um norte. Uma vez definido o seu objetivo, é momento de preparar a segunda parte do seu plano: definir sua realidade financeira. Ou seja, é necessário colocar na ponta do lápis quanto você ganha por mês, quais são seus gastos e quanto sobra para aplicar. 

Para isso, você pode criar uma planilha de controle financeiro. Aqui vale desde tabela do Excel até tabelas feitas à mão em um caderno de anotações. Para começar, um documento simples, com uma coluna para entrada de recursos e outra para saída, já são suficientes para que o investidor tenha maior controle sobre suas finanças. Caso pretenda administrar seu patrimônio com maior detalhamento, existem muitos aplicativos de finanças disponíveis para download.

Ao fazer isso você terá uma ideia mais concreta de quanto está sobrando ao fim de cada mês, e se esse valor é coerente com seus objetivos.

Se o valor excedente não é suficiente para os aportes mensais que você calculou serem necessários para atingir seu objetivo dentro do prazo estabelecido talvez seja o momento de pôr uma lupa sobre seus gastos, para ver o que pode ser cortado. 

Se mesmo sem desperdícios, o dinheiro está longe de chegar, pode ser sinal de que seu objetivo não é tão realista. Nesse caso, é preciso reavaliar suas metas e, quem sabe, dividi-las em etapas menores.

  1. Estude o mundo dos investimentos

Podemos concordar que parece óbvio, mas é sempre relevante reforçar: a educação financeira é fundamental para obter sucesso nos investimentos. Não tem jeito: investir com inteligência requer dedicação ao estudo do mercado financeiro e seus produtos.

Caso você só esteja começando, busque primeiramente entender os conceitos financeiros básicos, como taxas de juros, inflação, risco de crédito e de mercado. Isso dará bases mais sólidas para suas decisões.

Dedique tempo também a conhecer cada título mobiliário individualmente, começando pela renda fixa e, gradualmente, migrando para as opções variáveis. Observe como funcionam seus prazos, riscos e rentabilidade e aprenda como comparar diferentes títulos entre si.

Por fim, esteja sempre atento ao noticiário econômico e busque compreender como as condições de mercado e tendências podem impactar as diferentes classes de ativos.

Aqui não há atalho. É preciso dedicação. A internet oferece uma vasta quantidade de informações valiosas e gratuitas para dominar os conceitos básicos do mercado financeiro, como o nosso blog (exatamente este que você está lendo) e o nosso canal no YouTube.

Para quem busca acelerar esse processo, investir em cursos especializados de educação financeira sempre vale a pena. A sugestão aqui é que você dê uma olhada nas diferentes aulas que oferecemos em nossa plataforma de streaming

  1. Conte com uma instituição confiável

Se você já tem um planejamento financeiro consistente e bem estruturado e já estudou o mínimo para entender o funcionamento do mercado de renda fixa e seus produtos, é chegado o momento esperado: a hora de abrir sua conta em uma corretora de valores ou banco de confiança e começar a fazer suas primeiras aplicações.

Caso você nunca tenha investido, não se preocupe. Essa parte é realmente muito fácil e intuitiva. Para abrir sua conta, basta acessar o site da corretora escolhida, preencher os dados pessoais solicitados, e esperar a confirmação.

Uma vez que sua conta esteja em funcionamento, você terá acesso a plataforma de negociação da instituição financeira em questão — também conhecida como “home broker” —, onde estão disponíveis todos os títulos de renda fixa que podem ser comprados. Aí é só escolher o produto desejado, clicar em “comprar” e inserir a quantia a ser investida. Feito isso, você só precisa transferir o valor correspondente à corretora, e pronto. Fácil demais, não é mesmo?

A tarefa mais complicada — e importante — aqui, é escolher uma corretora confiável. Afinal, estamos falando da instituição que irá intermediar os seus investimentos, recebendo suas ordens de compra e venda, e as executando.

Além disso, a corretora de valores também tem a responsabilidade de sanar suas dúvidas sobre o mercado e os investimentos, definir suas metas e encontrar os títulos mais adequados para o seu perfil.

Ao escolher uma instituição financeira, observe fatores importantes como: as taxas de corretagem cobradas, a praticidade e eficiência da plataforma de negociação, a prontidão para responder seus questionamentos, a qualidade e frequência de relatórios disponibilizados, entre outros.

Se você não conhece nenhuma corretora, uma boa dica é entrar no site da B3. Por lá, o investidor pode ter acesso a lista com todas as instituições autorizadas a negociar na bolsa de valores brasileira.

Quando resgatar o dinheiro aplicado em renda fixa?

Todos os títulos de renda fixa privados, ou seja aqueles que não são emitidos pelo governo, possuem uma data de vencimento específica definida na emissão. Isto é, originalmente, eles só podem ser resgatados quando maduros. Os títulos do Tesouro Direto, por sua vez, possuem liquidez diária, dando maior liberdade ao investidor.

Os ativos de renda fixa costumam oferecer 3 tipos de resgate, que variam de produto a produto. São eles:

Resgates em até 24h após a aplicação 

Correspondem aos títulos com liquidação diária.

Resgate após o fim da carência

São títulos que permitem a liquidação após um período mínimo estipulado. Esse prazo costuma ser de 80 dias para títulos pré e pós-fixados e de 1 ano para títulos híbridos atualizados por algum indicador de mercado.

Resgate no vencimento 

Esses papéis só permitem o resgate na data de maturidade. A depender do título isso pode levar mais de 10 anos.

Ao resgatar títulos com liquidação diária ou papéis após o período de carência, é possível conseguir retornos proporcionais ao tempo de manutenção do título. Caso tenha que solicitar o valor aplicado antes da carência, por sua vez, o investidor precisará pagar multas que variam de acordo com o emissor.

Importante ressaltar que sempre é possível negociar seus títulos antes do vencimento no mercado secundário, caso o investidor precise acessar os recursos aplicados. Nesse caso, contudo, há sempre a chance de que tenha que se desfazer de seus papéis por um valor menor do que aquele adquirido. Ou seja, existe uma grande probabilidade de que quem faça isso saia no prejuízo.

É por isso que o planejamento financeiro e o cuidado com os prazos é tão importante. Ao fim, o único modo de garantir que os retornos estejam de acordo com suas expectativas, é mantendo seus títulos de renda fixa até a data de vencimento.

Uma dica extra aqui é montar uma reserva de emergência, antes mesmo de começar a investir. Com uma fonte de recursos acessíveis, caso surja um imprevisto, você pode manter seus investimentos rendendo, sem colocar seus lucros a perder. Um começo interessante é ter ao menos uma reserva capaz de cobrir três meses de todos os seus gastos fixos.

Quer saber mais sobre renda fixa?

Os títulos de renda fixa seguem como os investimentos preferidos do brasileiro. Não é para menos. Além de segurança e previsibilidade, esses papéis podem trazer excelentes retornos. Tudo depende, é claro, de compreender as tendências de mercado e de saber escolher os investimentos que melhor se adequam ao seu perfil e aos seus planejamentos.

Se você gostou deste artigo e deseja seguir aprofundando seus conhecimentos, temos algumas indicações a fazer. Primeiramente, sugerimos dar uma olhadinha em todo o conteúdo gratuito sobre renda fixa que disponibilizamos em nosso canal do YouTube. Entre os assuntos que você encontrará por lá, estão temas importantes como dicas para montar a melhor carteira e também como calcular uma reserva de emergência.

Além disso,  se estiver interessado em investir em sua educação financeira, oferecemos diversos cursos sobre renda fixa para nossos assinantes. Veja abaixo:

Renda fixa na prática 

Nesta finclass de 12 episódios, a sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, e Ana Laura, uma das maiores influenciadoras de finanças do país, ensinam tudo o que você precisa para comprar seu primeiro título de Renda Fixa.

Renda fixa

Nesta finclass, Marilia Fontes, autora de “A renda fixa não é fixa”, te mostrará como escolher bons ativos para obter retornos iguais ou maiores do que os de títulos de renda variável com renda fixa.

Renda Fixa Ativa e Marcação a Mercado

Na finclass do estrategista-chefe e analista de renda fixa da Spiti e sócio do Grupo Rico, Guilherme Cadonhotto, você entenderá na prática que a renda fixa não é sinônimo de investimento conservador. Por meio de estudos de casos, Cadonhotto como é possível conseguir lucros enormes investindo em renda fixa, com riscos menores do que aplicar em ações.

Grandes oportunidades, não é mesmo? Então, por que perder mais tempo? Assine hoje a Finclass e aprenda a investir desde o zero com os profissionais mais reconhecidos do mercado financeiro!

Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalveshttps://finclass.com/
Hugo é copywriter no Grupo PRIMO. Trabalha com finanças há mais de 7 anos.
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