Vai viajar e quer deixar o dinheirinho rendendo em dólar até o momento do embarque? Ou até mesmo mora fora e quer ter uma reserva de emergência segura e que fique disponível a qualquer momento?
Aqui no Brasil, não faltam opções nas plataformas das corretoras e, apesar de termos muitas delas, nós, da Finclass, recomendamos poucas: Tesouro Selic, Fundos simples de taxa zero ou, no máximo, um CDB 100% CDI com liquidez diária emitido por um banco grande (de preferência gigante), como o Itaú.
Isso é porque levamos a sério o que acontece com seu dinheiro. Não faltam opções de reserva de emergência por aí que atraem investidores com aplicativos coloridos e descolados. Muitas delas, inclusive, oferecem retornos um pouco acima do CDI, mas escondem riscos ocultos, como o de crédito.
Nossa carteira completa é pensada para buscar ganhos ao longo do tempo e temos convicção que ela atingirá esse objetivo, por isso, não precisamos ser gananciosos ao buscar retornos superiores na reserva de emergência, onde a prioridade deve ser a segurança e a acessibilidade do dinheiro.
É claro que temos que exigir um mínimo de retorno, mas 100% do CDI já é considerado um bom patamar, afinal, é o custo de oportunidade para investimentos no Brasil.
Esse entendimento é importante, pois ajuda a nos tornar mais críticos. Se um banco digital te oferece uma conta remunerada, saiba que seu dinheiro está sendo investido em algo para que uma rentabilidade seja oferecida.
Se até mesmo no Brasil existe esse debate em torno da melhor maneira de construir uma reserva de emergência, quando o assunto é reserva em dólar, temos ainda menos informação e disponibilidade de opções.
A demanda é crescente, ainda mais com a recente valorização do dólar em relação ao real, mas, como quase tudo na vida, muita demanda estimula que a oferta não precise ser muito atrativa.
Hoje, falaremos de algumas alternativas que já existem por aí e que estamos investigando os detalhes. Em nossas primeiras análises, já encontramos “cascas de bananas” que poderiam onerar os objetivos dos investidores.
Por isso, queremos apresentar uma maneira de remunerar um capital de curto prazo em dólar através da compra de ETFs de tesouro de curta duração. Falaremos brevemente sobre alternativas que têm surgido nas corretoras internacionais como fundos Money Market, Certificados de Depósito (Certificates of Deposit ou CDs) e depósitos por tempo (time deposits).
Vale mencionar que todas essas alternativas só funcionam para quem faz investimentos diretamente no exterior através de corretoras como a Avenue, Inter, Interactive Brokers etc. Para investir daqui do Brasil, infelizmente, ainda não temos uma boa alternativa disponível (uma vez que não mais recomendamos BDRs de ETF).
Uma ótima leitura!
O quão diferente é uma reserva de emergência em dólar?
A diferença entre Brasil e Estados Unidos começa na definição do que é custo de oportunidade para cada um dos países, além de passar pelas especificidades no perfil de emissão de dívidas e os instrumentos disponíveis para investir (que podem, inclusive, existir e não estar disponíveis a investidores brasileiros).
A maneira de pensar sobre reserva de emergência é exatamente a mesma quando cruzamos a fronteira. Queremos segurança, acessibilidade do dinheiro (afinal, nunca sabemos quando uma emergência acontecerá) e um retorno compatível com o custo de oportunidade daquele país.
Os ativos mais seguros do ponto de vista de crédito nos EUA (também um dos mais seguros do mundo) são títulos do tesouro (títulos públicos). Diferentemente do Brasil, a maior parte dos títulos de renda fixa americana (incluindo crédito do setor privado) é de prefixados e esta categoria, naturalmente, tem uma maior mudança de preço ao longo do tempo.
É a chamada marcação a mercado que faz com que um título mude de preço diante das mudanças das expectativas para as taxas de juros no futuro. Este conceito é, muitas vezes, complexo para muitas pessoas, por isso traremos um exemplo. Se você já compreende este conceito, fique à vontade para pular os próximos parágrafos.
Exemplo de marcação a mercado
Imagine um título prefixado sem pagamento de juros que seja emitido pelo governo a uma taxa de 6% ao ano, ao longo de cinco anos, em um momento que as taxas básicas de juros estavam a 2%. Ele, portanto, oferece um retorno substancialmente maior que a taxa básica vigente e pode ser considerado atrativo.
Neste contexto, imagine que o título tenha o valor de face de US$1000 dólares e que valerá US$1338,23 ao final de cinco anos (resultado de um rendimento de 6% ao ano).
Se as taxas de juros se elevam para um patamar maior, por exemplo, 8% ao ano, o governo não conseguirá atrair investidores se emitir outro título pagando 6% e terá que elevar esse valor.
Desta forma, aquele título já emitido com taxa de 6% passa a ser muito menos atrativo. Menos compradores para esse título tende a fazer com que os preços caiam até atingir novamente um patamar que ofereça um melhor potencial de retorno.
Lembre-se de que o valor do título ao final dos cinco anos será de US$1338,23. Se o título for comprado com desconto (abaixo do valor de face original de US$1.000,00), ele ainda pagará aquele valor determinado ao vencimento — consequentemente oferecendo uma taxa de retorno maior sobre o investimento.
Se, logo após sua emissão, o título perdesse cerca de 17% de seu valor, passando a valer algo próximo a US$830, alguém que comprasse esse título com esse deságio (desconto) ganharia um retorno de cerca de 61% ao final de cinco anos, o que equivaleria a algo próximo a 10% ao ano, estando novamente acima da taxa básica de juros. A marcação a mercado agiu como uma forma de corrigir a atratividade do título frente a um novo momento de mercado.
Como o tempo é um fator de incerteza, quanto mais longo for o vencimento de um título, mais bruscas tendem a ser as oscilações de preço no presente.
Por isso, um investimento comum para uma reserva de emergência em dólar consiste em comprar títulos de curtíssima duração emitidos pelo Tesouro norte-americano, já que sua dinâmica de preço no dia a dia é muito mais estável.
Ainda é complicado para investidores brasileiros terem acesso à compra direta desses títulos, mas é possível fazer isso com muita eficiência comprando ETFs que tenham esta finalidade.
Há de se tolerar um pouco mais de oscilação em relação ao que estamos acostumados em nosso Tesouro Selic na maior parte das opções de reserva de emergência em dólar. Como já mencionamos, nossa opção predileta (pelo menos por enquanto) é a compra de ETFs de curta duração. Para que você entenda melhor os motivos dessa preferência, falaremos brevemente sobre outras alternativas disponíveis no mercado.
O que são Certificados de Depósito (CD) e Depósitos por Tempo (Time Deposits)?
Os Certificados de Depósito (CDs) e Depósitos por Tempo (Time Deposits) são instrumentos de renda fixa oferecidos por instituições financeiras nos Estados Unidos, muito similares a investimentos que os brasileiros conhecem, como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário).
Basicamente, ao investir instrumentos como esses, o investidor está emprestando dinheiro a um banco ou instituição por um período predeterminado, em troca de uma taxa de juros fixa.
Ao final do prazo, o valor investido (principal) é devolvido juntamente com os juros acumulados. Esse tipo de investimento é amplamente utilizado por investidores que buscam segurança e previsibilidade, uma vez que oferece uma taxa de retorno “garantida”, desde que seja mantido até o vencimento (e que não haja problemas com a empresa).
Quanto maior o prazo, normalmente, maior a taxa de juros oferecida. Durante o período de vigência do investimento, o valor investido fica bloqueado, ou seja, o investidor não pode resgatar o montante sem pagar penalidades significativas, exceto em CDs ou Time Deposits que tenham liquidez antecipada, que oferecem mais flexibilidade.
Ao final do período, o investidor recebe o valor original mais os juros acordados, o que traz previsibilidade e facilita o planejamento financeiro.
As principais vantagens de investimentos como esses são a segurança (isso se forem emitidos por instituições com boa qualidade de crédito) e a previsibilidade de retorno.
Esse tipo de crédito também é segurado pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) até um limite de US$250.000 por depositante (funcionamento muito semelhante ao nosso Fundo Garantidor de Crédito, o FGC, aqui no Brasil).
Quais os riscos dos Certificados de Depósito e Depósitos por Tempo?
O primeiro ponto de atenção é que, na maioria das vezes, o investimento não pode ser resgatado no meio do caminho sem perdas significativas, o que automaticamente já o desqualifica como uma opção válida para reserva de emergência, afinal, nunca sabemos quando podemos de fato precisar do dinheiro.
Entretanto, se o recurso é para, por exemplo, uma viagem ou um desembolso que você já tem certeza de quando acontecerá, pode até ser uma opção interessante.
Agora, é importante destacar algumas questões. Assim como fazemos com crédito aqui no Brasil, não nos amparamos na proteção do FGC para recomendar qualquer crédito, independentemente de sua qualidade. Somos rígidos quanto à avaliação de quanto você está recebendo pelo risco que corre.
As ofertas de CDs começam a chegar às corretoras e, muitas vezes, sem o prêmio adequado, como o que você vê na imagem abaixo na oferta do Banco Inter (usado apenas como exemplo, mas acontece em outras corretoras também):
Fonte: Banco Inter
Dado que não temos muitas opções disponíveis para fazer uma reserva em dólar, olhar essas alternativas pode parecer cativante. De fato, a rentabilidade nominal não é das piores se analisada isoladamente.
O Time Deposit de um ano no Banco Inter oferece rentabilidade de 4,5% ao ano. Entretanto, se comprássemos o ativo mais seguro do mundo, um título do Tesouro norte-americano com vencimento de um ano, teríamos quase isso, 4%.
Quanto mais arriscado o título, mais ele deveria pagar. Aos olhos do investidor estrangeiro, um título de crédito de uma empresa brasileira é tido como high yield, mesmo que para os parâmetros brasileiros ela tenha muita qualidade.
Por isso, não achamos que a rentabilidade será tão boa frente ao custo de oportunidade, mas inegavelmente é uma alternativa muito prática.
Não consideramos que seja grande o risco de quebra do Banco Inter, mas acreditamos que muito em breve corretoras como o Inter podem passar a oferecer time deposits de grandes instituições norte-americanas, pagando taxas muito próximas.
Por isso, ainda queremos aguardar um pouco mais a oferta desse tipo de produto aumentar, uma vez que muito em breve as corretoras devem ampliar o leque de opções disponíveis para investimento no seu portfólio.
O que são Fundos Money Market?
Os Fundos Money Market são uma categoria de Fundos de Investimento de renda fixa amplamente utilizados nos Estados Unidos, que investem em títulos de curto prazo de alta liquidez e baixo risco.
Estes fundos costumam aplicar em ativos como títulos do Tesouro dos EUA, papéis comerciais de empresas de alta qualidade e outros instrumentos de dívida de curto prazo. Eles são populares entre investidores que buscam uma alternativa segura para deixar o dinheiro de curto prazo, com a vantagem de oferecerem liquidez quase imediata.
O funcionamento dos Fundos de Mercado Monetário é simples: os investidores compram cotas do fundo, que, por sua vez, utilizam esses recursos para adquirir ativos de curto prazo no mercado financeiro. Por ser um fundo, ele pode ser distribuído com características diferentes nas classes Income (renda) ou Accumulation (acumulação). A modalidade Income repassa ao investidor todo o fluxo de proventos pagos pelos títulos em carteira, já a modalidade Accumulation reinveste esses proventos automaticamente. Esse efeito do reinvestimento automático oferece a esse tipo de fundo um comportamento de crescimento constante do patrimônio, sem muitos sustos, de forma semelhante a um fundo DI (mesmo que seja feito quase que inteiramente de títulos prefixados).
As principais vantagens dos fundos de mercado monetário incluem a liquidez e a praticidade, sem perder a segurança por conta do perfil de risco dos títulos em carteira. Por outro lado, os riscos e desvantagens devem ser considerados.
Quais são os riscos do Fundos Money Market?
Embora os fundos de mercado monetário sejam considerados seguros, eles não são isentos de risco. Mesmo que a gente possa reduzir a volatilidade encurtando o vencimento dos títulos, ainda existe uma oscilação de preço no dia a dia.
Outro risco a se considerar é o de crédito, já que parte dele costuma ser composta de ativos de crédito e não somente títulos públicos.
Essa categoria é uma de nossas prediletas, mas ainda não está tão disponível para nós, brasileiros. Exceto se usarmos uma corretora estrangeira que tenha acesso a uma vasta gama de fundos, a oferta das corretoras que prestam serviços para brasileiros ainda é limitada.
Além disso, existem pegadinhas que precisam ser consideradas.
Veja um exemplo extraído do site da Avenue em que notamos um destaque para a oportunidade de se investir em Fundos Money Market.
Fonte: Avenue
Ao acessar, vemos que temos alguns fundos disponíveis, todos de grandes gestoras e renomadas: Franklin Templeton, J.P.Morgan e Ninety One.
Fonte: Avenue
Infelizmente, não temos produtos como nossos Fundos Simples de taxa zero, que compram apenas títulos públicos e, por não terem taxa, entregam uma rentabilidade muito próxima à taxa básica de juros corrente.
Não é comum encontrar fundos com esse perfil que realmente entreguem um retorno igual ao da taxa básica de juros, seja pelas taxas mais elevadas ou pela dinâmica de preço dos prefixados.
Mas nossa principal preocupação não está na rentabilidade potencial deste tipo de produto, mas na maneira como ele está sendo distribuído.
Ao clicar nos fundos, temos acesso a mais informações onde há uma seção chamada “Quanto Custa?”. O prospecto obriga o distribuidor a exibir o quanto recebe em custos de comissão, por isso, essa informação pode ser facilmente acessada:
Fonte: Avenue
Existe uma cobrança única aplicada na entrada no valor de US$500,05 e o investimento mínimo do fundo é US$1 mil.
Acho que você é capaz de concluir conosco que, exceto se você investir em um grande volume, essa comissão inicial pode destruir o que você esperava obter ao investir no produto: retornos.
Taxas pagas na entrada são comuns em fundos internacionais, mas uma iniciativa interessante seria elevar o investimento mínimo de forma que US$500 não impactem tanto o investimento.
Além disso, é bom lembrar que já pagamos os custos de remessa para enviar o dinheiro para fora — e a ideia é tentar rentabilizar o dinheiro evitando ao máximo custos.
Um dos fundos disponíveis que não possui essa taxa de entrada, é gerido pela Ninety One.
Fonte: Avenue
Fonte: Avenue
Apesar disso, ainda é cedo para recomendá-lo. Existem muitos pontos em aberto que necessitam de mais esclarecimentos, tanto sobre a perspectiva do fundo quanto da distribuição.
Um exemplo disso são as letras pequenas no rodapé da página, que dizem:
“Uma taxa de operação de $20 por ordem poderá ser cobrada pela nossa custodiante, Apex. Alguns fundos poderão cobrar uma taxa operacional de curto prazo cada vez que você vender ou trocar ações mantidas por um período inferior a um certo número de dias (operação de curto prazo). Consulte o prospecto atual do fundo para mais detalhes.”
Muitas dessas letras pequenas são genéricas e colocadas como padrão para todos os fundos da plataforma, mesmo que não se apliquem a todos. Ainda assim, ainda temos a necessidade de entender melhor esses detalhes antes de recomendar alguma alternativa assim.
Também queremos estudar as opções existentes em outras corretoras e esse é um trabalho que deve ser feito cuidadosamente.
O que são ETFs de renda fixa?
ETFs são fundos fechados que costumeiramente têm o objetivo de seguir algum índice de mercado, comprando os ativos contidos no índice para replicar sua performance.
Aqui temos, então, a nossa opção predileta. Gostamos dela não pela praticidade — pelo contrário: ela pode ser bastante burocrática para algumas pessoas. No entanto, nosso compromisso é com a preservação do seu dinheiro, e acreditamos que esta alternativa oferece uma das melhores relações de risco versus retorno.
Como você já sabe (ou deve imaginar), nos Estados Unidos existe uma vasta gama de ETFs listados, inclusive de títulos públicos de curta duração.
ETFs como o BIL, SGOV ou SHV cumprem esta função. O SPDR® Bloomberg 1-3 Month T-Bill ETF (BIL) e o iShares 0-3 Month Treasury Bond ETF (SGOV) investem em títulos do Tesouro que tenham vencimento em até três meses. Já o iShares Short Treasury Bond ETF (SHV) investe em títulos com vencimento inferior a um ano.
A ideia é que o valor da cota continue razoavelmente estável ao longo do tempo, reagindo pouco aos movimentos das taxas de juros por serem de curta duração, e que o retorno venha principalmente do pagamento mensal de proventos.
Mesmo que os títulos sejam de curta duração, como já conversamos, são prefixados e estão sujeitos à marcação a mercado, que será mínima no dia a dia, mas existirá.
Se o retorno vem através dos dividendos, para que você tenha o efeito desejado de uma reserva de emergência que seja minimamente rentável, é necessário reinvestir os dividendos mensalmente.
Como se comportam os ETFs de renda fixa dos Estados Unidos?
O gráfico a seguir mostrará o comportamento do BIL e do SHV a partir do início de 2022 até os dias de hoje.
O exemplo é extremo, já que em 2022 os juros nos Estados Unidos subiram de zero para mais de 5% em um curto espaço de tempo, o que é extremamente raro. Justamente por isso, é um bom cenário para ilustrar a estabilidade do investimento, que resistiu bem ao impacto da alta de juros.
Todos os gráficos exibidos a seguir consideram o reinvestimento dos proventos mensais pagos pelos ETFs e são expressos em moeda local (dólares).
A rentabilidade foi bastante estável ao longo do tempo, mas os bons observadores podem ter reparado nos retornos negativos ao longo da primeira metade de 2022, principalmente para o SHV.
Ele compra títulos um pouco mais longos (inferiores a um ano), ao contrário do BIL e SGOV, que possuem títulos ainda mais curtos (vencimento menor que três meses).
Se dermos um zoom no retorno do SHV em 2022, podemos ver com mais clareza:
Mesmo ao longo do pior ano para a renda fixa internacional desde 1929, o ETF teria terminado com retornos positivos. Mas se um resgate fosse feito em meados daquele ano, haveria uma pequena perda.
Apenas para termos dimensão dessa perda, se alguém tivesse investido no dia 3 de janeiro de 2022 e resgatado no pior momento (dia 14 de junho), teria tido um retorno de -0,3%. Ou seja, para cada US$100 investidos, a perda seria de 30 cents de dólar.
É uma queda bem modesta, mas ainda assim não deixa de ser uma desvalorização. Por isso, tenha isso em mente antes de optar por esse caminho.
ETFs internacionais valem a pena?
Os juros nos Estados Unidos estão altos, mas ainda assim estruturalmente mais baixos do que os juros por aqui, por isso títulos de curta duração dificilmente oferecerão taxas de retorno de dois dígitos ao ano como frequentemente acontece por aqui.
Além disso, existe toda a parte operacional que precisa ser considerada. Apenas para relembrar alguns pontos:
- É preciso abrir uma conta em uma corretora que dê acesso à compra de ETFs internacionais;
- Ao investir diretamente no exterior, agregamos uma etapa a mais na hora de declarar o Imposto de Renda;
- Existem custos de remessa e corretagem que podem tirar a rentabilidade do seu investimento;
- Os proventos precisam ser reinvestidos todos os meses, o que pode ser trabalhoso para muitas pessoas.
Primeiro, vamos a um exemplo bastante otimista (talvez até irreal), no qual devemos considerar as seguintes premissas:
- Rentabilidade de 5% em um ano;
- Zero custos de remessa ou corretagem;
- Todos os proventos foram reinvestidos sem custos;
- O valor inicial investido foi de US$1 mil.
Agora, imagine que você vá viajar daqui a seis meses, o que resulta em uma rentabilidade muito próxima a 2,5%. Sobre este lucro, incidirá um imposto de 15% a ser pago no futuro em sua declaração de ajuste anual no ano seguinte.
Fonte: Finclass
Ao final do período, você teria cerca de US$20 a mais, o que pode não ser tão significativo. Para volumes maiores, porém, talvez compense passar pelo trabalho adicional para fazer o dinheiro render.
Imagine as mesmas premissas, mas agora com um valor inicial de US$50 mil, montante esse que pode ser uma realidade principalmente para assinantes que vivem fora do país ou que tenham um grande patrimônio (ou ambos).
Fonte: Finclass
Neste caso, o lucro já seria maior que mil dólares, o que talvez já lhe renda um novo iPhone. Para ajudar neste balanço qualitativo, pense da seguinte maneira: quanto mais tempo o dinheiro tiver para ficar investido e quanto maior o montante, mais valerá a pena colocar o dinheiro para trabalhar.
Muitas vezes, pode não valer a pena o trabalho de investir uma pequena quantia para uma viagem que acontecerá muito em breve.
Enfim, como falamos, é uma questão qualitativa. O objetivo do relatório, aliás, é justamente oferecer as ferramentas necessárias para que você consiga tomar a decisão com base nas suas necessidades específicas.
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