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ETFs americanos: saiba o que é, quais são e como investir

Microsoft, Apple e Google: já imaginou ter a chance de investir em fundos internacionais, que acompanham os índices de desempenho de gigantes globais como essas? Ou ainda: a ideia de receber dividendos em dólar te atrai? Então, você vai gostar de saber que investir em ETFs americanos é muito mais fácil do que parece.

Primeiramente, nos permita voltar algumas casas: você sabe o que são esses ETFs? Em resumo, são fundos que acompanham o desempenho de um indicador de mercado — nesse caso, indicadores dos Estados Unidos.

Agora, chega de spoiler. Afinal, preparamos esteesse verdadeiro guia justamente para ajudar você a levar o seu patrimônio para fora do Brasil também, e diversificar a sua carteira com ativos valiosos em escala global.

Nesse artigo, vamos explicar em detalhes:

  • O que são ETFs;
  • Quais tipos existem;
  • Quais os principais ETFs americanos;
  • Como investir nesses fundos;
  • Vantagens e desvantagens desse tipo de aplicação.

E não é só isso: no final, ainda vamos te dar duas ferramentas poderosas, caso você queira multiplicar o seu patrimônio de maneira internacional, e tomar as melhores decisões de investimento — em dólar! 

Siga a leitura.

O que são ETFs?

Popularmente chamados de “Fundos de Índice” no mercado brasileiro, os ETFs — sigla para o termo em inglês “Exchange Traded Fund” — são caracterizados com fundos de investimento que buscam replicar ou acompanhar o desempenho de um indicador de mercado, ou de um segmento econômico em específicos. 

Esses fundos podem espelhar a carteira teórica de diferentes indicadores, sejam eles nacionais, internacionais, de renda fixa ou variável. Os ETFs americanos, como você já deve ter deduzido, são, portanto, aqueles que replicam indicadores de mercado dos EUA, como:

  • S&P 500: índice que representa o desempenho médio das 500 maiores empresas negociadas nas bolsas norte-americanas — como curiosidade, esse foi o indicador escolhido para ser seguido pelo SPY, o primeiro ETF da história, criado em 1993;
  • Dow Jones: índice que mensura a performance média das 30 maiores blue chips dos EUA — as maiores e mais conhecidas companhias listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos;.
  • Nasdaq Composite: indicador que representa o desempenho conjunto das mais de 3.500 empresas listadas na Nasdaq, a segunda bolsa de valores mais valiosa do mundo, reconhecida, sobretudo, por listar gigantes da tecnologia, como a Google e a Apple.

Como os ETFs funcionam?

Os ETFs funcionam como fundos de investimento que replicam o desempenho de um indicador de mercado. Em outras palavras, são portfólios que espelham a carteira teórica de um índice específico buscando obter um desempenho equivalente a este. Esses fundos podem espelhar a carteira teórica de diferentes indicadores, sejam eles nacionais, internacionais, de renda fixa ou variável. 

Via de regra, os exchange traded funds são geridos de maneira passiva. Isto significa que o gestor desses fundos não se dedica a fazer análises e tomar decisões para superar alguma meta, apenas se concentra em seguir o índice ao qual o portfólio está originalmente atrelado. 

Dessa forma, a performance de um ETF não depende do sucesso das estratégias empregadas na gestão do patrimônio, mas apenas do desempenho de um indicador de mercado determinado.

Um Fundo de Índice que segue o “Nasdaq Composite“, por exemplo, se valoriza sempre que o desempenho médio das mais de 3.500 empresas que compõem esse indicador apresenta crescimento. Do mesmo modo, sempre que essa carteira teórica apresenta uma tendência de baixa, o fundo também perde valor.

De modo geral, os ETFs se apresentam como uma opção prática e acessível para investidores que não querem se dar ao trabalho de analisar, escolher e acompanhar títulos em específico. Valendo-se do exemplo anterior, quem adquire cotas de um Fundo de Índice que replica a Nasdaq tem a oportunidade de se expor de maneira geral ao desempenho de milhares de companhias, sem ter que estudá-las individualmente. 

Além de oferecerem diversificação espontânea a seus cotistas, os quais podem acessar uma cesta de ativos com uma só aplicação, os ETFs também costumam ser menos custosos do que os outros fundos de investimento. Por possuírem estratégia passiva, exigindo pouco esforço do gestor, as taxas administrativas desses portfólios costumam ser bem baixas.

Apesar da praticidade e dos custos reduzidos, quem pretende investir em ETFs americanos desde o Brasil, deve estar ciente, que seus retornos dependerão tanto das flutuações cambiais, quanto do desempenho do indicador econômico seguido pelo fundo. A rentabilidade de uma aplicação assim, portanto, não necessariamente acompanhará as movimentações do dólar de perto.

Quais são os tipos de ETFs?

Compreendidas a definição e o funcionamento geral dos ETFS, é momento de avançar um passo e conhecer os principais tipos de fundos de índice e suas especificidades.

A depender do segmento ou dos indicadores que espelham, esses fundos podem ser subcategorizados em:

ETFs de índice

ETFs de índice são fundos de investimento de gestão passiva que buscam seguir a performance de um indicador de mercado determinado, como o S&P 500 ou o Nasdaq Composite.

Esse tipo de aplicação permite que o investidor tenha acesso  a múltiplas empresas por meio de uma só aplicação. Os rendimentos desses fundos estão diretamente atrelados ao do indicador escolhido. 

Um Índice de Fundo que acompanha o Dow Jones se valoriza automaticamente sempre que o desempenho médio das 30 blue chips que compõem esse indicador apresenta tendência de alta, e desvaloriza, quando essas companhias desvalorizam.

ETFs de Renda Fixa 

ETFs de renda fixa são fundos que seguem o desempenho de índices de renda fixa, como os títulos do Tesouro dos EUA (treasury bonds), títulos de dívida corporativo (corporate bonds), títulos de renda fixa internacionais (international bonds/global bonds), e assim por diante.

Alguns exemplos de ETFs de Renda Fixa, negociados nos EUA são o TIP, que acompanha o desempenho médio dos títulos do Tesouro dos EUA protegidos contra a inflação, e o MUB, que segue os títulos emitidos por estados, municípios e distritos.

Na B3, existem dois ETFs internacionais, para quem busca acessar o mercado estrangeiro desde o Brasil. São eles: o BNDX11, que aplica em títulos de dívida de países desenvolvidos; e o USDB11, que espelha bonds dos Estados Unidos.

ETFs de indústria/setor

Distinto dos Fundos de Índice que seguem um indicador de mercado amplo como o Dow Jones ou o S&P 500, os ETFs de indústria/setor oferecem exposição a um segmento particular da economia, como tecnologia, indústria farmacêutica, finanças, energia, entre outros. 

Por exemplo, um ETF de tecnologia pode incluir empresas como Apple, Google e Microsoft. Fundos de saúde, por sua vez, podem incluir empresas farmacêuticas, de biotecnologia e cuidados de saúde. E assim por diante.

ETFs multi ativos (multi asset)

Diferentemente dos exchange traded funds de setor, os ETFs multi ativos ou multi asset são aqueles que montam carteiras mistas baseadas no desempenho de diferentes índices e setores. Podem ser formados, por exemplo, por fundos de índice de renda fixa, por um indicador de renda variável, entre outros.

Esse tipo de carteira costuma ser utilizada por investidores que buscam uma maior diversificação, já que oferece a possibilidade de aportar em diferentes classes de ativos, em vez de concentrar o patrimônio em um só segmento ou índice.

ETFs de commodities

ETFs de commodities são aqueles criados para acompanhar o desempenho de índices formados por produtos básicos da economia ou seus contratos futuros. 

Alguns exemplos comuns de commodities incluem metais preciosos, produtos agrícolas, energia e minerais.

ETFs de “estilo” (style ETF)

Os Style ETFs são fundos de investimento que buscam replicar a performance de índices relacionados a estilos ou abordagens específicas de investimento. 

Alguns exemplos de estilo de investimento incluem:

Cap size (tamanho de capitalização)

Essa estratégia pode concentrar ações de empresas de grande capitalização, ou seja valor de mercado, as chamadas “large-caps“, companhias de média capitalização (mid-cap) ou de pequena capitalização (small-cap).

Dividend Yield (rendimento de dividendos)

Estratégia que foca em ações de empresas que oferecem um histórico consistente de distribuição de dividendos e bons valores de rendimento.

Momentum (“movimento”)

No mercado financeiro, o termo “momentum” pode ser compreendido como uma tendência de um ativo seguir desempenhando de uma mesma forma. Logo, essa estratégia se concentra em ações de empresas que têm apresentado uma boa performance em um passado recente, na expectativa de que isso se repita no futuro, ao menos, no curto prazo.

Value (valor)

Se concentra no investimento em ações consideradas subvalorizadas. São empresas que por algum motivo estão momentaneamente sendo negociadas por um valor abaixo do “normal”.

Quality (qualidade)

Como sugere o nome, é uma estratégia mais segura que se concentra na qualidade das ações. Aqui, a preferência é por títulos lançados por companhias financeiramente sólidas e boa governança corporativa. 

ETFs gerenciados ativamente

Embora os EFTs sejam largamente caracterizados como fundos de investimento passivos — ou seja, que concentram-se em acompanhar a performance de um benchmark determinado —, o mercado norte-americano também oferta uma quantidade significativa de exchange traded funds com gestão ativa, que têm por meta superar um índice de referência determinado.

Ao contrário dos ETFs passivos, fundos de índice com gestão ativa exigem maior participação do gestor, quem precisa se dedicar ao estudo de análises minuciosas para montar estratégias capazes de fazer o fundo desempenhar acima do indexador atrelado ao mesmo. 

Os custos desses fundos costumam ser maiores, já que exigem um esforço maior para que sejam administrados.

Quais são os ETFs americanos?

Embora recente, o mercado de ETFs é bastante amplo. Nos Estados Unidos, onde esse tipo de aplicação surgiu, existem mais de 3 mil exchanged traded funds acessíveis ao investidor doméstico e internacional.

Apesar de consideravelmente menor, o mercado de ETFs brasileiro, originado em 2004 (11 anos depois do dos EUA), também tem apresentado uma grande evolução, triplicando de tamanho em apenas três anos. 

Graças a iniciativas como a redução do lote padrão de cotas de 10 para 1 unidade, e o recente acréscimo de fundos que distribuem dividendos, os Fundos de índice de Renda Variável listados na bolsa brasileira saltaram de 29 em 2020, para 85 ao fim de 2023.

Além de inúmeras opções que replicam indicadores do mercado nacional como o Ibovespa, entre os ETFs listados pela B3, existem mais de 20 opções de Fundos que replicam indicadores do mercado norte-americano. Esse tipo de aplicação permite ao investidor residente no Brasil a possibilidade de se expor à principal economia do planeta, sem a necessidade de abrir uma conta internacional.

Os ETFs americanos negociados na bolsa brasileira são:

NomeTickerÍndice de exposição
BTG S&P 500SPXB11S&P 500
Investo AlugALUG11MSCI US IMI Real Estate 25/50 Index
Investo Bloomberg US BondUSDB11Bloomberg US Aggregate Bond Float Adjusted
Investo Bluestar Top 10 US Listed Alternative Asset ManagersPEVC11BlueStar Top 10 US Listed Alternative Asset Managers Index
Investo ETF BlueStar 5G Communications5GTK11BlueStar 5G Communications Index
Investo ETF MSCI US TechnologyUSTK11MSCI US Investable Market Information Technology 25/50 
Investo ETF S&P SmallCap 600 ValueSVAL11S&P SmallCap 600 Value
Investo FTSE Global EquitiesWRLD11FTSE Global All Cap
iShares S&P 500IVVB11S&P 500
It Now MorningStar US HealthcareHTEK11MorningStar US Healthcare
It Now MSCI USA – Genomic Innovation Select 50DNAI11MSCI USA IMI Genomic Innovation Select 50
It Now MSCI USA – IMI Millenial Select 50MILL11MSCI USA IMI Millenials Select 50
It Now NYSE Fang+TECK11NYSE Fang+
It Now Russell® 1000 Green RevenuesREVE11Russell® 1000 Green Revenues 50
It Now S&P® Kensho Hydr/igenYDRO11S&P® Kensho® Hydrogen Economy
It Now S&P® Kensho® MoonshootsSHOT11S&P® Kensho® Moonshoots
S&P500® Net Total ReturnSPXI11S&P 500

Buena Vista US High Income 
SPYI11NEO SPYI
Trend ETF FTSE US REITSURET11FTSE Nareit Equity REITS
Trend ETF MSCI US TechnologyUTEC11MSCI US Investable Market Information Technology 25/50
Trend MSCI USA ESGESGU11MSCI USA Extended ESG Focus Index (ESG-U)
Trend Nasdaq 100NASD11Nasdaq 100

Apenas a título de ilustração, na sequência explicaremos um pouco melhor alguns dos ETFs listados acima para que você tenha uma melhor ideia de como esses fundos funcionam na prática, bem como das diferenças de ativos que suas carteiras costumam comportar. Preparado? Então vamos lá:

5GTK11

O 5GTK1 foi criado para acompanhar a flutuação do índice BlueStar 5G Communications Index. Bom exemplo de ETF de setor, esse indicador engloba as maiores empresas da indústria global de comunicações 5G negociadas no mercado norte-americano.

Para que sejam consideradas nesse indexador, a companhia precisa que ao menos 50% de suas receitas venham diretamente de produtos ou serviços que contribuam para a implementação de redes 5G.

ALUG11

O ALUG11 reflete a performance do MSCI US IMI Real Estate 25/50 Index, ETF americano de setor que oferece exposição a empresas do setor imobiliário dos EUA, com inclusão de large, mid e small-caps. 

DNAI11

Mais um exemplo de Fundo de setor, o ETF DNAI11 investe em ativos que espelham o MSCI USA IMI Genomic Innovation Select 50, índice composto por ações de 50 empresas listadas nas bolsas dos EUA que atuam com o sequenciamento genético nas áreas da saúde e da agricultura.

ESGU11

Focado em empresas com responsabilidade social e ambiental, o ESGU11 segue o indexador americano MSCI USA Extended ESG Focus Index, composto por 300 empresas listadas no mercado americano com altas classificações de ESG (sigla para o inglês “Environmental, Social, Governance“).

Termo criado em 2004, o ESG pode ser definido como uma série de práticas ambientais, sociais e de governança que investidores mais engajados adotam para avaliar o comportamento de uma companhia em áreas além dos aspectos financeiros tradicionais. Esses critérios são considerados por quem busca apoiar empresas que demonstram ser socialmente conscientes, sustentáveis e que adotam com boas práticas de governança. 

HTEK11

O HTEK11 é um fundo que replica o Morningstar US Exponential Technologies Healthcare, indicador que reflete o desempenho de 50 empresas de bioinformática, neurociência e medicina listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos. 

IVVB11

ETF preferido dos brasileiros, o IVVB11 é um Fundo de Índice que busca acompanhar a variação do Índice S&P 500, o principal indicador do mercado norte-americano. 

Composto pelas 500 maiores empresas listadas nas bolsas americanas, O S&P 500 cobre aproximadamente 80% da capitalização de todo o mercado dos EUA. Além do IVVB11, outros dois ETFs listados na B3 também seguem esse indexador: o SPXI11 e o SPXB11.

MILL11

O MILL11 é uma boa mostra da variedade e da adaptação do mercado de ETFs. Na prática, esse fundo acompanha o índice MSCI USA IMI Millenials Select 50, composto por ações de 50 empresas negociadas no mercado dos EUA que oferecem produtos e serviços consumidos preferencialmente pela geração millennial (pessoas nascidas nas décadas de 1980 e 1990) e caracterizadas pelo uso da tecnologia e acesso à informação. 

Entre as companhias consideradas pelo índice estão marcas como Adobe, Amazon, Apple, Coca-Cola, Microsoft, Netflix e Paypal.

NASD11 

O NASD11 é um fundo que acompanha a performance do Nasdaq-100, composto pelas 100 maiores empresas não financeiras em valor de mercado negociadas na Bolsa Nasdaq. 

Apesar de ser composta essencialmente por grandes nomes da tecnologia como a Apple, Facebook, Google (Alphabet), Microsoft, Netflix e Tesla, o Nasdaq-100 não se resume necessariamente a empresas desse segmento, incluindo grandes companhias de outros setores com a Starbucks e o conglomerado PepsiCo.

REVE11

O REVE11 espelha o desempenho médio das 50 empresas que compõem o índice Russell® 1000 Green Revenues 50, indicador da FTSE Russell composto por empresas de grande porte dos EUA que demonstram engajamento na transição para uma economia verde (ou seja, empresas sustentáveis e que promovam produtos e projetos amigáveis ao meio ambiente).

Reavaliado semestralmente, o indicador compreende as 50 principais empresas do índice Russell 1000, consideradas a capitalização e a porcentagem de receitas advindas de atividades verdes.

SHOT11

O SHOT11 segue o desempenho do índice S&P® Kensho® Moonshots, composto por 50 small e mid caps — isto é, empresas ainda em estágio inicial, mas com alto potencial de crescimento, que costumam ser novas em seus setores de atuação ou pertencentes a setores econômicos em desenvolvimento — negociadas no mercado dos EUA. 

SPYI11

Lançado em 2023, o SPYI11 é um dos ETFs mais recentes listados na B3 e também o primeiro Fundo de índice americano com distribuição de dividendos no Brasil. 

O SPYI11 acompanha o índice NEOSSPYI, composto pelas 500 maiores empresas dos EUA, incluindo nomes como Apple, Disney, Nike e Walmart. Embora nem todas essas empresas garantam distribuição de dividendos, a prática é bastante comum entre elas.

USDB11

Opção para perfis mais conservadores que buscam exposição ao dólar, o USDB11 é o único ETF americano de renda fixa listado na B3.

Esse fundo segue a flutuação do índice Bloomberg US Aggregate Bond Float Adjusted Index, que inclui treasuries bonds (títulos emitidos pelo Tesouro Americano) e corporate bonds (títulos de dívida emitidos por empresas privadas, semelhantes às debêntures negociadas no mercado brasileiro).

UTEC11

Mais um fundo de setor bastante atual, o UTEC11 replica a variação do MSCI US Investable Market Information Technology 25/50, carteira teórica composta por empresas de pequeno, médio e grande porte dos EUA que atuam na área de Tecnologia da Informação.

Entre as mais de 350 empresas listadas, é possível encontrar desde gigantes do mercado (como Apple, Intel e Microsoft), até companhias emergentes (tais como Paypal e Zoom). 

O MSCI US Investable Market Information Technology 25/50, vale citar, também é o mesmo indicador seguido por outro ETF listado na B3: o USTK11.

WRLD11

Um dos fundos de índice mais abrangentes e diversos na B3, o WRLD11 espelha as variações FTSE Global All Cap, indicador internacional composto por mais de 9 mil empresas de baixa, média e alta capitalização, originárias de mercados desenvolvidos e de países emergentes.

YDRO11

Por fim, o YDRO11 é outro fundo de estilo bastante específico. Criado para seguir o desempenho do indicador S&P Kensho Hydrogen Economy, o portfólio desse fundo é composto por ações de 20 empresas focadas na produção, armazenamento ou transporte de hidrogênio.

Qual é o melhor ETF americano para investir?

O investidor brasileiro que pretende ir além das opções de Fundos de Índice americanos listados na B3, pode aplicar diretamente em ETFs estadunidenses por meio de suas bolsas de origem. Esse mercado é significativamente maior do que o nacional, oferecendo inclusive a oportunidade de exposição a empresas e indicadores não disponíveis localmente.

Definir, contudo, qual o melhor ETF americano entre as mais de 3 mil opções disponíveis para negociadas nos EUA é uma tarefa desafiadora — para não dizer impossível. Muito além do tamanho do mercado dificultar uma análise pontual de cada fundo em específico, a verdade é que não existe uma opção que possa ser recomendada para todo mundo.

Dito de uma forma mais direta: o melhor ETF é aquele que melhor se alinha ao seu perfil e suas metas pessoais. A boa notícia é que, em um mercado tão vasto, há opções adequadas para os mais diferentes objetivos. Existem fundos de índice para quem busca fonte de renda passiva, diversificação, exposição a setores específicos, e assim por diante.

Independentemente do que você busca, separamos abaixo alguns dos ETFs americanos que, por um motivo ou outro, merecem ser citados como opções interessantes de aplicação. São eles:

SPY (SPDR S&P 500 ETF)

Seja por seu pioneirismo ou tamanho, não haveria como começar uma lista sobre ETFs americanos de outra forma que não pelo SPY. Criado em 1993 para seguir as flutuações do S&P 500, esse é o mais antigo e o maior exchange-traded fund de todos e, muito provavelmente, o mais conhecido do mundo também.

IVV (iShares Core S&P 500 ETF)

Criado nos anos 2000, esse é outro ETF bastante consistente e popular — inclusive entre brasileiros — a seguir o S&P 500.

SDIV (Global X SuperDividend ETF)

Considerado o ETF americano favorito dos brasileiros por um levantamento feito pela plataforma de investimentos Stake, o SDIV segue o Solactive Global SuperDividend, índice de ações que rastreia o desempenho de empresas globais com políticas generosas de distribuição de dividendos. É, desse modo, uma boa opção a considerar caso você esteja buscando por uma fonte de renda passiva em dólar.

NOBL (ProShares S&P 500 Dividend Aristocrats ETF)

Falando em dividendos, o NOBL é outro ETF que merece ser considerado. Particularmente interessante para quem busca consistência e confiabilidade, esse fundo de índice segue o indicador ProShares S&P 500 Dividend Aristocrats, composto por companhias que aumentaram seus dividendos por pelo menos 25 anos consecutivos. 

Vale citar ainda, que sua carteira é bastante diversificada, o que minimiza os riscos associados a setores específicos.

QQQ (Invesco QQQ ETF)

  Embora não se concentre apenas em um segmento, o QQQ é um dos índices favoritos por investidores atraídos pelo desenvolvimento do setor da tecnologia. Esse ETF acompanha o índice Nasdaq-100, formado pelas 100 maiores companhias não financeiras listadas na bolsa homônima, incluindo ações de gigantes como a Apple, Amazon e a Google (Alphabet), entre outras. Não é à toa, que esse é o segundo ETF americano mais negociado por brasileiros, segundo o levantamento anteriormente citado.

HERO (Global X Video Games & Esports ETF)

Outra prova da preferência do investidor brasileiro pelo segmento de tecnologia, o HERO, fundo que investe em companhias globais envolvidas na indústria de videogames e e-sports, também é um dos mais populares entre aqueles que aplicam nas bolsas americanas desde o Brasil.

VNQ (Vanguard Real Estate Index Fund ETF)

ETF particularmente interessante para investidores já acostumados com os Fundos de Investimento Imobiliário negociados na B3, o VQN é composto por uma carteira que replica o Vanguard Real Estate, um dos principais índices de performance do setor imobiliário dos EUA.

VT (Vanguard Total World Stock Index Fund ETF)

Um dos ETFs mais recomendados para quem busca diversificação, o VT espelha o FTSE Global All Cap Index, indicador que engloba ações de empresas de pequeno, médio e grande porte em mercados desenvolvidos e emergentes em todo o mundo.

TFLO (iShares Treasury Floating Rate Bond ETF)

Embora menos comuns, o mercado de ETFs americano também oferece opções para o investidor que pretende se expor ao dólar, sem abrir mão da segurança e da previsibilidade da renda fixa. Um bom exemplo disso é o TFLO, carteira que investe em treasury bonds (títulos públicos dos EUA) com taxas de juros flutuantes. Isso significa que os rendimentos são ajustados acompanhando as mudanças das taxas de juros de mercado.

BND (Vanguard Total Bond Market Index Fund ETF)

Outra boa opção de ETF com rendimentos fixos, sobretudo, para investidores com pouca ou nenhuma experiência no mercado norte-americano, é o BND, o maior e mais líquido dos fundos de índice de renda fixa negociados nos EUA.

Criado para oferecer uma exposição ampla e equilibrada aos títulos de dívida dos EUA, o BND espelha o desempenho do Bloomberg Barclays U.S. Aggregate Float Adjusted Index, índice que inclui títulos do Tesouro, títulos corporativos, títulos lastreados em hipotecas, entre outros.

TIP (iShares TIPS Bond ETF)

Por fim, outra opção conhecida de ETF de renda fixa é o TIP. Esse fundo replica o iShares TIPS Bond ETF, indicador que mensura as variações dos títulos do Tesouro norte-americano protegidos contra a inflação. A taxa de juros e o valor principal dos papéis abrangidos por essa carteira são ajustados de acordo com as flutuações do índice de preço a consumidor (IPC), sendo uma boa escolha para investidores que buscam proteção do poder de compra de seus rendimentos.

Os ETFs americanos pagam dividendos?

Sim! Alguns ETFs americanos pagam dividendos aos seus acionistas, mas a periodicidade do pagamento e o valor distribuído podem variar de acordo com cada contrato. Além disso, alguns ETFs não contam com essa opção, por isso, o ideal é que você verifique a política de cada um antes de investir.

Caso você não esteja familiarizado com o termo “dividendos”, nós explicamos: é um pagamento periódico de rendimentos feito aos acionistas, que se beneficiam dessa forma de renda passiva. O valor dessas entradas é proporcional à quantidade de papéis que o investidor tem na sua carteira.

Importante citar que a distribuição de dividendos é uma prática mais comum entre os ETFs americanos negociados diretamente nas bolsas dos Estados Unidos. Por aqui, se o que você busca são fontes de renda passiva em dólar, saiba que o mercado ainda é bastante limitado.

Isso porque, até pouco tempo atrás, nenhum ETF negociado no Brasil contava com a prática de renda passiva. Até então, esses fundos de índices adotavam exclusivamente a política de reinvestir os proventos pagos pelas ações de companhias, no próprio portfólio, como uma estratégia de valorização de suas cotas.

A B3 só passou a liberar a atividade de ETFs que distribuem dividendos mensalmente em janeiro de 2023, sendo que a prática só pode ser aplicada por fundos de índice desenvolvidos após essa data. 

O primeiro ETF nacional a reproduzir um índice dos EUA — e o único até o momento em que escrevemos este artigo — foi lançado apenas em novembro do mesmo ano. Chamado de “Buena Vista US High Income”, e negociado com o ticker SPYI11, esse ETF acompanha o desempenho do índice NEOSSPYI, composto pelas 500 maiores empresas estadunidenses. Entre as marcas abrangidas, estão nomes mundialmente conhecidos como Apple, Disney, Nike e Walmart

Quais são as vantagens e desvantagens dos ETFs?

A ideia de investir em ETFs nos Estados Unidos e ter acesso a uma cartela de gigantes do mercado americano é, por si só, bastante atraente. De fato, as vantagens desse tipo de aplicação são muitas — assim como as desvantagens, inerentes a qualquer classe de ativo e que devem ser consideradas na hora de ponderar as suas decisões.

Para te ajudar a compreender melhor o lado positivo e negativo dos ETFs americanos, listamos aqui os principais pontos que devem ser levados em conta: 

Vantagens dos ETFs

Em uma primeira análise, a vantagem mais relevante aos interessados em investir em ETFs americanos é a chance de realizar aplicações em uma das moedas mais fortes que há: o dólar. Além desta, porém, podemos listar outras tão atraentes quanto.

Diversificação do portfólio

Para começar, temos o fato de que manter uma carteira diversificada é uma das principais estratégias para proteger o patrimônio contra oscilações econômicas e desvalorizações. Dito isso, os ETFs entram como uma excelente possibilidade para viabilizar essa diversificação, valendo-se de ativos de renda variável

Afinal, como já explicamos, esses fundos são especificamente construídos para acompanhar o desempenho de índices e empresas de grande influência nos Estados Unidos. Na prática, cada ETF representa uma série de papéis minuciosamente selecionados, escolhidos para proteger ao máximo o investidor contra flutuações bruscas.

Possibilidade de investir em gigantes internacionais

Contar com empresas de grande porte no portfólio é uma vantagem clássica: geralmente, estas companhias têm atividades sólidas, crescimento contínuo e potenciais altíssimos de inovação, representando uma boa fonte de lucro ao investidor. 

Agora, imagine a chance de se valer dos benefícios de instituições de renome internacional. Vamos tomar os ETFs que acompanham o índice Nasdaq Composite. O indicador representa o desempenho das 3.500 empresas listadas na segunda bolsa de valores mais importante do mundo, como a Google e a Apple. Sem dúvidas, o investidor tem nas mãos a chance de conquistar uma boa renda passiva em dólar, com relativa segurança de ícones globais.

Fonte de renda passiva

Para refrescar a memória: a renda passiva é aquela que uma pessoa obtém sem esforços. Em termos mais simples, é um dinheiro que recebe periodicamente, sem precisar trabalhar para tê-lo. Como muitos ETFs americanos pagam dividendos regulares aos investidores, é possível ter uma renda passiva em dólar

No entanto, é preciso estar atento: nem todos os ETFs realizam esses pagamentos. Então, antes de fazer uma aplicação, esteja certo de ter compreendido a política vigente. 

Desvantagens dos ETFs

Todo investimento tem um lado positivo e outro negativo. A fim de tomar a melhor decisão, é preciso que você esteja consciente desses dois aspectos, e avalie se a aplicação faz sentido com a sua estratégia, condições financeiras, objetivos e expectativas de retorno.

Confira algumas desvantagens de investir em ETFs americanos:

Flutuação cambial

De fato, o dólar é uma das moedas mais fortes do mundo. No entanto, em vários momentos ela apresenta uma queda no seu valor, em comparação com o real. A razão dessas baixas podem ser inúmeras, tais quais: 

  • Grandes níveis de exportação de produtos brasileiros no exterior, aumentando a entrada de dólares no país;
  • Entrada em larga escala de turistas estrangeiros no Brasil;
  • Aumento dos juros nacionais, atraindo investidores de fora.

Além disso, temos ainda algumas justificativas para quando o dólar aumenta em relação ao real:

  • Maior importação de produtos do que exportação, diminuindo a oferta de dólares no país;
  • Grande número de turistas brasileiros comprando o dólar turismo e o gastando em outros países;
  • Altas nos juros nos Estados Unidos, atraindo investidores brasileiros para o mercado de capitais americano.

Para resumir, são vários os eventos macroeconômicos capazes de influenciar o preço da moeda estrangeira. Consequentemente, o investidor de ETFs estará sujeito a eles, e poderá ver os seus rendimentos valorizarem ou desvalorizarem com frequência, a depender do que está acontecendo dentro e fora do Brasil.

Volatilidade do mercado

Essa desvantagem se assemelha muito a anterior. As ações, afinal, são títulos cujo valor sobe e desce com certa frequência, e quem ainda não está acostumado a essas movimentações pode se assustar com as flutuações que irá enfrentar. 

Uma possível solução para esse obstáculo é o conhecimento. O ideal é que o investidor analise com disciplina as guinadas tanto do mercado econômico interno, quanto do externo.

Como investir em ETFs americanos?

Viu nos ETFs americanos uma boa oportunidade de diversificar a sua carteira, obter uma renda passiva e se valer de aplicações em dólar? Então, está na hora de aprender como fazer esse tipo de investimento — a boa notícia é que esse processo é bem mais simples do que você imagina.

1 – Abrir conta em uma corretora americana

Existem várias opções disponíveis de corretoras para quem é brasileiro e deseja investir em ETFs americanos, como é o caso da Nomad e da Avenue — duas das mais populares. 

Ao escolher a sua corretora, verifique se essas instituições oferecem facilidades que façam sentido para você, como interface intuitiva, conteúdo em português e possibilidade de adicionar fundos em real, para converter em dólares posteriormente. 

Com a conta aberta, tudo o que resta fazer é acessar o home broker e escolher um ETF, o que nos leva ao próximo passo. 

2 – Escolher um ETF

As opções disponíveis nas corretoras americanas são inúmeras, e cada ETF terá condições, objetivos e ativos distintos. Por isso, essa é a etapa na qual você dedica tempo e atenção para avaliar as possibilidades. 

Aqui, separamos alguns dos principais aspectos a serem levados em consideração:

  • A frequência do pagamento de dividendos — se é mensal ou se tem outra periodicidade;
  • Quais os custos envolvidos na transação — taxas de administração e de corretagem, por exemplo;
  • Qual é o índice acompanhado pelo ETF — S&P 500, Dow Jones e Nasdaq Composite são algumas das opções;
  • Quais empresas estão atreladas ao índice;
  • Desempenho histórico do ETF.

3 – Emitir a ordem de compra e acompanhar o desempenho dos ativos

Por fim, após escolher em qual ETF você deseja investir, é só emitir a ordem de compra dos ativos. Nos Estados Unidos, não há um lote padrão para esse processo de aquisição, então, algumas aplicações mínimas podem ter valores bem acessíveis, por volta dos US$5.

Outro ponto importante é que o horário de negociação de títulos das bolsas americanas seguem o fuso horário de lá, então, eles não serão os mesmos dos horários brasileiros. 

Quando a ordem de compra for finalizada e o ativo estiver em seu nome, será possível acompanhar, por meio da plataforma da corretora, o desempenho dos papéis. 

Seja um investidor internacional mais inteligente com a Finclass

Cada vez mais os ETFs americanos têm sido buscados por investidores brasileiros e, como você pode ver até aqui, não faltam razões para tal. Se você também está interessado em complementar a sua carteira com aplicações em dólar, receber dividendos em uma das moedas mais fortes do mundo e aproveitar a valorização de empresas reconhecidas por todo o mundo, então, deve ter percebido que, para isso, a melhor estratégia é entender a fundo esse mercado.

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Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalveshttps://finclass.com/
Hugo é copywriter no Grupo PRIMO. Trabalha com finanças há mais de 7 anos.
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