InícioInvestimentosRenda FixaComo investir na renda fixa em 2025: tipos e como aplicar

Como investir na renda fixa em 2025: tipos e como aplicar

Com a perspectiva de que os juros permaneçam em alta em 2025, a renda fixa ganha força e preferência entre muitos investidores. 

Para os iniciantes, a história é a mesma de sempre: já que a classe tende a oferecer rendimentos mais estáveis e previsíveis, seus títulos vêm a calhar muitíssimo bem entre aqueles que, dando os primeiros passos nos investimentos, priorizam a segurança. 

Por outro lado, temos aqueles mais experientes, que buscam aumentar a exposição do portfólio a títulos de renda fixa, ou aproveitar os momentos econômicos que favorecem esse tipo de aplicação.

Seja qual for a sua situação, fato é que, neste ano, vale dar uma olhada mais aprofundada na renda fixa e se munir de conhecimento para fazer as melhores escolhas para a sua carteira em 2025.

Vem com a gente para explorar:

  • O que é renda fixa;
  • Quais são os tipos de investimentos em renda fixa;
  • Como funciona a rentabilidade da renda fixa;
  • Quais são os principais índices de referência para investimentos em renda fixa;
  • Quais são as vantagens de investir em renda fixa;
  • Quais são os riscos da renda fixa;
  • Como investir na renda fixa;
  • Como funciona o Imposto de Renda para a renda fixa;
  • Quais são as melhores dicas para aplicação em renda fixa.

No final, ainda reservamos uma dica extra sobre onde você pode seguir se atualizando sobre o assunto. Vamos lá?

O que é renda fixa?

Na renda fixa, as condições de remuneração são definidas no momento da aplicação. Isso significa que você já sabe, desde o início, como será calculado o retorno do seu dinheiro. Logo, é uma modalidade adequada para quem buscfa segurança e previsibilidade.

Funciona assim: ele pode ser determinado por uma taxa fixa (10% ao ano, por exemplo), ou por um índice de referência (como a taxa Selic ou o CDI). 

É como emprestar seu dinheiro para uma instituição, como um banco ou o governo, que o utiliza para financiar suas atividades e, em troca, paga um rendimento acordado.

Esse tipo de investimento é bastante procurado por quem busca segurança e previsibilidade. Afinal, os riscos costumam ser menores em comparação à renda variável, onde o retorno é incerto. 

Qual é a diferença entre renda fixa e variável?

A diferença entre renda fixa e renda variável está na previsibilidade e no risco dos investimentos. Na renda fixa, você sabe desde o início as condições de retorno do seu dinheiro, que podem ser uma taxa fixa ou um indicador econômico, como a Selic ou o CDI. É um investimento mais seguro e estável, ideal para quem busca previsibilidade e menor exposição ao risco.

Já na renda variável, o retorno do investimento não é garantido, já que a valorização ou desvalorização de um ativo vai depender das oscilações do mercado e demais fatores externos, tais como:

  • Desempenho da economia e alterações no cenário econômico;
  • Resultados da empresa ou setor;
  • Oferta e demanda no mercado financeiro;
  • Eventos globais, como crises, guerras, eventos climáticos ou mudanças políticas;
  • Aumentos ou quedas nas taxas de juros.

Em resumo, enquanto o potencial de ganhos tende a ser maior, os riscos também aumentam. Por isso, a escolha entre os dois depende do seu perfil como investidor, seus objetivos financeiros e sua disposição para lidar com incertezas. Em geral, a diversificação de investimentos é uma forma de combinar o potencial da renda variável com a previsibilidade da renda fixa — no entanto, não se esqueça que, na hora de montar o seu portfólio, é importante considerar qual é o seu grau de tolerância ao risco.

Como funciona a rentabilidade da renda fixa?

A rentabilidade na renda fixa apresenta três formatos: prefixada, pós-fixada e híbrida. Cada um define de forma distinta como o retorno do investimento será calculado. 

Entenda melhor a seguir.

Prefixada

Ao investir em um título prefixado, o investidor sabe desde o início exatamente quanto vai receber no futuro, caso mantenha a aplicação até o vencimento. 

É, portanto, a alternativa mais previsível na renda fixa e normalmente vantajosa em momentos de baixa na Selic. Isso porque, em cenários assim, os prefixados acabam oferecendo rendimentos mais atrativos dentro das possibilidades da renda fixa.

Lembre-se: é importante estar disposto a ficar com esse tipo de título até o seu vencimento, pois caso você faça uma venda antecipada poderá sofrer com o que chamamos de marcação a mercado.

Pós-fixada

Os pós-fixados são títulos cujo retorno acompanha um indicador econômico — a taxa Selic ou CDI. Funciona assim: futuramente, os rendimentos serão corrigidos de acordo com esses benchmarks. Assim, o investidor não sabe desde o início quanto exatamente vai receber se mantiver o título até o vencimento, uma vez que essas taxas passam por atualizações periódicas.

No entanto, ainda assim se trata de uma alternativa segura, já que se tem a certeza de que a aplicação vai, no mínimo, se igualar à taxa de juros. Por normalmente apresentarem alto grau de liquidez, costumam ser uma boa opção para reservas de emergência.

Híbrida

Títulos híbridos mesclam rendimentos prefixados e pós-fixados. Ou seja, enquanto uma parte do retorno segue uma taxa prefixada, a outra segue o modelo pós-fixado, acompanhando um indicador econômico, que pode ser o IPCA (índice oficial de inflação do Brasil), o CDI ou o IGP-M.

Quais são os tipos de investimentos em renda fixa?

Dentre os tipos mais populares de investimentos em renda fixa, temos:

  • Tesouro Direto;
  • CDB (Certificado de Depósito Bancário);
  • LCI/LCA;
  • LCs (Letras de Câmbio);
  • CRI/CRA;
  • Poupança;
  • Fundo de Renda Fixa;
  • Debêntures.

Cada um deles apresenta prazos, graus de liquidez, formatos de remuneração e riscos distintos. Por isso, antes de fazer suas escolhas se baseando somente no fato de que pertencem à classe da renda fixa, o ideal é que conheça em detalhes todas essas alternativas. Vamos lá?

Tesouro Direto

Esta é uma plataforma na qual são disponibilizados ao público títulos emitidos pelo Governo Federal. Entre eles, temos alternativas prefixadas, pós-fixadas e híbridas, com prazos de vencimento diversos. 

Aqui, a dinâmica é a seguinte: ao investir no Tesouro Direto, você está “emprestando” dinheiro ao Governo, que utiliza os recursos captados para financiar o desenvolvimento de setores como saúde e educação. Em troca, você recebe o montante aplicado com o acréscimo de uma taxa de juros.

Aqui, temos o que é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado, já que a emissão dos títulos fica por conta do próprio Governo. 

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

A dinâmica dos CDBs se assemelha bastante ao funcionamento do Tesouro Direto, com a diferença de que se tratam de títulos emitidos por bancos. Os recursos captados são, nesse caso, usados para financiar as atividades dessas instituições, como conceder empréstimos e financiamentos.

Em troca, o investidor também recebe um rendimento que pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido. No caso dos CDBs pós-fixados, o indicador que serve de referência é o CDI, que se encontra sempre bastante próximo do valor da taxa Selic.  

Uma das grandes vantagens específicas dos CDBs é o seu grau de liquidez, já que os títulos apresentam alternativas variadas — desde aplicações com liquidez diárias, até opções com vencimento marcado para daqui alguns anos.

Vale a menção, ainda, à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que se estende aos CDBs. Esse mecanismo reembolsa o investidor em até R$ 250.000,00 (por CPF e por instituição) em caso de inadimplência por parte do banco emissor. Importante: o reembolso não é automático, ou seja, deve ser solicitado junto ao FGC.

Antes de prosseguirmos, reforçamos que, por serem emitidos por bancos, o risco da operação vai estar atrelado principalmente à saúde financeira de seus emissores. Um CDB emitido por um banco historicamente mais sólido, por exemplo, vai apresentar um rendimento mais modesto em comparação a um CDB de um banco menor, mas também será mais seguro.

LCI/LCA

As siglas LCI e LCA significam, respectivamente, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Esses títulos são emitidos por instituições financeiras públicas e privadas, e servem para captar recursos para financiar os dois setores indicados nas nomenclaturas.

Aqui, temos uma vantagem ao investidor: ambas são isentas de Imposto de Renda sobre os rendimentos, já que cumprem o papel de financiar áreas importantes para o desenvolvimento nacional. Além disso, as duas contam com a cobertura do FGC.

Já em relação ao formato de remuneração, tanto LCIs quanto LCAs podem ser prefixadas ou pós-fixadas. Nestas últimas, o indicador utilizado é geralmente o CDI, embora a Selic também seja usada.

LCs (Letras de câmbio)

As Letras de Câmbio são emitidos por instituições financeiras que trabalham com crédito consignado ou pessoal, fazendo empréstimos para pessoas físicas ou jurídicas. 

Atenção: as LCs tendem a oferecer um retorno maior ao investidor, no entanto, o grau de risco também é mais elevado, por conta do risco de inadimplência.

Quanto aos prazos, não existem LCs com liquidez diária. Nesse caso, os vencimentos costumam ser de 1 a 3 anos. Antes de prosseguirmos, saiba que LCs sofrem a incidência de Imposto de Renda e IOF.

CRI/CRA

CRIs e CRAs se tratam de Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis Agrícolas, emitidos por securitizadoras — ou seja, instituições que assumem as dívidas de outras companhias para emitir títulos a investidores. Nesse caso, como seus nomes indicam, vêm para financiar os setores imobiliário e agrícola. 

A remuneração dos CRIs é isenta de Imposto de Renda e geralmente combina a variação de um índice de inflação, como o IPCA ou o IGP-M, com uma taxa fixa previamente estabelecida (ex.: IPCA + 5%, IGP-M + 3%). Há também alternativas com rendimentos atrelados ao CDI ou exclusivamente prefixados.

Os pagamentos aos investidores costumam ser periódicos, ocorrendo em forma de cupons semestrais ou anuais.

Por mais que sejam de renda fixa, CRIs e CRAs são mais adequados para quem busca investimentos de longo prazo e tem perfil arrojado — por conta dos riscos envolvidos. Como esses ativos não contam com a proteção do FGC, recomendamos que avalie cuidadosamente a solidez das instituições emissoras e examine os detalhes descritos no documento de emissão. Na dúvida, opte por títulos mais seguros e conservadores.

Atenção: a liquidez é bastante restrita, o que significa que o investidor deve estar preparado para manter o papel até o vencimento.

Poupança

Embora tenha um rendimento bastante inferior ao das demais opções desta classe, a Poupança é um dos investimentos mais populares e tradicionais da renda fixa. É, de fato, uma aplicação segura, mas com ganhos bastante limitados.

  • A rentabilidade da Poupança acompanha as variações da Selic e pode render duas formas:Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a Poupança vai oferecer 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR);
  • Se a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a Poupança vai render 70% da taxa Selic, mais a TR.

Note que a caderneta tem uma dinâmica de rentabilidade cujo teto é relativamente baixo, então é natural que não acompanhe o ritmo do crescimento dos preços — ou seja, que não acompanhe a inflação, especialmente se esta estiver alta e a Selic estiver baixa. 

E tem mais: o ciclo de rendimento da Poupança é mensal. Assim, você só vai receber os juros completos do período se mantiver o dinheiro aplicado durante 30 dias. Se fizer um saque antes da data de “aniversário” do investimento, então não vai ter o rendimento proporcional.

Fundo de Renda Fixa

Fundos de Investimento são modalidades coletivas de aplicação, na qual uma gestora profissional reúne os recursos de todos os investidores (cotistas) e os direciona para uma seleção específica de títulos e ativos. 

No caso dos Fundos de Renda Fixa, a alocação é feita majoritariamente em títulos desta classe, como Tesouro Direto e CDBs, por exemplo. É, então, uma forma de obter diversificação instantânea com um único aporte e delegando a operação para um gestor profissional certificado.

Debêntures

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas privadas, com vencimento voltado para o médio e o longo prazo. Quando investe nesses títulos, então, você está basicamente emprestando seu dinheiro para essas emissoras. Aqui, o grau de liquidez tende a ser baixo.

Inclusive, fica a cargo da empresa definir as condições da aplicação — prazo, regra de remuneração e afins. O grau de risco é outro ponto de atenção nas debêntures, já que este tende a ser consideravelmente mais elevado do que em outras alternativas de renda fixa.

Para escolher uma boa debênture para investir, é necessário uma análise muito cuidadosa da empresa em questão — tarefa que pode ser complexa até mesmo para especialistas. Na dúvida, se você não se sentir confortável para fazer essa seleção, pode optar por outras alternativas da renda fixa, contar com a ajuda de um profissional de finanças ou investir em um Fundo de Investimentos que tenha debêntures no portfólio.

Quais são os principais índices de referência para investimentos em renda fixa?

Na renda fixa, o retorno de vários investimentos estão atrelados a indicadores financeiros. Os principais são:

  • Taxa Selic;
  • CDI (Certificado de depósito interbancário);
  • IPCA (Índice geral de preços ao Consumidor Amplo);
  • IGP-M (Índice geral de preços do mercado);
  • TR (Taxa referencial).

Entenda o papel de cada um deles.

Taxa Selic

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como referência para determinar as condições de crédito no país. Quando a Selic aumenta, o crédito fica mais caro, desestimulando empréstimos e financiamentos. Por outro lado, uma redução na taxa incentiva o consumo e o endividamento, já que o acesso ao crédito se torna mais barato.

Além de regular o mercado de crédito, a Selic influencia diretamente o mercado de investimentos, especialmente na renda fixa. Isso porque investir em renda fixa significa emprestar dinheiro a instituições públicas ou privadas, e a rentabilidade desses investimentos é impactada pela Selic, assim:

  • Quando a taxa está baixa, os retornos tendem a ser menores; 
  • Em períodos de Selic alta, os títulos oferecem rendimentos mais atrativos para os investidores.

A Selic também funciona como indexador para diversos investimentos — é o caso do popular Tesouro Selic, que acompanha a variação da taxa. Por exemplo, se a Selic está em 13% ao ano, o título vai render proporcionalmente a esse valor. No entanto, se a taxa cair, a rentabilidade também diminui, refletindo as oscilações da economia.

CDI (Certificado de depósito interbancário)

O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é uma taxa utilizada como referência pelos bancos para empréstimos entre si no mercado interbancário

Sua função é equilibrar o mercado bancário, assim, serve como parâmetro para essas operações financeiras. Para os investidores, porém, o CDI (também conhecido como taxa DI), é relevante por ser um dos principais indexadores da renda fixa.

O valor do CDI acompanha de perto a taxa Selic, geralmente 0,10% abaixo dela — na prática, faz com que ambas apresentem quase o mesmo valor. Assim, ao investir em títulos que oferecem um retorno atrelado ao CDI, como 100%, 110% ou 200% do CDI, o rendimento vai ser proporcional à taxa DI vigente

Por exemplo, se o CDI estiver em 13,15% ao ano, um investimento que paga 100% do CDI vai te oferecer essa taxa exata de retorno. Um que pague 110%, por outro lado, vai retornar 110% do valor, e assim por diante.

IPCA (Índice geral de preços ao Consumidor Amplo)

O IPCA é um grande conhecido do brasileiro, afinal, estamos falando da taxa oficial de inflação do Brasil, bastante utilizado em decisões sobre as políticas econômicas. 

Na renda fixa, o benchmark se faz presente em investimentos híbridos, o que dá ao investidor a chance de adquirir um título cujo rendimento vai superar a inflação.

Na prática, funciona assim: se você comprar um título que pague IPCA + 6%, por exemplo, então o seu rendimento vai render a porcentagem indicada acima do índice de inflação. É, portanto, uma alternativa bastante válida para quem busca um rendimento real para o portfólio.

IGP-M (Índice geral de preços do mercado)

Enquanto o IPCA considera apenas o preço final dos produtos, o IGP-M leva em conta a variação do preço em todas as etapas, desde a produção até a chegada ao consumidor final. Como consequência, é um benchmark que tende a apresentar oscilações e porcentagens maiores.

No que diz respeito aos investimentos, a conexão com o IGP-M é bem similar à dinâmica do IPCA. É bastante frequente em títulos híbridos (que pagam o índice + uma taxa prefixada), embora eventualmente apareça em pós-fixados também.

TR (Taxa referencial)

Conhecida por TR, a taxa referencial não é tão frequentemente vista na renda fixa, aparecendo principalmente na Poupança

Esse benchmark foi criado nos anos 1990 como um instrumento para desindexação da economia e controle da inflação. Atualmente, porém, sua influência é baixíssima, já que historicamente se encontra zerada, ou bastante próxima disso.

Consequentemente, por mais que ainda incida sobre determinadas aplicações, não faz nenhuma diferença robusta e significativa na rentabilidade.

Quais são as vantagens de investir em renda fixa?

Segurança, previsibilidade, diversificação e proteção contra a inflação se destacam como as principais vantagens dos investimentos em renda fixa. Por isso, a classe não somente é conveniente para investidores iniciantes, como também para os mais experientes.

Vem com a gente entender melhor cada um desses pontos positivos.

Segurança

Quando você investe em renda fixa, ou sabe de antemão exatamente quanto vai receber no futuro, ou como os rendimentos serão calculados. Muitos títulos ainda são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), no caso de você ter algum problema com a emissora. 

Previsibilidade

Quando um título de renda fixa acompanha um indicador financeiro, como o CDI ou a Selic, você consegue ao menos ter uma projeção mais clara de quais serão os seus rendimentos no vencimento, mesmo que o valor exato seja inicialmente desconhecido. 

Então, além de contar com essa previsibilidade, você ainda pode contar com a preservação do seu poder de compra, a depender dos títulos selecionados para a sua carteira de investimentos.

Diversificação

Já que a renda fixa é a classe de investimentos que tende a trazer mais segurança para a estratégia, em um portfólio diversificado, ela entra para equilibrar a relação entre risco e retorno.

E mais: a renda fixa oferece vantagens mesmo em termos de rentabilidade. Títulos atrelados ao IPCA, por exemplo, trazem um ganho real para o investidor, já que vão remunerar acima da inflação. Isso, inclusive, nos leva ao próximo tópico.

Proteção contra a inflação

Para ilustrar essa vantagem, vamos considerar os títulos atrelados ao IPCA. Sua composição de rendimento vem de uma taxa variável + uma taxa fixa, como por exemplo, IPCA + 5%.

Ou seja, o investidor garante a rentabilidade do percentual do IPCA, mesmo sem conhecê-la diariamente, e ainda adiciona o ganho da taxa de 5%, fazendo com que esse tipo de investimento tenha o que chamamos de ganho real

Contar com um título ligado ao IPCA na carteira é, portanto, uma forma inteligente de se preservar frente aos cenários de alta inflação, para que o seu rendimento não seja corroído pela alta dos preços.

Quais são os riscos da renda fixa?

Mesmo sendo conhecida pela sua segurança, a renda fixa traz alguns riscos que merecem a sua atenção, são eles: risco de crédito, de mercado e de liquidez. Note que isso não significa que a classe é insegura — apenas indica que é preciso avaliar bem as condições de cada título e o momento da economia antes de realizar um aporte ou uma venda. 

Entenda melhor a seguir.

Risco de crédito

O risco de crédito se trata da possibilidade de você não receber de volta o valor aplicado no título, ou o rendimento que obteve com a aplicação. Em termos mais simples, é quando a empresa emissora está inadimplente e não retorna o dinheiro que você aportou.

Se um título tiver a proteção do FGC, o risco de crédito é reduzido, embora você ainda deva ter em mente de que o reembolso não é automático

Já no caso das debêntures ou de CDBs emitidos por bancos menos sólidos, é preciso ter cuidado redobrado na hora de fazer uma seleção, uma vez que o risco de crédito tende a ser maior. Na dúvida, pode consultar a avaliação de agências de rating — empresas cujo trabalho é verificar a solidez e o grau de risco desses emissores, concedendo notas que indicam se o investimento é seguro e vale a pena.

Risco de mercado

O risco de mercado é a chance de ter um retorno ou o preço de um título alterado por conta de condições econômicas e mudanças nas taxas de juros. Imagine só:

  • Se a taxa de juros aumentar, o valor dos títulos de renda fixa provavelmente vai cair, prejudicando aqueles que querem vendê-los antes do vencimento;
  • Se as taxas de juros caírem, então o preço dos títulos tende a subir, o que é um benefício ao investidor.

Importante: o risco de mercado é mais presente nos títulos de longo prazo, já que tendem a ser mais sensíveis a essas variações nas taxas de juros. 

Risco de liquidez

A liquidez é a capacidade de converter um título em dinheiro. Se um título tiver baixa liquidez, por exemplo, significa que você terá dificuldade para resgatar o valor antes do vencimento, se assim precisar. O risco de liquidez também se trata da chance de perder parte do seu rendimento no caso de um saque antecipado.

Se o seu objetivo for de curto prazo, então você vai precisar de ativos com alta liquidez, ou até com liquidez diária. Felizmente, não faltam opções assim na renda fixa, no entanto, vale o lembrete de conferir essa condição antes de fazer um aporte.

Como investir em renda fixa?

Investir em renda fixa é bastante simples e requer apenas alguns passos. Olha só:

  1. Abrir conta em um banco de investimentos ou corretora de valores;
  2. Transferir saldo para a conta recém-aberta;
  3. Explorar as alternativas de renda fixa disponíveis;
  4. Fazer um aporte e acompanhar sua carteira.

Vem com a gente entender cada uma dessas etapas.

1 – Abrir conta em um banco de investimentos ou corretora de valores

Primeiramente, é preciso escolher uma corretora de valores ou um banco que ofereça uma plataforma de investimentos. Esse processo é relativamente simples: basta informar alguns dados e documentos pessoais, como CPF e endereço de residência.

Em geral, após a abertura, logo você será submetido a um questionário para descobrir o seu perfil de investidor.

2 – Transferir saldo para a conta recém-aberta

A transferência também é simples: pode ser feita via TED ou PIX e em instantes o seu dinheiro estará disponível para investimento. 

Aqui, vale o lembrete de que existem alternativas de aplicações de valores mínimos distintos — algumas bastante acessíveis, começando em R$ 30. 

Embora começar a investir com pouco seja melhor do que não investir, não se esqueça de que, para aumentar as chances de sucesso da aplicação e obter retornos mais robustos, o ideal é que faça aportes sempre que possível, e que considere aumentar a quantia aplicada quando conseguir.

3 – Explorar as alternativas de renda fixa disponíveis

Com o valor disponível na sua conta de investimentos, é hora de checar os títulos disponíveis na categoria da renda fixa. Nesse momento, para tomar a melhor decisão, lembre-se de analisar as condições de cada um. 

Na dúvida sobre quais são, aqui vai um checklist

  • não selecionadaPrazo de vencimento;
  • não selecionadaEmissora do título;
  • não selecionadaTaxa de retorno;
  • não selecionadaFormato de remuneração.

4 – Fazer um aporte e acompanhar sua carteira

Por fim, basta informar quanto deseja aportar e emitir uma ordem de compra. Assim que a aquisição for finalizada, o investimento vai aparecer na sua carteira de investimentos, na mesma plataforma onde fez o aporte.

Dica: se você investir em títulos de longo prazo e pretende mantê-los até a data de vencimento, não é necessário checar continuamente o desempenho da aplicação. Afinal, nesses casos, oscilações pontuais e de curto prazo não vão causar impacto na sua rentabilidade, já que a renda fixa paga, ao fim do prazo combinado, aquilo que foi combinado inicialmente. 

Dica extra: não sabe por onde começar? Na Finclass, temos trilhas de conhecimento sobre finanças e investimentos para te guiar na sua jornada de aprendizado, personalizadas para qualquer que seja o seu momento atual.

Como funciona o Imposto de Renda para a renda fixa?

Na renda fixa, os seus rendimentos podem ser impactados pelo IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ou pelo Imposto de Renda. Como eles subtraem uma parte do seu lucro, é importante entender a incidência de cada um deles para tomar melhores decisões ao investir.

Vamos lá?

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

O IOF é imposto cobrado somente sobre os rendimentos da aplicação e apenas para resgates feitos nos primeiros 30 dias após a aplicação. Essa é uma forma de desestimular que as pessoas façam vendas muito rápidas do título — se trata, então, de uma “punição” pela liquidação precoce. 

Após esse período, não há mais incidência de IOF. Para fins de informação, essa é a tabela aplicada:

Dias corridosPercentual de IOF
196%
293%
390%
486%
583%
680%
776%
873%
970%
1066%
1163%
1260%
1356%
1453%
1550%
1646%
1743%
1840%
1936%
2033%
2130%
2226%
2323%
2420%
2516%
2613%
2710%
286%
293%
30 ou mais0%

Imposto de Renda

Alguns títulos de renda fixa sofrem a incidência do Imposto de Renda, que favorece aplicações mais longas, por isso, sua alíquota diminui com o passar do tempo. A cobrança afeta somente os rendimentos e é deduzida automaticamente no momento do resgate ou no vencimento do título. Ou seja, não precisa pagar nada à parte, embora a declaração ainda seja necessária. 

Confira a tabela:

Prazo de investimentoAlíquota de IR sobre os rendimentos
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

Investimentos de renda fixa isentos de IR

LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, Poupança e debêntures incentivadas são isentas de Imposto de Renda. Comum a todos está o fato de que se tratam de aplicações que são incentivadas pelo Governo Federal, já que contribuem para setores importantes da economia do país.

Quais são as melhores dicas para aplicação em renda fixa?

Na hora de fazer a sua escolha dentro da renda fixa, recomendamos que preste atenção nos riscos, evite cair em pegadinhas, diversifique e invista de acordo com o seu perfil de investidor. Dessa maneira, aumentam as suas chances de fazer decisões acertadas para a sua carteira.

Vem com a gente entender melhor.

Atenção aos riscos

Embora a renda fixa seja considerada segura em geral, isso não significa que todos os títulos são livres de risco — alguns, inclusive, são bem arriscados. Na hora de fazer a sua seleção, nós recomendamos que não negligencie esse aspecto, ok?

Por mais que muitas aplicações sejam cobertas pelo FGC, ainda assim passar pela situação de ter que recorrer a este mecanismo para ter o dinheiro de volta não é nada prazeroso. Além disso, pode ser que o FGC leve alguns meses para fazer a devolução.

Na dúvida, evite aplicar em títulos emitidos por bancos menores e por instituições classificadas como alto risco de crédito. No caso das debêntures, também evite empresas com classificações baixas de acordo com as agências de rating

Atenção com as pegadinhas

Prestar atenção nos riscos não significa abrir mão de uma boa rentabilidade apenas para investir em instituições sólidas. No entanto, é preciso estar atento às armadilhas que algumas empresas podem colocar no caminho de investidores desavisados, levando-os a aplicar em produtos financeiros pouco vantajosos.

Um exemplo comum é a oferta de investimentos por grandes bancos que rendem abaixo do Tesouro Selic, o título público mais seguro da economia brasileira. Nesse caso, você estaria assumindo um risco maior por uma rentabilidade menor, algo que deve ser evitado.

Outro ponto de atenção são os Fundos de Renda Fixa com altas taxas de administração — taxas superiores a 1%, para você ter ideia, podem impactar significativamente sua rentabilidade final, corroendo os ganhos do investimento. O melhor, então, é priorizar fundos com custos mais baixos para maximizar seus retornos.

Invista de acordo com o seu perfil de investidor

Para fins de segurança e eficiência, sempre considere o seu perfil de investidor antes de fazer uma aplicação. O perfil serve para você selecionar títulos mais adequados para a sua carteira e para evitar tomar decisões que sejam incompatíveis com seus objetivos e tolerância ao risco.

E mais: se você tem um perfil conservador ou ultraconservador, identificar isso te ajuda a evitar produtos muito arriscados, que podem gerar desconforto ou prejuízos. Por outro lado, caso tenha um perfil moderado ou arrojado, essa clareza serve para aproveitar investimentos mais rentáveis, alinhados à sua maior disposição para risco.

Diversifique

Diversificação é um conceito básico e indispensável para qualquer investidor, seja você conservador ou arrojado. Ter uma carteira diversificada reduz os riscos associados a ativos ou setores específicos, o que, na prática, diminui as chances de perdas significativas e protege sua rentabilidade ao longo do tempo.

Para alcançar esse equilíbrio, diversifique em diferentes aspectos: entre ativos (como CDBs de bancos distintos), tipos de investimentos financeiros (CDBs, títulos públicos, LCIs, LCAs, debêntures) e modalidades (renda fixa e variável). Assim, você constrói uma estratégia mais sólida e preparada para enfrentar eventuais oscilações do mercado.

Antes de ir embora, saiba onde continuar estudando

Chegou até aqui muito mais familiar sobre a renda fixa e com uma noção mais clara sobre quais títulos públicos se encaixam na sua estratégia? Te convidamos a seguir aprendendo sobre o assunto!

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Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalveshttps://finclass.com/
Hugo é economista e copywriter no Grupo PRIMO. Trabalha com finanças há mais de 7 anos.
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