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Como investir na Europa estando no Brasil em 2024

Historicamente, o euro é uma moeda sólida. Para você ter noção, de 2014 até 2024, a moeda apresentou uma valorização de mais de 90% em relação ao real. Imagine só: em uma década, quase dobrou de preço.

Com essa única informação, você com certeza já entende qual é uma das principais vantagens de investir na Europa. Se essa estratégia está no seu radar de investidor, recomendamos fortemente que siga conosco até o fim deste artigo. Afinal, assim como qualquer aplicação, migrar uma parte dos seus recursos para o velho continente é uma decisão que envolve alguns riscos também.

Dá uma olhada no que você vai aprender por aqui: 

  • Como investir na Europa morando no Brasil;
  • Quais os melhores países da Europa para investir;
  • Quais as principais bolsas europeias;
  • O que considerar ao começar a investir;
  • Como é a declaração de IR para investimentos no exterior;
  • Razões para investir na Europa.

Um guia completo sobre o assunto. E mais: no final, ainda te apontaremos o caminho para seguir aprendendo sobre investimentos no exterior até se tornar capaz de construir um portfólio sustentável e com grande potencial de retorno.

Como investir na Europa morando no Brasil?

Ao contrário do que muita gente imagina, não é preciso morar na Europa ou ter muito dinheiro para investir no Velho Continente. Hoje, existem diferentes maneiras para o investidor brasileiro acessar o mercado europeu desde o Brasil, sem grandes burocracias, e com opções que cabem em todos os bolsos.

Logo, se já passou pela sua cabeça aplicar em marcas como Nestlé, Volkswagen, Heineken, Louis Vuitton, mas você nunca foi atrás pensando que devia ser muito complicado ou fora de sua realidade, chegou o momento de desmistificar esse tipo de ideia.  

Nada melhor para isso, do que partirmos logo de cara demonstrando como começar a investir na Europa morando no Brasil

Vamos começar com um passo a passo básico:

  1. Escolha o país

Antes de mais nada, é preciso definir em que país ou países você pretende investir.  Embora possa parecer que a Europa é um continente estável como um todo, estamos falando de diferentes países, cada um com seus próprios governos, legislações e situações políticas e econômicas distintas.

Ao escolher um para investir, considere fatores como estabilidade, situação do mercado, projeções econômicas e os setores de maior potencial. Além disso, não se esqueça de verificar quais as regras fiscais locais. Dê preferência a países que mantenham acordos de reciprocidade com o Brasil, para evitar o risco de bitributação sobre seus rendimentos.

  1. Escolha a modalidade de investimento

Embora a ideia de investir em empresas como Ferrari, Unilever e Adidas seja realmente atrativa, o mercado europeu não se resume às ações de grandes companhias.   

Além delas, o investidor brasileiro também pode investir em títulos públicos, fundos de investimento internacionais, fundos de índice e até imóveis. Ou seja, existem opções para as mais diferentes estratégias e para os mais distintos tipos de investidores.

Mas sem pressa, mais adiante explicamos como investir em cada um desses produtos financeiros e quais as principais vantagens de cada um deles.

  1. Organize a documentação

Aqueles que desejam explorar opções além das disponíveis na B3 e investir diretamente em bolsas de valores no exterior precisam abrir uma conta internacional

Embora as exigências possam variar de instituição para instituição, geralmente, os documentos exigidos são os mesmos utilizados para abrir conta em um banco ou corretora nacional. 

Esses documentos incluem: RG ou passaporte, comprovante de residência, conta bancária, CPF, número de telefone e e-mail.

  1. Abra as contas necessárias

Para realizar operações em euro, o investidor brasileiro pode optar entre abrir conta com uma corretora de valores europeia ou com uma norte-americana. Isso porque muitas das principais companhias do Velho Continente também estão listadas nos principais pregões dos Estados Unidos, como a Nasdaq e a NYSE (a bolsa de valores de Nova Iorque).

Entre as instituições mais conhecidas das Europa estão:

  • ActivTrades;
  • Degiro (Portugal);
  • Etoro;
  • XTB.

Já entre as principais corretoras de valores dos Estados Unidos que oferecem ativos europeus, estão:

  • Avenue;
  • Charles Schwab;
  • Interactive Brokers;

Por meio dessas instituições, o investidor pode acessar bolsas de valores de diferentes países, tais como Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, entre outros. 

Cada instituição conta com vantagens e limitações que as diferenciam uma das outras. Por isso, antes de decidir por qualquer uma delas,o investidor precisa estar atento, entre outras coisas, a fatores importantes como:

  • Aportes mínimos: algumas corretoras podem exigir valores mínimos de aplicação mais altos, o que pode ser um limitante para pequenos investidores ou para quem tem receio em expor muito capital no exterior;
  • Idioma: quem não tem domínio de inglês ou espanhol precisa estar atento ao fato de que algumas corretoras não contam com atendimento e plataformas de negociação em português;
  • Regras de residência: muitas corretoras internacionais possuem restrições quanto ao domicílio do cliente. Algumas, por exemplo, não permitem a abertura de conta para residentes em outros países;
  • Relatório para o Imposto de Renda: para evitar burocracias, se possível opte por uma corretora que emita relatórios adequados para a declaração de IR no Brasil;
  • Taxas: observe valores como a taxa de corretagem (que pode ser cobrada em euro ou dólar), mensalidade, e se há cobrança para a abertura de conta. 

Quem não quer abrir uma conta internacional e lidar com burocracias como as remessas para o exterior tem ainda a possibilidade de aplicar nas opções de investimento estrangeiro disponibilizados na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa de valores brasileira. 

Apesar de contar com um número reduzido de produtos financeiros disponíveis, essa é a forma mais prática de se expor ao mercado europeu e o melhor: em reais.

  1. Monte o seu portfólio

Por fim, outra decisão fundamental a se fazer é estipular qual a porcentagem do seu patrimônio a ser alocada em ativos no exterior. De modo geral, o comum é que se destine uma fatia entre 10% a 40% da carteira dessa forma. Não há, porém, nenhuma regra definitiva nesse sentido. 

De modo geral, há uma tendência de que investidores mais experientes e arrojados tenham uma parcela maior de investimentos no exterior, enquanto os mais conservadores tendem a optar por uma migração gradual, aumentando essa fatia conforme se sentem mais seguros.

Para ter uma carteira mais equilibrada e diversa, é indicado ainda que o valor aplicado no exterior não esteja concentrado em um só país ou, pior, em apenas um produto. 

Uma boa dica é se valer dos mercados estrangeiros para investir em produtos ou setores que não têm equivalentes no Brasil ou que mantenham baixa relação com ativos que você já possui. Caso você tenha ações da Petrobrás, por exemplo, evite fazer aplicações em outras petroleiras. 

Para os mais arrojados, vale sempre o alerta de manter uma reserva de emergência em reais. O recomendável é que esse valor seja equivalente a seis rendas mensais, cobrindo assim qualquer situação imprevista, além de ser capaz de atender a necessidade de liquidez local.

Quais são os melhores países da Europa para investir?

Que a Europa concentra boa parte dos países mais ricos e prósperos do mundo não é nenhuma novidade. Por mais que não faça falta, há diferentes formas de colocar isso em números. O Velho Continente conta, por exemplo, com 8 das 20 maiores economias do mundo. Se considerado o PIB per capita, essa quantia salta para 11.

Não é de se estranhar, portanto, a presença massiva de economias europeias em diferentes listas de países estrangeiros para se investir, bem como a presença de nomes em comuns entre esses diferentes estudos.

De acordo com o “Índice de Confiança do Investimento Estrangeiro Direto 2024”, por exemplo, 10 entre os 25 melhores para se investir estão em solo europeu. São eles, respectivamente, de acordo com suas posições no indicador: 

  • Reino Unido (4º); 
  • Alemanha (5º); 
  • França (6º); 
  • Espanha (9º); 
  • Itália (11º); 
  • Suíça (13º); 
  • Suécia (15º); 
  • Portugal (17º); 
  • Polônia (23º); 
  • Dinamarca (25º).

Realizado desde 1998, o estudo desenvolvido pela consultoria norte-americana AT Kearney leva em consideração a opinião de executivos das 500 maiores empresas de todo o mundo, sendo um dos mais respeitados ao medir a confiança e as expectativa de investimentos estrangeiros no exterior

Na mesma linha, o ranking de melhores países para se investir em 2024 da CEOWorld Magazine, também conta com predominância de europeus nas posições mais altas. 

Segundo o levantamento, que considera 11 fatores na pontuação (liberdade pessoal, comercial e monetária, força de trabalho, proteção ao investidor, qualidade de vida, impostos, burocracia, corrupção e infraestrutura), 12 países do Velho Continente aparecem no top 25

  • Reino Unido (2º); 
  • Espanha (6º); 
  • Polônia (8º); 
  • República Tcheca (13º); 
  • França (14º); 
  • Irlanda (16º); 
  • Holanda (17º); 
  • Finlândia (18º); 
  • Alemanha (19º); 
  • Suécia (20º); 
  • Bulgária (23º); 
  • Dinamarca (24º).

Na lista de melhores países para fazer negócios da Forbes, a presença da Europa é ainda mais massiva, com 15 economias entre as 25 primeiras

  • Reino Unido (1º); 
  • Suécia (2º); 
  • Holanda (4º); 
  • Dinamarca (7º); 
  • Suíça (10º); 
  • Irlanda (11º); 
  • Finlândia (13º); 
  • Alemanha (14º); 
  • Noruega (15º); 
  • Espanha (18º); 
  • Bélgica (20º); 
  • França (21º); 
  • Áustria (22º); 
  • Luxemburgo (23º); 
  • Portugal (25º).

Com essas estatísticas, você já deve ter deduzido, o que não faltam são boas opções de países para investir. A pergunta que fica é:

Como escolher em quais países investir?

Aqueles que desejam se valer do benefício de realizar aplicações em euro precisam, fundamentalmente, realizar análises minuciosas das economias dos países onde consideram investir. A abertura de novos negócios, a inflação e o histórico econômico são alguns dos pontos a serem estudados.

Na dúvida, conheça alguns requisitos úteis para a sua decisão:

1 – Inovação e tecnologia

O setor de tecnologia tem figurado como líder em inúmeros rankings de crescimento corporativo, ou setores promissores para investir. Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA) e da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), vemos a inovação expandir e transformar todo o tipo de segmentos —- saúde e finanças, por exemplo.

Para aproveitar essa crescente e somá-la às vantagens do euro, vale a pena checar quais países estão encabeçando o topo das nações mais inovadoras. De acordo com a Organização Global de Inteligência Intelectual, em 2023, a Suíça foi o país mais inovador do mundo, seguida por Suécia e Reino Unido, considerando o âmbito da Europa.

2 – Presença de unicórnios

Caso esse requisito te pareça curioso, nós explicamos: são chamadas de unicórnios todas as empresas que alcançam um valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares

Por mais que essa característica, por si só, não deva ser considerada como o único critério para investir em um país, definitivamente é um sinal de economia potente e ambiente fértil para os negócios.

Para você ter ideia, a Espanha, por exemplo, conta com vários grandes nomes reconhecidos no continente e que atraem a atenção dos investidores — é o caso da plataforma de viagens de baixo custo eDreams e da desenvolvedora de software para Recursos Humanos Factorial

Sem sequer sair da Península Ibérica, podemos mencionar Portugal, responsável por uma quantidade considerável de unicórnios — é o caso da Remote (plataforma de conexão e educação sobre o trabalho remoto) e da Sword Health (resolução de problemas no setor de saúde a partir do uso de Inteligência Artificial).

3 – Reputação internacional 

Economias sólidas resultam em um maior grau de confiança por parte dos investidores. Este é um bom sinal: demonstra que determinada bolsa de valores é consistente e oferece boas oportunidades de aplicação.

A Euronext, por exemplo, é uma das bolsas mais relevantes do mundo, operando em diversos países — Bélgica, França, Irlanda, Países Baixos, entre outros.

4 – Regras fiscais e tributárias

Por fim, o investidor brasileiro também deve estar atento às regulamentações fiscais específicas de cada país e de que modo podem impactar seus retornos. É de suma importância  observar, por exemplo, a existência de acordos de reciprocidade com o Brasil, para não incorrer em riscos de bitributação.

Quais são as principais bolsas europeias?

Para quem deseja investir na Europa, não faltam opções para explorar. Afinal, no continente se concentram várias bolsas de valores distintas, inclusive algumas comumente listadas entre as mais importantes do mundo.

As três principais bolsas europeias em ordem decrescente são:

Frankfurt Stock Exchange

Fundada em 1585, a Frankfurt Stock Exchange é a principal bolsa de valores da Alemanha e uma das mais antigas em operação no mundo. 

Com cerca do dobro de tamanho da B3, conta com mais de 700 ações listadas e uma capitalização de US$2,1 trilhões, o que a faz se posicionar como a terceira maior da Europa. Entre as principais empresas negociadas nesse mercado estão: Adidas, Allianz, BMW, Lufthansa e Volkswagen.

Seu principal indicador de mercado é o Dax 30, que acompanha o desempenho médio das 30 empresas mais valiosas e negociadas nesse mercado. Dada sua diversidade e peso, esse índice é amplamente utilizado por investidores e analistas interessados em avaliar a saúde da economia alemã.

London Stock Exchange 

A London Stock Exchange, fundada no longínquo ano de 1571, é reconhecida pelo título de bolsa de valores mais antiga do mundo em operação. Para além da tradição, é ainda o mais importante mercado de valores mobiliários do Reino Unido e o segundo maior da Europa.

No total, mais de 2.000 ações estão listadas nesse mercado, somando uma capitalização de US$3,4 trilhões. Entre as mais conhecidas estão marcas como: Astrazeneca, HSBC, Rolls-Royce, Shell, Unilever e Vodafone. 

Essas e outras 95 companhias compõem o índice FTSE 100, índice de referência que mede a performance das 100 maiores empresas em market cap negociadas na  London Stock Exchange.

Euronext

Criada no ano 2000, como resultado da fusão das bolsas de Amsterdã, Bruxelas e Paris, a Euronext é, ao mesmo tempo, um dos mercados de valores mobiliários mais novos e grandiosos a nível mundial. 

Representa hoje a terceira maior bolsa de valores do planeta — atrás apenas das norte-americanas NYSE e Nasdaq. Atualmente, opera em sete capitais europeias, estando presente em Dublin, Milão, Oslo e Lisboa, além das três cidades supracitadas.

No total, mais de 3.500 companhias estão listadas neste mercado, somando uma capitalização de US$7,2 trilhões. A título de ilustração, isso representa oito vezes o tamanho da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), que ocupa a 20ª posição global. 

Entre as empresas mais conhecidas negociadas na Euronext, estão nomes como: Airbus, InBev (a maior fabricante de cervejas do mundo), Carrefour, Heineken, L’Oreal, e os conglomerados de luxo Kering (dono de marcas como Gucci e Yves Saint Laurent) e a LVMH (que engloba a Louis Vuitton, Dior, Fendi, TAG Heuer, Tiffany & Co, entre outras), que pertence a Bernard Arnault, quem chegou a ser considerado a pessoa mais rica do planeta. 

Seu principal índice de mercado é o Euronext 100 Index (N100), que reflete o desempenho das 100 maiores empresas negociadas neste pregão.

Além desse pódio seleto, também existem outras importantes bolsas de valores espalhadas pelo Europa, permitindo acesso às principais companhias do continente. Entre elas, é válido mencionar:

  • SIX Swiss Exchange: fusão das antigas bolsas de Ginebra, Basileia e Zurique, é a principal bolsa de valores da Suíça, e a quarta maior da Europa;
  • OMX Nordic Exchange: parte do grupo Nasdaq, é uma bolsa de valores negociada em quatro capitais da Escandinávia, região localizada ao norte da Europa. São elas: Estocolmo (Suécia), Helsinki (Finlândia), Copenhague (Dinamarca) e Reykjavík (Islândia);
  • Borsa Italiana: principal bolsa de valores da Itália, localizada em Milão;
  • Wiener Börse (Vienna Stock Exchange): maior mercado de valores mobiliários da Áustria, está sediado na capital Viena;
  • Madrid Stock Exchange (Bolsa de Madrid): sediada em Madrid, é a bolsa de valores mais importante da Espanha.

Opções de investimento na Europa

Existem diferentes opções de investimento na Europa para brasileiros. E o melhor é que não faz falta morar no exterior ou ter muito dinheiro para começar a aplicar no Velho Continente e passar a constituir patrimônio em euro. 

Os produtos financeiros negociados na Europa podem ser acessados de diferentes formas desde o Brasil: de maneira direta, por meio da abertura de uma conta internacional com uma corretora que ofereça esse tipo de serviço; ou indireta, através dos produtos negociados na B3 que replicam ativos europeus. 

Na sequência, detalharemos cada uma dessas opções. Comecemos pela mais prática delas: as alternativas acessíveis desde a bolsa de valores brasileira.

Brazilian Depositary Receipts (BDR)

Os Brazilian Depositary Receipts, ou simplesmente “BDRs”, são títulos emitidos por instituições financeiras brasileiras com lastro em ações e outros ativos listados em bolsas de valores estrangeiras. São, na prática, como um certificado representativo de um título mantido sob custódia em seu país de origem. 

Criados para facilitar o acesso do investidor brasileiro a empresas globais, esses certificados podem ser acessados pelos sistemas de negociação de corretoras nacionais sem que o investidor tenha que lidar com os custos de enviar recursos para o exterior e sem se preocupar com o câmbio.

Apesar de serem negociados em reais, os BDRs acompanham as flutuações dos ativos em suas bolsas de valores de origem. Ou seja, os retornos desses ativos são influenciados tanto pelo desempenho das ações, quanto pelas variações cambiais. 

Mas atenção: mesmo que estejamos falando especificamente sobre empresas europeias, é importante considerar que existem grande chances de que a cotação a ser acompanhada ao investir nessas BDRs seja a do dólar em relação ao real. 

Isso acontece porque muitas companhias da Europa optam por negociar suas ações também em bolsas de valores dos Estados Unidos, como a Nasdaq e a NYSE.

Atualmente (em junho de 2024), a B3 conta com 815 opções de Brazilian Depositary Receipts disponíveis para o investidor pessoa física. 

Apesar da maioria desses ativos estar atrelada a empresas norte-americanas, existe uma boa variedade de certificados de ações de diferentes empresas europeias que podem ser acessados pela bolsa de valores brasileira. Entre os principais, podemos destacar:

EmpresaTicker (código de negociação) na B3SetorPaís 
AB InbevABUD34Bebidas Bélgica
AccentureACNB34ConsultoriaIrlanda/ Reino Unido
ABN AMro Bank ABNB34Financiero Holanda
AKZO NobelAKZA34IndustrialHolanda
Amcor A1CR34IndustrialReino Unido
APTIVAPTV34FarmacêuticoIrlanda
ArgenxA1RG34FarmacêuticoHolanda
Ascendis PharmaA1SN34FarmacêuticoDinamarca
AstraZenecaA1ZN34FarmacêuticoReino Unido
BarclaysB1CS34FinanceiroReino Unido
BBVABILB34FinanceiroEspanha
BiontechB1NT34FarmacêuticoAlemanha
British American TobaccoB1TI34TabacoReino Unido
Credit Suisse GroupC1SU34FinanceiroSuiça
CRHCRHP34ConstruçãoIrlanda
Deutsch BankDBAG34FinanceiroAlemanha
EquinorE1QN34EnergiaNoruega
EricssonE1RI34ComunicaçãoSuécia
HSBCH1SB34FinanceiroReino Unido
Intercontinental Hotel Group I1HG34HotelariaReino Unido
PhilipsPHGN34TecnologiaHolanda
Mobile TelesystemsM1BT34ComunicaçãoRússia
National GridN1GG34EnergiaReino Unido
NokiaNOKI34TecnologiaFinlândia
RyanairR1YA34AviaçãoIrlanda
SantanderBCSA34FinanceiroEspanha
SAP SES1NN34TecnologiaAlemanha
ShellRDSA 34Petróleo, gás e combustívelReino Unido
STMicroelectonicsSTMN34TecnologíaFrança/Itália
SpotifyS1PO34Tecnologia Luxemburgo
UnileverULEV34Cuidados pessoaisReino Unido
Unilever NVU1NL34Cosméticos Reino Unido
Vodafone GroupV1OD34ComunicaçãoReino Unido
ZendeskZ2EN34TecnologiaDinamarca

Fundos de investimento internacional

Os Fundos de Investimento Internacional são uma alternativa interessante principalmente para investidores que ainda sentem receio em se expor a mercados estrangeiros por conta. Ou ainda para aqueles que buscam diversificação automática de ativos na Europa. 

Por meio desse tipo de produto, o investidor passa a ter acesso a não apenas um ativo negociado na Europa, mas a um cesto interior deles. Tudo com uma só aplicação.

Os Fundos de Investimento Internacional funcionam como uma uma aplicação coletiva, onde os aportes de diferentes investidores — pessoas físicas e jurídicas — são  somados em um único montante e aplicados, conjuntamente, por um profissional (o gestor) em ativos no exterior. 

Além de ser mais prático e barato do que selecionar e aplicar em diferentes papéis individualmente, esse tipo de aplicação também não demanda o esforço de administrar e acompanhar o desempenho de diferentes ativos. 

Essa é uma vantagem ainda mais notável quando se trata de investimentos estrangeiros, já que acompanhar mercados internacionais exige mais do que focar no mercado doméstico — consideravelmente menor e sem empecilhos idiomáticos, por exemplo.

É válido mencionar que há um esforço para que esse tipo de aplicação se torne cada vez mais acessível e abrangente para todos os brasileiros. 

Um exemplo ainda fresco disso foi a aprovação da Resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, desde outubro de 2023, permite o acesso de investidores brasileiros pessoas físicas a fundos que investem até 100% do seu patrimônio no exterior. Antes disso, fundos com mais de 20% aplicados no exterior estavam limitados apenas para investidores profissionais — aqueles com ao menos R$10 milhões em aplicações financeiras.

A variedade de ativos que podem ser abrangidos por esses fundos também é outro ponto positivo, já que existem oportunidades compatíveis com diferentes investidores e estratégias. De modo geral, a depender dos ativos que formam suas carteiras, os Fundos Internacionais podem ser classificados como:

  • Fundos de renda fixa: investem a maior parte do patrimônio em bonds, como são conhecidos os ativos de renda fixa no exterior, incluindo títulos governamentais, títulos emitidos por bancos e títulos de dívida de empresas;
  • Fundos cambiais: aplicam mais de 80% do portfólio em ativos ligados a moedas estrangeiras, nesse caso, o euro

Exchange Traded Funds (ETF)

Possivelmente a maneira mais prática de investir no mercado europeu sem enviar dinheiro ao exterior, os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos de investimento passivo que replicam o desempenho de indicadores de mercado.

Logo, assim como os Fundos de Investimento Internacional, esse produto também permite que o investidor tenha acesso a uma cesta diversa de ativos com uma única aplicação. 

A grande vantagem, contudo, é que as taxas administrativas dos ETFs são consideravelmente menores do que as cobradas pelos FIIs convencionais, já que esse tipo de fundo não exige tantas intervenções por parte do gestor.

Como exemplos de ETFs brasileiros que seguem indicadores de mercado europeu podemos citar:

  • BIEV39: replica o S&P Europe 350, indicador composto pelas 350 maiores empresas da Europa;
  • BEWG39: segue o índice MSCI Germany, que mensura a performance média de 56 large e mid caps (companhias de grande e média capitalização) alemãs, o que equivale a aproximadamente 85% de todo o mercado acionário alemão;
  • BEWP39: acompanha o índice MSCI Spain 25/50, formado por 17 large e mid caps espanholas, cobrindo aproximadamente 85% do valor do mercado de capitalização da Espanha;
  • BEWU39: espelha o índice MSCI United Kingdom, constituído por 83 empresas britânicas, responsáveis por cerca de 85% de toda a capitalização do mercado acionário do Reino Unido;
  • BNDX11: alternativa para quem quer investir em renda fixa no exterior, esse ETF acompanha o Bloomberg Global Aggregate ex-USD Float Adjusted RIC Capped, índice composto por mais de 6.000 treasury e corporate bonds de diferentes países ao redor do mundo, com uma concentração de 57,37% na Europa;
  • EURP11: primeiro ETF brasileiro a replicar um índice europeu, esse fundo acompanha o desempenho do MSCI Europe Investable Market Index (IMI), índice que abrange 1.322 empresas de pequena, média e grande capitalização, dos 15 países mais ricos da Europa. Equivale a cerca de 99% de todo o valor de todos os 

mercados acionários do continente.

Investimento direto

Por mais que investir na Europa desde a bolsa de valores brasileira seja uma maneira prática de acessar ativos negociados em outros países, é preciso considerar que as opções disponíveis para negociação na B3 são bastante diminutas frente a vastidão de produtos financeiros acessíveis em diferentes mercados europeus. 

Assim, quem pretende ampliar os horizontes e ir além da variedade de papéis negociados por aqui, precisa necessariamente abrir uma conta internacional com uma corretora que faça a intermediação de operações entre investidores e as bolsas de valores da Europa.

O interessante é que o investidor que esteja de olho nos grandes mercados internacionais pode optar por abrir conta em uma corretora que facilite o acesso às grandes bolsas norte-americanas, como a Nasdaq e a NYSE. 

Muitas grandes empresas europeias também estão listadas nesses mercados, permitindo que, com uma só conta, seja possível ter acesso a ativos tanto dos EUA quanto da Europa ao mesmo tempo.

Investimento em imóveis

Por muitos anos, algumas das principais economias europeias contaram com programas para facilitar o acesso de investidores estrangeiros interessados em adquirir e administrar propriedades no Velho Continente. 

Embora esse cenário já não seja o mesmo, após países como Reino Unido, Portugal e mais recentemente Espanha extinguirem esse tipo de política, quem pretende investir no mercado imobiliário europeu pode fazer isso de forma “indireta” por meio dos Real Estate Investment Trusts (REITs).

Por mais que, para facilitar a compreensão, os REITs sejam amplamente comparados como equivalentes aos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), esse tipo de investimento se comporta de maneira distinta. 

Isso porque Real Estate Investment Trusts não são fundos, mas empresas de capital aberto que atuam no setor imobiliário, adquirindo e administrando imóveis para locação. 

Suas ações são negociadas em bolsas de valores como qualquer companhia, podendo ser acessados também por meio de Fundo multimercados e ETFs, por exemplo.

Alguns exemplos de REITs europeus incluem:

EmpresaTickerBolsa de ValoresSetorPaís
Aroundtown SAAT1XetraResidencial/ VarejoLuxemburgo
British LandBLNDLSEEscritório/ VarejoReino Unido
Castellum ABCASTOMX StockholmEscritório/ ComercialSuécia
Citycon OyjCTY1SOMX HelsinkiVarejoFinlândia
Coima ResCRESBorsa ItalianaEscritórioItália
Deutsche WohnenDWNIXetraResidencialAlemanha
Entra ASAENTOslo BørsEscritórioNoruega
Eurocommercial PropertiesECMPAEuronext AmsterdamVarejoHolanda
GecinaGFCEuronext ParisResidencial/ EscritórioFrança
Globalworth Real Estate InvestmentsGWIAIMEscritório/ ComercialPolônia/ Romênia
Green REITGRNEuronext DublinComercialIrlanda
Hibernia REITHBRNEuronext DublinEscritórioIrlanda
Hufvudstaden ABHUFVOMX StockholmEscritório/ VarejoSuécia
IGD SIIQIGDBorsa ItalianaVarejoItália
ImmofinanzIMOVienna Stock ExchangeComercialÁustria
IRES REITIRESEuronext DublinResidencialIrlanda
Jeudan A/SJDANOMX CopenhagenEscritório/ ComercialDinamarca
KlépierreLIEuronext ParisVarejoFrança
Land Securities GroupLANDLSEEscritório/ Varejo e LazerReino Unido
Merlin PropertiesMRLBMEEscritório/ ComercialEspanha
NSI N.V.NSIEuronext AmsterdamEscritório/ ComercialHolanda
PSP Swiss PropertyPSPNSIX Swiss ExchangeEscritório/ Logística/ VarejoSuíça
SegroSGROLSEIndústria / LogísticaReino Unido
Unibail-Rodamco-WestfieldURWEuronext AmsterdamVarejo/ Escritório/ LazerFrança
VonoviaVNAXetraResidencialAlemanha
WereldhaveWHAEuronext AmsterdamVarejoHolanda

O que preciso saber antes de investir na Europa?

Após entender quais são as diferentes maneiras de investir na Europa, que tal uma breve lista de pontos a considerar antes de começar a fazer seus primeiros investimentos no Velho Continente?

Qual é o melhor país para começar?

Em nenhum outro continente é possível encontrar tantas boas opções de países para investir quanto na Europa. 

As escolhas vão desde potências econômicas mais tradicionais (como Alemanha e Reino Unido; os escandinavos, como Dinamarca, Noruega e Suécia, reconhecidos por sua alta qualidade de vida e estabilidade política) até alternativas menos convencionais que têm demonstrando grande potencial de crescimento, casos da Irlanda, Estônia, Polônia, entre tantos outros.

Diante de tantas escolhas, a verdade é que não há como determinar qual dessas opções é a melhor para começar. Isso depende principalmente das estratégias e preferências de cada investidor

Para os mais cautelosos, por exemplo, o mais indicado é começar por economias mais consolidadas e com predominância em setores tradicionais, como a Alemanha, França e Reino Unido. 

Além de contar com alguns dos mercados de valores mobiliários mais vastos da europa, esse trio está presente majoritariamente em qualquer ranking de melhores países para investir. 

Por fim, essas três nações, também concentram uma boa fatia das maiores empresas da europa. No total, 227 das 500 companhias de maior capitalização do continente são originárias desses países, conforme o levantamento Fortune 500 Europe de 2023.

PaísNúmero de empresas no Top 10Número de empresas no Top 500
Alemanha3: Volkswagen (2º), Uniper (4º) e Mercedes-Benz (9º)80
Reino Unido2: Shell (1º) e BP (6º)76
França2: TotalEnergies (4º) e Electricité de France (10º)71
Holanda1: Stellantis (7º)37
Suíça1: Glencore (5º)36

Quem pretende ir além do convencional pode investir em mercados menos procurados, mas com grande potencial. 

As opções aqui incluem economias desenvolvidas como Irlanda, reconhecida como hub farmacêutico e tecnológico, e Holanda, país com grandes empresas de tecnologia e logística. Ou ainda países emergentes que oferecem maior potencial de retorno (e risco) — é o caso da Estônia, o país mais digitalizado e com o maior número de unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) do mundo, e da Polônia e da Turquia, que tem se destacado como destinos para investimentos imobiliários.

Qual é a melhor opção para investir?

Mais uma vez: depende. Como já mencionado, existem diferentes formas para o investidor brasileiro aplicar na Europa. Isso pode ser feito diretamente por meio de contas internacionais, como indiretamente através dos produtos financeiros listados na B3.

Ao abrir uma conta internacional com corretoras que oferecem esse tipo de serviço, o investidor expande suas possibilidades, mas precisa estar ciente dos custos envolvidos para enviar remessas ao exterior, bem como assumir o risco cambial, um dos fatores mais imprevisíveis que existem.

Por meio da B3, o investidor brasileiro fica limitado a um número bastante menor de opções. Contudo, pode ser compensado pela praticidade de investir em reais e sem se preocupar com barreiras linguísticas, por exemplo.

Independentemente de qual caminho escolher, é possível encontrar produtos mais e menos arriscados, indo desde ativos de renda fixa até as famosas ações — ou BDRs para quem investe pelo mercado doméstico. 

A melhor opção, ao fim, não é a mais segura ou a com maior retorno, mas aquela que melhor se encaixa ao seu perfil.

Como escolher os investimentos certos para meu perfil?

Após estudar cada classe de ativo individualmente, para escolher os investimentos com inteligência é preciso observar quais desses ativos melhor se adequam ao seu planejamento financeiro e até que ponto você está disposto a arriscar.

Para facilitar essa equação, é possível elencar três passos bastante básicos para avaliar se um investimento é certo para o seu perfil:

1º Defina seus objetivos financeiros

Pode parecer bastante óbvio, mas antes de mais nada é preciso saber o porquê de você estar investindo. Cada meta abrange estratégias próprias e isso por si só já vai te ajudar na tarefa de filtrar as opções. De forma geral, os objetivos financeiros podem ser divididos em:

  • Curto prazo: criar um fundo de emergência, fazer uma viagem, trocar de carro, e assim por diante;
  • Médio prazo: comprar uma casa ou abrir um negócio, por exemplo;
  • Longo prazo: aposentadoria ou acúmulo de capital.

2º Descubra sua tolerância ao risco

Cada ativo conta com seu próprio grau de risco. É muito importante respeitar o seu limite, independentemente da atratividade da recompensa. Por isso, é preciso saber exatamente até que ponto você está disposto a arriscar o seu capital para obter retornos. Caso ainda não saiba exatamente que ponto é esse, fique tranquilo. 

As corretoras têm a obrigação de aplicar um teste de suitability no momento da abertura da conta. Por meio dele, será possível definir qual o seu perfil de investidor — isto é, qual a sua tolerância ao risco. A depender do resultado, você pode ser classificado como:

  • Conservador: prezam acima de tudo pela segurança do patrimônio. Preferem ativos mais seguros, mesmo que seus retornos sejam menores;
  • Moderado: em meio caminho entre o conservador e o agressivo, esse investidor aceita tomar certos riscos para aproveitar oportunidades que possam trazer um retorno maior;
  • Agressivo/arrojado: diferentemente dos outros dois, o perfil agressivo prefere o lucro antes da segurança. São perfis que podem e estão dispostos a assumir grandes riscos em nome de um bom potencial de retorno.

3º Horizonte de tempo

Após definir seu planejamento e perfil, é preciso posicionar os investimentos em um horizonte de tempo determinado

Quem não tem muita segurança pode acabar optando por ativos mais fáceis de resgatar. Já aqueles acostumados com flutuações, tendem a preferir ativos que mesmo mais voláteis, tendem a valorizar com o passar dos anos. 

O horizonte de tempo também pode ser classificado em três categorias:

  • Curto Prazo (1-3 anos): precisa de liquidez e segurança, já que pode necessitar reaver o dinheiro aplicado a qualquer momento;
  • Médio Prazo (3-10 anos): pode aceitar algum risco, mas ainda precisa de alguma segurança;
  • Longo Prazo (10+ anos): pode assumir mais riscos e evitar resgates mesmo que os investimentos apresentem uma má sequência de rendimento, esperando por retornos muito mais a frente.

Qual é o valor mínimo para começar?

Não existe um valor mínimo para começar a investir no exterior. Cada produto financeiro possui preços distintos, cabendo ao investidor avaliar as regras de aplicação antes de investir.

De modo geral, a forma mais barata para iniciar suas aplicações no exterior é por meio das opções disponíveis na B3. Isso porque investir diretamente no exterior por conta internacional envolve, entre outras coisas, custos em moeda estrangeira com remessas. Algumas corretoras podem exigir ainda um valor mínimo para cada aplicação.

Como é a declaração de IR para investimentos no exterior?

Brasileiros que mantêm investimentos no exterior ou que pretendem começar a investir fora do país precisam declarar esses ativos à Receita Federal. As regras tributárias para rendimentos no exterior de pessoas físicas domiciliadas no Brasil, inclusive, foram recentemente atualizadas. 

Com a sanção da Lei nº 14.754/2023, desde 1º de janeiro de 2024, os rendimentos do capital aplicado no estrangeiro passaram a ser declarados à parte. Ou seja, são declarados por separado de todos os demais rendimentos e ganhos, na Declaração de Ajuste Anual (DAA).

Para evitar erros e dor de cabeça, uma boa dica para quem prefere investir com corretora estrangeira é escolher uma instituição que já emita os relatórios de forma adequada para declaração no Brasil.

Como é a tributação para investir na Europa?

Além de segregar o regime de declaração de rendimentos obtidos no exterior, a nova legislação também alterou as regras tributárias para esse tipo de investimento.

Desde o começo deste ano, todos os os valores de rendimento obtidos no exterior são tributados com uma alíquota fixa de 15%, paga anualmente e sem base de dedução.

Por que investir na Europa?

Exposição a um mercado estável, diversificação geográfica, acesso a grandes bolsas de valores, economia aquecida e rendimentos lastreados no euro são algumas das razões para se investir na Europa. Entenda cada uma delas:

Exposição a um mercado estável

De acordo com o Fundo Monetário Internacional, considerando dados de 2024, a Europa concentra algumas das maiores economias do mundo

Alemanha, França e Itália são alguns dos países do ranking, que considera o Produto Interno Bruto (PIB) de cada nação. Além disso, a região é historicamente conhecida por sua resiliência e capacidade de adaptação em meio a crises.

Esse ambiente econômico estável proporciona um cenário mais previsível e seguro aos investidores. E mais: geralmente conta com infraestrutura avançada, políticas fiscais sólidas e regulamentações financeiras rigorosas. Na somatória, tudo isso contribui para a redução de riscos e para potencializar retornos mais consistentes e atrativos.

Diversificação geográfica

Para começar, alocar uma parte dos seus recursos fora do Brasil é uma maneira de proteger o seu patrimônio contra crises nacionais. Além disso, até mesmo dentro da Europa é possível otimizar essa diversificação, escolhendo ativos em diferentes nações.

Afinal, isso permite que você aproveite o crescimento de várias economias simultaneamente. O resultado: minimização dos riscos associados a problemas econômicos ou políticos específicos de um único país. 

Acesso a bolsas de valores importantes

A EuroNext, só para citar um exemplo, é uma das bolsas de valores mais importantes do mundo, com presença na Irlanda, na Noruega, na Holanda, em Portugal e na França. Ela ainda conta com um índice, o EuroNext 100, que concentra as 100 maiores empresas da região, como Carrefour, Danone, Michelin e Sodexo

Dessa maneira, investir na Europa ou em ativos que acompanhem o índice é uma excelente oportunidade para explorar empresas líderes em seus setores, conhecidas até mesmo mundialmente. Aqui, cabe destacar a diversificação também, já que você pode aumentar a sua exposição a diferentes setores e indústrias.

Rendimentos lastreados no euro

O euro é uma das moedas mais fortes e estáveis do mundo. Em termos práticos, significa que você está menos exposto à desvalorização cambial e à volatilidade que podem afetar moedas mais frágeis. Consequentemente, tal estabilidade oferece uma camada extra de segurança para os seus investimentos.

E mais: quando o real desvaloriza em relação ao euro, as aplicações alocadas na Europa se tornam ainda mais atrativas.

Vale a pena investir na Europa em 2024?

De forma objetiva, é possível dizer que a Europa atravessa um ano marcado por incertezas. Isso pode ser observado por uma série de fatores preocupantes, incluindo:

  • Setores instáveis: alguns dos setores mais tradicionais, como o industrial, de varejo e imobiliário têm enfrentando problemas para se recuperar da alta inflacionária;
  • Crise política: as principais bolsas de valores da Europa apresentaram quedas logo após o resultado das eleições para o Parlamento Europeu e da dissolução do parlamento francês promovida por Macron.

Isso não significa, contudo, que o investidor brasileiro deve virar às costas para as bolsas da Europa em 2024. Apesar desse momento turbulento, existem alguns sinais de melhora no horizonte

Dias antes das supracitadas eleições para o Parlamento, o Banco Central Europeu havia anunciado o início do ciclo de corte de juros na zona do Euro. Além disso, a inflação, atualmente em 2,4% , dá sinais de que alcançará a meta de 2% proposta para o ano.

A  soma de todos esses fatores é bastante difícil de prever, mas reforça a necessidade — e as dificuldades — de os investidores acompanharem de perto o noticiário econômico e político europeu. 

De modo geral, é possível dizer que a volatilidade atual dos mercados europeus pode tornar os investimentos de curto prazo mais arriscados. 

O investidor que não tem necessidade de liquidez, porém, pode usufruir dos benefícios de aportar seu capital em euro a qualquer momento. Isso porque a ideia de fazer market timing — ou seja, buscar antecipar tendências para prever o melhor momento de aplicar em outra moeda — não é recomendada, já que o câmbio é muito imprevisível.

O histórico mostra que no médio e no longo prazo, independentemente das condições econômicas e políticas, o real acaba perdendo valor mais rápido do que o euro. Uma prova disso é que, entre junho de 2014 e junho de 2024, a moeda europeia aumentou cerca de 90% frente à brasileira

Quer um exemplo ainda mais recente? Mesmo diante das dificuldades enfrentadas pela Europa, em junho deste ano, o euro já acumulava um aumento de 5,50% no ano em comparação ao real.

Aprenda a investir no exterior sem complicações

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Seja para investir na Europa ou em qualquer outro país, te acompanhamos nessa jornada e transformamos você em um investidor mais inteligente e analítico

Perguntas frequentes sobre como investir na Europa

É seguro investir na Europa?

A segurança dos investimentos na Europa depende principalmente do tipo de ativo em que se aplica. Independentemente disso, entretanto, investir em uma moeda mais forte que o real é sempre mais seguro, uma vez que no longo prazo seus retornos tendem a ser maiores. Essa, inclusive, é uma boa estratégia de proteção patrimonial.

É fácil investir na Europa?

Investir na Europa está cada vez mais fácil. Hoje, mesmo quem não quer lidar com as burocracias de abrir uma conta internacional, pode aplicar no exterior por meio de diferentes produtos disponíveis na bolsa de valores brasileira.

É obrigatório abrir conta em uma corretora europeia?

Não. Existem diferentes maneiras de investir na Europa sem abrir contas em corretoras no exterior. Isso pode ser feito por meio da abertura de uma conta internacional com corretora brasileira, ou mesmo através dos títulos negociados na B3, com lastro em ativos estrangeiros.

Posso investir em qualquer país da Europa morando no Brasil?

De forma geral, dada todas as possibilidades de negociação existentes — produtos negociados na B3, abertura de conta internacional e conta em corretora estrangeira —, é sim possível afirmar que o investidor pode ter acesso a todos os principais países europeus sem sair do Brasil.

Como fazer meu dinheiro render em euros?

Diversifique seus investimentos o máximo possível, aplicando em diferentes países e classes de ativos. Uma vez que já esteja exposto ao mercado europeu, mantenha-se atento ao noticiário econômico e político, de modo a aproveitar os momentos de baixa do euro para adquirir novos papéis, sempre focando no médio e longo prazo para superar volatilidades de momento.

Quais são os investimentos mais seguros? Quais têm mais risco?

Os investimentos europeus apresentam opções de aplicação para todos os tipos de investidores preocupados em proteger seu patrimônio. Assim como no Brasil, as opções mais seguras são as de Renda Fixa, como os bonds, enquanto ações são por natureza um exemplo de produtos de maior volatilidade — principalmente aquelas emitidas por companhias de menor capitalização.

TedDuarte
TedDuarte
Economista formado e conteudista da Finclass.
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