Está com uma viagem internacional marcada, mas não sabe qual o melhor momento para converter seus reais? Essa preocupação é bastante comum, afinal, não há como saber se o dólar estará mais ou menos caro às vésperas de sua partida.
E para lidar com situações como essa você pode recorrer a uma reserva de emergência em dólar. Na prática, isso significa guardar uma quantia mensal para uma “caixinha” mantida no exterior.
Mas atenção: para que esses aportes sejam efetivos, é importante fazer com que esse dinheiro fique rendendo em dólar até o prazo do resgate.
Gostou da ideia? Então já reserve uns minutinhos e venha conosco para saber como formar sua própria reserva de emergência em dólar.
Ao longo deste artigo, responderemos dúvidas bastante recorrentes como:
- O que é reserva de emergência?
- Por que ter uma reserva de emergência em dólar?
- Como fazer uma reserva de emergência?
- Onde guardar a reserva de emergência?
- Quanto valor guardar em dólar?
- E muito mais.
Vamos lá!
O que é reserva de emergência?
A reserva de emergência pode ser definida como uma quantia de dinheiro destinada para situações de urgência ou imprevisto financeiro, tais como um tratamento médico, a perda do emprego ou uma reforma não planejada.
Seu objetivo é servir como um colchão de segurança ao qual se pode recorrer em situações adversas, evitando a necessidade de tomar empréstimos com altas taxas de juros ou comprometer investimentos de longo prazo.
Para evitar que essas economias sejam impactadas pela inflação, é recomendável que o valor separado mensalmente seja colocado para render. Ou seja, investido em títulos seguros e de fácil resgate, em vez de ser mantido “parado” na sua conta corrente ou poupança.
Por que ter uma reserva de emergência em dólar?
Manter uma reserva de emergência em dólar é uma boa ideia principalmente para aqueles que estão se preparando para uma viagem internacional ou estão planejando se mudar para o exterior.
Como não há como prever quando a cotação estará favorável, reservar um valor mensal para investir nos Estados Unidos até as vésperas da viagem é uma forma prática e segura de mitigar o risco cambial. Assim, evita-se o risco de ter que pagar mais caro pelo dólar quando já não houver tempo para esperar.
Além de se proteger contra a variação cambial, manter uma reserva em dólar também pode trazer outras vantagens como:
Proteção contra imprevistos
Poucas previsões erram tanto quanto a do câmbio. Isso porque a relação de preço entre uma moeda e outra pode ser afetada por decisões políticas e econômicas em ambas pontas — neste caso, os EUA e o Brasil — e até mesmo por turbulências em outros mercados, como a América Latina e a Europa.
Isso posto, no longo prazo, moedas mais fortes como o dólar — que além de tudo é tido como moeda referência global — tendem a perder menos valor que a de economias emergentes. Está aí a razão pela qual investidores de todo o mundo costumam correr para o mercado norte-americano sempre que se observa algum sinal de risco ou instabilidade econômica no horizonte.
Ao ter uma reserva de emergência nos EUA, além de proteger seu dinheiro da inflação, você também o salvaguarda do risco da instabilidade política e econômica do Brasil e mesmo de riscos sistêmicos globais.
Oportunidades de investimento
O dinheiro mantido em uma “caixinha no exterior” também pode ser utilizado como reserva de oportunidade. Ou seja, para aproveitar ocasiões vantajosas para adquirir outras classes de ativos nas bolsas de valores dos Estados Unidos, por exemplo.
É claro que você não deve esvaziar sua reserva em dólar com esse fim. O ideal é sempre manter uma fatia, digamos, de 5% a 10% para aproveitar as oportunidades do mercado. É importante mencionar que o valor retirado do montante deve ser restabelecido o quanto antes, assim que você tiver novas entradas de receita.
Tranquilidade financeira
Ter uma reserva de emergência extra em um moeda forte como o dólar é uma garantia de noite tranquila, já que você está reduzindo a exposição cambial. Além disso, em uma viagem de intercâmbio, por exemplo, estará blindado contra eventuais imprevistos financeiros que podem acometer a qualquer pessoa.
Agora se a sua reserva de emergência em dólar segue como um colchão de segurança, é mais fácil investir no Exterior buscando ativos com maior potencial de rendimento.
Como funciona a reserva de emergência?
Em teoria, o funcionamento da reserva de emergência não guarda nenhum mistério. Trata-se apenas de um valor que você deve se propor a guardar mensalmente para formar um montante grande o suficiente para cobrir imprevistos financeiros que podem surgir no futuro.
O grande truque, porém, não é guardar seu dinheiro como fazem as crianças com seus cofres de porquinho, mas fazer com que suas economias sejam capazes de te trazer algum retorno adicional, até que seja necessário resgatá-las.
Como fazer isso? Investindo. Mas atenção: não em qualquer ativo ou produto. Exclusivamente em ativos seguros e que possam ser facilmente resgatados. Assim, quando um momento de necessidade chegar, esse valor estará lá esperando para ser integralmente resgatado e ainda terá algum rendimento — quando você desejar ou precisar.
Para quem pretende ter uma reserva de emergência em dólar, contudo, esse caminho pode ser um pouco mais longo. Isso porque as opções de investimentos estrangeiros com essas características são bastante limitados na bolsa de valores brasileira.
Logo, se você quer fazer isso precisa estar disposto a abrir uma conta com corretora estrangeira para ter acesso a uma maior variedade de ativos indicados para reserva de emergência. Feito isso, é só ir mandando uma quantia determinada para sua conta no exterior todos os meses.
Como não conseguimos prever como estará o dólar quando for necessário mexer nesse montante, ao optar por fazer envios periódicos será possível construir uma média do valor enviado ao longo do tempo (uma hora pagando mais, outra menos), em vez de arriscar-se fazendo market timing — ou seja, esperando por uma hora oportunidade. O melhor é que, enquanto esse momento não chegar, seu dinheiro estará rendendo, minimizando eventuais perdas ocasionadas pelo câmbio.
Antes de avançarmos, é válido mencionar que, de olho nessa lacuna no mercado doméstico, algumas corretoras para investir no exterior criadas por brasileiros, como a Avenue e a XP, já começaram a negociar alguns ativos criados para esse propósito, os chamados Money Market Funds. Não sabe do que estamos falando? Sem problema. Mais adiante explicaremos o funcionamento desse tipo de fundo, bem como de outros produtos adequados para reservas de emergência em dólar.
Quem deve ter uma reserva de emergência?
A resposta mais direta que podemos dar é: todo mundo. Afinal, ninguém está livre de situações adversas que podem comprometer as finanças e a qualidade de vida.
Ao ter uma reserva de emergência, fica mais fácil dormir tranquilo e aproveitar oportunidades de aplicação sem grandes receios, já que sempre haverá um valor disponível para lidar com períodos momentâneos de adversidade, sem passar sufoco.
Atenção: apesar da atratividade de investir em dólar, formar uma reserva de emergência em uma moeda estrangeira não é sempre a melhor escolha. Essa opção, na verdade, só é indicada para casos específicos como, por exemplo:
- Pessoas que estão planejando uma viagem internacional;
- Para quem está se organizando para se mudar ao exterior;
- Estudantes que estão se preparando para um intercâmbio;
- Pessoas que tenham custos fixos nos EUA, como a administração de um imóvel;
- Investidores que queriam aproveitar oportunidades de aplicação que possam surgir nas bolsas norte-americanas;
- Profissionais que recebem em dólar e não desejam fazer conversões para o real;
- Brasileiros que já moram nos Estados Unidos.
Para quem não compartilha nenhuma dessas realidades, o mais indicado é sempre manter a reserva de emergência dentro do Brasil e em reais. Existem diferentes motivos para isso:
- Remuneração: os títulos de renda fixa de curta duração — que são os ativos ideias para essa finalidade — negociados no Brasil remuneram melhor que os seus pares norte-americanos, já que as taxas de juros brasileiras são historicamente maiores que as dos Estados Unidos;
- Tipo de rentabilidade: enquanto os ativos brasileiros como CDBs e Tesouro Selic são pós-fixados (ou seja, são ajustados com o passar do tempo protegendo o poder de compra), a maioria dos títulos de renda fixa dos EUA são prefixados, entregando no resgate a taxa definida inicialmente;
- Liquidez: por aqui existem títulos com liquidez diária, enquanto os Money Market Funds, por exemplo, tem levam dois dias úteis para serem liquidados, o que pode ser um problema em situações de emergências mais graves;
- Custos: fazer remessas de dinheiro para sua “caixinha no exterior” envolve custos como a taxa de câmbio, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a taxa de corretagem (paga em dólar);
- Risco de câmbio: há, por fim, a possibilidade de que, em uma situação de urgência, seja preciso resgatar o dinheiro aplicado em um momento que o dólar esteja cotado acima do valor em que estava quando da aplicação, resultando em perdas financeiras.
É importante mencionar que mesmo quem se encaixa nos cenários assinalados, precisa fazer os cálculos com cuidado para ver se realmente vale a pena criar uma reserva em dólar.
Por exemplo, quem tem uma viagem internacional marcada para daqui a três ou quatro meses deve se perguntar se um investimento com rendimento anual na casa dos 4% compensa o esforço.
Ou seja, abrir uma conta com corretora estrangeira, enviar remessas em dólar ao exterior, selecionar e investir em fundos, lidar com a questão tributária e, por fim, fazer a declaração de Imposto de Renda sobre esses ativos estrangeiros.
Por fim, vale o reforço de que poupar em dólar só é interessante para quem vai utilizar a moeda em um momento futuro determinado. Se você é brasileiro e mora no Brasil, tem todos seus gastos aqui e não tem intenção de viver em outro país ou conhecê-lo, não faz muito sentido fazer uma reserva de emergência em dólar.
Isso colocado, nada impede que investidores interessados em investimentos de oportunidade ou em proteção do patrimônio aloquem uma pequena fatia do valor destinado mensalmente à reserva de emergência em uma segunda conta menos volumosa no exterior.
Como fazer uma reserva em dólar?
Agora que você já sabe o que é, como funciona e em que situações é válido ter uma reserva de emergência em dólar, é chegado o momento de migrar para a prática. Não sabe por onde começar?
Isso não é problema. Abaixo preparamos um passo a passo bastante didático para te ajudar a montar sua reserva de emergência nos EUA.
Deixe as contas organizadas
Antes de pensar em fazer suas primeiras remessas para o exterior e começar a montar sua reserva de emergência, é preciso colocar as finanças em dia.
Para tal, tudo o que você precisa fazer é mensurar quais são as suas receitas (salário, rendimentos de investimento, alugueis, entre outros) e despesas mensais (incluindo contas essenciais, como aluguel, água, gás e luz, até custos com atividades de lazer).
Importante: não basta calcular “mais ou menos quanto costuma sobrar” ao fim do mês. É preciso ser mais preciso que isso.
A ideia é realmente anotar todas as entradas e saídas ao longo dos meses, especificando onde, quando e no que você gastou. Aqui vale de tudo: desde aplicativos de controle de despesa, planilhas de Excel até o bom e velho caderninho de anotações.
Ao controlar seu orçamento, pouco a pouco você começará a identificar pequenos gastos que podem ser cortados e melhor aplicados.
Defina um valor para poupar todo mês
Com o orçamento sob controle, fica mais fácil identificar o quanto você pode guardar e aplicar todos os meses. O mais importante aqui é ser realista para evitar frustrações e ter a perseverança necessária para manter a constância de seus aportes.
O valor a ser poupado vai depender de uma série de fatores pessoais, incluindo seu estilo de vida, despesas fixas e objetivos.
Segundo o método “50-30-20”, uma famosa abordagem de organização financeira ensinada principalmente para investidores que estão recém começando, o valor a ser aplicado deve ser igual a 20% de suas entradas. A maior fatia, a de 50%, é para cobrir custos essenciais (aluguel, contas, mercado, farmácia) e 30% para atividades de lazer.
Note que esse é apenas um exemplo adaptável de como começar a olhar para suas finanças com maior critério.
Esses percentuais podem variar a depender da sua realidade. Entretanto, é muito importante fazer esforços para manter essa margem de investimento sempre que possível. Caso suas despesas fixas ultrapassem 50%, por exemplo, seria interessante considerar descontar esse valor excedente do lazer e não das aplicações.
Invista esse dinheiro
Como já adiantamos, seria um desperdício deixar o dinheiro que você está juntando todos os meses e enviando ao exterior “parado” em uma conta.
Para evitar que suas economias sejam corroídas pela inflação, você pode aplicar esse dinheiro em ativos seguros e fáceis de resgatar, para que ele vá rendendo em dólar, enquanto não é movimentado.
Assim, no futuro, quando alguma situação de necessidade surgir, esse dinheiro estará te esperando e, inclusive, com algum rendimento acima dos aportes feitos.
Evite usar esse dinheiro
Por fim, mas não menos importante, é preciso ter o controle de não mexer nesse dinheiro por nenhum outro motivo que não o estabelecido. Se é um valor reservado para bancar sua viagem, só deve ser resgatado dias antes de seu vôo.
Se é um valor reservado salvaguardado para seus primeiros meses de intercâmbio, é necessário que seja utilizado apenas para essa finalidade.
Para resistir a tentações de momento, o melhor a se fazer é manter uma conta à parte, específica para a reserva.
Onde deixar o dinheiro para reserva de emergência?
Para proteger seu dinheiro contra a inflação e, de quebra, ganhar algum rendimento com seus aportes, é recomendável que você aplique sua reserva de emergência, em vez de deixar esse montante simplesmente parado em conta.
Lembre, contudo, que o foco desse tipo de investimento não deve estar na rentabilidade em si, mas sim na segurança e na liquidez. Afinal, como esse é um dinheiro de urgência, esse valor não pode ser aplicado em investimentos sujeitos a perdas e tampouco que sejam difíceis de resgatar, independentemente de o quão atrativos possam parecer.
Em resumo, o indicado é que o dinheiro de sua reserva de emergência esteja alocado em ativos de Renda Fixa com vencimento no curto — ou melhor “curtíssimo” — prazo. Enquanto no Brasil, os investimentos mais adequados para esse propósito são o Tesouro Selic e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de liquidez diária, as opções mais conhecidas para reservas de emergência nos Estados Unidos são as seguintes:
ETFs de Renda Fixa de curta duração
Os Exchange Traded Funds, ou simplesmente “ETFs”, são fundos de investimento que buscam replicar um indicador de mercado, acompanhando passivamente o seu desempenho.
Para reservas de emergência em dólar, os mais indicados são aqueles que seguem índices compostos por títulos públicos de curta duração.
Na tabela abaixo, separamos alguns ETFs bastante conhecidos que atuam dessa forma:
Nome | Ticker | Indicador seguido | Descrição |
iShares 0-3 Month Treasury Bond ETF | SGOV | ICE 0-3 Month US Treasury Securities Index | Investe em títulos do Tesouro dos EUA com vencimento de até 3 meses; |
SPDR Bloomberg 1-3 Month T-Bill ETF | BIL | Bloomberg 1-3 Month U.S. Treasury Bill Index | Acompanha títulos do Tesouro dos EUA que tenham de 1 a 3 meses de duração; |
iShares Treasury Floating Rate Bond ETF | TFLO | Bloomberg U.S. Treasury Floating Rate Index | Aplica em títulos do Tesouro dos EUA ajustados com base na taxa de juros de curto prazo; |
iShares Short Treasury Bond ETF | SHV | ICE Short US Treasury Securities Index | Investe em títulos do Tesouro dos EUA com vencimento de até 1 ano. |
A rentabilidade desses fundos ocorre por meio da distribuição de dividendos. O que significa que todos os meses cai dividendos em dólar na sua conta. Bacana, não é mesmo?
Só lembre que, como a intenção é gerar uma reserva de emergência, o ideal é que o investidor reinvista esses rendimentos nos mesmos ETFs para que possa ver seu dinheiro ganhando volume até o resgate.
Para evitar sustos, é preciso citar que, apesar de muitos seguros, esses fundos podem apresentar pequenas flutuações. Isso ocorre porque a maioria dos títulos públicos nos Estados Unidos são prefixados — ou seja, remuneram segundo uma taxa de juros determinada de antemão. Assim, sempre que há uma expectativa de mudança nas taxas de juros, o preço desses ativos tende a variar.
De modo geral, o impacto dessas variações é mínimo em ETFs americanos como os listados acima, já que os índices que acompanham são formados por títulos de duração reduzida. Uma prova disso é o supracitado TFLO, que variou apenas US$ 0,30 nos últimos 5 anos, indo de US$5,30 para os atuais US$5,60.
Por fim, uma vantagem interessante, principalmente para o pequeno investidor, é que as corretoras estrangeiras costumam permitir a compra de frações de cotas, diminuindo o peso dos aportes e tornando o acesso a esses ETFs mais democrático.
Money Market Funds
Uma segunda opção para reserva de emergência em dólar são os chamados Money Market Funds, Fundos de Investimento que aplicam em ativos com risco de crédito mínimo — majoritariamente títulos do Tesouro dos Estados Unidos — e de curta duração.
A rentabilidade desses fundos é determinada pela taxa de juros de curto prazo definida periodicamente pelo Federal Reserve (Fed), permitindo que o investidor possa ver exatamente o seu dinheiro evoluindo pouco a pouco.
High Yield Savings Account
Uma última opção, consideravelmente mais rentável que as anteriores e também bastante segura, são os High Yield Saving Accounts (HYSA), que funcionam basicamente como uma versão norte-americana da nossa conhecida caderneta de poupança.
A diferença está no fato de que esses investimentos costumam ter um rendimento muito maior, quase igual ao de um CDB, na falta de uma comparação melhor.
A alta rentabilidade do HYSA em relação às poupanças tradicionais ocorre pelo fato de serem oferecidas essencialmente por bancos online, que possuem menores custos operacionais.
Infelizmente, esse tipo de investimento não é acessível para todos os brasileiros. Só está disponível para quem já mora nos Estados Unidos e possui o Social Security Number — equivalente ao CPF norte-americano.
Para evitar desapontamentos e permitir que você alinhe suas expectativas de forma mais realista, é preciso ter ciência de que investimentos como os ETFs de Renda Fixa de curto prazo e os Money Market Funds remuneram bem abaixo dos produtos indicados para reserva de emergência no Brasil.
Como já destacamos anteriormente, isso acontece pela diferença entre a taxa básica de juros dos dois países — utilizada como base para a rentabilidade de títulos mais seguros.
Para trazer para o presente (junho de 2024, logo após anúncio do Copom), enquanto a Selic está em 10,5%, a taxa básica de juros dos EUA está entre 5,25% e 5,50%. Para ter uma ideia, apesar de corresponder a metade da taxa brasileira, esse valor é bastante alto para os padrões norte-americanos. É, inclusive, o patamar mais alto desde 2001.
Qual o valor ideal para sua reserva de emergência?
Embora não exista um valor definitivo para guardar, em termos gerais, a recomendação é de que a reserva de emergência seja grande o suficiente para suprir de três a 12 meses de todas as suas despesas fixas, sem alterar seu padrão de vida.
Quando falamos em um reserva de emergência em dólar, contudo, tudo vai depender de sua motivação e situação. Caso já esteja vivendo no exterior ou tenha essa meta em seus planos, é possível seguir a mesma regra acima. No segundo caso, claro, é necessário adaptar suas despesas de acordo com o custo de vida do local de interesse.
Se a sua intenção, porém, é só deixar seu dinheiro rendendo em dólar até a chegada de uma viagem, tudo o que você precisa é considerar quais os gastos que você pretende cobrir com essa reserva.
Qual é o impacto da inflação na sua reserva de emergência?
Você certamente já teve a impressão de que uma nota de R$100,00 já não vale o mesmo que costumava valer a 5 ou 10 anos atrás, não é mesmo? Isso acontece porque, embora o valor nominal — aquele impresso no papel — siga igual, seu valor real não. O responsável por esse efeito é a inflação que vai, pouco a pouco, corroendo o poder de compra de uma moeda.
Por isso, é muito importante considerar esse fator ao decidir onde guardar sua reserva de emergência. Já que ao deixar esse valor embaixo do colchão, na caderneta de poupança ou parado em uma conta no exterior, suas economias vão acabar perdendo valor.
Assim, pode ocorrer de que, chegada a hora do resgate, aquele valor que você calculou como suficiente talvez já não seja o bastante.
Para se precaver desse tipo de situação, é preciso que suas economias estejam investidas em produtos financeiros capazes de gerar algum rendimento, enquanto você não precisa recorrer a sua reserva.
Quais os erros comuns ao criar uma reserva de emergência?
A reserva de emergência é a base para qualquer outro investimento. Afinal, com uma salvaguarda é muito mais fácil ficar tranquilo e se arriscar um pouco mais em aplicações mais vantajosas ou mesmo se dar aquele presente que você sempre quis sem tanto receio.
Nem precisamos dizer, mas, dada a sua importância, esse é o tipo de investimento que precisa ser feito o quanto antes e da maneira mais correta possível. Por isso, antes de partir para a prática, é muito importante saber quais são os erros mais comuns ao criar uma reserva de emergência para que você evite repeti-los. São eles:
Não estabelecer um objetivo claro
Seja em uma reserva de emergência ou mesmo no fundo do cofre, guardar dinheiro é muito mais fácil quando existe um objetivo que nos determinamos a alcançar.
Ao “guardar por guardar”, as chances de pular um mês ou dois sem economizar, ou ainda ceder e gastar suas economias em uma tentação de momento são muito altas.
Além disso, sem uma meta definida, você também nunca saberá o quanto precisa guardar.
Se o que você busca é um colchão de segurança para garantir sua tranquilidade em uma eventual adversidade, já sabe que precisará somar suas despesas mensais e multiplicar esse valor por 6 ou 12. Caso esteja se programando para uma viagem internacional, é só mensurar os gastos médios a serem cobertos. E assim por diante.
Usar a reserva em despesas não emergenciais
Não deixe um problema menor ou uma vontade de momento comprometer o seu futuro. O dinheiro da reserva não deve ser tocado por outro motivo que não aquele pela qual você começou a constituir esse investimento.
Já demos esse conselho mais cedo, mas não custa reforçar: se possível, é de grande ajuda manter uma conta à parte somente para sua reserva de emergência. Assim fica mais prático estabelecer limites e evitar misturar suas economias com o dinheiro do dia a dia.
Para alcançar o valor estabelecido é preciso controle e constância. Com o tempo, contudo, seus esforços serão reduzidos, já que a economia é só uma questão de costume.
Não repor o dinheiro usado
Precisou usar a reserva em um momento de dificuldade? Não se sinta culpado. Ela existe justamente para isso.
Uma vez que sua situação financeira esteja restabelecida, contudo, não esqueça de repor todo o dinheiro que foi usado. Assim que o salário cair em conta, não pense duas vezes: se pague primeiro.
Não começar por parecer difícil
É comum que, ao calcular quanto dinheiro precisa ser juntado, muitas pessoas acabam desanimando e desistindo de economizar, por achar que será muito difícil alcançar a quantia necessária.
Não caia nessa. Independentemente de o quanto você consiga guardar inicialmente, isso já será melhor que nada. Começar com pouco é melhor do que não começar. No mais, como acabamos de ressaltar: depois de um tempo, poupar acaba se tornando um costume.
Manter a reserva em um investimento de baixo rendimento
Por fim, o erro mais comum de todos: deixar, por comodidade ou desconhecimento, suas economias perdendo em investimentos de baixo rendimento, como a caderneta de poupança.
Se existem outras opções tão ou mais seguras que estas, por que perder dinheiro? Ou melhor, por que deixar de fazer dinheiro?
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