Já ouviu falar por aí que a renda fixa é o investimento ideal para perfis conservadores? A recomendação é verdadeira, porém, essa classe de ativos é ideal para qualquer investidor que tenha por objetivo equilibrar e diversificar o próprio portfólio.
Afinal, as boas oportunidades estão na renda fixa também, principalmente quando o momento econômico está favorável.
Tudo isso soa complicado demais? Então, siga conosco, pois até o final deste artigo, não te sobrará nenhuma dúvida sobre o assunto — independentemente de qual tipo de investidor você seja, iniciante ou que já tem alguma experiência em aplicações.
Confira o que vai aprender neste conteúdo:
- O que é uma carteira de investimentos;
- Para que serve a estratégia de diversificação;
- Por que investir em renda fixa;
- Quais são os tipos de títulos de renda fixa;
- Qual é a rentabilidade da renda fixa;
- Como balancear uma carteira de investimentos;
- Como funciona o Imposto de Renda para títulos públicos;
- Como montar uma carteira de investimentos de renda fixa.
O seu objetivo para 2024 é transformar conhecimento em dinheiro? Então, no final deste artigo, ainda vamos te dar uma dica imbatível para ir com tudo no seu propósito de ser um investidor mais inteligente e extrair o máximo do seu patrimônio.
Vem com a gente!
O que é uma carteira de investimentos?
Uma carteira de investimento é o conjunto de ativos financeiros que um investidor possui. Esses ativos podem incluir ações, títulos de renda fixa e Fundos de Investimento, entre outros. A seleção específica de portfólio para portfólio, com o objetivo de preservar e aumentar o patrimônio.
Essa carteira é frequentemente representada em formato de gráfico. Dessa maneira, você pode enxergar com clareza em quais ativos o seu dinheiro está aplicado.
Uma estratégia clássica para quem já não é mais iniciante no assunto, por exemplo, é a de mesclar títulos de renda fixa com ações, que são de renda variável. Nesse cenário, o gráfico demonstraria as proporções exatas de cada classe, tornando a estratégia visualmente acessível para um melhor acompanhamento da performance da carteira.
Em termos mais simples, essa representação gráfica vem para orientar o investidor a tomar melhores decisões em relação ao próprio dinheiro.
Imagine a situação: se uma pessoa percebe que a fatia do gráfico atrelada à renda variável está dominando a carteira, pode optar por reequilibrar as aplicações investindo em títulos de renda fixa, caso o seu objetivo seja priorizar a segurança ao lucro.
Para que serve a carteira diversificada?
Uma carteira diversificada serve para equilibrar os riscos inerentes a cada ativo selecionado, potencializar os lucros do investidor e preservar o seu patrimônio. É por conta desses motivos que a recomendação é que você jamais aplique todo o seu dinheiro em uma classe só.
Para entender como tudo isso acontece, primeiramente você deve saber que todo ativo financeiro apresenta certo grau de risco, menor ou maior. Além disso, cada um terá características distintas, tais como:
- Dinâmica de rentabilidade;
- Prazo de aplicação;
- Liquidez (facilidade ou dificuldade para vender o ativo, caso queira);
- Custos operacionais;
- Tipo de tributação;
- Objetivo do investimento.
Assim, é natural que a performance de um seja diferente dos demais. Na prática, pode ser que, em determinado período, um ativo apresente grande valorização, enquanto outro entre em queda.
Nesse momento, o patrimônio do investidor é preservado, pois reduz as chances de ter um prejuízo massivo, já que o patrimônio também está distribuído em outros títulos, mais promissores no momento.
Por que investir na renda fixa?
Segurança e previsibilidade de lucros são os principais atributos dos ativos de renda fixa. Dessa maneira, são ideais para investidores iniciantes, com pouca experiência no mercado de capitais, e para os mais experientes também, para fins de equilíbrio do portfólio.
Além disso, essa classe é bastante interessante para quem está na missão de construir uma reserva de emergência, ou que tenha objetivos financeiros com datas definidas, como comprar uma casa ou trocar de carro.
Outras grandes vantagens que justificam o investimento em renda fixa são:
- Rentabilidade previsível: é possível saber desde o início qual é o indexador atrelado aos lucros do ativo e quais os ganhos esperados;
- Baixo risco: por serem previsíveis, são também menos arriscados;
- Segurança: muitas aplicações contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
- Liquidez: muitas opções têm liquidez diária, ou seja, podem ser vendidas a qualquer momento.
Considerando todos esses aspectos, os investidores iniciantes têm nas mãos excelentes oportunidades de começar a aplicar o próprio patrimônio, se expondo a riscos baixos e sabendo de antemão quanto o dinheiro vai render.
Para os mais experientes, por outro lado, a renda fixa segue útil para equilibrar o portfólio e seguir multiplicando o patrimônio também com a estabilidade dos rendimentos destes ativos.
Quais são os tipos de títulos de renda fixa?
A renda fixa é uma classe de ativos. Dentro dela, portanto, existem várias opções de investimento. Os exemplos mais populares são:
- Títulos do Tesouro Direto;
- Certificados de Depósito Bancário (CDBs);
- LC, LCI e LCA;
- CRI e CRA;
- Debêntures;
- Fundos de Renda Fixa.
As condições específicas, como duração da aplicação, indicador econômico e percentual de rentabilidade variam de acordo com cada um — que se divide em dois grandes grupos: prefixados e pós-fixados.
Entenda cada um deles antes de analisar de perto os exemplos de ativos:
Os prefixados têm a rentabilidade definida no momento da aplicação. Dessa maneira, o investidor sabe com exatidão quanto dinheiro irá receber de volta no fim do prazo combinado. Logo, oferecem mais segurança para os perfis com baixa tolerância ao risco, embora possam gerar perda de poder aquisitivo no futuro.
Já no caso dos pós-fixados, os ganhos não são antecipados com exatidão pois o valor será futuramente corrigido de acordo com algum indicador econômico, geralmente os relacionados à inflação. Aqui, é possível se prevenir contra a perda de poder aquisitivo que acabamos de mencionar.
A lógica é a seguinte: o que você pode comprar hoje com R$100 não é o mesmo que compraria há 10 anos, pois a economia avança e os preços em geral mudam. Os investimentos pós-fixados servem, então, para que o montante seja corrigido pela inflação do momento de resgate, evitando que o dinheiro perca o seu valor.
Ao buscar por investimentos de renda fixa, certamente vai encontrar também opções que mesclam rendimentos corrigidos com taxas de juros pré-estabelecidas. Estes, por sua vez, são chamados de híbridos, unindo características dessas duas modalidades que você acabou de aprender.
Familiarizado com os termos? Então, te convidamos a seguir adiante e a entender melhor cada ativo individualmente.
Títulos do Tesouro Direto
Estes são títulos públicos emitidos pelo Governo Federal. Ao investir neles, você está basicamente emprestando dinheiro ao governo, que vai utilizar os recursos para financiar obras em setores como educação e saúde. É, então, uma maneira de contribuir com o desenvolvimento nacional.
Em troca, o investidor recebe o montante “emprestado” com o acréscimo de juros, dentro do prazo combinado inicialmente.
Além de estarem divididos entre prefixados e pós-fixados, o Tesouro ainda oferece ao investidor algumas opções específicas:
Tesouro RendA+
É uma modalidade desenvolvida especificamente para quem deseja planejar uma aposentadoria mais confortável. Este ativo é pós-fixado e ideal para planejamentos a longo prazo. Quanto ao resgate, pode ser feito em 240 parcelas, o que significa o recebimento de um valor mensal durante 20 anos.
Tesouro Selic
São os títulos cuja rentabilidade está atrelada à Taxa Selic — a taxa básica de juros da economia. São de classificação pós-fixada e bastante buscados por quem está começando a investir.
Como esta é a opção menos provável de causar prejuízos se a venda for feita antecipadamente, é ideal para objetivos de curto prazo, como a construção de uma reserva de emergência.
Tesouro IPCA
Estar atrelado ao IPCA significa que este ativo considera as movimentações da inflação, já que esta é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Na prática, isso significa que os rendimentos obtidos vão acompanhar o aumento dos preços, com o adicional de uma taxa de juros prefixada. É uma opção vantajosa para aplicações de longo prazo e para evitar perder poder aquisitivo futuramente.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Os CDBs são o que chamamos de título de crédito. Funciona assim: os ativos são emitidos pelos bancos para que possam captar recursos e financiar as suas atividades, como concessão de crédito e financiamentos.
O investidor que compra esses ativos, por sua vez, está “emprestando” dinheiro à instituição, em troca de uma remuneração com o acréscimo de juros. Assim como nos títulos do Tesouro Direto, os CDBs estão disponíveis nas modalidades pré e pós-fixadas e alguns oferecem até liquidez diária — ideal para o curto prazo.
É importante saber que bancos menores costumam oferecer rentabilidades mais atrativas ao público, embora a operação, nesse caso, seja mais arriscada que aquelas envolvendo títulos de entidades de maior porte.
No entanto, assim como muitos outros ativos de renda fixa, estes são protegidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que reembolsa até R$250.000,00 por CPF em caso de inadimplência por parte da empresa emissora do título.
LC, LCI e LCA
As Letras consistem em outro investimento popular de renda fixa e cada sigla se refere a um tipo específico. Entenda as diferenças:
LC
É a sigla para Letra de Câmbio e é emitida por empresas de crédito, também com a finalidade de captar recursos. Novamente, a aplicação segue a dinâmica de emprestar dinheiro à empresa para o receber de volta com um acréscimo de juros. Em geral, os ativos acompanham os indexadores DI — ligado ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) — e à Selic. Esse investimento, vale lembrar, sofre a incidência da tributação do Imposto de Renda.
LCI
Aqui, temos as Letras de Crédito Imobiliário. Ao contrário das LCs, elas são emitidas por bancos e os recursos captados vão para empreendimentos do setor imobiliário. No que diz respeito ao desempenho do ativo, eles seguem o mesmo funcionamento dos anteriores.
Uma das vantagens das LCIs sobre as LCs é que elas não são tributadas no Imposto de Renda. Mesmo assim, atenção: a isenção existe, mas o investimento deve constar na declaração de qualquer forma.
LCA
As Letras do Crédito do Agronegócio são extremamente similares às LCIs. Afinal, também são emitidas por bancos, com a única disparidade de que, neste caso, os fundos levantados vão para o setor do agronegócio, como o nome indica.
Estão disponíveis nas versões prefixadas, pós-fixadas e híbridas, e estão isentas do pagamento de impostos na hora de declarar o IR.
Quanto mais tempo você deixar o seu dinheiro investido nessas Letras, maiores serão os retornos. Por isso, são ativos recomendados principalmente àqueles com estratégias de médio a longo prazo.
CRI e CRA
Estas são, respectivamente, as siglas para Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis Agrícolas. Seus ativos são emitidos por companhias securitizadoras e os recursos são destinados a financiamentos nos mercados que dão nome aos certificados.
A título de conhecimento, entenda quais negociações envolvem os ativos de cada opção:
- CRI: aluguel de terrenos e imóveis comerciais ou residenciais;
- CRA: contratos de arrendamento, venda de produtos e insumos agrícolas, entre outros.
Assim como os demais títulos até aqui, estes podem ser adquiridos como prefixados, pós-fixados ou híbridos. A diferença, porém, é que os CRIs e CRAs não são protegidos pelo FGC e também não oferecem grau alto de liquidez. Ou seja, na hora de vender os ativos, o investidor provavelmente encontrará certa dificuldade para encontrar compradores interessados.
Debêntures
As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas privadas, não financeiras.
Ao emitir uma debênture, a empresa está recorrendo aos investidores para levantar fundos e expandir ou melhorar as suas operações, em vez de optar por empréstimos e financiamentos em bancos, que podem sair mais caros.
Esses investidores, por sua vez, lucram por meio dos juros sobre o valor recolhido. Aliás, aplicar em debêntures pode render rendimentos mais atrativos, especialmente se a empresa emissora for nova e menos sólida — o que também aumenta o risco da operação, vale lembrar.
Disponíveis em modelos prefixados, pós-fixados e híbridos, conheça um resumo dos tipos de debêntures disponíveis na bolsa:
- Debêntures simples: pagam apenas juros ao investidor, quitando o título depois do pagamento e ao fim do prazo;
- Debêntures permutáveis: podem remunerar o investidor com ações de empresas ligadas à companhia emissora;
- Debêntures conversíveis: podem remunerar o investidor com ações da própria empresa emissora;
- Debêntures incentivadas: não têm incidência do IR e são emitidas por empresas que prestam serviços essenciais ao Governo;
- Debêntures perpétuas: não possuem prazo específico de investimento;
- Debêntures participativas: o investidor tem lucro se a empresa emissora tiver também, recebendo uma porcentagem um pouco maior que os dividendos.
Fundos de Renda Fixa
Por fim, temos os Fundos de Investimento em renda fixa. Estas são modalidades coletivas de investimento, pois os recursos de todos os investidores (cotistas) são reunidos por um gestor, que os aplicará em ativos diversos, de acordo com o que consta em contrato. É como receber uma carteira diversificada em mãos, porém com uma única aplicação.
No caso dos Fundos de Renda Fixa, a distribuição do patrimônio vai majoritariamente para títulos dessa classe — 80% no mínimo.
Ao comprar cotas em um Fundo desta categoria, você tem a oportunidade de confiar o seu patrimônio a profissionais especializados. Assim, eles vão realizar aportes estratégicos e aproveitar oportunidades de mercado que um investidor inexperiente, por exemplo, talvez não seria capaz sozinho.
Embora o portfólio desses investimentos seja concentrado na renda fixa, saiba que eles não são protegidos pelo FGC.
Ao buscar opções de Fundos de Renda Fixa para investir, você certamente notará que eles estão disponíveis com condições variadas. Prazos menores ou maiores, estratégias mais ou menos conservadoras e diferentes ativos selecionados: a gama de possibilidades é ampla e a decisão deve ser baseada nas suas expectativas e objetivos financeiros.
Qual a importância de montar uma carteira de investimentos?
Preservar o valor e multiplicar o seu dinheiro são as principais razões pelas quais você deve montar uma carteira de investimentos. Afinal, quando você o deixa parado em uma conta corrente, por exemplo, o dinheiro fica sujeito à desvalorização devido à inflação, enquanto uma carteira bem diversificada pode oferecer oportunidades de crescimento e proteção contra perdas.
Ter um portfólio assim também significa que o seu patrimônio está distribuído entre diferentes ativos. Consequentemente, as chances de um imprevisto causar um prejuízo massivo nas suas finanças é baixíssima.
Logo, além de maximizar os ganhos, ainda é possível montar uma estratégia que prioriza a segurança dos seus recursos.
Antes de seguirmos adiante, é indispensável afirmar que ter uma carteira de investimentos também serve para realizar objetivos financeiros. Afinal, a organização e as aplicações te ajudam a viabilizar metas importantes, tais como:
- Construir uma reserva de emergência;
- Fazer aquisições grandes, como imóveis ou veículos;
- Garantir o padrão de vida da família;
- Ter uma aposentadoria tranquila;
- Financiar viagens e estudos;
- Obter uma renda passiva (ganhos recebidos sem necessidade de esforço ou trabalho).
Temos certeza de que tudo isso soa muito bem. Por isso, agora você vai entender especificamente porque uma carteira de renda fixa pode ser o seu primeiro passo ideal para ter saúde financeira em 2024.
Qual a vantagem de ter uma carteira de renda fixa?
Começar a investir a partir de uma carteira de renda fixa é uma forma estável e segura de engrandecer o seu patrimônio. Com rendimentos previsíveis, o seu dinheiro aumenta com o passar do tempo e você ainda ganha confiança para futuramente explorar classes distintas de aplicação.
Além destas, outras vantagens podem te interessar. Veja:
1 – Baixo risco
Nunca é demais reforçar que os investimentos em renda fixa são, em sua maioria, tão seguros quanto a poupança — ao mesmo tempo em que oferecem rentabilidades mais atrativas.
Entendemos que depositar o seu dinheiro em aplicações que você não conhecia até então pode ser assustador. No entanto, ativos dessa classe em geral contam com proteções e garantias que evitam prejuízos e perdas massivas.
2 – Facilidade de resgate
Embora o ideal seja manter as aplicações até o fim do prazo, os ativos de renda fixa normalmente apresentam boa liquidez — até diária, às vezes. Em termos mais práticos, isso significa que você pode reaver o seu dinheiro a qualquer momento, se assim desejar.
Em caso de retiradas antecipadas, pode ser que o investidor saia no prejuízo. Para entender a razão, siga conosco até o tópico “como montar uma carteira de investimentos em renda fixa”, onde vamos explicar em detalhes essa dinâmica.
3 – Acessibilidade
Primeiramente, ativos de renda fixa são mais acessíveis pois os seus funcionamentos são bastante simples. Consequentemente, são fáceis de entender até mesmo para quem tem zero experiência no mercado financeiro.
Por outro lado, a acessibilidade também é vista no valor mínimo de aporte destes títulos. Afinal, essas quantias costumam ser bem baixas e você nem sequer precisa dispor de somas imensas para começar a investir, como muitos ainda acreditam.
Qual é a rentabilidade da renda fixa?
A rentabilidade da renda fixa varia dependendo do tipo de investimento escolhido. Em geral, é mais estável em comparação com outros tipos de investimentos, como ações.
Por exemplo, títulos públicos como o Tesouro Direto e CDBs podem oferecer rendimentos prefixados ou pós-fixados, que podem variar conforme a taxa de juros e a inflação. Fundos de Renda Fixa, por outro lado, também oferecem diferentes níveis de rentabilidade, dependendo dos ativos em que investem.
Por mais que os ganhos variem nesta classe de ativos, investir em renda fixa é sempre uma decisão mais sábia do que apostar na poupança. As razões são essas:
- Se a Selic estiver maior do que 8,5% ao ano, a poupança vai render 0,5% ao mês + a Taxa Referencial (TR);
- Se ficar abaixo de 8,5%, o rendimento é de 70% da Selic + TR.
Primeiramente, considere que o valor da TR é quase nulo. Historicamente, o percentual tem ficado extremamente próximo a zero e não representa um adicional atrativo aos seus rendimentos.
Além disso, a porcentagem atrelada à Selic é baixa — o Tesouro Selic, por exemplo, rende 100% da taxa, oferecendo a mesma estabilidade e segurança da poupança.
Como balancear uma carteira de investimentos?
A melhor forma de ter uma carteira balanceada de investimentos é apostar em ativos distintos. Ou seja, distribuir o seu patrimônio entre diferentes classes, setores e até regiões do país.
Entenda na prática o que deve ser feito:
Número de ativos
Não há um número exato a ser recomendado, pois uma estratégia eficaz não considera somente a quantidade de aplicações. No entanto, é preciso tomar o cuidado de encontrar um equilíbrio, ou seja, não selecionar ativos demais, nem de menos.
Como você já sabe, concentrar o seu patrimônio todo em um ou dois ativos é arriscado, pois qualquer má performance pode acabar em prejuízos para a carteira.
No entanto, se distribuir o dinheiro entre muitas opções, os possíveis ganhos com qualquer uma delas serão insignificantes.
Imagine, por exemplo, que você tenha somente 1% dos seus recursos aportados em um Fundo de Renda Fixa cuja performance foi excelente. Nesse caso, o seu lucro seria pequeno mesmo com esse momento favorável, já que a quantia aportada era pequena demais para ser significativa e impactar a carteira como um todo.
Classes de investimentos
Uma carteira de investimentos bem equilibrada não é composta somente por ativos de renda fixa. O ideal é que você inclua no seu portfólio ações e outras categorias de Fundos também, por exemplo.
Dessa maneira, os riscos assumidos e a vulnerabilidade às movimentações econômicas são melhores controladas, mesmo que a carteira conte com aplicações de renda variável.
Se você ainda não se sentir confiante para explorar ativos mais arriscados e prefere começar exclusivamente com a renda fixa, não tem problemas. Até ganhar confiança e experiência no assunto, um bom método de diversificação é o de distribuir o seu dinheiro em diferentes ativos desta mesma classe.
As opções, afinal, são várias: há muitos títulos do Tesouro Direto, Letras e CDBs a serem analisados.
Setores dos ativos
Mesmo que você invista em 10 CDBs diferentes, vamos supor, ainda não terá uma carteira devidamente diversificada, pois o seu patrimônio estará inteiramente concentrado em bancos. Logo, qualquer oscilação econômica capaz de impactar o setor acabará jogando a rentabilidade de todo o seu portfólio para baixo.
Ao investir, seja em renda fixa ou variável, lembre que os riscos dos ativos também têm a ver com as áreas às quais estão atrelados. Por isso, esses aspectos devem ser mesclados.
Um investidor que tenha títulos do Tesouro Direto, CDBs e LCIs na carteira, por exemplo, conta com um portfólio mais promissor. Isto é, nessa suposição, ele teria distribuído o seu dinheiro entre setores distintos.
Geograficamente
Assim como as oscilações econômicas impactam diferentes setores, regiões específicas também podem ser afetadas. Para evitar prejuízos por conta deste risco, o ideal é que você não concentre todos os seus aportes em títulos provenientes de uma mesma área.
Futuramente, quando decidir explorar novos caminhos além da renda fixa, saiba que uma boa ideia é variar não somente locais dentro do Brasil, mas fora do país também.
Qual a melhor carteira de renda fixa?
A melhor carteira de renda fixa é aquela que mescla diferentes ativos dentro desta mesma classe, variando rentabilidade e setores.
Obviamente, as proporções e a escolha dos títulos deve ser feita de acordo com as preferências e os objetivos de cada investidor. No entanto, algumas sugestões podem servir de base para o seu processo de decisão. Por exemplo:
- 80% Tesouro IPCA / 10% CDB / 10% LCI ou LCA;
- 70% CDB / 20% Tesouro IPCA / 10% CRI;
- 70% Tesouro IPCA / 20% Fundo de Renda Fixa / 10% CDB;
- 80% Fundo de Renda Fixa / 20% Tesouro IPCA.
Note que essas distribuições não são recomendações de carteira. São unicamente um compilado de estratégias populares e que devem ser avaliadas minuciosamente antes que qualquer decisão seja tomada.
Outro ponto de atenção que você precisa ter, nesse caso, é sobre os títulos do Tesouro Direto. Lembre-se que se optar pela modalidade prefixada, há a vantagem de saber exatamente quanto ganhará em retorno no futuro. No entanto, esse lucro não será corrigido pela inflação e existe o risco de perda do poder aquisitivo.
A título de informação, em março de 2024, o IPCA fechou com uma alta de 0,83% em relação ao mês anterior, superando as expectativas. Embora, até o momento de publicação deste artigo, o índice cheio esteja favorável, é fato que as altas em alguns núcleos da inflação é um lembrete das vantagens que o investidor tem ao aplicar em ativos que rendem acima do índice.
Busca dicas mais específicas sobre como montar a sua carteira de renda fixa? Siga conosco que logo você aprenderá 8 passos para te ajudar nessa missão.
Como funciona o Imposto de Renda para títulos públicos?
O Imposto de Renda incide sobre os ativos do Tesouro Direto. No entanto, os tributos afetam unicamente o rendimento do período da aplicação, e não o total investido. O mesmo, aliás, acontece com outros ativos de renda fixa, como os CDBs.
O esquema de tributação segue essa tabela:
Tempo de aplicação | Alíquota |
Até 180 dias | 22,5% |
181 a 360 dias | 20% |
361 a 720 dias | 17,5% |
Mais de 721 dias | 15% |
Por exemplo: se você investir R$1.000,00 no Tesouro Direto e, depois de um ano, queira resgatar o investimento, que está somando R$1.100,00. Nesse caso, a incidência de IR seria de 17,5% apenas sobre o lucro, ou seja, seria necessário pagar R$17,50 de imposto.
Os números utilizados para essa simulação são fictícios. No entanto, servem para que você compreenda a forma como os tributos são aplicados sobre os rendimentos e se preparar para pagá-los futuramente.
Como montar uma carteira de investimentos de renda fixa?
Montar a carteira de renda fixa ideal requer alguns passos básicos que ajudam você a maximizar os rendimentos, preservar o poder de compra e desfrutar de segurança.
Abaixo, listamos 8 dicas para te ajudar.
1 – Defina os prazos da aplicação
Primeiramente, você precisa ter clareza sobre os seus objetivos financeiros. Comprar um imóvel? Trocar de carro? Se aposentar com tranquilidade? Cada uma dessas metas têm prazos distintos e esse horizonte temporal é o que vai ditar muitas de suas escolhas.
Como você aprendeu, o ideal é que o patrimônio seja mantido aplicado até o fim do período combinado na hora da aplicação. Do contrário, se for vender os títulos antes disso, o preço deles será reajustado conforme a marcação a mercado — e você pode sair no prejuízo.
A marcação a mercado, aliás, é o processo de precificação diária de alguns ativos, especialmente os de renda fixa. De maneira bem simples, ela mostra quanto valeria o ativo se você decidisse vendê-lo naquele exato momento. Essas variações, por sua vez, dependem de vários fatores, como oferta e demanda ou eventos macroeconômicos.
Se decidir vender o seu título e o preço em questão estiver mais baixo do que você pagou inicialmente, então essa retirada antecipada pode causar perdas de rendimento.
2 – Cheque o indexador do ativo
Ativos de renda fixa geralmente estão atrelados a algum indicador econômico. Isso significa que os seus lucros vão acompanhar esse índice e afetar o dinheiro que será recebido futuramente.
Tome de exemplo o IPCA, bastante presente em várias opções do Tesouro Direto. Esse indicador — também usamos o termo benchmark — indica o nível de inflação no país. Quando um título está ligado a ele, significa que os seus rendimentos futuros serão corrigidos de acordo com essa inflação.
Dica extra: além de verificar o benchmark, cheque também qual é o percentual de rendimento do índice.
3 – Escolha bons Fundos de Renda Fixa
Se a sua intenção é diversificar a sua carteira, os Fundos de Renda Fixa são uma boa estratégia. Isto é, com portfólios voltados para diferentes ativos dentro desta classe, é possível adquirir uma cesta de títulos com uma única aplicação.
Como já mencionado, esses Fundos podem operar sob condições que variam de um para outro. Logo, antes de fazer a sua escolha, analise bem o contrato de cada um e verifique sempre:
- Ativos presentes no portfólio;
- Percentual de distribuição em cada ativo;
- Reputação da gestora do Fundo;
- Prazos para resgate;
- Preço da cota;
- Indexadores utillizados;
- Rentabilidade histórica.
4 – Cuidado com os ativos prefixados
Recapitulando: os ativos prefixados são aqueles nos quais o investidor sabe exatamente quanto vai receber no futuro desde o início da aplicação. Na hora de resgatar os rendimentos, portanto, o valor não será corrigido a partir de nenhum indicador econômico, como o da inflação.
Embora essa opção garanta mais tranquilidade para quem ainda é inexperiente no mercado de capitais, ela potencialmente pode te fazer perder poder aquisitivo. Isto é, com o passar do tempo, o real pode perder o valor e os seus lucros futuros deixariam de ser tão interessantes quanto pareceram no começo.
5 – Misture títulos públicos e privados
Quando falamos da importância da diversificação, também nos referimos às instituições emissoras dos ativos. Naturalmente, diferentes empresas e entidades estarão expostas a riscos setoriais distintos. Então, misturar as fontes dos seus títulos ajuda a preservar o seu patrimônio em caso de eventos micro e macroeconômicos específicos.
Aqui, uma boa dica é investir no Tesouro Direto, em CDBs emitidos por bancos e debêntures de empresas privadas, por exemplo. Com a rentabilidade vindo de várias direções dessa forma, é menos provável que o mau desempenho de um ativo impacte em grande escala o seu portfólio.
6 – Analise a remuneração e as taxas do investimento
Cheque qual é o percentual prometido ao ano e faça simulações para averiguar quais seriam os seus lucros futuros, e se estão de acordo com a sua estratégia.
Nessa avaliação, não se esqueça de considerar a incidência do Imposto de Renda também. Afinal, os tributos pagos mudam conforme o tempo de aplicação e esse desconto deve ser considerado no seu planejamento, a fim de evitar surpresas futuras.
7 – Diversifique o portfólio
Imprescindível reforçar a necessidade de compor uma carteira de investimentos diversificada. Essa é a única maneira de multiplicar o seu patrimônio de maneira segura, mitigando quaisquer riscos que estejam atrelados aos ativos que você escolher.
Ao mesclar os ativos, lembre-se de considerar diferentes empresas emissores, sectores e até localizações geográficas. Na dúvida, sempre volte neste artigo para refrescar a memória e se valer de todas as dicas que aprendeu até aqui.
8 – Faça balanceamentos periódicos
Conforme o tempo passa, é natural que você ganhe mais experiência no mercado de capitais. Além disso, pode ser que encontre boas oportunidades de investimento e que valha a pena recalcular a rota. Inclusive, nesta etapa, após ter montado a sua carteira, não se esqueça de avaliar periodicamente o desempenho dos ativos.
Dica: lembra da marcação a mercado? Nos títulos de renda fixa, esse mecanismo pode fazer com que a sua rentabilidade, na plataforma da corretora de valores, apareça com um percentual negativo. Por impulso e desconhecimento, muitos investidores se assustam com o dado e vendem os seus títulos antecipadamente, com receio de “perder mais dinheiro”.
No entanto, esse percentual aponta unicamente o preço que o ativo teria se você o vendesse. Caso o mantenha no portfólio, não há com o que se preocupar: a rentabilidade prometida na aplicação permanece a mesma. Ou seja: você não está perdendo dinheiro.
Como investir em renda fixa do jeito mais fácil e seguro?
Para investir em renda fixa de maneira fácil e segura, é preciso que você abra uma conta em uma corretora de valores. Na dúvida, consulte a lista de empresas autorizadas pela B3 a operar no mercado de investimentos.
Além da procedência da corretora, alguns outros critérios são importantes para tornar a sua aplicação mais tranquila:
- Intuitividade da plataforma;
- Reputação da empresa;
- Gama de ativos disponíveis;
- Qualidade das informações prestadas;
- Suporte disponível.
Quando tiver feito a sua escolha, basta transferir fundos de sua conta bancária para a conta da corretora. O processo pode ser feito via PIX e em segundos o dinheiro estará disponível na sua nova carteira digital.
Por fim, basta navegar entre as opções de aplicação e fazer a sua seleção, com base nas dicas que aprendeu neste artigo. Após emitir suas ordens de compra, em breve o título será liquidado e estará disponível para acompanhamento do desempenho.
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